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Arte de Simone Rosa está no Monet

Simone Rosa fala sobre a exposição Reconfigurações, que acontece até o dia 9 de maio. Foto: Juliana Brittes/LABFEM

“Embora conte com obras de várias épocas, não é uma retrospectiva de minha carreira”, afirma Simone Rosa, designer e artista plástica com mais de 30 anos de carreira, sobre sua nova exposição: ‘Reconfigurações’, que está no Monet Plaza Shopping até o dia 9 de maio.

Ao conversar com a equipe da Agência Central Sul, a artista falou sobre seu estilo, influências, bem como a atenção que tem com os compradores e as técnicas que tornam seus trabalhos exclusivos. As obras estão disponíveis para pronta entrega e podem ser negociadas diretamente com Simone, que está no local de segunda à sexta, entre 17:00 e 20:00.

ACS: As obras têm características bem peculiares. Fale um pouco sobre o seu estilo.
Simone Rosa: Nesta exposição todas as obras são figurativas estilizadas. Elas não procuram ser realistas, possuem uma interpretação individual. Em outras séries realizo  arte abstrata, quando não identificaríamos que existem prédios antigos, mobiliários e figuras humanas femininas. Elementos característicos nas minhas obras. Só é possível perceber linhas, formas, cores e o  direcionamento do olhar que a composição sugere. Tanto nas obras figurativas estilizadas, quanto nas abstratas o que caracteriza o meu trabalho é a presença da linha, característica de quem tem formação em desenho.

ACS: De onde surgiu a ideia de reconfigurar?
SR: Trabalho com infografias desde 1999. Pesquisei e escrevi sobre isso, argumentando que esse é o nome que considero correto, embora tenham me aconselhado  a chamar de gravura digital, pois várias galerias denominam assim. Eu faço esse redesenho da linguagem gráfico manual da pintura para o digital, pois sempre achei que o meu trabalho deveria estar mais próximo das pessoas. Por exemplo, uma pintura é vendida por mais ou menos mil reais, enquanto a infografia fica em torno de cem. Houve uma época em que eu fazia a infografia seriada. Foi quando eu comemorei os meus 25 anos de carreira, há uns seis anos atrás. Nessa época eu fazia sete cópias de cada uma, pois é um número que as galerias consideram obras exclusivas. Mesmo assim, eu sentia que as pessoas, apesar de gostarem do preço acessível, queriam algo mais exclusivo. Então passei a fazer apenas uma cópia de cada e a desenhar por cima delas. Nessa aqui eu exagerei um pouco no desenho (risos).

ACS: As infografias são todas novas ou tem algumas antigas?
SR: Peguei algumas impressões antigas, que eu ainda tinha guardadas no meu ateliê, e desenhei por cima delas neste ano. Por isso que o nome da exposição é reconfigurações, pois fiquei por algum tempo preparando ela, desenhando em cima, não transformando o que antes era seriado. As que estavam guardadas eram impressões teste, que ainda não estavam assinadas ou numeradas. Procuro fazer os desenhos, para torná-los exclusivos. Nessa daqui, por exemplo, coloquei os anos 13 e 18 quando imprimi e quando eu desenhei por cima. As pinturas são todas antigas para esta exposição.

ACS: Considera essa exposição uma espécie de retrospectiva da carreira?
SR: Embora conte com obras de várias épocas, não é uma retrospectiva de minha carreira. Nem quando eu comemorei meus 30 anos trabalhando com arte, que chamamos de exposição itinerante, tanto eu quanto a curadora tomamos o cuidado para não usar a palavra retrospectiva. Para ser chamada assim, eu precisaria reunir obras de, pelo menos, uma periodicidade de no máximo cinco em cinco anos de trabalho. Obras desde o início da carreira, e eu comecei a expor em 1987. Os que tenho aqui são de 2010 até 2018. De alguns anos não tenho nenhum exemplar. Daqui algum tempo, quando eu ficar mais velha, se quisermos fazer uma retrospectiva vamos ter que ir atrás das pessoas que compraram as obras para que elas emprestem para a exposição.

ACS: Cite algum artista que seja referência para você.
SR: Eu não tenho. Há artistas que eu admiro, mas, como inspiração, nenhum. Pelo menos de forma direta, pois no momento em que percebo a existência de alguma, eu mesma me policio. Busco uma expressão individual, livre de referências diretas, embora saiba que o nosso inconsciente trabalhe paralelo, trazendo tudo que aprendemos e vivenciamos.

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Simone Rosa fala sobre a exposição Reconfigurações, que acontece até o dia 9 de maio. Foto: Juliana Brittes/LABFEM

“Embora conte com obras de várias épocas, não é uma retrospectiva de minha carreira”, afirma Simone Rosa, designer e artista plástica com mais de 30 anos de carreira, sobre sua nova exposição: ‘Reconfigurações’, que está no Monet Plaza Shopping até o dia 9 de maio.

Ao conversar com a equipe da Agência Central Sul, a artista falou sobre seu estilo, influências, bem como a atenção que tem com os compradores e as técnicas que tornam seus trabalhos exclusivos. As obras estão disponíveis para pronta entrega e podem ser negociadas diretamente com Simone, que está no local de segunda à sexta, entre 17:00 e 20:00.

ACS: As obras têm características bem peculiares. Fale um pouco sobre o seu estilo.
Simone Rosa: Nesta exposição todas as obras são figurativas estilizadas. Elas não procuram ser realistas, possuem uma interpretação individual. Em outras séries realizo  arte abstrata, quando não identificaríamos que existem prédios antigos, mobiliários e figuras humanas femininas. Elementos característicos nas minhas obras. Só é possível perceber linhas, formas, cores e o  direcionamento do olhar que a composição sugere. Tanto nas obras figurativas estilizadas, quanto nas abstratas o que caracteriza o meu trabalho é a presença da linha, característica de quem tem formação em desenho.

ACS: De onde surgiu a ideia de reconfigurar?
SR: Trabalho com infografias desde 1999. Pesquisei e escrevi sobre isso, argumentando que esse é o nome que considero correto, embora tenham me aconselhado  a chamar de gravura digital, pois várias galerias denominam assim. Eu faço esse redesenho da linguagem gráfico manual da pintura para o digital, pois sempre achei que o meu trabalho deveria estar mais próximo das pessoas. Por exemplo, uma pintura é vendida por mais ou menos mil reais, enquanto a infografia fica em torno de cem. Houve uma época em que eu fazia a infografia seriada. Foi quando eu comemorei os meus 25 anos de carreira, há uns seis anos atrás. Nessa época eu fazia sete cópias de cada uma, pois é um número que as galerias consideram obras exclusivas. Mesmo assim, eu sentia que as pessoas, apesar de gostarem do preço acessível, queriam algo mais exclusivo. Então passei a fazer apenas uma cópia de cada e a desenhar por cima delas. Nessa aqui eu exagerei um pouco no desenho (risos).

ACS: As infografias são todas novas ou tem algumas antigas?
SR: Peguei algumas impressões antigas, que eu ainda tinha guardadas no meu ateliê, e desenhei por cima delas neste ano. Por isso que o nome da exposição é reconfigurações, pois fiquei por algum tempo preparando ela, desenhando em cima, não transformando o que antes era seriado. As que estavam guardadas eram impressões teste, que ainda não estavam assinadas ou numeradas. Procuro fazer os desenhos, para torná-los exclusivos. Nessa daqui, por exemplo, coloquei os anos 13 e 18 quando imprimi e quando eu desenhei por cima. As pinturas são todas antigas para esta exposição.

ACS: Considera essa exposição uma espécie de retrospectiva da carreira?
SR: Embora conte com obras de várias épocas, não é uma retrospectiva de minha carreira. Nem quando eu comemorei meus 30 anos trabalhando com arte, que chamamos de exposição itinerante, tanto eu quanto a curadora tomamos o cuidado para não usar a palavra retrospectiva. Para ser chamada assim, eu precisaria reunir obras de, pelo menos, uma periodicidade de no máximo cinco em cinco anos de trabalho. Obras desde o início da carreira, e eu comecei a expor em 1987. Os que tenho aqui são de 2010 até 2018. De alguns anos não tenho nenhum exemplar. Daqui algum tempo, quando eu ficar mais velha, se quisermos fazer uma retrospectiva vamos ter que ir atrás das pessoas que compraram as obras para que elas emprestem para a exposição.

ACS: Cite algum artista que seja referência para você.
SR: Eu não tenho. Há artistas que eu admiro, mas, como inspiração, nenhum. Pelo menos de forma direta, pois no momento em que percebo a existência de alguma, eu mesma me policio. Busco uma expressão individual, livre de referências diretas, embora saiba que o nosso inconsciente trabalhe paralelo, trazendo tudo que aprendemos e vivenciamos.