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Estação dos ventos

Projetos de comunicação comunitária movimentam a Estação dos Ventos

Os cursos  Comunicação da Universidade Franciscana  oferecem aos acadêmicos a disciplina de Projeto de  Extensão em Comunicação Comunitária como uma forma de inserção do jornalismo e da publicidade e propaganda em práticas sociais comunitárias e de mobilização social.

Campanha para ajudar creche do CDC Estação dos Ventos

Até o dia 02 de  maio estudantes do curso de jornalismo da Universidade Franciscana estão com uma campanha de arrecadação de doações para o Centro de Desenvolvimento Comunitário Estação dos Ventos, uma ONG  localizada no Km 3, na Vila

Flashs de realidade

O que uma câmera na mão pode fazer? Foi essa a proposta que o Centro de Desenvolvimento Comunitário (CDC) Estação dos Ventos promove neste mês. A instituição, localizada no Km3, presta assistência a cerca de 50

A oficina de fotografia na CDC Estação dos Ventos é desenvolvida pelos acadêmicos Thayane Rodrigues, Ariadne Marin e Juliana Brittes. Foto: Juliana Brittes

Os cursos  Comunicação da Universidade Franciscana  oferecem aos acadêmicos a disciplina de Projeto de  Extensão em Comunicação Comunitária como uma forma de inserção do jornalismo e da publicidade e propaganda em práticas sociais comunitárias e de mobilização social.

Nesse semestre, estudantes do curso de jornalismo estão desenvolvendo projetos  na CDC Estação dos Ventos, localizada no bairro Km 3, e que atende crianças e adolescentes no turno inverso da escola.  São crianças em situação de vulnerabilidade  social que já ingressaram na escola e necessitam de um lugar para ficar enquanto seus pais trabalham.

Campanha produzida pelos acadêmicos Valéria Auzani, Estela Biscaino, Ana L. Deike e João P. Foletto.

A ONG conta com doações e trabalho voluntário para se manter. No local são ofertadas diversas oficinas,  como aulas de música, yoga e Muay thai.

Os projetos desenvolvidos pelos acadêmicos de jornalismo da UFN atuam em três frentes: a mobilização social em torno das demandas da ONG, o trabalho com a fotografia e, ainda, a imersão no audiovisual. Os grupos atuam de forma colaborativa com foco no desenvolvimento das ações de comunicação.

A equipe que atua na mobilização já realizou campanhas de arrecadação de produtos não perecíveis e trabalhou na organização e na divulgação do tradicional risoto da entidade, realizado este semestre na Escola de Educação Infantil Mamãe Coruja , em parceria. Também está prevista a realização de mais um risoto na comunidade da ONG.

Já as aulas de fotografia que acontecem semanalmente, procuram mostrar aos alunos diferentes formas de olhar o mundo. O uso do olhar mediado pela lente tem levado as crianças a descobrirem novos horizontes, e a registrarem a sua comunidade.

O mesmo ocorre na experiência com a produção audiovisual, quando as crianças entram em contato com a imagem em movimento e a preparação para produzi-la. Integram o lúdico e o técnico utilizando as ferramentas disponíveis. Parte dos vídeos produzidos por Milena Dias e Allyson Marafiga estão disponíveis na página da Estação dos Ventos no facebook.

Segundo a professora Rosana Zucolo, que orienta os trabalhos, as trocas entre os alunos da creche e os acadêmicos criam novas perspectivas e conhecimentos, além de gerarem vínculos com a comunidade extra-universidade.

A apresentação e defesa dos projetos está marcada para o próximo dia 27.

A campanha de arrecadação integra as atividades da disciplina de Projeto de Extensão em Comunicação Comunitária II do curso de jornalismo, sob orientação da professora Rosana Zucolo.

Até o dia 02 de  maio estudantes do curso de jornalismo da Universidade Franciscana estão com uma campanha de arrecadação de doações para o Centro de Desenvolvimento Comunitário Estação dos Ventos, uma ONG  localizada no Km 3, na Vila Schirmer.  Trata-se de uma comunidade extremamente vulnerável, desprovida de infraestrutura, pavimentação, rede elétrica e saneamento básico.  A Organização atende  em torno de 60 crianças no turno inverso da escola e integra a iniciativa voltada às necessidades das famílias moradoras da região, na sua maior parte constituída por recicladores.

Os estudantes solicitam alimentos perecíveis e não perecíveis, materiais de higiene infantil, materiais de Primeiros Socorros, além de agasalhos de qualquer tamanho.  As caixas de coleta da campanha estão localizadas no saguão do prédio 16 do Conjunto III e no Conjunto I da Universidade Franciscana. Após o dia 02/05, haverá uma caixa para arrecadação no hall do prédio 14.

Estação dos Ventos: comunidade em construção

Em 2001 cerca de 290 famílias se instalaram na área de terras do Governo Federal, localizada no KM3 e cujo trâmite para a legalização das terras, não tendo uma data certa para ser concluída.  Quatro anos depois, em 2005, a comunidade havia crescido e as crianças estavam expostas aos riscos urbanos, ficando em casa sozinhos ou apenas cuidadas pelos irmãos mais velhos.

Um grupo de mães, convocadas pelo então líder comunitário Jan Carlos Ferreira Machado, acordou em fazer um rodízio para cuidar das crianças.  Enquanto uma trabalhava,  deixava o seu filho com outra mãe, em dias alternados. No entanto,  na medida em que as mães  conseguiam empregos fixos, desistiam do compromisso. Fabiana Machado, esposa de Jan Carlos, assumiu o grupo durante o seu período de férias e viu aproximar seu dia de voltar ao trabalho. Acompanhada apenas de sua enteada, estava cuidando de 16 pequenos de 0 a 6 anos. Decidiu, então, abandonar o emprego e assumir a coordenação do Projeto. Por dois anos, ela e o marido mantiveram o atendimento e a alimentação básica para as crianças. Em meio às dificuldades – as portas foram fechadas por três vezes -, as mães voltaram a se reunir e saíram em busca de parceiros. Assim, em 2006, a  Associação de Amigos do BOB , filantrópica, visitou o local e a ajuda começou a chegar. Logo em seguida, o Exército veio e mudou parte da estrutura que era de madeira para alvenaria e  refez toda parte frontal do prédio que abriga o projeto.

A partir de 2011, a Organização foi se configurando com a legalização oficial de documentos e agregando novas parcerias, dentre elas ONG- “Moradia e Cidadania”, que propiciou a ampliação e melhoria da estrutura física, bem como outros parceiros, doadores pessoa física/jurídica, através de campanhas de alimentação, Ação Social, doações de roupas entre outros benefícios para comunidade. Atualmente, a Instituição se mantém com voluntários, colaboradores , profissionais, constituído através de Projetos Sociais que auxiliam não só crianças com atividades culturais, mas realizam oficinas que auxiliam aos pais e mães a desenvolverem habilidades que os capacitem para o mercado de trabalho.

Hoje, a Estação dos Ventos mantém em torno de 60 crianças e oferece diversas oficinas para que os pequenos. Entre as atividades estão as aulas de capoeira, hip hop e yoga.  O projeto conta ainda com um refeitório, que será reformado. Há também a produção de artesanatos e organização de um brechó nos dias de eventos, como o risoto, realizado todos os meses.

 

Selfie de Gabriel Teixeira, 11 anos, aluno do projeto “Comunidade Pixelada” Foto: Gabriel Teixeira

O que uma câmera na mão pode fazer? Foi essa a proposta que o Centro de Desenvolvimento Comunitário (CDC) Estação dos Ventos promove neste mês. A instituição, localizada no Km3, presta assistência a cerca de 50 crianças e adolescentes entre 2 e 16 anos, todos de famílias de baixa renda na Vila Schirmer.

O projeto “Comunidade Pixelada” foi criado pelos voluntários Odilon Dilão, 27 anos, e Brayan Cardoso, 25 anos. Os dois colocaram o projeto no papel há seis meses com o objetivo que as crianças da comunidade e da instituição mostrassem suas realidades pela fotografia.

Odilon afirma que, no começo, as crianças mostraram receio com a parte teórica dos funcionamentos da câmera, mas, quando os primeiros flashs foram feitos, o encantamento foi imediato. As oficinas ministradas pelos idealizadores, que já participaram de cursos de fotografia, abordaram elementos básicos da fotografia: ângulo, luz, sombra, foco, perspectivas e cor.

Gabriel Teixeira, Alice Pereira e Jeferson Machado, alunos do projeto “Comunidade Pixelada”. Foto: Odilon Dilão

Para o programa ser concretizado, a instituição contou com a solidariedade de padrinhos do Centro. Foi criada campanha para doação de câmeras digitais, e, a partir daí, angariaram oito câmeras – com quatro em condições de uso.

A primeira parte do projeto segue até o final do ano. Para 2018, está prevista a inserção de 12 jovens no projeto. O objetivo principal, segundo Odilão, foi alcançado. “ É muito gratificante ver que as crianças estão empenhadas e que esse aprendizado pode se reverter em um interesse futuro e mudar a realidade deles”, comenta.

Toda a dedicação dos idealizadores é concretizada nas palavras e concepções dos próprios alunos. Gabriel Teixeira, 11 anos, é um dos participantes da Comunidade Pixelada. Suas principais inspirações para as fotos são as paisagens naturais presentes em seu cotidiano.

Apesar da pouca idade, Gabriel, sabe os efeitos que uma foto pode trazer. “Se as pessoas vissem as fotos de onde a gente mora e nossas condições, talvez elas nos ajudariam a melhorar”, explica.

Os coordenadores planejam uma exposição no Centro ao finalizarem essa primeira etapa como forma de incentivo e para que os próprios alunos vejam o resultado dos seus trabalhos. Além disso, é trabalhada a ideia de realizar uma exposição em uma área mais central da cidade para que a população tenha o conhecimento dessas realidades.