O desemprego é um dos grandes problemas deste século no mundo. Ele não aparece apenas nos países subdesenvolvidos, mas também engloba países da Europa e Estados Unidos. Com o trabalho cada vez mais escasso e as vagas que surgem cada vez mais precárias, muitos trabalhadores e suas famílias são atingidos e assim acabam trabalhando em locais de maneira informal sem carteira assinada. Há ainda pessoas que não conseguem nem estes tipos de emprego e assim acabam vivendo nas ruas das grandes cidades, as vezes catando latinhas, papéis e plásticos recicláveis para assim conseguir sobreviver.
Em Santa Maria há pessoas que vivem em extrema pobreza, sobrevivendo com 150 à 400 reais por mês. Muitas tentam buscar vagas de emprego, mas não conseguem, seja porque há poucas vagas ou porque as vagas exigem qualificação.
A taxa de desemprego no Brasil está em 11,8% atingindo assim, 12,5 milhões de pessoas desempregadas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sua última avaliação, no mês de setembro. Ao se comparar com relação ao mesmo período de 2018, a taxa sofre uma pequena queda, diminuindo em 100 mil, com 12,6 milhões de trabalhadores brasileiros desempregados no ano passado, segundo dados do IBGE.
Junto a este quadro, há muitos trabalhadores informais, com pessoas que trabalham por conta própria sem CNPJ ou carteira assinada. Mais de 38.806 milhões de pessoas hoje trabalham na informalidade no Brasil, com uma taxa de 41,4% dos trabalhadores na irregularidade.
Desemprego no Estado
Santa Maria não apresenta dados exatos ou de aproximadamente quantos desempregados, mas o Rio Grande do Sul apresenta 8,8% da população sem emprego, ou seja, um aumento nos números, em comparação com o trimestre anterior que era 8,2% de gaúchos sem trabalho, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística do Estado.
Mas afinal quais são as causas para tantas pessoas sem emprego aqui na cidade? Segundo Airton Zanini, proprietário de um supermercado, a grande causa desse alto número é por conta de o mercado exigir cada vez mais pessoas com estudo, com qualificação profissional, que tenha algum curso de graduação ou noções básicas de internet.
Zanini comenta que “existe muita gente que não possui nem mesmo o ensino médio, e isso acaba acarretando em que estas pessoas acabem indo buscar emprego nos lugares que não exijam que eles sejam formados ou qualificados em nenhuma área. Com isso alguns conseguem emprego e vários outros não”.
Número de trabalhadores autônomos aumenta
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, há ainda um número recorde de trabalhadores que trabalham por conta. São 24,4 milhões de pessoas nessa situação, o que representa assim uma alta de 1,2% em relação ao mesmo período de 2018.
O número de pessoas sem carteira assinada também é alarmante, são 11,8 milhões de pessoas, o que representa um crescimento de 2,9%. Já o número de pessoas com carteira assinada é de 33,1 milhões, o que segundo o IBGE representa uma estabilidade na comparação com o mesmo período do ano passado.
A falta de trabalho é muito grande em nosso País, são 27,5 milhões de brasileiros que não conseguem trabalhar ou trabalham menos horas do que gostariam. A taxa de pessoas nessa situação é de 24% a mais em relação ao mesmo trimestre de 2018, ou seja, isso significa que se tem mais 300 mil pessoas a mais que há um ano.
No País, são em torno de 12,5 milhões de pessoas desempregadas, 4,7 milhões de pessoas que desistiram de procurar emprego, 7 milhões que trabalham menos do que gostariam e 3,1 milhões que não podem assumir uma vaga por algum motivo.
Pedro Machado, de 26 anos, diz que desistiu de procurar emprego, pois já vem procurando há oito meses e até agora não conseguiu nada. Pedro fala que, embora more com seus pais, gostaria de ajudar em casa: “todas as vezes que vou tentar buscar uma vaga de emprego em algum lugar, as lojas, as empresas, elas sempre me questionam por não ter experiência, por eu não ter trabalhado antes em nenhum lugar”. Machado conclui: “Essa realidade é dura, você sair todos os dias nas ruas, batalhar para se ter um emprego e as pessoas não te darem esta oportunidade, porque simplesmente você não ter experiência, mas como vou ter experiência alguma se não me derem oportunidade”.
O Brasil tinha uma população de 4,700 milhões de pessoas na situação de desalento, ou seja, pessoas que estavam fora da força de trabalho, porque não conseguiam trabalho, ou por não possuírem experiência alguma, ou por serem muito jovens ou idosos. Este é um dado da pesquisa do Pnad Contínua feita pelo IBGE e fechado em agosto deste ano. Além disso houve também muitos cortes de vagas em determinados setores, como por exemplo, na administração pública, seguridade social, educação, saúde humana, serviços sociais, construção civil, comércio, serviços domésticos e indústria.
Texto produzido na disciplina de Jornalismo III, no 2º semestre de 2019 e supervisionado pela professora Glaíse Palma.