Todos conhecem as pesquisas que são informadas pelos veículos de comunicação. Mas você já se perguntou de que maneira as pesquisas chegam a estes números, quantas pessoas foram entrevistadas para isso, e quais critérios levados em consideração para a entrevista dessas pessoas? Para entendermos essa medição, utilizamos dados do IBOPE, órgão responsável pela realização das pesquisas eleitorais.
Como são feitas essas pesquisas?
É importante saber que as pesquisas eleitorais não são feitas somente no período das eleições. De tempos em tempos, são feitas pesquisas sobre a popularidade de candidatos e partidos. No período eleitoral essas avaliações são mais frequentes.
As pesquisas ajudam aos partidos políticos a avaliarem o desempenho das suas campanhas e auxiliam o eleitor a analisar as chances de seu candidato vencer nas eleições. Diferente de um censo, onde toda uma população é ouvida, as pesquisas eleitorais são realizadas levando em conta uma amostragem, isto é, um grupo de pessoas que representará toda a população.
As pessoas escolhidas para compor esse grupo são selecionadas levando em conta características que representam o conjunto de todos os eleitores. Estas características podem ser idade, gênero, escolaridade, distribuição de renda, entre muitos outros. A localidade costuma ser um fator muito importante. Não existe um número exato de pessoas entrevistadas.
O perfil dos eleitores que responderam à pesquisa é selecionado a partir de um banco de dados. As principais fontes utilizadas para essa coleta são o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Justiça Eleitoral.
Margem de Erro
Ainda que as pesquisas sejam feitas com vários critérios, dados confiáveis e a supervisão de um estatístico, elas não se baseiam em valores absolutos, mas, sim, em estimativas. Além disso, a validade dessas pesquisas depende da opinião pública, que varia constantemente.
A margem de erro é o índice que determina a estimativa máxima de erro que o resultado de uma pesquisa pode ter. Ela também determina quantas pessoas deverão ser entrevistadas. Quanto mais pessoas forem ouvidas, menos a margem de erro. A única maneira de uma pesquisa não apresentar margem de erro é com a realização de um censo, em que toda a população seja entrevistada.
Eleições 2018
Para as eleições de 2018, as pesquisas de intenção de voto para presidente tem evidenciado as oscilações contextuais da conjuntura brasileira. Nos dias 17 e 19 de agosto de 2018 foi realizada a última pesquisa eleitoral antes do fim do prazo para a candidatura oficial. A margem de erro estimada pelo IBOPE é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. Para isso, foram entrevistados 2.002 votantes. O nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral. A pesquisa foi realizada apresentando dois cenários diferentes. Um, se o ex Presidente Luís Inácio Lula da Silva, do PT, pudesse concorrer oficialmente à presidência e, outro, em que Fernando Haddad aparecia como opção do partido.
No cenário com Lula, ele estava à frente das pesquisas com 37%, seguido por Jair Bolsonaro com 18%. Já, no cenário com Haddad, quem lidera as pesquisas é Jair Bolsonaro com 20%, seguido por Marina Silva com 12% das intenções de voto.
E, em outro cenário, os entrevistados foram questionados apenas em quem pretendiam votar, sem serem apresentados a nomes de candidatos; essa é a chamada Pesquisa Espontânea. Nessa pesquisa, Lula lidera com 28%, seguido por Bolsonaro com 15% das intenções de voto.
Pesquisas recentes
Uma pesquisa recente feita durante os dias 08 e 10 de setembro revelou que Jair Bolsonaro cresce 4 pontos percentuais e vai a 26% das intenções voto. Ciro Gomes oscila e tem 11%. A candidata Marina Silva oscila negativamente para 9%. Geraldo Alckmin tem 9%, Fernando Haddad oscila dentro da margem de erro da pesquisa e atinge 13% das intenções de voto.
Estes quatro candidatos aparecem tecnicamente empatados considerando a margem de erro. Os demais candidatos, variam de 0% até 3% das intenções de voto. Intenções de voto em branco ou nulo caíram e agora oscilam para 19%. Aqueles que não sabem ou não respondem se mantêm em 7%.
Reportagem da acadêmica Gabriele Braga produzida para a Disciplina de Jornalismo Investigativo, durante o segundo semestre de 2018, sob orientação da professora Carla Torres.