O rugby está a cada dia mais presente na vida dos santa-marienses. Sendo assim, o rugby é o esporte que está em ascensão em Santa Maria. Essa modalidade surgiu no século XIX na Inglaterra. É um esporte que exige muito contato físico, semelhante ao futebol, porém, com a bola em formato oval. Vale salientar ainda que o objetivo desse esporte é marcação de pontos, já que o jogador tem a “missão” de levar a bola até a área do adversário e tocá-la no chão. Mas na cidade universitária foi por volta do ano de 2006, quando um grupo de estudantes resolveu se reunir e praticar a modalidade sem pretensão. Com o passar do tempo, eles resolveram criar o time com o nome de “Santa Maria Rugby” e participar de campeonatos estaduais. Porém, em 2008, houve uma separação no time, devido a diferenças de opiniões, mas isso não durou por muito tempo. Um ano após esse episódio, os jovens resolveram se unir novamente, formando o URSM – Universitário Rugby Santa Maria com o objetivo de conseguir mais visibilidade e apresentar o esporte à sociedade.
Foi então que o Universitário começou a ganhar espaço, chegando à vitrine em 2015, quando o time conquistou o título de campeão da segunda divisão. Em função do regulamento da Federação Gaúcha de Rugby, que diz que times com níveis técnicos de 2014 não poderiam subir de categoria, o URSM teve que, no ano seguinte, jogar novamente na segunda divisão. Mas aí o esporte ganhou força, principalmente pelo apoio dos torcedores. Os jogos passaram a ter um público médio de 600 a 700 pessoas, segundo o presidente do clube Danier Renato Reisdorfer Avello. Por consequência, os veículos de comunicação começaram a dar mais atenção ao time e às suas performances. Sendo que na segunda divisão de 2016 a regra mudou, a Federação Gaúcha de Rugby deu novo acesso para o time que fosse campeão daquela edição, uma vez que o URSM venceu invicto.
O gráfico abaixo mostra o crescente acesso do rugby nos últimos anos em Santa Maria
Os títulos ajudaram o time a conseguir mais investimento e recursos. O URSM recebeu apoio da prefeitura, principalmente na infra-estrutura das arquibancadas do Estádio Tarso Dutra, na UFSM, diz Avello, presidente do clube. Maurício Rocha Ribeiro, um dos fundadores. “Manter o clube, pagar as inscrições, viajar é sempre um custo alto para os atletas. Mas temos amenizado isso no decorrer do tempo. Hoje já não tiramos tanto do nosso bolso. Temos alguns parceiros e patrocinadores que têm colaborado. Mas ainda está longe de apenas não gastar para jogar”, comenta.
A equipe conta, hoje, com categorias de base e é um grande passo alcançado para os responsáveis do clube. Passar o ensinamento para as gerações futuras faz é um grande legado para quem viveu desde o início do esporte aqui na cidade. Por isso, para o presidente do URSM, o maior investimento deve ser na formação de futuros jogadores “investimento nas categorias de base e em projetos sociais, na qual a integridade, respeito e disciplina são pontos fundamentais”, acrescenta Avello.
Os valores aprendidos por meio do esporte vão além de “pontos”, como explica Maurício. “O rugby estabeleceu novos parâmetros de dedicação, esforço, dor, trabalho e muitas outras coisas. Hoje posso me dedicar a algo em qualquer meio, sabendo que os limites somos nós que impomos e que podemos ir muito além do que achamos. Enfrentar as dificuldades, cair e levantar sem reclamar foram grandes ensinamentos. Fora os valores que o esporte nos traz de volta, algo perdido dentro da sociedade atual e que o rugby resgata como respeito e companheirismo”, comenta.
Por João Martins Flores e Luis Ricardo Kaufmann para o Jornal Abra