“O futuro não é um espelho negro – tecnologia, tempo, cidade” foi o título da conferência ministrada por Márcio Tascheto da Silva, na manhã desta sexta-feira, 06, no Conjunto I do Centro Universitário Franciscano. Graduado em História pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e doutorado em Educação pela UFRGS, Márcio usou a temática apresentada na série britânica “Black Mirror” como base para sua apresentação, separando-a em três eixos: tecnologia, tempo e cidade.
O professor buscou desconstruir a conotação sombria e pessimista criada por Charlie Brooker em seu seriado, dando foco as inúmeras possibilidades oferecidas pelas inovações do ramo digital.
Quanto à tecnologia, destacou duas consequências de sua existência: a tecnofobia (medo e superstição acerca dos meios digitais) e tecnofilia (dependência e crença na salvação da humanidade a partir do uso tecnológico). Também dá ênfase aos quatro tipos de leitores citados no trabalho de Lucia Santaella, uma das principais estudiosas da semiótica do país: o leitor contemplativo, movente, imersivo e ubíquo. Os dois últimos se referem ao estilo de leitura desenvolvido na era digital, sendo a ubiquidade uma característica predominante na atualidade, por meio da qual se está conectado aos acontecimentos em tempo real e de maneira onipresente.
A quebra da linearidade temporal englobou o segundo eixo, no qual, Márcio classificou o tempo como material plástico, o que implicaria sua constante modificação, ocasionando na desconstrução do passado histórico fixo. “O futuro também é ubíquo, já que está presente no dia a dia, embora mal distribuído”, disse ele.
A temática das subjetividades contemporâneas foi definida em cinco características: o endividamento, midiatização, securitização, representação e velocização; todos relacionados à modificação das rotinas modernas com relação ao ritmo acelerado da atualidade. Nesse contexto, o professor apresenta a cidade no centro das possibilidades educativas e frisa a importância do projeto “Cidade Educadora”, que foi adaptado para a UPF com o nome “UniverCidade Educadora” e conta com a iniciativa “Vidas em Movimento” (registros de moradores da cidade de Passo Fundo) e o aplicativo “Rotas Literárias”, um game inspirado nos jogos de mistério, que auxilia na formação de leitores e admiradores da literatura brasileira.