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ensino remoto

Reabertura das escolas, ser contra ou a favor?

“A escola é um ambiente seguro. Ela continuará sendo segura, dependendo da conscientização das famílias”, diz Bruna Prates, diretora do Colégio Santa Teresa de Jesus, em Santana do Livramento, cidade fronteiriça com  Rivera, no Uruguai.  Desde março

Dois lados do ensino remoto: o aluno e o professor

O novo coronavírus chegou ao mundo e muitas consequências foram sentidas nos diversos setores da  sociedade, como a economia, a segurança, a indústria, a área de transportes, a saúde obviamente, e a educação. As  aulas estacionaram por

Sala de aula vazia com distanciamento entre os lugares no Colégio Santa Teresa de Jesus, em Santana do Livramento, RS.

“A escola é um ambiente seguro. Ela continuará sendo segura, dependendo da conscientização das famílias”, diz Bruna Prates, diretora do Colégio Santa Teresa de Jesus, em Santana do Livramento, cidade fronteiriça com  Rivera, no Uruguai. 

Desde março do ano passado, os colégios e faculdades trabalham no sistema de ensino remoto, em consequência da pandemia do Coronavírus. Já neste ano de 2021, a expectativa era outra e alguns colégios, como o Santa Teresa de Jesus, iniciaram suas aulas presenciais no começo do ano letivo, em fevereiro. E novamente as aulas foram canceladas pelo aumento do número de casos de Covid-19. O colégio funcionava dentro de todas aquelas regras básicas: distanciamento social, medição de temperatura e outras questões elaboradas pela própria escola para a segurança dos alunos e de todos seus funcionários. As turmas eram divididas, com metade dos alunos no formato presencial e outra metade de forma remota para evitar aglomerações em salas de aula com grande número de estudantes. Apesar de todos os cuidados e protocolos adotados, as aulas continuam no formato remoto em todo o RS.

Leonardo durante a aula remota. Foto: arquivo pessoal

Simone Muslera, mãe de Leonardo que está na segunda série do ensino fundamental no Colégio Santa Tereza de Jesus, é a favor do retorno das aulas presenciais. “Para mim, a dificuldade maior é que a criança precisa de alguém junto para ajudar nas aulas” , relata Simone. Além disso, comenta que por causa do trabalho tem sorte do outro filho, que é mais velho, ajudar o menor, porém, no final de semana precisa se envolver e auxiliar o filho com os temas. “O ano passado eram duas horas de aula e não era tão cansativo, já neste ano a aula é durante toda tarde e a criança perde o entusiasmo em ficar ali sentada na frente do computador”, finaliza Simone, afirmando que a estrutura da escola com biblioteca, laboratório, pátio entre outros. torna o aprendizado mais fácil e interessante. 

Já Flávia Fernandes, mãe de Manuella, 12 anos, e Maria Vitória, 11 anos, alunas do Instituto Livramento e que também estão estudando pelo sistema remoto, é contra o retorno das aulas presenciais. Flávia acredita que as escolas possuem dificuldades para manter o distanciamento, principalmente, quando se trata de crianças pequenas. “Em fevereiro, quando voltou, era híbrido – uma semana na escola e outra em casa, não teria motivos para voltar agora”, comentou Flávia. Ela acredita que ainda é perigoso o retorno pela maneira como o vírus está se espalhando, e de forma remota não existe o risco da contaminação.

No Rio Grande do Sul, foi liberado pelo governador Eduardo Leite, na última semana, o retorno das aulas presenciais mesmo com a  bandeira preta. A flexibilização, porém, foi sustada ontem, segunda-feira, 26/04, quando a Justiça do Estado manteve a decisão anterior e as aulas presenciais seguem suspensas. A explicação é a de que no ano de 2020, o estado passou um longo tempo em bandeira laranja e vermelha e não houve o retorno. Então não é sensato voltar agora com o estado inteiro em bandeira preta. Mudanças podem ocorrer ainda nessa semana.

Além dos professores e alunos, os colégios também possuem certas dificuldades nesse período de pandemia. Segundo a diretora Bruna Prates, uma das maiores dificuldades é ajudar seus funcionários, principalmente os professores e alunos somente através de uma tela. “Se habituar a essa rotina totalmente online sem estar próximo, sem contar com a ajuda de quem sempre esteve do lado.” complementa a diretora. Além, é claro de ter que administrar todos os contextos familiares. 

Bruna conta que o colégio tenta de algumas formas estar perto e ajudar em várias questões, como a disponibilização de impressões e a Busca Ativa, quando as diretoras ingressam nas aulas para acompanhar como está sendo a participação e o aprendizado, método que já era feito no presencial, porém, teve que ser adaptado para esse novo modelo. 

Apesar da vontade tanto dos colégios, como de vários pais de que as aulas retornem ao modo presencial, prefeituras e as próprias escolas pedem paciência. Defendem que todos precisam fazer a sua parte, as escolas com protocolos seguros junto com a conscientização das próprias famílias. A norma parece ser a de não esquecer, sempre, o bom senso, o que torna o ambiente protegido para o trabalho e aprendizado de todos. 

Para saber mais sobre este assunto, acesse aqui.

 

Sala de aula vazia tornou-se uma realidade em todo o mundo. Foto: Lucas

O novo coronavírus chegou ao mundo e muitas consequências foram sentidas nos diversos setores da  sociedade, como a economia, a segurança, a indústria, a área de transportes, a saúde obviamente, e a educação. As  aulas estacionaram por todo o mundo para a segurança de crianças e adolescentes. A solução encontrada foi algo similar ao ensino à distância (EAD) : as aulas remotas. A principal diferença é que no EAD as aulas são gravadas, e no ensino remoto, as aulas são ao vivo em reuniões online com alunos e professores. As salas de aulas ficaram vazias e as aulas foram feitas de casa, o que gerou dificuldades e desafios tanto para os professores, como para os alunos.
Ao ser questionada sobre os problemas enfrentados diante da necessidade de trabalhar de modo remoto, a professora de português, redação e literatura do ensino médio, Andrea Raffone respondeu que “As principais dificuldades que encontramos é que, da noite para o dia, nos vimos completamente dependentes da tecnologia, do sinal de internet, dos recursos e de domínio desses recursos.(…) A nossa vida pessoal também ficou mexida, invadida em função desse uso excessivo das tecnologias e dessa facilidade com que nós ficamos abertos ao trabalho durante 24 horas. É o  Whatsapp que não parava  com chamadas de pais e alunos, as demandas da escola e os grupos de turma de sala de aula”.
Já o estudante Paulo Hillal comenta que as suas maiores dificuldades foram o excesso de trabalhos e prazos para cumprir, além de conseguir manter a atenção na tela do computador por horas, sem desvios para celular ou alguma outra atividade.
Por outro lado, apesar das muitas dificuldades e desafios, os entrevistados apontaram que também há facilidades nesse modo de ensino. Para Paulo Hillal, as facilidades “São poucas, mas a mais notável e que realmente fez, e ainda faz a diferença, é a comodidade de estar em lugares mais confortáveis. As atividades escolares, por exemplo, provas, trabalhos e exercícios tiveram uma certa facilidade pelo fácil acesso à internet.  Não que seja uma facilidade que auxiliou, se for comparar facilidade com produtividade.”
“Uma das facilidades mais relevantes foi a possibilidade de trabalhar e estudar em casa diante da pandemia e do risco que significa o vírus”, afirmou a professora Andrea.

Descompassos 

Trabalho virtual tornou-se uma rotina no dia-a-dia da professora Andrea Raffone. Foto: arquivo pessoal

Segundo pesquisa feita pelo Instituto Península, 83,4% dos professores se sentem nada ou pouco preparados para ensinar de forma remota e esse número pode ter uma grave consequência no desempenho do próprio professor. “A nossa  é uma atividade, como conceituou um professor de filosofia, narcísica. Como o mito de Narciso, a gente contempla, a gente se explica, a gente fala de si mesmo e, sem esse contato, sem a interação, sem o olho no olhar do aluno,   se perdeu consideravelmente a riqueza desse encontro. Passamos um ano esgotados pelo excesso de trabalho, mas com pouca interação. Foi praticamente um trabalho voltado a nós mesmos, uma atividade muito solitária e um silêncio muito constrangedor, para além do que já havia no presencial”, reflete a professora Andrea Raffone.
Também os estudantes sentiram bastante diferença nos seus desempenhos escolares.  O estudante Paulo Halial diz que não absorveu os conteúdos. “Pensando em relação ao ENEM, a única forma  de preparação que eu adotei foram cursos online e, mesmo assim, fica difícil desempenhar bons resultados, ficando mais de 6 horas na frente de um computador”.
O relato do estudante vai ao encontro de outra pesquisa do CONJUVE,  ao constatar que metade dos jovens que pretendem fazer o Enem ou ainda não se decidiram, ou  já pensaram em desistir da prova. Trata-se de um número extremamente preocupante.
Outra questão muito discutida em tempos de ensino remoto é a participação e a presença dos alunos nas aulas.   “Acredito que essa seja a grande queixa de todos os professores no trabalho remoto, afirma a professora Andrea. “Trabalho silencioso, com pouco eco, com pouca resposta, pouco olhar, tanto do aluno em relação ao professor, quanto do professor em relação ao aluno”, conclui.
Levando em conta que o ensino remoto tem algumas semelhanças com o ensino à distância, esse modo ocasiona novas experiências para os alunos e consequentemente abre um leque de possibilidades de cursos profissionalizantes online. Tal questão ainda precisa de delineamentos. O que se contata é que o ensino remoto trouxe dificuldades para  tanto para o professor, como para o aluno, porém, foi a solução encontrada para que o aprendizado continuasse num contexto hostil aos humanos.

Saiba mais: pesquisas relevantes sobre o assunto.

Texto de autoria de Lucas Saraiva, produzido na disciplina de Produção da Notícia

Programa Saberes na UFN

O programa Saberes, voltado para a formação de docentes da Universidade Franciscana (UFN), terá uma edição diferente neste ano. A proposta, discutida por uma equipe multidisciplinar de professores das áreas de Educação, Tecnologia, Administração e Comunicação, levou em consideração o contexto de mudança do ambiente de ensino em função da quarenta. A organização é da Pró-Reitoria Acadêmica (PROAC).

Intitulada “Saberes Pedagógicos e Tecnológicos na Gestão da Aula Remota”, a edição tem como objetivo qualificar as práticas de ensino e de aprendizagem no contexto online e promover a valorização e o compartilhamento das práticas docentes em tempos de pandemia.

O primeiro encontro está acontecendo hoje, segunda (13), pelo Teams, e tendo como destaque o webinar com a professora Luciana Dalla Nora dos Santos, do Instituto Federal Farroupilha e pesquisadora pela Universidade do Minho, em Portugal. Luciana apresentao tema: “Ensino remoto e docência online: limites e possibilidades”.

Estão previstos três encontros pelo Teams. Além de segunda (13), na terça (14) e na quarta (15), o Saberes será, respectivamente, sobre “Práticas Pedagógicas e Diálogo entre professores sobre práticas pedagógicas em aulas remotas”, e “Plano de Ensino & Ambiente Virtual de Aprendizagem”. As demais etapas serão realizadas mensalmente entre agosto e novembro. Os professores interessados se inscreveram até sexta-feira

Confira:

1º Encontro: 13/07 (segunda-feira)

10h: Apresentação da equipe de formação, objetivos e dinâmica do processo formativo.​

Webinar: “Ensino remoto e docência online: limites e possibilidades”, com a professora Ms. Luciana Dalla Nora dos Santos, do IF Farroupilha, pesquisadora na Universidade do Minho, Portugal

2º Encontro:  14/07 (terça-feira)

14h às 16h – Webinar: Diálogo entre professores sobre práticas pedagógicas em aulas remotas. ​

3º Encontro:  15/07 (quarta-feira)

14h às 16h – Webinar: Plano de Ensino & AVA.

4º Encontro: 12/08 (quarta-feira)

14h às 15h – Socialização dos Planos de Ensino & AVA e a partir das demandas será trabalhado a continuidade da formação.

5º Encontro:  30/09 

14h às 15h – Temáticas provenientes da prática pedagógica

6º Encontro:  28/10

14h às 15h – Temáticas provenientes da prática pedagógica

7º Encontro:  25/11

14h às 15h – Encontro de compartilhamento de saberes e práticas docentes vivenciados no 2º semestre/2020