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Black Mirror

Black Mirror é eixo de conferência do XXI SEPE

“O futuro não é um espelho negro – tecnologia, tempo, cidade” foi o título da conferência ministrada por Márcio Tascheto da Silva, na manhã desta sexta-feira, 06, no Conjunto I do Centro Universitário Franciscano. Graduado em

Episódio de Black Mirror é tema no psicocine do 8º Interfaces

Na tarde desta sexta-feira, 19, ocorreu o segundo psicocine, atividade preparatória do 8º Interfaces do Fazer Psicológico com a exibição seguida de debates, do terceiro episódio da série de ficção Black Mirror, criada por Charlie Brooker. Toda a sua

Márcio Tascheto utilizou elementos da série Black Mirror para embasar sua fala no XXI SEPE. Foto: Juliano Dutra

“O futuro não é um espelho negro – tecnologia, tempo, cidade” foi o título da conferência ministrada por Márcio Tascheto da Silva, na manhã desta sexta-feira, 06, no Conjunto I do Centro Universitário Franciscano. Graduado em História pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e doutorado em Educação pela UFRGS, Márcio usou a temática apresentada na série britânica “Black Mirror” como base para sua apresentação, separando-a em três eixos: tecnologia, tempo e cidade.

O professor buscou desconstruir a conotação sombria e pessimista criada por Charlie Brooker em seu seriado, dando foco as inúmeras possibilidades oferecidas pelas inovações do ramo digital.

Quanto à tecnologia,  destacou duas consequências de sua existência: a tecnofobia (medo e superstição acerca dos meios digitais) e tecnofilia (dependência e crença na salvação da humanidade a partir do uso tecnológico). Também dá ênfase aos quatro tipos de leitores citados no trabalho de Lucia Santaella, uma das principais estudiosas da semiótica do país: o leitor contemplativo, movente, imersivo e ubíquo. Os dois últimos se referem ao estilo de leitura desenvolvido na era digital, sendo a ubiquidade uma característica predominante na atualidade, por meio da qual se está conectado aos acontecimentos em tempo real e de maneira onipresente.

A quebra da linearidade temporal englobou o segundo eixo, no qual, Márcio classificou o tempo como material plástico, o que implicaria sua constante modificação, ocasionando na desconstrução do passado histórico fixo. “O futuro também é ubíquo, já que está presente no dia a dia, embora mal distribuído”, disse ele.

A temática das subjetividades contemporâneas foi definida em cinco características: o endividamento, midiatização, securitização, representação e velocização; todos relacionados à modificação das rotinas modernas com relação ao ritmo acelerado da atualidade. Nesse contexto, o professor apresenta a cidade no centro das possibilidades educativas e frisa a importância do projeto “Cidade Educadora”, que foi adaptado para a UPF com o nome “UniverCidade Educadora” e conta com a iniciativa “Vidas em Movimento” (registros de moradores da cidade de Passo Fundo) e o aplicativo “Rotas Literárias”, um game inspirado nos jogos de mistério, que auxilia na formação de leitores e admiradores da literatura brasileira.

 

Roda de conversa com os psicanalistas (foto: Maria Luisa Viana/ Laboratório de Fotografia e Memória)
Roda de conversa do 8º Interfaces com Marcos Pippi de Medeiros (Unifra), Daniel Guterres ( ATOS Cultura e Clínica em Psicanálise) e Natália de Andrade (foto: Maria Luisa Viana/ Laboratório de Fotografia e Memória)

Na tarde desta sexta-feira, 19, ocorreu o segundo psicocine, atividade preparatória do 8º Interfaces do Fazer Psicológico com a exibição seguida de debates, do terceiro episódio da série de ficção Black Mirror, criada por Charlie Brooker. Toda a sua  história, como se denomina o episódio, foi discutido pelos psicólogos Natália de Andrade e Daniel Guterres, mediada pelo professor de psicologia e organizador do evento no Centro Universitário Franciscano, Marcos Pippi de Medeiros.

Segundo Marcos,  o psicocine é uma nova proposta de pré-atividades ao Interfaces e se propõe à reflexão sobre as questões que envolvem o sujeito na contemporaneidade. A primeira pré-atividade foi feita na semana passada com a exibição do filme Hair (1979).  O tema dessa edição da 8º Interfaces é violência, subjetividade e laço social, abordando a violência no contemporâneo, questões de sexualidade, gênero. A programação contará com mini-cursos pela manhã e palestras à tarde.

Black Mirror é uma série inglesa que aborda questões isoladas em cada episódio e tem como foco o uso excessivo da tecnologia na atualidade. O terceiro da série, exibido na tarde de hoje, segundo Natália, foi escolhido pelo fato de que o seriado critica e faz uma caricatura do homem contemporâneo envolto nos novos processos tecnológicos.

Toda a sua história acontece num futuro distópico, em que a maior parte das pessoas usam um chip que grava, através dos seus olhos, tudo o que ela enxerga. Assim com os olhos convertidos em câmeras, é possível rever qualquer momento do dia.  Como um olho que tudo vê, o aparelho também é usado pela polícia para saber o que cada um fez em determinada hora e circunstância,  para tirar uma dúvida, analisar como foi o  desempenho numa entrevista entre outras atividades da vida cotidiana.

“A série é composta por episódios autônomos, que em conjunto permitem questionar os sujeitos tal como se relacionam, hoje, com questões como tempo, desejo, luto… neste episódio em específico, focamos a discussão no viés político e subversivo da psicanálise, sobretudo através da retomada do conceito de sujeito do inconsciente”, afirma Natália.

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Confira os valores do 8º Interface aqui, e faça sua inscrição no site da Unifra.