Na tarde desta quarta-feira, 1 de novembro, o curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano recebeu a visita de alunos da Escola Estadual Paulo Freire. Os estudantes participam de projetos vinculados às disciplinas de Projeto de Extensão em Comunicação em Comunitária I e II, do curso de Jornalismo da Unifra, e desenvolvidos na escola que é voltada à crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
Na Unifra, os jovens conheceram os laboratórios de comunicação, observaram as rotinas produtivas da Agência Central Sul, do Laboratório de Produção Audiovisual, a RádioWeb e a TV Unifra e participaram de atividades na área da comunicação.
Para a diretora da escola Paulo Freire, Ana Izabel Nunes Santos, os alunos da escola enfrentam muita timidez,” mas a oportunidade que eles estão tendo no dia de hoje é especial. As pessoas normalmente, não estão nem ai para eles ou ficam olhando de canto. O projeto tem feito muita diferença, pois os acadêmicos foram até a escola, brincaram com eles, coisa que as pessoas não fazem e nem nunca fizeram por eles”, afirma.
A acadêmica de Jornalismo e integrante do projeto, Luana Rodrigues, vê a ação como uma forma de conhecer a realidade das comunidades e suas diferenças. E, muito mais do que isso, ter uma visão diferente do mundo ao qual está habituada. “Muitas vezes, a gente olha as pessoas e julga, mas não conhece a realidade, a história delas, principalmente, a dos que vivem em situação de vulnerabilidade. Porém, quando estamos vendo como é a vida deles e tudo pelo qual eles já passaram – e ver que mesmo assim, eles estão dispostos a aprender -, mudamos a nossa visão.”
Ação-participante
Durante este segundo semestre letivo, semanalmente, as equipes de acadêmicos envolvidos no projeto se deslocam até a escola Paulo Freire em diferentes períodos para trabalharem junto aos alunos. São desenvolvidas atividades como oficinas de informática, leituras e produção de texto com foco na produção de jornal para a escola, gravações para o audiovisual. Para além das questões técnicas, as atividades envolvem jogos entre os alunos, refeições compartilhadas, vivências que fortalecem as relações interpessoais. Além disso, permite novas visões de um mesmo mundo.
Para a professora orientadora do projeto, Rosana Cabral Zucolo, o trabalho desenvolvido para além da academia e da sala de aula, faz com que os estudantes saiam das suas zonas de conforto e mergulhem em realidades diversas que exigem uma percepção mais aguçada. Trata-se, segundo ela, de um exercício indispensável à construção da cidadania e sensibilização ao trato com o outro socialmente distinto. Ao mesmo tempo, permite que esse outro vislumbre alternativas até então, invisibilizadas.