Irritabilidade, angústia, sensação de vazio, pessimismo, falta de motivação e outros sintomas que alteram tanto a percepção cognitiva quanto a comportamental são sintomas de uma pessoa que sofre de ansiedade ou de depressão.
Os índices de depressão e ansiedade no Brasil são alarmantes. No mês de fevereiro a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou dados sobre a incidência de depressão na população mundial. O número de pessoas depressivas aumentou 18% entre 2005 e 2015.
O relatório da OMS mostra que a depressão atinge 5,8% da população brasileira (11.548.577). E distúrbios relacionados a ansiedade afetam 9,3% (18.657.943) das pessoas que vivem no Brasil. Novos dados divulgados em março no site da OMS mostram que nas Américas, em 2015 cerca de 50 milhões de pessoas viviam com depressão, ou seja, 5% da população.
Pessoas que sofrem desses transtornos costumam buscar a solução com terapias e, segundo a psicóloga Vanessa Diefenbach, o tratamento costuma ser feito conforme o direcionamento e a linha terapêutica que é adotado pelo profissional.
– Cada terapeuta tem um foco diferente, por exemplo, observar o comportamento e outras os aspectos inconscientes. Mas, o principal é o olhar diferenciado para o sujeito, seus prejuízos, suas emoções, seus comportamentos, e o que está causando no ambiente, nas atividades que antes costumava fazer e se modificaram,
A psicóloga também conta que as causas mudam de indivíduo para indivíduo e de forma bastante singular. Elas variam tanto na intensidade quanto nos fatores desencadeantes. Não há uma causa específica para quem sofre de ansiedade ou depressão, mas o terapeuta observa cada caso na sua singularidade.
A maior preocupação começa quando é preciso encaminhar o paciente para consultas com o psiquiatra e, por consequência, fazer uso de medicamento. Quando se faz uso de um medicamente contínuo é normal que o paciente fique um pouco dependente da medicação. Será que não há outras formas de tratar ansiedade e depressão?
Segundo a psicóloga e psicoterapeuta Samira Turatti Schneider, dependendo da intensidade dos sintomas é sim necessária a avaliação de um psiquiatra para verificar se existe algo químico e a necessidade de medicação.
– Em alguns casos é necessário o uso de medicação para que o paciente consiga ter um bom nível de elaboração dos conteúdos trabalhados em terapia. – avalia
Samira relata que em casos de transtornos avançados não há a possibilidade de um método que não envolva medicação. Porém, só a medicação não resolve, apenas “anestesia”, o que faz com que futuramente o transtorno volte e, muitas vezes, potencializado.
O estudante de paisagismo Edilon Costa é um dos exemplos. Diagnosticado com depressão há 10 anos, frequenta sessões com psiquiatra e trata o transtorno com medicação. Mas, nunca frequentou psicólogo.
– Sempre achei que a medicação me traria resultados imediatos. Aos poucos, eu notei a minha melhora e nunca procurei fazer o mesmo tratamento com psicólogo. Hoje tenho medo de parar com a medicação. Na verdade, quando diminuo com ela, já noto diferença. – desabafa o estudante.
Além das terapias e a medicação, também há outros métodos para amenizar ou até mesmo “lidar” melhor com as crises. Alimentação de qualidade, atividade física, trabalhos manuais, sono de qualidade, técnicas de relaxamento e respiração são umas das alternativas que as psicólogas indicam.
Para àqueles que já notam algum dos sintomas de ansiedade e depressão a orientação é procurar um profissional qualificado para que o diagnóstico seja feito. Saúde mental é algo delicado e quando se trata do assunto é preciso ter cautela.
Por Karen Borba, reportagem produzida para a disciplina de Jornalismo Científico