Durante a tarde de ontem, quinta-feira, 12, a Festa Literária de Santa Maria trouxe ao palco dois especialistas no ramo da transmídia para debaterem sobre as narrativas do gênero, curiosidades e apresentarem os seus trabalhos.
Um bate-papo mediado pelo editor, redator e roteirista Lielson Zeni, contou com a presença de Enéias Tavares e Christopher Kastensmidt. A atividade teve início às 15h na Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria, segundo dia de evento.
Ao longo da tarde foram tratadas questões relacionadas ao modo da produção de projetos transmídias, à comparação com crossmídia, formas e técnicas utilizadas e as dificuldades que existiram ao longo dos projetos.
Os autores convidados promovem produções que buscam retratar a literatura e a cultura brasileira de maneira mais interativa. Enéias, explica que embora essa mídia seja uma estratégia de mercado comparando às outras mídias que estão no momento, produções como a dele e a de Christopher foram criadas com o intuito de desenvolver conhecimento cultural às crianças que não leem livros, por meio de web séries e jogos.
Esse modo de fazer mídia mais inteligente está cada vez crescendo mais no Brasil, porém, não se trata de uma disputa entre as mesmas e sim, de um trabalho em conjunto para fortalecer as produções que apenas querem promover mais conhecimentos para a geração que pouco lê.
Christopher Kastensmidt é um escritor norte-americano, conhecido pela sua série de noveletas “A Bandeira do Elefante e da Arara”, com obras de ficção publicadas em doze países. Com uma longa carreira de desenvolvedor de games emilhões de exemplares vendidos pelo mundo, o escritor foi finalista do Prêmio Nebula com sua noveleta “Duplo Fantasia Heroica – O Encontro Fortuito de Gerard van Oost e Oludara”. O Prêmio Nebula é concedido anualmente pelo Science Fiction and Fantasy Writers of America (SFWA), para os melhores trabalhos de ficção científica e fantasia publicados nos Estados Unidos.
A Bandeira do Elefante e da Arara é uma série que narra as aventuras do holandês Gerard Van Oost, e o guerreiro africano Oludara, no Brasil do século XVI, durante o período colonial. A história aborda os nativos e colonizadores, e as muitas relações e conflitos entre eles, e também os inúmeros seres encantados do folclore brasileiro, indo desde o sagaz Saci Pererê até o Boitatá e o Capelobo.
Já Enéias Tavares, morador de Santa Maria, é doutor em letras e especialista nos livros iluminados de William Blake. Pesquisador, tradutor e escritor, leciona literatura clássica na Universidade Federal de Santa Maria. De ficção, publicou “As idades do homem” na coletânea 40, da editora Libretos e trouxe para a FLISM sua mais nova produção “Brasiliana SteamPunk”.
Brasiliana SteamPunk mescla a estética steampunk com personagens clássicos da literatura brasileira, figurados no Brasil na cidade de Porto Alegre, em meados das primeiras décadas de 1900. Além das vozes literárias já existentes, e de domínio público, a série é escrita com a grafia da época, possuindo desde pequenas substituições de letras até diferenças dos acordos ortográficos.