Meu primeiro encontro com o Centro Universitário Franciscano foi, mais dia, menos dia, há uma década (os velhos contamos os anos de dez em dez). Fui convidado para ministrar a Aula Magna de Jornalismo e nunca tinha feito isso. Estava acostumado com palestras, debates, conferências e coisas parecidas. Mas jamais falara em um estabelecimento de ensino confessional. Tinha que superar meus medos de dizer algo inconveniente, pois meu objetivo não era chocar os anfitriões e muito menos o público (alunos, professores e convidados). Estava ali para expor minha visão sobre o ofício que abraçara aos 17 anos, em 1960 e abrir um diálogo sobre seu papel na atualidade, com tônica na Ética. Como atividade complementar, daria dois cursos de extensão para os alunos da graduação. Um sobre documentários (Grande Reportagem Audiovisual) e outro sobre radiodrama; matérias em que, mesmo aposentado, me sinto confortável e confiante.
Percebi que tínhamos muito em comum, todos os envolvidos. Ali encontrei respeito pela liberdade de opinião, pelo diálogo, valorização da solidariedade, do espírito investigativo, incentivo ao desenvolvimento autônomo dos alunos e a busca da igualdade, sobretudo curiosidade científica (sede de conhecimento), talentos e vocações.
Tive toda liberdade docente possível. Recebi a colaboração de técnicos, alunos e professores, por cima de idiossincrasias. E encontrei equipamentos de qualidade disponíveis para as aulas e para os trabalhos dos alunos. Foi uma visita altamente produtiva. Saí pensando ser um lugar onde gostaria de dar aulas. Encontrei amigos de outras jornadas e fiz novos.
Voltei quatro anos depois para lecionar na Pós de Comunicação e Projetos de Mídia, disciplina Projetos de Comunicação Comunitária. Outro tipo de alunos, outro propósito. Bons resultados. Mas continuei extremamente bem impressionado com a produção dos cursos de graduação, com a bem montada e eficiente Agência CentralSul de Notícias cuja atuação acompanhava desde o nascimento, em 2005, graças à proximidade que permite a Internet.
Criei um grande carinho, respeito e amizade pelas pessoas que tornam possível existir essa prática de ensino e formação profissional, empenhando-se para manter-se fiéis à Ética da Solidariedade e da Igualdade.
Luiz Alberto Sanz é professor titular aposentado da UFF, jornalista, cineasta e educador.