Não é de hoje que a popularidade das mídias online dissemina-se nos mais diversos espaços sociais. A partir de seus objetivos de aproximação entre indivíduos, o papel da comunicação torna-se peça fundamental no algoritmo deste recurso. Através dele, formulações estatísticas e operações digitais cresceram constantemente no ano de 2020 que, surpreendido pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), fez com que o público buscasse adaptação e interatividade neste âmbito.
Sabe-se que, além da relevância comunicativa encontrada nas mídias digitais, principalmente no período pandêmico, o contato estabelecido nas inter-relações fortifica-se diante desta ferramenta. Exemplo disto pode ser visto por meio da capacidade noticiosa tanto local, como nacional e internacional, assim como a conectividade entre perfis nas plataformas como Instagram e Facebook.
Um estudo realizado pela consultoria Kantar aponta que, em 2020, o uso do Whatsapp cresceu em torno de 76%, em escala global, quando comparado ao ano anterior. O mesmo vale para o Instagram que, por meio de uma apuração realizada pela Reuters Institute Digital News Report 2020, deu um salto de 3% a 36%, de 2014 até 2020. Estatística esta que destaca o crescimento da interatividade virtual, especificamente em 2019 e 2020.
No mais, atribui-se uma referência ao Instagram, que consideravelmente tornou-se a rede social mais popular no Brasil, até 2019. Conhecida por conectar bilhões de pessoas simultaneamente por meio dos recursos e acessibilidades encontradas, a plataforma cresce mais do que qualquer outro aplicativo (em escala anual), com o contato entre usuários de diferentes países.
Exemplo disto pode ser citado entre jovens que, nos dias de hoje, encontram-se altamente engajados neste ambiente. Amanda Beltrame, de 17 anos, finalizou o ensino médio no colégio Riachuelo em 2020, em Santa Maria. Sua conta no Instagram, @amandabbeltrame, agrega mais de 1.500 seguidores, os quais refletem vivências pessoais da jovem, vinculadas às relações internacionais na composição de seu perfil. A estudante comenta que o objetivo de sua rede social, até então, é para uso pessoal, sem aspectos comerciais.
Em 2019, Amanda participou de uma conferência internacional, com jovens de mais de 145 países. Com o nome de Global Young Leaders Conference (GYLC), o evento promoveu o encontro, que ofereceu uma experiencia na troca de ideias e técnicas comunicativas. “Foi algo bem desafiador, mas o tempo que passamos em contato fez com que nos adaptássemos a novos hábitos e comportamentos linguísticos”, afirmou Amanda. Segundo a jovem, após o fim do encontro, ficou nítida a importância do diálogo e do saber dialogar nas entrelinhas e em diferentes ambientes. “Pude notar como o ato de comunicar-se é essencial. Todos temos conhecimentos e vivências distintas, o que torna gratificante ter tido esta oportunidade”, reiterou.
Ligado ao evento, ela destaca o grau de amplitude na relação interpessoal, proporcionada pelo ambiente web. Amanda comenta que, mesmo que hoje ele não fale tanto com seus colegas de viagem, em decorrência da pandemia, as mídias sociais são os laços que tornam a ligação ainda possível: “A rede social é o pilar da comunicação e o que deixa este contato vivo. Ela segue tomando grandes proporções com o passar do tempo, o que consequentemente proporciona momentos ótimos entre as pessoas”.
Fica perceptível o nível de interatividade online e os laços formados virtualmente, construídos pelo diálogo. Fatores estes que, permeados pelo compartilhamento de informações, contribuem para o enraizamento de vínculos estabelecidos pelo avanço tecnológico.
Além do uso das redes sociais para interatividade e entretenimento, esses meios também são utilizados para a divulgação de trabalhos pessoais, como é o caso do estudante, que finalizou o terceiro ano do Ensino Médio no Colégio Marista Santa Maria, Vinicius Guasso. Vinicius, de 18 anos, é DJ e divulga seu trabalho através da plataforma do Instagram, em @viniguasso, onde possui cerca de 2.000 seguidores.
Ele conta que para ter uma boa comunicação com seus seguidores, aposta na apresentação do seu perfil, como uma vitrine, onde compartilha fotos pessoais e de trabalhos já realizados por ele. Vinicius conta também que no início do período pandêmico, em meados de março, a interatividade com seu público aumentou porque a maioria das pessoas passaram a usar as redes sociais com mais frequência, porém a comunicação foi perdendo força com o tempo. “Na minha visão, agora as coisas estão voltando mais ao normal’’, comenta.
Como forma de manter o engajamento durante a pandemia, Vinicius relata que foi convidado para participar de um grupo online onde outras pessoas que também trabalham no ramo musical se apoiam dando audiência e visibilidade nas redes sociais. “Um amigo me convidou para participar de um grupo onde há 80 pessoas que interagem sobre a profissão de DJ, de todo o Brasil, inclusive com grandes nomes. Então, os integrantes do grupo devem curtir, salvar e compartilhar as postagens um do outro para garantir o engajamento. Eu acho que isso tá me ajudando agora no final’’, explica.
Ainda com relação a comunicação nas redes sociais, o estudante afirma que houve um aumento significativo da disseminação de informações na internet, que fez com que as notícias falsas também aumentassem. Para ele, é necessário um maior cuidado por parte das pessoas que compartilham conteúdos na internet, a fim de manter uma relação benéfica para todos no mundo virtual.
Júlia Emanuelli, 17 anos, que também finalizou o ensino médio em 2020, criou uma conta no Instagram com intuito de divulgar um trabalho pessoal. Em 2017, começou a publicar as maquiagens que produzia. Porém, o perfil @juliaastt cresceu, e hoje conta mais de dez mil seguidores. Os assuntos também ampliaram, e, atualmente, Júlia elabora conteúdo sobre autocuidado, autoestima e moda.
A estudante afirma que a partir do perfil no Instagram foi possível desenvolver habilidades comunicativas, como a fala e a escuta. Apesar da insegurança no início, Júlia passou a entender que se as pessoas estão dispostas a ouvir e a interagir, então, ela deve continuar nesse caminho e utilizar a voz que tem nas redes sociais para promover algo positivo.
Além disso, Júlia também declara que para transmitir uma mensagem precisa de uma ponte: “A comunicação e o diálogo são as bases de tudo, seja nos relacionamentos pessoais ou com o público do Instagram”, aponta a estudante. Júlia ainda entende que as plataformas digitais possibilitam e facilitam essa comunicação, assim como, são capazes de ampliar o conhecimento.
Stéphane Powakzuk, mais conhecida como Teka, é jornalista e trabalha com redes sociais há oito anos. A trajetória como Digital Influencer começou quando participou de um concurso de beleza plus size. A partir desse momento, Teka, que sempre compartilhou dicas de moda, beleza, e mais recentemente saúde, ganhou seguidores e conseguiu parcerias com várias marcas. “Meu objetivo é inspirar mulheres para que elas não deixem que o peso seja um fator determinante para a felicidade”, relata Teka. Hoje, o perfil da jornalista @tekapowaczuk conta com mais de 19 mil seguidores.
O percurso de Teka como Influencer acompanhou a evolução das redes sociais. Antes do Instagram, ela já produzia conteúdo para blog, fotolog e fanpage e afirma que o curso de Jornalismo foi fundamental nesse caminho. Para Teka, as disciplinas práticas do curso, assim como, o trabalho com a Rádio foram essenciais para desenvolver habilidades comunicacionais nas redes sociais.
Além disso, a jornalista sempre procurou se manter atualizada sobre as redes sociais, tanto por meio do estudo do plataforma do Instagram, quanto pela realização de um MBA em Mídias Sociais. Teka entende que para expandir um perfil no Instagram é necessário fazer pesquisas para compreender os nichos e o público-alvo. Por fim, deixa um conselho: “Sejam verdadeiros. Estudar os conteúdos e pensar o que você quer oferecer para o público é uma forma inteligente para crescer, e demanda muita dedicação!”.
Texto produzido pelos acadêmicos de Jornalismo Gianmarco de Vargas, Laura Gomes e Lavignea Witt.