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Ex-reitora da UFRGS fala sobre o valor da indignação na sociedade e na pesquisa

Wrana Panizzi na abertura do III SIC na Unifra. Foto: Rodrigo Ledel. Laboratório Fotografia e Memória.

Com mais de 140 trabalhos inscritos, a terceira edição do III Salão de Iniciação Científica (SIC) da Unifra ultrapassou os números dos primeiros anos.  A presença da professora doutora Wrana Maria Panizzi, marcou a conferência de abertura, realizada na manhã desta quarta-feira, 16.

A palestra lotou o Salão de Atos da instituição, no Conjunto I, e prendeu a atenção dos acadêmicos ao longo das quase duas horas de diálogo. Iniciação científica na carreira e formação profissional foi a temática explanada pela ex-reitora da UFGRS. Direta e confiante em sua fala, a pesquisadora aproveitou o momento para discorrer sobre os caminhos da educação, a carência do “pensar acadêmico” e a necessidade de incentivar a pesquisa.

Conhecimento e pesquisa acadêmica exigem longo prazo – Uma das questões  levantadas pela convidada é a ausência de participação na produção de projetos que deixa de agregar o rigor da sensibilidade, da razão e do conhecimento.  “Nós precisamos voltar a pensar. Esse é o maior desafio da universidade”, elucida. Daí a importância da iniciação científica, cujo intuito, na visão de Wrana Panizzi, se dá, principalmente, pelo domínio do conhecimento social e intelectual, concomitantemente. “Vai além do preenchimento do currículo lattes”, argumenta.

A pesquisa torna-se prazerosa quando os alunos entendem que sua produção ocorre em longo prazo. O predomínio do efêmero na contemporaneidade é prejudicial na opinião da professora. “Não desfaço, mas quero que a gente pense, ouse. É preciso paciência para fazer pesquisa, e isso os alunos não têm”.

Paciência, prazo, observação e alerta são chave na pesquisa – Ao mesmo tempo em que pesquisa exige planejamento, trabalho e paciência, em função do rigor; é necessário estar sempre alerta para os novos conceitos de conhecimento surgem a toda hora. A globalização e a internacionalização são duas palavras-chaves que devem estar inseridas na conduta do pesquisador. No entendimento de Wrana, não há como definir uma problemática sem tomar conhecimento do que acontece no mundo. “A homogeneização nos torna similares – desde a forma de vestir até a forma de pensar. Esta última é a pior delas e não pode mais acontecer”.

“O silêncio do politicamente-correto nos deixa surdos. Ele é falso” – A sociedade precisa de cidadãos que se indignem para prosperar e também para a configuração da ciência. “Hoje nos calamos diante de uma série de acontecimentos. Para produzir conhecimento, é preciso lidar com o imaginário da ciência. Na universidade ainda é difícil transpor barreiras, inovar de maneira ousada”, lamenta Panizzi.

A insatisfação com os parâmetros da educação na sociedade brasileira foi o primeiro tema a ser abordado. Na visão da pesquisadora, os projetos pedagógicos acadêmicos dos docentes estão esgotados. E não somente no Rio Grande do Sul, mas no mundo como um todo. “A insatisfação se dá por lacunas de informação. Se quisermos uma educação qualificada precisamos brigar por condição de acesso”.

A pesquisa não só é um campo a ser seguido, mas também uma atividade de alto teor educacional para ser desenvolvida dentro da Academia. “O conhecimento modifica outros setores. Indivíduos ativos provocam a competitividade necessária e saudável”, completa a ex-reitora da UFRGS.

Com a finalidade de incentivar a discussão e a pesquisa na graduação, o SIC acontece acontece até às 19 horas desta quinta-feira, dia 18.

Por Natalia Apoitia

Leia mais em: Unifra: III SIC reúne alunos pesquisadores

 

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Wrana Panizzi na abertura do III SIC na Unifra. Foto: Rodrigo Ledel. Laboratório Fotografia e Memória.

Com mais de 140 trabalhos inscritos, a terceira edição do III Salão de Iniciação Científica (SIC) da Unifra ultrapassou os números dos primeiros anos.  A presença da professora doutora Wrana Maria Panizzi, marcou a conferência de abertura, realizada na manhã desta quarta-feira, 16.

A palestra lotou o Salão de Atos da instituição, no Conjunto I, e prendeu a atenção dos acadêmicos ao longo das quase duas horas de diálogo. Iniciação científica na carreira e formação profissional foi a temática explanada pela ex-reitora da UFGRS. Direta e confiante em sua fala, a pesquisadora aproveitou o momento para discorrer sobre os caminhos da educação, a carência do “pensar acadêmico” e a necessidade de incentivar a pesquisa.

Conhecimento e pesquisa acadêmica exigem longo prazo – Uma das questões  levantadas pela convidada é a ausência de participação na produção de projetos que deixa de agregar o rigor da sensibilidade, da razão e do conhecimento.  “Nós precisamos voltar a pensar. Esse é o maior desafio da universidade”, elucida. Daí a importância da iniciação científica, cujo intuito, na visão de Wrana Panizzi, se dá, principalmente, pelo domínio do conhecimento social e intelectual, concomitantemente. “Vai além do preenchimento do currículo lattes”, argumenta.

A pesquisa torna-se prazerosa quando os alunos entendem que sua produção ocorre em longo prazo. O predomínio do efêmero na contemporaneidade é prejudicial na opinião da professora. “Não desfaço, mas quero que a gente pense, ouse. É preciso paciência para fazer pesquisa, e isso os alunos não têm”.

Paciência, prazo, observação e alerta são chave na pesquisa – Ao mesmo tempo em que pesquisa exige planejamento, trabalho e paciência, em função do rigor; é necessário estar sempre alerta para os novos conceitos de conhecimento surgem a toda hora. A globalização e a internacionalização são duas palavras-chaves que devem estar inseridas na conduta do pesquisador. No entendimento de Wrana, não há como definir uma problemática sem tomar conhecimento do que acontece no mundo. “A homogeneização nos torna similares – desde a forma de vestir até a forma de pensar. Esta última é a pior delas e não pode mais acontecer”.

“O silêncio do politicamente-correto nos deixa surdos. Ele é falso” – A sociedade precisa de cidadãos que se indignem para prosperar e também para a configuração da ciência. “Hoje nos calamos diante de uma série de acontecimentos. Para produzir conhecimento, é preciso lidar com o imaginário da ciência. Na universidade ainda é difícil transpor barreiras, inovar de maneira ousada”, lamenta Panizzi.

A insatisfação com os parâmetros da educação na sociedade brasileira foi o primeiro tema a ser abordado. Na visão da pesquisadora, os projetos pedagógicos acadêmicos dos docentes estão esgotados. E não somente no Rio Grande do Sul, mas no mundo como um todo. “A insatisfação se dá por lacunas de informação. Se quisermos uma educação qualificada precisamos brigar por condição de acesso”.

A pesquisa não só é um campo a ser seguido, mas também uma atividade de alto teor educacional para ser desenvolvida dentro da Academia. “O conhecimento modifica outros setores. Indivíduos ativos provocam a competitividade necessária e saudável”, completa a ex-reitora da UFRGS.

Com a finalidade de incentivar a discussão e a pesquisa na graduação, o SIC acontece acontece até às 19 horas desta quinta-feira, dia 18.

Por Natalia Apoitia

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