



A Agência CentralSul de Notícias faz parte do Laboratório de Jornalismo Impresso e Online do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN) em Santa Maria/RS (Brasil).

Na última terça-feira, 14 de outubro, o Museu Franciscano: História e Cultura foi inaugurado em um novo espaço. Antes situado junto ao Convento São Francisco, o museu foi reorganizado e reaberto agora na Avenida Rio Branco, 454, uma das ruas históricas de Santa Maria.
Na década de 1990, o local onde hoje está instalado o museu pertencia à senhora Carmem Fernandes Bicca e funcionava como um pensionato para mulheres que vinham estudar no município. Em 2009, a casa foi doada às Irmãs Franciscanas. Após reformas, ampliações e um cuidadoso planejamento, o espaço foi reaberto como a nova sede do Museu Franciscano. Com a instalação do museu, o local ganha um novo significado, construído a partir das memórias das Irmãs Franciscanas.
A Congregação das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã foi fundada em 1835, na Holanda, e chegou a Santa Maria em 1903. A coleção de objetos do museu começou a ser formada em 1972, quando a missionária alemã Madre Elenara Vogel organizou os itens históricos da Província e da Congregação e teve a iniciativa de preservá-los. Essa atitude impulsionou a constituição de um acervo sacro-religioso que, em 2007, resultou na criação do Museu Histórico e Cultural das Irmãs Franciscanas (MHIF).

O acervo possui imagens sacras, objetos litúrgicos, paramentos religiosos, instrumentos musicais, peças do cotidiano das Irmãs Franciscanas, lembranças de viagens ao redor do mundo, coleções numismáticas e filatélicas, além de representações das áreas da saúde e da educação.
Para a Irmã Iraní Rupolo, diretora do Museu Franciscano e reitora da UFN, o local deve ser um espaço de estudo, aprendizado e valorização do patrimônio da cidade. “É preciso criar uma história, uma cultura de sentimento e respeito à trajetória histórica das pessoas e da cidade”, afirma.
O museu é resultado do empenho de diversas pessoas ao longo de várias gerações. É mantido pela Sociedade Caritativa e Literária São Francisco de Assis – Zona Norte (Salifra-ZN). A equipe técnica do museu é formada pela Irmã Ivone Rupolo, Thales Gabriel da Cruz Barrozo e Robson Pereira da Rosa, com o apoio da equipe de serviços gerais da Salifra-ZN. O projeto de comunicação e museografia foi elaborado e executado pelos professores do curso de Design da Universidade Franciscana, Prof. Roberto Gerhardt e Prof. Ciria Moro, e pela acadêmica de Design Luíse de Oliveira Lovato, sob a direção da Irmã Iraní Rupolo.
As visitas ao Museu Franciscano acontecem mediante agendamento prévio, de terça a sexta-feira, das 14h às 17h. Escolas também podem realizar visitas no turno da manhã, mediante agendamento. Os agendamentos podem ser feitos no telefone (55) 99106-5125, ou no email museumhif@scalifra.org.br. Também é possível acompanhar o Museu pelo Instagram @museufranciscano.










Imagens: Laura Fabrício/Labfem
Nos últimos anos, virou tendência falar sobre consumo consciente. Na mídia, nas redes sociais, nas propagandas de marcas e até mesmo nas etiquetas dos produtos, ser “sustentável” virou moda. Comprar menos, evitar desperdícios, dar preferência a produtos ecológicos e reutilizar são considerados pilares dessa prática, que busca respeitar o planeta e o meio ambiente. Mas será que é fácil assim? Um estudo realizado pelo Instituto Akatu, organização não governamental que atua na mobilização da sociedade pelo consumo consciente, apontou, em 2022, que apenas 17% da população brasileira tem hábitos realmente conscientes. Os dados mostram que, apesar do discurso, na prática a mudança ainda é difícil. E aí surge o grande questionamento: será que é possível consumir de forma consciente em um sistema capitalista que tem como base o consumismo?

A essência do capitalismo como sistema econômico é o consumo — quanto mais se compra, melhor para a economia. O impacto das redes sociais nesse modo de pensar é enorme: toda semana surgem novas “trends”, estilos e produtos. Para estar “na moda”, é preciso acompanhar tudo isso, o que reforça a lógica de consumo constante. Porém, com o aumento dos discursos sobre sustentabilidade, muitas grandes empresas passaram a adotar uma postura mais “eco-friendly” para atrair consumidores. É nesse contexto que surge o greenwashing — quando marcas tentam parecer sustentáveis, mas sem mudar de fato suas práticas. A poluição em larga escala, o desperdício de recursos e a exploração de mão de obra precária continuam acontecendo, e o consumo consciente acaba sendo transformado apenas em uma estratégia de marketing.
Um exemplo claro disso está na indústria da moda, uma das que mais alimentam o consumismo. A produção de roupas baratas, descartáveis, de baixa qualidade e que seguem tendências passageiras é conhecida como fast fashion. Esse modelo envolve a exploração de mão de obra barata, muitas vezes em condições análogas à escravidão, além do uso excessivo de recursos naturais, como água e energia. Também contribui para a poluição do solo, da água e do ar com o uso de agrotóxicos, corantes e outros produtos químicos. Diante desse cenário, algumas alternativas surgiram para tentar amenizar os danos. O movimento slow fashion, por exemplo, valoriza a qualidade, durabilidade e originalidade das roupas, incentivando o consumo local. O minimalismo propõe a redução do consumo e do acúmulo de roupas, com peças versáteis e atemporais. Já o upcycling transforma roupas usadas ou velhas em novas peças, prolongando sua vida útil.
Diante de tudo isso, fica claro que o consumo consciente, apesar de importante, enfrenta muitos limites dentro de um sistema que nos incentiva diariamente ao consumismo. Não dá para ignorar que pequenas mudanças individuais têm valor, mas elas, sozinhas, não resolvem um problema que é estrutural. Enquanto empresas e governos não assumirem responsabilidades maiores e continuarem priorizando o lucro, o impacto real será sempre limitado. Talvez o maior desafio não seja apenas mudar nossos hábitos, mas questionar o sistema que nos induz a consumir cada vez mais.
Artigo produzido na disciplina de Narrativa Jornalística no 1º semestre de 2025. Supervisão professora Glaíse Bohrer Palma.
O aplicativo de vídeos curtos TikTok virou febre entre grande parte da população mundial de todas as idades durante a pandemia. A popularização global do aplicativo trouxe mudanças drásticas para diversos setores do entretenimento, entre elas a indústria musical. Segundo um relatório divulgado pela própria plataforma, o TikTok impulsiona a descoberta de músicas globalmente. Os usuários do TikTok são significativamente mais propensos a descobrir e compartilhar novos conteúdos musicais. Em consequência disso, a empresa “Winnin 7” realizou, em 2020, um estudo e analisou que 7 das 10 músicas mais ouvidas no aplicativo de música Spotify na época ficaram famosas primeiro no TikTok.

Músicas como “Beggin’” da banda italiana Måneskin, lançada em 2017, e “Rockstar” do rapper norte-americano Post Malone, lançada em 2018 e viralizada no TikTok em 2024, provam a potência de viralização do aplicativo.
Além disso, a plataforma oferece diversas ferramentas e recursos criativos que facilitam a criação de vídeos musicais, como efeitos visuais, filtros e a possibilidade de sincronização labial. Isso contribui para que os usuários se engajem ainda mais com as músicas, criando desafios virais e coreografias que se espalham rapidamente.
Hoje, o TikTok se consolidou como uma das principais redes para artistas e mudou significativamente o modo como as músicas são produzidas e consumidas. Artistas novos já surgem com a “fórmula do sucesso” e inúmeros artistas já consolidados na indústria estão mudando e se adaptando a essa nova era. Grandes gravadoras e produtores musicais agora consideram o potencial de viralização no TikTok como um fator importante ao lançar novas músicas.
A influência do TikTok também se estende a eventos ao vivo e lançamentos de álbuns, com artistas frequentemente usando a plataforma para promover novos projetos e interagir diretamente com os fãs. O impacto do TikTok na indústria musical é tão significativo que muitas vezes define tendências que vão além da plataforma, influenciando rádios, paradas de sucesso e até mesmo a cultura pop em geral.
Matéria produzida na disciplina de Linguagem das Mídias do curso de Jornalismo, no primeiro semestre de 2024, sob supervisão da professora Glaíse Bohrer Palma.