Fibromialgia: a dor como ela é
Se algo em nosso corpo não está bem, a presença da dor é garantida. Por mais que, em alguns momentos não seja possível identificar seus sinais, ela é um relevante sintoma. Como um alerta de que
Se algo em nosso corpo não está bem, a presença da dor é garantida. Por mais que, em alguns momentos não seja possível identificar seus sinais, ela é um relevante sintoma. Como um alerta de que
A Agência CentralSul de Notícias faz parte do Laboratório de Jornalismo Impresso e Online do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN) em Santa Maria/RS (Brasil).
Se algo em nosso corpo não está bem, a presença da dor é garantida. Por mais que, em alguns momentos não seja possível identificar seus sinais, ela é um relevante sintoma. Como um alerta de que alguma coisa está errada, a dor mostra que é preciso atenção, caso ela for intensa e persistir, deixa de ser considerada sintoma e se torna a doença, denominada fibromialgia (FM), que se caracteriza por dores musculoesqueléticas generalizadas.
A FM é uma doença frequente, presente em cerca de 2% a 5% das pessoas no Brasil, e acomete principalmente mulheres (80%), com idade entre 30 e 60 anos, porém há casos em que a fibromialgia atinge pessoas idosas, crianças e adolescentes. Os motivos pelos quais as mulheres são mais afetadas do que os homens ainda não é conhecido.
Miriam Seligman Menezes, médica especialista em dor, explica que a fibromialgia é uma síndrome que se manifesta como dor em todo o corpo. “A dor é predominantemente muscular, difusa, podendo também, às vezes, iniciar na região de ombros e pescoço e se propagar para outras áreas. Geralmente é acompanhada de outros sintomas como distúrbio do sono, fadiga e indisposição”.
Há momentos em que não é possível definir se a dor é nos músculos ou nas articulações, pois os pacientes costumam dizer que não há nenhum lugar do corpo que não doa. Junto com a dor, surgem outras alterações como problemas de memória e concentração, ansiedade, formigamentos, dormências, depressão, ansiedade, dores de cabeça, e tontura. Uma característica da pessoa com fibromialgia é a hipersensibilidade ao toque e à compressão de alguns pontos no corpo.
A FM pode se caracterizar por sintomas leves, mas há casos em que as dores associadas à ansiedade e à depressão são demasiado intensas, que impedem o desempenho de atividades profissionais e sociais. Miriam explica que em até 50% dos casos a fibromialgia pode ser acompanhada de quadro depressivo. “Não se sabe com exatidão o que vem antes, a depressão ou a fibromialgia. Por este motivo é importante que os pacientes tenham acompanhamento psicológico”, completa.
Em relação às causas da fibromialgia, não há definições concretas, mas estudos mostram que estes pacientes apresentam maior sensibilidade à dor do que outras pessoas, pois o cérebro de fibromialgicos interpreta os estímulos de forma exagerada, de modo que ao ativar o sistema nervoso, a pessoa sinta mais dor. Em alguns casos a FM pode ocorrer devido a traumas físicos ou psicológicos. Há situações que podem provocar piora nas dores, como o excesso de esforço físico, estresse, infecções, exposição ao frio, sono ruim ou trauma.
O diagnóstico da FM é basicamente clínico, feito com a aplicação de um dolorímetro ou com a polpa digital, em que se pode observar uma hipersensibilidade em pontos dolorosos, conhecidos como tender points. Estes pontos são situados nas regiões occiptal (atrás da cabeça), cervical, trapézio (em cima dos ombros e nas costas), supraespinal (abaixo dos ombros), joelho, condrocostal (2ª costela), epicôndilo lateral (no lado do cotovelo), punho, glúteo, tocanter maior (área onde o fêmur se encaixa na bacia) e tornozelo.
A fibromialgia é uma doença crônica, portanto não existe cura e sim o controle dos sintomas. O tratamento se baseia em aliviar a dor e melhorar a qualidade do sono e isso é alcançado com o uso de antidepressivos, analgésicos e atividade física aeróbica. Mas para que o tratamento tenha eficácia, Miriam explica que o paciente deve cooperar. “A doença é controlável, mas necessita que o paciente seja muito colaborador e não tenha recaídas em determinadas circunstâncias”, comenta.
Além dos benefícios resultantes da prática de atividade física, a fisioterapia tem importante papel na diminuição do impacto dos sintomas da fibromialgia na vida dos pacientes por meio de abordagens terapêuticas, que melhoram a capacidade funcional e contribui para a manutenção da qualidade de vida. O fisioterapeuta, Laércio Ribeiro explica que o uso de recursos fisioterapêuticos tem papel fundamental no alívio da dor. “A intervenção de algumas técnicas da fisioterapia aliadas à atividade física melhoram o controle da dor e o aumento das habilidades funcionais do paciente com fibromialgia.”[dropshadowbox align=”left” effect=”perspective-right” width=”300px” height=”” background_color=”#ffffff” border_width=”1″ border_color=”#dddddd” ]PRINCIPAIS SINTOMAS DA FIBROMIALGIA:
Dor generalizada*
Fadiga*
Alterações do sono (não reparador)*
Cefaleia*
Distúrbios emocionais e psicológicos*
Problemas de memória e concentração*
Dormência e formigamento nas mãos e nos pés*
Palpitações*[/dropshadowbox]
Praticar atividade física ajuda no controle da dor, melhora o humor e a qualidade de vida dos pacientes e se constitui, como uma intervenção fundamental. Os exercícios físicos aeróbicos são os mais seguros, mas devem ser iniciados de forma gradual. Para isso, Miriam esclarece que a atividade escolhida precisa ser agradável. “A recomendação é que o paciente escolha uma atividade que lhe agrade e inicie gradativamente de acordo com o seu condicionamento”, comenta.
Como dito, o tratamento para a fibromialgia não envolve apenas o uso de fármacos, embora os medicamentos tenham importante papel na redução da dor, mas também atividades aeróbicas, fisioterapia, além de acompanhamento psicológico. Quando uma pessoa sente dor, seu comportamento, seus hábitos e suas capacidades mudam, desse modo, caso as alterações não forem observadas, podem progredir a casos mais sérios.
Por Jenifer Lasch
Reportagem produzida para a disciplina de Jornalismo Especializado II.