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Comunicação Comunitária

Acadêmicos desenvolvem projetos de Comunicação Comunitária

Dois projetos de Comunicação Comunitária foram desenvolvidos por acadêmicos em diferentes comunidades este semestre, um jornal experimental na escola Nossa Senhora da Conceição e a produção de conteúdo para as redes sociais da Associação de Surdos

Projetos de comunicação comunitária movimentam a Estação dos Ventos

Os cursos  Comunicação da Universidade Franciscana  oferecem aos acadêmicos a disciplina de Projeto de  Extensão em Comunicação Comunitária como uma forma de inserção do jornalismo e da publicidade e propaganda em práticas sociais comunitárias e de mobilização social.

Jovens da Escola Estadual Paulo Freire fazem visita à Unifra

Na tarde desta quarta-feira, 1 de novembro,  o curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano recebeu a visita de alunos da Escola Estadual Paulo Freire. Os estudantes participam de projetos vinculados às disciplinas de Projeto de Extensão em Comunicação

Relatos orais sobre projetos de comunicação comunitária no XXI SEPE

Projetos de extensão em Comunicação Comunitária, desenvolvidos no curso de Jornalismo da Unifra, foram apresentados durante o XXI Simpósio de Ensino Pesquisa e Extensão ( SEPE). O trabalho “Aldeias SOS: uma experiência na interface da comunicação

Escola Aberta Paulo Freire luta para não fechar

Na última sexta-feira, 02, entre brincadeiras, “zoações”  e bate-papos, houve muita confraternização na Escola Aberta Paulo Freire. Os responsáveis foram os estudantes do curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano, grupo que desenvolveu um trabalho junto à  escola de ensino

Alunos participantes das oficinas do projeto Jornal Conceição, junto aos acadêmicos e diretora da escola, Valéria Haag Foto: Arquivo Escola Nossa Senhora da Conceição

Dois projetos de Comunicação Comunitária foram desenvolvidos por acadêmicos em diferentes comunidades este semestre, um jornal experimental na escola Nossa Senhora da Conceição e a produção de conteúdo para as redes sociais da Associação de Surdos de Santa Maria. Os projetos de extensão foram realizados na disciplina de Comunicação Comunitária II, que integra a grade do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN), desde sua criação em 2003. A disciplina envolve os estudantes com outras realidades, em um processo de interação e colaboração com as comunidades. A extensão também é ofertada a estudantes de Publicidade e Propaganda.

Projeto Jornal Conceição 

O Projeto Jornal Conceição foi realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora da Conceição, escola localizada no bairro Caturrita. Idealizado pelos acadêmicos do curso de jornalismo Caroline Freitas, Heloisa Helena Canabarro, Luiz Paulo Favarin e Vitória Gonçalves, a ideia foi desenvolver um jornal junto aos alunos do 5º ano da escola. O Jornal Conceição aborda assuntos da comunidade e da escola, com matérias elaboradas pelas crianças. 

Ao longo de nove oficinas orientadas pelos acadêmicos, os alunos aprenderam sobre texto jornalístico e produziram matérias. O objetivo do projeto é incentivar o protagonismo dos estudantes, estimulá-los a colocar em pauta a comunidade em que vivem e dar visibilidade ao local, além de auxiliar na melhora da escrita, produção textual e interpretação de texto. Ao todo, 23 crianças participaram das oficinas. 

Crianças treinando a prática da entrevista durante a oficina Foto: Vitória Gonçalves

A integrante do grupo, Vitória Gonçalves, do 6º  semestre do curso de Jornalismo, conta sobre como a vivência do projeto colaborou para sua evolução pessoal e como futura jornalista: “A experiência contribuiu muito com meu crescimento na área do jornalismo em que percebemos que o intuito da nossa profissão também é dar visibilidade e reconhecimento a comunidades como a da Caturrita. A partir da disciplina foi possível estabelecer meu primeiro contato com a temática da comunicação comunitária. Durante o processo, foi possível ampliar minhas percepções sobre a relevância do jornalismo comunitário para as lutas sociais existentes em nossa sociedade e ficar atenta às pautas que tratam sobre o interesse comunitário, principalmente de grupos minoritários.” 

Participantes das oficinas com suas ilustrações com a temática “Qual meu lugar favorito da comunidade” Foto: Vitória Gonçalves

“Nós falamos sobre várias coisas e pesquisamos. Então foi muito legal pra mim. Gostei de fazer um jornal, foi legal, gosto desse projeto”, conta Cristian Silveira, de 11 anos, que participou das oficinas. A aluna Maria Antônia Pedroso, de 10 anos, também relatou ter gostado do projeto: “Eu gostei de escrever os textos e usar o computador. Eu lembro que escrevi sobre animais e vacinação. O que me motiva a vir é que eu vou ficar com meus professores que são bem legais e engraçados”.

Projeto ASSM

Outro projeto desenvolvido foi na Associação de Surdos de Santa Maria (ASSM), produzido pelos acadêmicos Amanda Torves, Gabriela Flores, Lucas Acosta e Petrius Dias. A ASSM foi fundada em 13 de julho de 1985, com o objetivo de priorizar a luta pelos direitos dos surdos, preservar o desenvolvimento da língua de sinais, valorizando a cultura e a pessoa surda, além de promover esportes, atividades educacionais e culturais.

O grupo produziu conteúdo e peças gráficas para o Instagram da associação, com o objetivo de ajudar a melhorar a comunicação com o público externo. A ação foi pensada após uma avaliação da equipe que percebeu que o perfil da associação era voltado ao público interno. A partir do direcionamento da comunicação para o público de fora da ASSM pretendiam ajudar a dar mais visibilidade a eles. 

Conteúdo de divulgação produzido para o Instagram da Associação Crédito: Amanda Torves e Petrius Dias

Amanda Torves, aluna do 8º semestre do curso de Publicidade e Propaganda, relata de que forma o projeto acrescentou em sua formação: “Acredito que ter contato com perspectivas e realidades diferentes das que a gente possui e vive sempre nos transformam, pois soma. Na grande maioria das vezes a prática do curso foi visando uma finalidade comercial e, no caso desse projeto, nós não estávamos buscando vendas e lucro, nós estávamos buscando promoção. O projeto, com certeza, diversificou minhas experiências na publicidade”. 

Publicação sobre mitos e verdades a respeito da surdez para tentar aproximar o público externo. Crédito: Amanda Torves e Petrius Dias

A banca para a apresentação dos resultados obtidos através dos projetos comunitários irá ocorrer na segunda-feira, dia 28, a partir das 18h30, no Conjunto lll da Universidade Franciscana.

Na noite de ontem, 8 de setembro, às 20h, uma live realizada pela disciplina de Comunicação Comunitária no Instagram do curso de Jornalismo, teve como convidado  o  educador social, Paulo Tavares,  da TV OVO de Santa Maria. Paulo  também coordena, produz e ministra oficinas e cursos de formação na área do audiovisual, e é responsável pela produção e apresentação do podcast Programa Ponto de Cultura.

Num bate papo mediado pela professora Rosana Zucolo, Tavares  falou sobre a gênese da  TV, em 199O, durante sua atuação como diretor de Comunicação do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e região, e de como o movimento cineclubista contribuiu para a formação da TV OVO.

A TV OVO, também conhecida como Oficina de Vídeo Oeste, nasceu dentro da realidade dos anos 90 com uma forte influências dos movimentos da Igreja e sindicais.

Tavares fez parte do movimento da juventude da Igreja Católica,  lembrou das discussões sobre as rádios comunitárias e da preocupação dos grupos de jovens que, naquele momento, debatiam sobre o quê as comunidades proporcionavam aos  adolescentes da periferia, que não tinham  acesso aos bens culturais. Começou então com as oficinas.  Em 1º de maio de 1996, houve o primeiro encontro de oficinas, onde se ofereceu uma de teatro, que durou 2 anos, e outra de audiovisual. Os participantes trabalhavam com a operação de câmera e a linguagem visual, e as oficinas ocorriam no salão da Igreja ou na garagem da casa de Tavares. Começavam com a testagem,  gravavam imagens e com entrevistas, depois de dois meses de realização, houve a apresentação para a comunidade que acolheu com muito orgulho a produção dos adolescentes.

O educador social falou também da transformação da TV OVO em Ponto de Cultura, das parcerias com a TV Educativa do RS e, posteriormente, com o Canal Futura, ressaltando o impulso profissionalizante que isto significou para o grupo.

Relatou também os projetos desenvolvidos junto à comunidade e empresariado local como o TV OVO no ônibus e da produção de documentários vinculados ao projeto Por onde passa a memória da cidade. Além de ter participado  da produção, dirigiu dois deles: o documentário sobre os Distritos de Arroio Grande e o de Santa Flora. Foram 9 documentários, que formaram a série que demorou 5 anos para ser finalizada.

Ao ser questionado sobre quem é a TV OVO nos dias atuais, Tavares destacou a importância  da TV para a cidade, uma vez que é uma instituição cultural que atua em três eixos: o da  formação audiovisual, o da preservação da memória e o da circulação das produções audiovisuais por meio do cineclubismo.

Segundo ele, atualmente acontece a formação voltada às escolas municipais e também estaduais, onde se trabalha o NEI e os Olhares da Comunidade (web série) que são desenvolvidas em escolas públicas.

Para o ano que vem, 2022, querem voltar a desenvolver os Olhares da Comunidade nas escolas municipais, pois devido a pandemia não puderam continuar. Ele ressalta que não se trata de uma formação formal, mas sim colaborativa. Logo, não é recomendada para aqueles que querem trabalhar em uma grande emissora, mas para aqueles dispostos a seguir esse caminho do investimento no resgate da memória e da cultura. A TV OVO é uma oportunidade se abre no horizonte.

Após a disseminação da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) por todo o mundo, a vida da maioria das pessoas mudou. Aderir a novos hábitos ou manter a rotina o mais próximo do que costumavam vivenciar, tem sido o desafio a todas as pessoas. As alternativas se apresentam num contexto em que o conhecimento sobre a enfermidade que paralisou o mundo todo ainda é pequeno. No entanto, divulgar e debater esse conhecimento se tornou um ponto fundamental à sobrevivência.

Tal cenário mobilizou estudantes de Jornalismo da UFN (Universidade Franciscana) na disciplina de Projeto de Extensão em Comunicação Comunitária II. A página no Instagram chamada Podcast Jornalismo aborda temáticas vinculadas ao Covid-19 e suas consequências. O objetivo é promover a busca por dados e a expansão de novos conhecimentos, através de entrevistas realizadas com profissionais de diferentes áreas, e que pudessem trazer um pouco da realidade experienciada em seu âmbito profissional. Até o momento foram realizadas quatro (4) lives com profissionais da comunicação e da saúde para que a comunidade pudesse entender mais da dinâmica de trabalho adotada frente ao atual momento.

Em tempos de isolamento social, os bastidores da produção do projeto.

Desenvolvido pelos acadêmicos Kauan Felipe Teixeira Costa, Gianmarco de Vargas, Daniel Lima e José Matheus Beck Brasil, e com supervisão da professora e jornalista, Rosana Zucolo,  o projeto começou contando com a participação do professor do curso de Jornalismo, da Universidade Franciscana, Iuri Lammel, na primeira entrevista em livestream,  falando sobre  a “Identificação de Fake News em época de pandemia”.

A partir dos resultados bem sucedidos da primeira entrevista, o grupo optou por buscar novos profissionais que pudessem auxiliar e orientar diferentes temas nas entrevistas. Assim, deu-se sequência com bate-papos que abordaram as seguintes temáticas: “A influência da pandemia em meio ao setor jornalístico”, com participação da repórter e apresentadora do SBT RS Luciane Kohlmann; “Saúde mental em época de pandemia”, com presença da psicóloga Vera Barbosa; Influências do Covid-19 no esporte, em entrevista com o radialista e narrador esportivo Daniel Oliveira.

A repercussão do projeto atingiu um número considerável de espectadores, a partir de uma temática experimental e impulsionada pela multiplataforma para entregar o conteúdo final. “É muito gratificante para o grupo, descobrir novas formas de se comunicar. Para o jornalismo, o mais importante agora é informar a população sobre os assuntos de interesse público, a fim de manter o autoconhecimento”, afirmou o acadêmico, Matheus Beck.

Para o grupo de estudantes, além de assegurar um público cativo, o  desejo de disseminar dados que corroborem para a credibilidade coletiva amplia a capacidade de auxílio às pessoas na análise e identificação de FakeNews. Daí adotar uma postura com responsabilidades e propósitos no modo de trabalhar, tendo consciência da alta vulnerabilidade de todos diante de notícias falsas, conforme afirma o aluno Gianmarco sobre o trabalho desenvolvido.

 

Acadêmicos do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana lançaram a página Live Covid-19 SM, no Instagram. Desenvolvida na disciplina de Projeto de Extensão em Comunicação Comunitária II, a página tem o objetivo de mobilizar as pessoas em relação aos cuidados diante do novo Coronavírus.

O tema do projeto foi escolhido diante da realidade de pandemia que culminou no isolamento social da maioria das pessoas, voltando a atenção para aquelas que continuam trabalhando  por integrarem empresas de serviços essenciais, nas quais parte dos acadêmicos envolvidos no projeto atuam.

Live Covid SM divulga como são os dias dos trabalhadores durante o surto do novo coronavírus, o que as empresas oferecem como prevenção e o modo como lidam com a situação atual. São divulgadas  entrevistas de empregados e empregadores, relatos sobre como está sendo trabalhar durante este período e como eles estão se cuidando para evitar o contágio e a transmissão do vírus.Os acadêmicos responsáveis pela página são Francis Barrozo, Joedison Dornelles e Wellerson Leal, e contam com a supervisão da professora Rosana Zucolo.

“Em nossa rede social demonstramos como está sendo o dia-a-dia de trabalhadores das empresas de serviços essenciais. Estes serviços, que não puderam parar durante a pandemia, como por exemplo, supermercados, farmácias, postos de combustíveis, taxistas entre outros, seguem na batalha diária”, afirma Joedison Dornelles.

Parte das entrevistas já foram publicadas. Cada acadêmico fez um vídeo de um minuto em seu local de trabalho, salientando como é trabalhar todos os dias com o risco de contrair o Covid-19.

Também são publicadas informações e vídeos sobre o novo coronavírus no feed e story do Instagram com informações de como se proteger e prevenir.  Segundo o grupo, até o final do semestre serão publicados mais vídeos, entrevistas, imagens a respeito do assunto, visando alcançar e mobilizar o maior número possível de pessoas.

Quem quiser conhecer o projeto pode acessar o link da Live Covid SM no Instagram.

 

Em tempos de pandemia e de interação mediada pelo computador, o isolamento social se transforma em objeto de estudo para projetos de extensão em Comunicação Comunitária, no curso de Jornalismo.
Com a necessidade de construir alternativas para o que antes se constituía em um trabalho de campo, a solução foi buscar opções de interação nas redes sociais e sem abandonar o eixo da disciplina. Assim, com o intuito de dar dicas para ajudar nesse momento da quarentena, os alunos do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana, Denzel Valiente, Emanuely Guterres, Laura Gomes e Lavignea Witt, criaram o instagram mood quarentena.
Realizado na disciplina de Projeto de Extensão em Comunicação Comunitária II, o Mood quarentena recebe postagens semanais com depoimentos de pessoas relatando suas atividades durante o período de isolamento social. São compartilhadas também dicas de filmes, séries, livros e outros conteúdos para entretenimento.
A proposta considera que o isolamento social prolongado gera inúmeros efeitos que afetam os sujeitos e a sua saúde mental e, desse modo, o instagram torna-se um aliado na busca por reinvenção e cuidado de si.
O projeto vai até o final do semestre e para ver o conteúdo basta acessar: @moodquarentenaa

Além das principais áreas que o Jornalismo abrange — rádio, televisão, internet — também temos duas importantes que muitas vezes não são lembradas: Assessoria de Imprensa e a Comunicação Comunitária. Ambas são disciplinas obrigatórias no curso e incluem atividades fora da instituição. A Assessoria de Imprensa trabalha no sentido de divulgar uma empresa ou instituição, seja comércio, indústria ou serviços, através dos veículos de comunicação, conquistando mídia espontânea. Na UFN, os acadêmicos, além de aulas teóricas, fazem coberturas de eventos dentro e fora da universidade para aprenderem sobre como se trabalha em uma assessoria.

Já a Comunicação Comunitária é feita na e para a comunidade, e voltada, geralmente, grupos excluídos da mídia convencional. Podem ser feitas através de ações que visem prestar serviço a esse meio, como: informes, avisos, campanhas, iniciativas, etc. Na instituição, os alunos já criaram diversas iniciativas de comunicação comunitária, e algumas podem ser vistas aqui.

Nesta edição do 6º Prêmio de Jornalismo — que ocorre no dia 25 de setembro – essas categorias serão julgadas por duas jornalistas. Confira sobre elas.

Maria Eduarda Toralles, (Duda), assessora de comunicação da Agência Campos de Ideias. Foto: Arquivo Pessoal.

Maria Eduarda Toralles, jurada na modalidade Comunicação Comunitária, é formada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em 1998. A jornalista estagiou durante os quatro anos de curso junto a Assessoria de Imprensa da reitoria da UFSM, oportunidade que lhe garantiu um bom conhecimento sobre a área, antes de ingressar no mercado de trabalho. Depois de formada trabalhou, com diagramação no jornal Correio do Povo, em Porto Alegre e na assessoria de imprensa da Universidade de Passo Fundo. Em 2000, Eduarda mudou-se para Salvador (BA), onde atuou durante dois anos, como assessora de imprensa do Instituto Social da Bahia (ISBA) e junto à equipe de implantação Faculdade Social da Bahia e do Teatro ISBA. Em 2003, mudou-se para Eunápolis (BA) onde, durante cinco anos, foi repórter da sucursal Extremo Sul do Jornal A Tarde. Em 2008, a jornalista foi convidada a trabalhar na área de Comunicação da multinacional Veracel Celulose, também em Eunápolis também na Bahia. Em 2010, foi efetivada como analista de Comunicação Plena da empresa, onde atuou por quase cinco anos. Nessa empresa teve oportunidade de desenvolver ações de relacionamento junto às comunidades rurais e tradicionais da região, sendo responsável pela implantação do programa Ação e Cidadania. Em 2012 conquistou, junto com à equipe de Comunicação da Veracel, o Prêmio Aberje Norte e Nordeste, com uma série de reportagens publicadas nos jornais das região, em forma de publieditoriais, sobre as atividades sociais e ambientais da empresa e sobre as atividades desenvolvidas pelas comunidades da área de Veracel. Retornou ao RS, à cidade de Rio Grande (sua cidade natal), em 2013, onde trabalhou como repórter no jornal mais antigo da cidade, o jornal Agora, durante dois anos, até decidir retornar à Bahia. Atualmente trabalha na agência Campos de Ideias, sendo responsável pela área de assessoria de Comunicação. “Participar da comissão de jurados do prêmio de Jornalismo da Universidade Franciscana está representando um retorno a minha época de faculdade, relembrando conteúdos e tendo a oportunidade de aprender coisas novas”, destacou a jornalista.

Alexandra Zanela, trabalha na Padrinho Produção de Conteúdo. Foto: arquivo pessoal.

Alexandra Zanela, jurada na modalidade de Assessoria de Imprensa e Plano de Comunicação, é jornalista por formação, executiva por opção, empreendedora por paixão. É inquieta e extremamente curiosa, não pode ver uma novidade tecnológica que vira a noite descobrindo as funcionalidades, engata facilmente papos que duram horas e adora uma boa discussão – de preferência com café. Mudou de cidade e de emprego algumas vezes, sempre que sentiu que o seu prazo de validade estava próximo. Mas nunca deixou o entusiasmo do ‘começar de novo’ para trás. Soube se reinventar em meio a um cenário de incertezas da profissão e que não te prazo para se encerrar. De ‘riso frouxo’, detesta trabalho mal feito, mas adora um bom papo sobre ele. Já foi repórter de rua, passou pelas redações do Diário de Santa Maria, pelo online do Diário Catarinense e ClicRBS SC (editora online) e pelo Terra (editora-executiva) antes de criar a Padrinho junto com um amigo de longa data, o jornalista Carlos Guilherme Ferreira.

 

A oficina de fotografia na CDC Estação dos Ventos é desenvolvida pelos acadêmicos Thayane Rodrigues, Ariadne Marin e Juliana Brittes. Foto: Juliana Brittes

Os cursos  Comunicação da Universidade Franciscana  oferecem aos acadêmicos a disciplina de Projeto de  Extensão em Comunicação Comunitária como uma forma de inserção do jornalismo e da publicidade e propaganda em práticas sociais comunitárias e de mobilização social.

Nesse semestre, estudantes do curso de jornalismo estão desenvolvendo projetos  na CDC Estação dos Ventos, localizada no bairro Km 3, e que atende crianças e adolescentes no turno inverso da escola.  São crianças em situação de vulnerabilidade  social que já ingressaram na escola e necessitam de um lugar para ficar enquanto seus pais trabalham.

Campanha produzida pelos acadêmicos Valéria Auzani, Estela Biscaino, Ana L. Deike e João P. Foletto.

A ONG conta com doações e trabalho voluntário para se manter. No local são ofertadas diversas oficinas,  como aulas de música, yoga e Muay thai.

Os projetos desenvolvidos pelos acadêmicos de jornalismo da UFN atuam em três frentes: a mobilização social em torno das demandas da ONG, o trabalho com a fotografia e, ainda, a imersão no audiovisual. Os grupos atuam de forma colaborativa com foco no desenvolvimento das ações de comunicação.

A equipe que atua na mobilização já realizou campanhas de arrecadação de produtos não perecíveis e trabalhou na organização e na divulgação do tradicional risoto da entidade, realizado este semestre na Escola de Educação Infantil Mamãe Coruja , em parceria. Também está prevista a realização de mais um risoto na comunidade da ONG.

Já as aulas de fotografia que acontecem semanalmente, procuram mostrar aos alunos diferentes formas de olhar o mundo. O uso do olhar mediado pela lente tem levado as crianças a descobrirem novos horizontes, e a registrarem a sua comunidade.

O mesmo ocorre na experiência com a produção audiovisual, quando as crianças entram em contato com a imagem em movimento e a preparação para produzi-la. Integram o lúdico e o técnico utilizando as ferramentas disponíveis. Parte dos vídeos produzidos por Milena Dias e Allyson Marafiga estão disponíveis na página da Estação dos Ventos no facebook.

Segundo a professora Rosana Zucolo, que orienta os trabalhos, as trocas entre os alunos da creche e os acadêmicos criam novas perspectivas e conhecimentos, além de gerarem vínculos com a comunidade extra-universidade.

A apresentação e defesa dos projetos está marcada para o próximo dia 27.

Alunos da Paulo Freire visitam a Unifra

Na tarde desta quarta-feira, 1 de novembro,  o curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano recebeu a visita de alunos da Escola Estadual Paulo Freire. Os estudantes participam de projetos vinculados às disciplinas de Projeto de Extensão em Comunicação em Comunitária I e II, do curso de Jornalismo da Unifra, e desenvolvidos na escola que é voltada à crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

Na Unifra, os jovens conheceram os laboratórios de comunicação, observaram   as rotinas produtivas da Agência Central Sul, do Laboratório de Produção Audiovisual, a RádioWeb e a TV Unifra e participaram de atividades na área da comunicação.

Para a diretora da escola Paulo Freire, Ana Izabel Nunes Santos, os alunos da escola enfrentam muita timidez,” mas a oportunidade que eles estão tendo no dia de hoje é especial. As pessoas normalmente, não estão nem ai para eles ou  ficam olhando de canto. O projeto tem feito muita diferença, pois os acadêmicos foram até a escola, brincaram com eles, coisa que as pessoas não fazem e nem nunca fizeram por eles”, afirma.

Os alunos conheceram os laboratórios dos cursos de comunicação da Unifra e participaram de atividades conjuntas.

A acadêmica de Jornalismo e integrante do  projeto, Luana Rodrigues, vê a ação como uma forma de conhecer a realidade das comunidades e suas diferenças. E, muito mais do que isso, ter uma visão diferente do mundo ao qual está habituada. “Muitas vezes, a gente olha as pessoas e julga, mas não conhece a realidade, a história delas,  principalmente, a dos que vivem em situação de vulnerabilidade. Porém, quando estamos vendo como é a vida deles e  tudo pelo qual eles já passaram – e  ver que mesmo assim, eles estão dispostos a aprender -, mudamos a nossa visão.”

Ação-participante

Durante este segundo semestre letivo, semanalmente, as equipes de acadêmicos envolvidos no projeto se deslocam até a escola Paulo Freire em diferentes períodos para trabalharem junto aos alunos. São desenvolvidas atividades como oficinas de informática, leituras e produção de texto com foco na produção de jornal para a escola, gravações para o audiovisual. Para além das questões técnicas, as atividades envolvem jogos entre os alunos, refeições compartilhadas, vivências que fortalecem as relações interpessoais. Além disso, permite novas visões de um mesmo mundo.

Para a professora orientadora do projeto, Rosana Cabral Zucolo, o trabalho desenvolvido para além da academia e da sala de aula, faz com que os estudantes saiam das suas zonas de conforto e mergulhem em realidades diversas que exigem uma percepção mais aguçada. Trata-se, segundo  ela, de um exercício indispensável à construção da cidadania e sensibilização ao trato com o outro socialmente distinto. Ao mesmo tempo, permite que esse outro vislumbre alternativas até então, invisibilizadas.

 

Keila Marques e o projeto Nutrir Sonhos desenvolvido nas Aldeias SOS em Santa Maria.

Projetos de extensão em Comunicação Comunitária, desenvolvidos no curso de Jornalismo da Unifra, foram apresentados durante o XXI Simpósio de Ensino Pesquisa e Extensão ( SEPE).

O trabalho “Aldeias SOS: uma experiência na interface da comunicação comunitária e da educação” foi apresentado pela acadêmica do curso de jornalismo, Keila Marques, no eixo Direitos Humanos e Diversidade, na sala do Júri no Prédio 13 do Conjunto III. O estudo, orientado pela professora  Rosana Zucolo, foi desenvolvido pela equipe de acadêmicos Carolina Costa, Victória Severo, Willian Ignácio e o aluno do curso de Publicidade e Propaganda, Gian Fert, além de Keila.

A acadêmica relatou os resultados do projeto de Extensão em Comunicação Comunitária, cujo objetivo esteve voltado a implementar ações de comunicação e mobilização social capaz de dar visibilidade ao trabalho desenvolvido pelo Aldeias SOS /Vila Urlândia, localizado na região periférica de Santa Maria. E, ao mesmo tempo, focou nos processos interacionais com as crianças atendidas pela Organização.

A banca de avaliação esteve  composta pelos professores do curso de Direito da Unifra, Marcos Pascotto Palermo e Jaci Renê da Costa Garcia, que  debateram acerca da importância da Extensão na vida acadêmica, apontado como uma grande oportunidade para a comunidade e também para o estudante.

Os professores se interessaram pelo trabalho desenvolvido pelos acadêmicos e pela orientadora, segundo eles, por proporcionar uma vivência aos estudantes para além da academia.

Leitura e cidadania

Victória Debortoli apresentou o projeto que produziu um livro infantil. Foto: Arcéli Ramos

 

Outro projeto de extensão em Comunicação Comunitária apresentado no XXI SEPE  relatou a experiência com as crianças no Lar Vila das Flores, entidade assistencial que atende a população infantil em situação de vulnerabilidade social. Para explorar não só a paixão pela leitura, mas as noções de cidadania e senso crítico, as alunas do curso de Jornalismo Victoria Debortoli e Tisa Lacerda, também orientadas pela professora Rosana Zucolo, desenvolveram  o trabalho. A leitura como processo de cidadania. O objetivo foi despertar a criatividade por meio da contação e criação de histórias, junto a  crianças de 04 a 14 anos. As aulas eram divididas em atividade planejada e brincadeiras ao ar livre. Foram trabalhadas histórias infantis, com auxílio de fantoches, brincadeiras e desenhos e, como produto final foi feita a releitura de um conto clássico: chapeuzinho vermelho. As crianças reescreveram o conto que foi publicado na forma de um livro infantil.

O trabalho foi apresentado na sala de conferências do prédio 16 do Conjunto 3, no  Eixo Educação e Inovação, e teve como banca os professores Marcos Alexandre Alves e Anderson Elvangle, do curso de filosofia da Unifra.

 

Equipe de professores, alunos e acadêmicos de jornalismo da Unifra na Escola Aberta Paulo Freire.

Na última sexta-feira, 02, entre brincadeiras, “zoações”  e bate-papos, houve muita confraternização na Escola Aberta Paulo Freire. Os responsáveis foram os estudantes do curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano, grupo que desenvolveu um trabalho junto à  escola de ensino fundamental básico que abriga crianças de 10 a 17 anos que estão em situação de vulnerabilidade Social, e encerrou as atividades com uma festa de encerramento junto à instituição.

O time comunitário é composto por Agnes Barriles, Deivid Pazatto e Robson Brilhante. Desde 13 de março deste ano, todas as terças e sextas- feiras foram realizadas atividades diferentes, oferecidas para  as crianças e adolescentes. Trata-se de um trabalho de interação e integração que integram a disciplina de Projeto de Extensão em Comunicação Comunitária, orientada pela professora Rosana Zucolo. O projeto dos acadêmicos é voltado à produção de um documentário sobre a escola e que, por conta das dificuldades que as crianças apresentaram ao ler e escrever, fez com que a equipe mudasse a forma de trabalhar, ampliando e realizando trabalhos dinâmicos e educativas.

Teve bolo na confraternização da Paulo Freire. Fotos: Luis Ricardo Kaufmann

“Muitas vezes saía exausto da escola, principalmente pela agitação das crianças. Mas, fazer com que o pensamento de um aluno que seja, mude já me deixa satisfeito e  com um sentimento de trabalho cumprido. A primeira interação foi muito difícil, pois as crianças eram muito fechadas. Fazê-los se soltar demorou, porém, hoje as coisas mudaram e ficaram mais mais tranquilas”, conta Deivid.

A equipe de acadêmicos entra na etapa da edição do vídeo que será lançado no final de junho na Unifra e na Escola Paulo Freire.

A Escola Aberta Paulo Freire

Conhecida como Escola Aberta, a Paulo Freire dedica atenção especial aos alunos, na sua maioria em situação de risco. São crianças e adolescentes em situação de rua, abrigados, em risco de violência ou em famílias em vulnerabilidade. O tratamento destinado a eles é diferenciado. Não é exigida freqüência e o sistema de séries é dividido em quatro etapas que equivalem a duas ou mais séries do ensino fundamental tradicional.

 Os alunos passam o dia na escola, ganham almoço, tomam banho e têm aulas de manhã e oficinas, que lhes ensinam uma profissão, na parte da tarde.

A primeira oficina pela qual todos devem passar é a de papel reciclado. Depois, cada um escolhe que área quer seguir entre as outras três oficinas oferecidas: informática, corte de cabelo e padaria.

A Unifra tem sido parceira da Paulo Freire em várias ocasiões. Entre 2006 e 2008 desenvolveu diversos projetos na instituição. Entre eles, o Ação de de Cidadania, atividade interdisciplinar entre cursos que envolveu professores e alunos na prestação de serviços à comunidade, oficina de foto com a então acadêmica  de jornalismo, Josiane Stringhini, da Unifra, além de apresentações de funk, pagode e rap. Entre esses serviços estão o corte de cabelo, serviços de saúde, serviço social, recreação, orientações jurídicas, mateada e atividades lúdico-pedagógicas.

Produções da Oficina de Papel da Escola Paulo Freire.

A importância  social da escola  para santa Maria pode ser constatada nos depoimentos que farão parte do vídeo que está sendo produzido e pelas entrevistas já realizadas em matérias anteriores da ACS, entre elas os depoimentos que se seguem.

O aluno Ronaldo Tavares, 13 anos, que saiu das ruas para frequentar a escola, pretende seguir os passos do irmão, que também estudou lá. “Pretendo ir para a oficina de cabeleireiro e ter um salão. Um dia quero ser da base área e virar um piloto de caça, que nem meu irmão” falou o empolgado aluno.

Estudando na escola desde o começo do ano, Daniel Cezar Gonçalves, 15 anos, mesmo demonstrando bastante timidez, tem uma opinião diferente e pretende seguir os estudos, fazer uma faculdade e só depois trabalhar. “Quero aprender e estudar” falou o aluno.

Crise

A Escola Paulo Freire que foi reconhecida como modelo de inclusão social corre o risco de fechamento. A 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) alega que estudos da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) indicam que há mais oferta de vagas do que demanda, muitas reprovações, e fechou recentemente o EJA da escola, transferindo 41 alunos que frequentavam a turma noturna. Em entrevista ao  jornal Diário de Santa Maria em fevereiro último, a 8ª CRE alega ainda questões de economia e um projeto pedagógico que visa atrair o aluno para a sala de aula.

A direção da Paulo Freire afirma que há uma tentativa de desmonte da escola. Segundo eles, a 8ª CRE não trabalha com dados reais, tem reduzido o grupo de professores na tentativa de inviabilizar o trabalho no local e gerado uma série de dificuldades operacionais.  Ainda conforme a direção, alunos do EJA afirmaram que foram procurados em suas casas para que desistissem das aulas na instituição, e aceitassem a transferência para outras escolas. Muitos deles teriam deixado de frequentar o EJA por ocasião da transferência, uma vez que isso gerou dificuldades de deslocamento.

Procurada pela reportagem da ACS, a 8ª CRE não retornou as ligações.

Por Luis Ricardo Kaufmann e Agência Central Sul