De acordo com um novo boletim divulgado pela Secretária de Saúde do Rio Grande do Sul, 1.011 casos de toxoplasmose foram notificados, sendo 665 suspeitos e 352 foram confirmados pelas autoridades na última sexta-feira 18 de maio. Até o momento foram registrados dois óbitos fetais causados pela doença, sendo duas gestantes com 36 e 28 semanas, e um aborto de uma gestante com 15 semanas.
Diante da repercussão dos numerosos casos de toxoplasmose em Santa Maria e da preocupação da população diante do consumo da água, infectologistas e órgãos de saúde responsáveis, reuniram-se na tarde da última quarta, 16 de maio, na sede do Ministério Público Federal, junto do Ministério Estadual, a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, a Secretaria Municipal de Saúde e Médicos Infectologistas, para esclarecer dúvidas à população sobre combater o surto de toxoplasmose que hoje assola Santa Maria.
A procuradora da república Bruna Pfaffenzeller abriu a fala da coletiva: ”tendo uma repercussão muito maior do que achávamos quando iniciamos o combate e queremos fazer um breve esclarecimento à população, recebendo uma nota técnica do Ministério da Saúde, o Ministério Público Federal vai reforçar as buscas pela causa deste surto”, relatou a representante.
A médica infectologista Jane Costa relatou: ”não queremos fazer alarde e precisamos trabalhar em conjunto. Não pretendemos colocar a culpa em ninguém, queremos passar informações positivas para a população, sendo assim elaboramos um documento que nós denominamos como um informativo para a população, e pedimos a ajuda de todos vocês para a divulgação”.
A toxoplasmose é uma doença que não tem vacina, sendo adquirida por água e alimentos, é uma doença negligenciada. No momento a cidade está vivendo um aumento dessa doença que está saindo fora do controle, pois já é caracterizada por surto.
Foram divulgados os laudos de análise da água, realizados pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Conforme as coletas de reservatórios de residências, de processo hidropônico e da Estação de Tratamento de Água da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), o resultado foi negativo quanto à presença do DNA de Toxoplasma gondii, protozoário que causa a doença.
No entanto, conforme o superintendente da Vigilância em Saúde do município, Alexandre Streb, os dados se referem apenas a um período específico. Sendo assim, o resultado não é considerado totalmente conclusivo.
Desta forma, é mantida a orientação para que a comunidade siga bebendo água mineral ou fervida, evite alimentos crus e malpassados e lave bem alimentos crus, como legumes e verduras.
” Para as populações mais vulneráveis, como as gestantes, os imunodeprimidos e crianças abaixo de dois anos, não discute. É água fervida. Está proibida a ingestão de carne crua. Alimento tem que ser bem cozido”, reforça a infectologista Jane Costa.