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A Identidade Cultural de Porto Alegre pelo olhar de Arthur de Faria

Um compilado de informações importantes para a formação de Porto Alegre com ênfase em seus desafios políticos, morais e culturais através da música, recupera a história e as características da identidade da cidade. Esse é o conteúdo do segundo livro de uma série de obras sobre a música porto-alegrense, chamado Porto Alegre: Uma biografia musical, que recupera a história e as características da identidade da capital. Foramde três décadas de pesquisas do músico, jornalista e escritor Arthur de Faria. Que tem com foco, neste volume, na música popular da época.

Gérson Werlang, músico, compositor e professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) mediou a conversa com Arthur de Faria no Livro Livre
Fotografia: Ana Cecília Montedo

Doutor em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com tese sobre Lupicínio Rodrigues, recentemente no evento Livro Livre, na 51ª Feira do Livro de Santa Maria, Arthur contou sobre suas obras e como foi crescer em Gravataí, na companhia dos pais, que inspiraram essa paixão pela música popular brasileira. Por outro lado, a veia de jornalista o ajudou a buscar todas as informações necessárias para reescrever a história da capital e sintetizá-la em 320 páginas.
Ao ler Porto Alegre: Uma biografia musical, o escritor traz à tona um protagonismo de pessoas pretas na construção da identidade cultural da capital porto-alegrense. Segundo as pesquisas de Arthur, em 1872, por exemplo, 1 um terço da população de Porto Alegre era negra, incluindo um príncipe, Babalorixá Africano, muito respeitado, que chegou no início do século XX, aconselhando nomes como Borges de Medeiros. 

E não foi diferente na cena musical. Até o ano de 1960, o autor afirma que o protagonismo artístico da capital era 80% preto. Em sua fala, ele ainda lembra de Ilhota, uma comunidade de pessoas negras numa área central da cidade, onde viviam muitos artistas de classe média-baixa. Era um lugar frequentado por todos que buscavam entretenimento e que foi apagada após uma movimentação política e econômica. Ela situava-se onde hoje estão as Vilas: Lupicínio, Renascença I e Renascença II, e foi o local que revelou o grande cantor e compositor brasileiro, Lupicínio Rodrigues.

A obra  de Faria retrata e eterniza a identidade de uma cidade através de outros olhos. Com foco em representações artísticas e musicais, mostra como a arte, mais precisamente a música e a dança, influenciaram na construção política e na formação da sociedade que viria a ser a nossa capital gaúcha. Arthur frisa em seu livro sobre uma “fantasia européia” que habita nos gaúchos, trazendo dados que confirmam que Porto Alegre tem uma história muito maior do que estamos acostumados a ouvir, propondo reflexões sobre os motivos desse protagonismo ter diminuído. Em entrevista para a Zero Hora, ele enfatiza que muitos artistas dessa época foram apagados ou esquecidos, abordando até um o impacto da Segunda Guerra Mundial na música do estado. O livro revive, a cada capítulo, nomes que marcaram cada época, como Paulo Coelho, Octávio Dutra e Chiquinho do Acordeon. O autor afirma que os leitores sentirão falta de dois nomes muito importantes, como Lupicínio Rodrigues e Radamés Gnatalli, isso porque Lupicínio: Uma Biografia Musical foi lançado como 3º terceiro livro da série e a obra de Radamés já está programada para ser um dos próximos lançamentos.

Texto produzido por Ana Cecília Montedo na disciplina de Produção da Notícia, sob supervisão da professora Neli Mombelli, durante o segundo semestre de 2024.

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Um compilado de informações importantes para a formação de Porto Alegre com ênfase em seus desafios políticos, morais e culturais através da música, recupera a história e as características da identidade da cidade. Esse é o conteúdo do segundo livro de uma série de obras sobre a música porto-alegrense, chamado Porto Alegre: Uma biografia musical, que recupera a história e as características da identidade da capital. Foramde três décadas de pesquisas do músico, jornalista e escritor Arthur de Faria. Que tem com foco, neste volume, na música popular da época.

Gérson Werlang, músico, compositor e professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) mediou a conversa com Arthur de Faria no Livro Livre
Fotografia: Ana Cecília Montedo

Doutor em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com tese sobre Lupicínio Rodrigues, recentemente no evento Livro Livre, na 51ª Feira do Livro de Santa Maria, Arthur contou sobre suas obras e como foi crescer em Gravataí, na companhia dos pais, que inspiraram essa paixão pela música popular brasileira. Por outro lado, a veia de jornalista o ajudou a buscar todas as informações necessárias para reescrever a história da capital e sintetizá-la em 320 páginas.
Ao ler Porto Alegre: Uma biografia musical, o escritor traz à tona um protagonismo de pessoas pretas na construção da identidade cultural da capital porto-alegrense. Segundo as pesquisas de Arthur, em 1872, por exemplo, 1 um terço da população de Porto Alegre era negra, incluindo um príncipe, Babalorixá Africano, muito respeitado, que chegou no início do século XX, aconselhando nomes como Borges de Medeiros. 

E não foi diferente na cena musical. Até o ano de 1960, o autor afirma que o protagonismo artístico da capital era 80% preto. Em sua fala, ele ainda lembra de Ilhota, uma comunidade de pessoas negras numa área central da cidade, onde viviam muitos artistas de classe média-baixa. Era um lugar frequentado por todos que buscavam entretenimento e que foi apagada após uma movimentação política e econômica. Ela situava-se onde hoje estão as Vilas: Lupicínio, Renascença I e Renascença II, e foi o local que revelou o grande cantor e compositor brasileiro, Lupicínio Rodrigues.

A obra  de Faria retrata e eterniza a identidade de uma cidade através de outros olhos. Com foco em representações artísticas e musicais, mostra como a arte, mais precisamente a música e a dança, influenciaram na construção política e na formação da sociedade que viria a ser a nossa capital gaúcha. Arthur frisa em seu livro sobre uma “fantasia européia” que habita nos gaúchos, trazendo dados que confirmam que Porto Alegre tem uma história muito maior do que estamos acostumados a ouvir, propondo reflexões sobre os motivos desse protagonismo ter diminuído. Em entrevista para a Zero Hora, ele enfatiza que muitos artistas dessa época foram apagados ou esquecidos, abordando até um o impacto da Segunda Guerra Mundial na música do estado. O livro revive, a cada capítulo, nomes que marcaram cada época, como Paulo Coelho, Octávio Dutra e Chiquinho do Acordeon. O autor afirma que os leitores sentirão falta de dois nomes muito importantes, como Lupicínio Rodrigues e Radamés Gnatalli, isso porque Lupicínio: Uma Biografia Musical foi lançado como 3º terceiro livro da série e a obra de Radamés já está programada para ser um dos próximos lançamentos.

Texto produzido por Ana Cecília Montedo na disciplina de Produção da Notícia, sob supervisão da professora Neli Mombelli, durante o segundo semestre de 2024.