A doação de órgãos possibilita a continuidade de uma vida. O Brasil possui o maior sistema público de transplantes do mundo e é referência mundial. No entanto, ainda há muito o que melhorar. Há mais de 70 mil pessoas na fila do transplante e muitas acabam morrendo enquanto esperam. Na maioria das vezes, isto ocorre devido à falta de informação da população sobre o assunto.
O Ministério da Saúde vem investindo em campanhas de conscientização direcionadas à população, com o objetivo de informar o que é necessário para ser doador e, assim, estimular a doação de órgão e tecidos, ocasionando uma maior eficiência do sistema de transplantes.
O que é preciso saber para ser doador
Para a doação de órgãos em caso de morte encefálica, morte do cérebro, quando uma ou mais partes do corpo (órgãos ou tecidos)estão em condições de serem aproveitadas, não é necessário nenhum documento, apenas ter manifestado essa vontade à família. Para que seja possível o transplante é preciso que ainda haja circulação sanguínea, antes que o coração pare de bater, caso contrário só é possível o transplante de córneas.
Depois de ser reconhecido o doador efetivo, tem início o processo de verificação das informações contidas nos cadastros da lista de espera na Central de Transplantes. Verificada a compatibilidade entre o doador e receptor, torna-se possível o procedimento.
É possível ser doador ainda em vida, através de uma avaliação da compatibilidade sanguínea e uma avaliação do histórico clinico do possível doador. Esse procedimento só ocorre se não representar nenhum risco à saúde da pessoa que doa. Nestes casos é necessário ser um cidadão juridicamente capaz, bem como estar em condições de doar o órgão ou tecido sem comprometer a saúde e aptidões vitais. É preciso apresentar condições adequadas de saúde, avaliadas por um médico que afaste a possibilidade de existir doenças que comprometam a saúde durante e após a doação.
O principal é querer doar um órgão que seja duplo, como o rim, e não impeça o organismo do doador de continuar funcionando normalmente. Os órgãos e tecidos que podem ser doados em vida são rim, pâncreas, medula óssea (se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue),fígado (apenas parte dele, em torno de 70%), pulmão (apenas parte dele, em situações excepcionais). Ter um receptor com indicação terapêutica indispensável de transplante e ser parente de até quarto grau ou cônjuge. No caso de não parentes, a doação só poderá ser feita com autorização judicial.
[dropshadowbox align=”left” effect=”lifted-both” width=”600px” height=”” background_color=”#ffffff” border_width=”2″ border_color=”#dddddd” ]O que pode ser transplantado
CÓRNEAS (retiradas do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidas fora do corpo por até sete dias);
CORAÇÃO (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo seis horas);
PULMÕES (retirados do doador antes da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por no máximo seis horas);
RINS (retirados do doador até 30 minutos após a parada cardíaca e mantidos fora do corpo até 48 horas);
FÍGADO (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas);
PÂNCREAS (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas);
OSSOS (retirados do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por até cinco anos).
MEDULA ÓSSEA (se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue);
PELE e VALVAS CARDÍACAS[/dropshadowbox]
Na cidade de Santa Maria o Hospital Universitário é referência no tratamento de câncer de medula. O HUSM foi o primeiro a fazer um transplante de medula óssea no Estado e, desde então, é procurado por pacientes de todo país. O hospital realiza dois tipos de transplante, sendo eles o auto gênico que utiliza a medula do paciente, e halogênico aparentado onde o doador é membro da família.O HUSM não realiza o transplante com doadores de fora da família, mas retira a medula de doadores e envia para outros hospitais.Também são realizados transplantes de rim. Dentre as equipes e instituições autorizadas no estado do Rio Grande do Sul o Hospital de Caridade atua como captador de órgãos.
Atualmente cerca de 3.451.138 pessoas estão cadastradas como doadores de medula óssea no Brasil sendo que 271.505 são do Rio Grande do Sul e na cidade de Santa Maria 15 mil pessoas foram cadastradas no Hemocentro.O Rio Grande do Sul possui mais de 3 mil pessoas na fila de transplante de coração, rim, fígado, pâncreas, pulmão ou córneas.
[dropshadowbox align=”none” effect=”lifted-both” width=”600px” height=”” background_color=”#ffffff” border_width=”1″ border_color=”#dddddd” ] Para tornar-se um doador é necessário:
– ter entre 18 e 54 anos, ter boa saúde e não ter tido nenhum tipo de câncer e hepatite.
– Uma amostra de sangue (entre 5 ml e 10 ml) será coletada para um exame de histocompatibilidade (HLA)
– Todas as informações sobre o doador irão para o Redome, banco de dados que faz o cruzamento da compatibilidade de doadores com os pacientes que estão na lista de espera.[/dropshadowbox]