A terceira edição da feira itinerante Tendéu, que acontece no Boteco do Rosário, bairro Nossa Senhora do Rosário, atraiu novos artistas e vendedores nessa sexta-feira, 28. Organizado por Luciana Minuzi, da página Contos de Obscurecer, em parceria com A Hora do Terror, conta que a montagem do evento é coletiva, todos que expõem ajudam a organizar e contribuem de alguma forma. Ela tem uma página de produção literária autoral, e vende livros em feiras, inclusive, no Tendéu. “Temos de 10 a 15 bancas, que vêm expor seus produtos aqui (na feira), entre artistas, artesãos, músicos. Quem quiser participar com sua banca pode se inscrever no formulário de inscrição que é aberto dias antes do evento”, explica Luciana. A ideia partiu da escritora porque ela conhece inúmeras pessoas que produzem e não têm onde mostrar seu trabalho. É sua forma de possibilitar uma exposição cultural e contribuir para a produção autoral na cidade. Ela não recebe nenhum patrocínio.
Alguns vendedores estão pela primeira vez na feira, como é o caso da Amanda Lima, que faz as trufas de Halloween. Ela faz os doces para vender e poder comprar materiais de pintura em telas, que é sua paixão, segundo a estudante. “Nunca vendi nem expus em nenhum lugar, e a feira me possibilitou isso, como dá oportunidade para muitos artistas mostrarem seu trabalho”, comenta. Ela diz que não é um evento seletivo, sempre tem algo interessante e diferenciado. As artes são variáveis. Amanda quer fazer Artes Plásticas e trabalhar com ilustrações, pinturas.
A dupla Eduardo Furlan, estudante de Letras na UFSM, e Eduarda Amaral, vestibulanda – ela quer cursar Artes Visuais, vendem seus cadernos há dois anos. Eles mesmos fazem os produtos, a encadernação, costura, pintura, a colagem de imagens, tudo à mão. Na primeira página de cada scrapbook há um poema autoral de Eduardo. A página FolkBooks é usada para divulgar o trabalho dos acadêmicos e também mostrar outras artes inspiradoras. Eles participam do Brique da Vila Belga e outras exposições. Eduardo considera importante a promoção dessas feiras culturais, para dar espaço aos artesãos e fomentar o mercado autoral. “Não há tantas iniciativas assim em Santa Maria, as pessoas são muito paradas, e quando há eventos assim, feitos por quem corre atrás, precisamos valorizar”, afirma. Para ele, feiras e encontros culturais combatem a manipulação e nos tiram do nosso mundo de conforto, nos coloca em contato com outras realidades. É um forma de fazer política, também.
Não há data programada para o próximo Tendéu, mas você pode acompanhar as informações na página do Facebook.