De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 2 milhões de crianças e adolescentes no país estão fora da escola, o equivalente a 5% dos indivíduos nessa faixa etária de 04 a 17 anos. A pesquisa foi realizada em oitocentos municípios.
Os motivos para este índice são muitos, mas entre eles está a baixa renda familiar, que resulta no trabalho infantil para ajudar nas despesas da casa, a falta de vagas nas escolas e a falta de transporte que impossibilita a locomoção. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente todos têm o direito de ter escola e educação e, desta forma, muitos pais dormem nas filas para garantir uma vaga na escola pública e garantir o estudo dos filhos.
Em época de eleições, a educação é promessa de todos os candidatos, mas depois das eleições os resultados são poucos. A educação é o que determina o futuro de crianças e jovens brasileiros. Não existe nenhuma explicação cabível para que esses brasileiros estejam fora do âmbito escolar.
Segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), quase metade dos 800 municípios pesquisados não tomam nenhuma medida para acabar com a exclusão escolar.
Esse grupo não faz, por exemplo, uma busca ativa e constante para monitorar quais crianças não estão comparecendo ao colégio. O Ministério da Educação (MEC) afirma que as prefeituras são as gestoras das redes escolares e cabe a elas fazerem esse tipo de monitoramento.
Os números são alarmantes, pois no Rio Grande do Sul exitem Trezentas e oitenta mil crianças fora da escola.
A cada quatro municípios, três não atenderam a meta de incluir crianças de 04 e 05 anos nas escolas até 2016 (última data em que foi realizados os levantamentos oficiais). Mais de 20% das crianças dessa faixa etária estão fora das escolas no Estado. Esse percentual é o dobro dos outros estados, pois a média brasileira não passa de 10% (nessa idade).
Um estudo sobre o perfil da educação pública no Rio Grande do Sul mostrou que 380.366 crianças e adolescentes do estado estão fora da escola. Os dados foram divulgados pela Associação de Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) e o Instituto Rui Barbosa (IRB). As crianças e jovens de 04 a 17 anos que estão sem estudar no estado representam 16,8% do total. Na média brasileira, a taxa é de 5,7%, abrangendo 2,4 milhões de brasileiros.
No recorte da educação infantil, o índice é ainda maior: 20,8% das crianças gaúchas, de 4 e 5 anos, não estão matriculadas na pré-escola. Desempenho bem pior que a média brasileira de 9,5%.