O anúncio de protestos marcados em diversas regiões do país para este domingo, 15, tem como foco principal a destituição da presidente Dilma Rousseff do cargo via impeachment, e gera mobilizações e tensionamentos diversos. Santa Maria não está fora desse circuito.
A ACS quis saber o que pensam os santa-marienses e, numa metodologia que consiste em perguntas diretas, entrevistou nas ruas e no espaço das redes sociais um público diversificado. Eles responderam às seguintes questões: és favorável ao protesto de amanhã? Vais participar? Se sim, por que? Se não, por que? As respostas de quem quis se manifestar foram publicadas na íntegra.
“Não é uma questão de ser favorável ou não. Estamos numa democracia e todas as manifestações são legítimas. Não participarei porque é um protesto pedindo o impeachment. Entendo que não há indícios, até o presente momento, para o impeachment de Dilma. Acho que deveria ser um protesto nos moldes de junho de 2013.” Athos Ronaldo Miralha, bancário, avaliador de penhores na CEF.
” Sim, sou totalmente a favor ao protesto, vou participar sim. Por que? Para mostrar a minha indignação contra esta corrupção , mentiras, enganação, etc.” Maria da Graça Cabral, funcionária pública aposentada.
“Não, pois não defendem o Brasil democrático, soberano e independente o qual todos presidentes juram na sua posse. O que temos no país nesse momento é uma crise econômica, não tão grave quanto os grandes grupos de mídia imprimem à sociedade, que espalham, aos quatro ventos, falácias. O atual governo errou em diversas áreas, contudo, o que há agora é um movimento apocalíptico, negando todos os progressos em que o país passou nos últimos 12 anos…” Rômulo Cattani, estudante de Direito da Unifra.
“Não vou participar porque acho que a presidente foi eleita e precisa do auxílio de todos os brasileiros para governar.” Eleni Bisognin. Professora aposentada da UFSM e professora na Unifra.
“Não iria no protesto, porque as pessoas que estão liderando este protesto não representam o povo, não representam a minoria a classe baixa os que foram contemplados e privilegiados pelo governo. O pessoal que está organizando este protesto não me representa..” Poliana da Costa Marques, estudante de Nutrição da Unifra.
“Sou a favor do povo se manifestar pacificamente, contra esta situação que está se tornando insustentável.” Izaura Borges, professora aposentada.
“Eu não iria, porque eu entendo que a manifestação é um pouco equivocada. Eu entendo que o país precisa de reforma sim. O Brasil precisa de energia na luta contra a corrupção, mas o enfoque dado a manifestação do dia 15 não é exatamente a forma como eu imagino que deva ser.” Sione Gomes, jornalista, coordenadora do curso de Jornalismo da Unifra.
“Não concordo com o protesto de amanhã. Não participo de golpe contra a democracia e porque ele está sendo organizado em base ao ódio. Acredito que é um embate ideológico de uma elite dominante que não suporta a ideia das pessoas menos favorecidas saírem da condição de miserabilidade absoluta em que viviam. Sei que há problemas no governo que precisam ser solucionados. O Brasil teve grandes avanços sociais e tem muito a fazer ainda. Pela primeira vez eu vi corrupto indo para a cadeia. Por estas razões, entre outras, não participarei deste protesto de ideologia burguesa embasado no ódio e disputa de poder enquanto classe. ” Lúcia Magalhães Fagundes, psicóloga.
“Sou favorável mas não irei participar pela onda de violência na cidade, e por acreditar que irá ter grupos antagônicos nas ruas.” Rodrigo Lorenzi, acadêmico de jornalismo na Unifra
“Todos movimentos são democráticos, justos e devem ser feitos dentro de uma ordem, dentro de uma logica de respeito, diversidades, respeito à liberdade de pensamentos. Esperamos que esse protesto de domingo ocorra da melhor maneira possível, sem danos ao patrimônio publico e ao patrimônio privado. Em termos gerais, fica muito difícil, institucionalmente, dizer que se vai ou não no protesto, se apoia ou não, porque ele é um protesto individual, onde é convocado cada individuo e não as instituições. Então, creio que cada um tem o livre arbítrio de saber o que é melhor para si, conforme seus interesses pessoais e políticos. É um momento de manifestação e eu entendo que não deve ser partidarizado. Se fores perguntar se o Carlos Spall vai? Ele não vai.” Carlos Spall, assessor de imprensa da reitoria do Centro Universitário Franciscano.
“Pelo ato de cidadania, sou a favor mas não vou participar. Não tenho um motivo em particular.” Lucas Schneider, acadêmico de Jornalismo da Unifra.
“Sou apolítico , nunca me envolvo nessas questões. Mas quanto à manifestação de amanhã sou favorável, pois o povo está descontente e isso é notório. Não há como mascarar a situação. Só não vou participar da manifestação.” Jayme Filho, diretor de cinema.
Com a colaboração de Maurício Serra, Rubi R. Pires e Victoria Debortoli.