Nesta semana em que se sucede à Páscoa, a população de Santa Maria conta com mais uma opção de compras. Nas praças Saldanha Marinho e Saturnino de Brito está sendo realizado o Feirão de Páscoa que vai até amanhã, 18. O funcionamento é das 8h até às 18h . A feira é organizada pelo Projeto Esperança/Cooesperança e durante esses dias conta com a participação de cerca de 40 barraquinhas com variados produtos como artesanato, floricultura, produtos coloniais e, em virtude da data, alguns produtores realizam a venda de peixe frito.
O Feirão de Páscoa é realizado há 30 anos e exige todo um processo para que possa funcionar. A coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança, Irmã Lourdes Dill, explica que, primeiramente, existe uma avaliação para que o produtor possa expor seus produtos em locais como a praça, pois, segundo ela, é um local onde possui muita visibilidade e, por isso, o produtor precisa ter certas táticas e conhecimentos em relação a esse tipo de trabalho. O funcionamento do Feirão de Páscoa envolveu diversos esforços, uma vez que, conforme Irmã Lourdes, apesar do município ceder o espaço, existem custos e taxas que devem ser bancados pelos produtores, por isso é preciso que haja acordos e conversações para que fique bom para todos: “tudo esse envolvimento é fundamental para que se entenda a importância do cooperativismo e da organização”, ressalta ela.
Leila Terezinha Santos, 65 anos, é bibliotecária aposentada e juntamente de seu esposo produz alguns alimentos e os expõem nas feiras. Durante o Feirão da Páscoa ela está trabalhando na praça Saldanha Marinho. Leila já está há 6 anos no projeto e fala que em tempos atuais, com todos os problemas financeiros, ações como essa promovem um ganho tanto para produtor, que tem o seu espaço de comercialização, quanto para o público, que tem opções de compra. “A feira é muito importante, pois metade dos produtores aqui possui somente esta renda. Estar aqui gera muita visibilidade tanto para nós quanto para Santa Maria, que recebe tantos visitantes de variadas classes sociais”, comenta a feirante. Na praça Saturnino de Brito está Edisiane Papalia, 36 anos, formada em Administração e feirante. Edisiane participa do projeto desde 2015 e fala que esse trabalho é a fonte de renda de todos ali. “A feira ajuda, na realidade, ao pequeno produtor e é importante porque, talvez, se não fosse pela feira, alguns não sobreviveriam apenas com as vendas por fora”, diz a trabalhadora.
O projeto Esperança/Cooesperança realiza várias feiras em diversos locais durante o ano. A maior delas é a Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop), que será de 11 a 14 de julho. “Eu trabalho há 32 anos nesse projeto, é um projeto muito bonito, fui designada a desenvolve-lo e me sinto realizada em saber que uma multidão de pessoas é beneficiada por esse trabalho, conclui a Irmã Lourdes Dill.
Desenvolvido pelo Banco da Esperança da Diocese de Santa Maria, integrado à Cáritas Regional – RS, o projeto Esperança/Cooesperança teve lançada a sua primeira semente em 1985, quando foram criados os primeiros projetos alternativos comunitários, derivando o Projeto Esperança em 1987. Ao articular e congregar experiências de economia popular do meio urbano e rural , a proposta, ao longo dos anos, tem se construído a partir do associativismo e do trabalho baseados na solidariedade, na autogestão, na inclusão social e na sustentabilidade. Produtores e pessoas que cada vez mais se conscientizam sobre o seu consumo compreendem este espaço como a possibilidade de formação de sujeitos e de exercício pleno da cidadania.