Para diversas equipes, cada etapa, desde a confecção dos uniformes até o dinheiro para despesas do campeonato são difíceis. Apesar de todas dificuldades, o futebol amador luta bravamente para se manter e alimentar a paixão de milhares de torcedores das comunidades, que se distraem e estreitam laços de amizade. Apesar de toda sua importância, as equipes do futebol amador, em sua maioria, passam por muitas dificuldades.
Uma pessoa que contribui para sobrevivência do futebol amador é Pedro Borges, 44 anos. Nasceu no interior de São Martinho da Serra, no Rincão dos Trindades. Mas com 11 anos se transferiu, juntamente com sua família para o centro da cidade. Foi a partir disso que começou a jogar como zagueiro no Sete de Setembro, time de futebol amador, com 88 anos de história.
Em 1992, foi aberto um edital convocando os sócios e também a comunidade para a eleição da nova mesa diretora. A maioria do pessoal que estava ali queria somente ajudar a equipe, mas não um compromisso. Após muitas discussões de quem seria o novo presidente, Bida como é popularmente conhecido pelos familiares e amigos, resolveu se candidatar e foi eleito, estando há 27 anos no comando do único clube de futebol amador na cidade.
Logo que assumiu, acumulou as funções de presidente e treinador, conquistando um vice-campeonato na Copa Três Cidades e ano seguinte, na mesma competição, se consagrou campeão. Ele conta que no final da década de 90 foram de caminhão boiadeiro a Dilermando de Aguiar, jogar um amistoso. E que também, já saíram a pé para várias localidades dentro do próprio município.
O futebol amador envolve famílias, amigos, comunidades inteiras. Além disso, como toda modalidade esportiva, auxilia na promoção do corpo e da mente e também, serve como instrumento de orientação social. Foi com essa ideia que Bida, quando esteve à frente da Secretaria de Esportes criou, em 2009, o projeto Pés no Esporte, que trabalha com crianças de 6 até jovens de 18 anos. “O projeto tem uma importância na vida das crianças pelo fato delas vivenciarem momentos de aprendizagem, dessa forma utilizamos o futebol como ferramenta de educação, onde eles aprendem a respeitar os colegas, respeitar as regras e terem disciplina”, explica a coordenadora do projeto, Jéssica Trindade
Pedro Borges é respeitado na cidade por sua colaboração ao esporte. “Não tenho como descrever o quanto ele é importante para nós (atletas) representantes dessa cidade. Só tenho a agradecer”, comenta o jovem lateral-esquerdo do Sete de Setembro, Bernardo Boemo.
*Reportagem de Matheus Beck, para a disciplina de Jornalismo II (2018), do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN), sob orientação do professor Bebeto Badke