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ciberativismo

Revista Plural está em sua vigésima edição

O professor Iuri Lammel, que ministra a cadeira de Planejamento Gráfico, comenta sobre a produção da Revista Plural. A publicação é um trabalho realizado nas disciplinas de Redação Jornalística lV e de Planejamento Gráfico. Na aula de Redação, ministrada

Foto: Francine Antunes/Laboratório de Fotografia e Memória
Alunos receberam a 20ª edição da Plural (Foto: Francine Antunes/Laboratório de Fotografia e Memória)

O professor Iuri Lammel, que ministra a cadeira de Planejamento Gráfico, comenta sobre a produção da Revista Plural. A publicação é um trabalho realizado nas disciplinas de Redação Jornalística lV e de Planejamento Gráfico.

Na aula de Redação, ministrada pela professora Glaíse Palma, o tema da Plural é discutido. As fotos são feitas pelos alunos do Laboratório de Fotografia e Memória, coordenado pela professora Laura Fabrício. Depois de editados os textos e produzidas as fotos, o material é encaminhado para o professor Iuri. A partir daí, os alunos de Planejamento trabalham na diagramação, transformam o texto e foto em uma reportagem montada no software In Design. Os alunos também desenvolvem o projeto gráfico da revista ao escolher tipo de fonte, disposição de título e legendas, fotografias e elementos gráficos.
“Na minha disciplina, há cada grupo responsável para diagramar uma matéria. Como tem alunos que fazem as duas matérias, eles mesmos diagramam suas próprias matérias escritas em Redação lV. Quando alguns alunos não fazem a minha cadeira ou a outra, os alunos que não fazem Redação lV pegam as matérias dos alunos de Planejamento Gráfico, e vice-versa”, explica o professor. “No andamento da revista, eu noto alunos que se entregam ao projeto, se empenham. Os alunos que realmente suam a camisa pelo produto aproveitam essa experiência, pois percebem como é produzir uma reportagem desde a pauta até a sua finalização, que envolve uma equipe complexa. Eles desempenham um papel com várias funções, mas eles sabem que no mercado de trabalho são funções feitas por pessoas diferentes. Lá fora tem uma pessoa para diagramar, outra para tirar foto, outra para apurar e escrever e outra para editar. O legal é isso: eles fazem mais de uma coisa. Então tem-se uma visão do todo, veem como é preciso ter disciplina para que uma revista saia a tempo do prazo”.
Em quatro aulas, essa diagramação é finalizada e enviada para a gráfica Pallotti. A Plural é um projeto do semestre, que começa na terceira semana de aula. A revista é semestral, com um tema diferente, e todas as matérias seguem essa linha.

As produções dos alunos para a revista, na cadeira de Redação lV, começam na quarta semana de aula. A professora que ministra essa disciplina, Glaíse Palma, explica que os alunos ficam um mês envolvidos trabalhando na temática da revista, depois na pauta de cada, produção das matérias, redação e após, a edição final. “A partir da temática geral da revista, sugerida e eleita pelos alunos, foram sugeridas sub-temáticas, ou seja, pautas para serem desenvolvidas nas reportagens. Após essa etapa, cada dupla fica com uma pauta e dá continuação à produção”, pondera Glaíse.
A professora afirma que cada turma reage e recebe o projeto da revista Plural de uma forma diferente. Entretanto, os acadêmicos gostam de produzir textos que necessitam de uma apuração maior e mais aprofundamento, pois são matérias para revista.
“Também é bacana trabalhar em algo que tem uma visibilidade rápida, o público, os outros alunos leem e já se tem um retorno”, finaliza Glaíse.

As fotografias para a Plural

A professora Laura Fabrício supervisionou a produção das imagens da Plural. As fotos das matérias foram feitas por alunos, voluntários e monitores do Laboratório de Fotografia e Memória.
“O trabalho das fotos não foram feitas pelos alunos das disciplinas que produzem a revista (Redação lV e Diagramação) em função do gerenciamento do equipamento, para não desgastá-lo e também não correr o risco de um mau manuseio das câmeras”, explicou Laura.
A professora também afirmou que esse trabalhos de fotografar, sair com o repórter para a matéria, aperfeiçoam o trabalho de quem está no Laboratório. E também, assim, os alunos que fizeram ou fazem Fotojornalismo l podem expor o que aprenderam na cadeira.
Tanto alunos do curso de Jornalismo quanto de Publicidade e Propaganda trabalharam com as fotografias para a revista, segundo a professora. “Academia é um local de experimentação, os alunos intercalam esses olhares quando preciso, há uma troca de experiência, de diferentes visões sobre a fotografia (a artística e a jornalística)”.
Laura produziu a fotografia de capa da revista Plural, em função de abranger melhor o que se queria como capa, e isso a deixou mais próxima dos alunos e do que ela ensina. “Foi uma experiência boa, pude mostrar minha visão acerca da fotografia para os alunos”.

A produção dos alunos

O estudante de Jornalismo Iuri Patias, que cursou as cadeiras de Redação lV e Planejamento Gráfico, e escreveu matéria para a revista, afirma que aulas foram bem elaboradas, os alunos tinham liberdade para a criação de conteúdo. A professora Glaíse sempre estava disponível para orientar seus alunos. “A criação da matéria foi importante para mim no entendimento de problemáticas que não são tão compreensíveis pelas pessoas, como o movimento feminista e o movimento feminista negro”. A matéria do Iuri tratou sobre ciberativismo, uma nova proposta de protestos virtuais, ele se baseou na teórica Lúcia Santaella, que afirma: o físico e o virtual estão em anexos. Mais longe, citou Muniz Sodré, que afirma que tudo elaborado no virtual é colocado em ação no físico.

Foto: Francine Antunes/Laboratório de Fotografia e Memória
Foto: Francine Antunes/Laboratório de Fotografia e Memória

“Ciberativismo são protestos virtuais, cito como exemplo as manifestações de junho de 2013, que começaram primeiramente com eventos no Facebook, mobilizações nas páginas. Esses meios contrapõem os mass media, porque possuem liberdade de expressão cabal e autonomia própria”, pondera Iuri. Os principais ciberativismos são, hoje em dia, questões de direitos humanos, políticas sociais e de meio ambiente, no Brasil e no Mundo, segundo Iuri.
“Qualquer um pode começar um evento de manifesto contra instituições ou pessoas, pois a internet dá essas ferramentas necessárias gratuitas. E existem sites unicamente voltados para esse tipo, como o Avaz, que forma abaixo-assinados, recentemente houve um abaixo-assinado contra a redução da maioridade penal, esses documentos são entregues no Congresso Nacional, também tem o Change.org. E qualquer pessoa pode criar seu tópico”, explica o aluno.
No seu trabalho, Iuri focou em três movimentos que se utilizam do ciberativismo:o movimento Feminista, representado pela Laura Garcia, o movimento Negro, representado pela Giane Escobar, e o movimento LGBT, pelo Coletivo Voe. Então o estudante entrevistou os representantes desses três movimentos, que falaram como o ciberativismo colaborou para a expressão desses movimentos.
“O ciberativismo não está apenas anexo às redes sociais, qualquer troca de mensagens sobre um tema é uma forma do mesmo. Ele é uma utilização das redes, que você tem acesso, para corroborar, levar adiante, uma iniciativa, um motivo de revolta para algo que está errado”, ressalta.

O Laboratórios de Jornal Impresso e Online também auxilia na construção da revista, com a coordenação do professor Maurício Dias e do técnico Francesco Ferrari, que, nesta edição trabalhou na capa da revista e na arte. A Revista Plural está em sua vigésima edição e circula há 10 anos.