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Inter SM

Inter de Santa Maria disputa a Divisão de Acesso

A primeira divisão do futebol gaúcho tem início em menos de 15 dias. O Gauchão Série A2 – Divisão de Acesso está marcado para começar no dia 15 de agosto. Em virtude das restrições impostas pela

Uma paixão internacional

Dizem que não existem muros ou fronteiras que possam segurar o futebol e o amor, no amor pelo futebol isso não poderia ser diferente. Este é o caso do aposentado e motorista de aplicativo Nilton Cardoso,

O futebol santa-mariense ainda respira: o lado alviverde

Desde pequeno fui instigado pelo lado extra-campo do futebol de interior, as figuras anônimas vistas ao fundo de uma transmissão de televisão ou ouvidas em uma transmissão de rádio. O futebol no interior é um raro espetáculo

Clubes santa-marienses: Futebol em dia e salário atrasado

Os torcedores que acompanham o futebol do interior sabem que as dificuldades financeiras assolam os clubes. Em Santa Maria, a situação não é diferente, o sofrimento para manter as contas e salários em dia é uma

Inter-SM vence e segue firme na copinha

Após o início de competição não muito chamativo, devido ao baixo rendimento, o Inter-SM conseguiu se recuperar na fase final. Depois de vencer o Juventude neste domingo (21), pelo placar de 2 X 0, partida válida pela

Futebol santa-mariense: a derrota fora das quatro linhas

Pelotas. Estádio Boca do Lobo. Quando o árbitro pelotense Geovane Luis da Silva, por volta das 16h45min apita para encerrar a partida, ele não somente decreta o final da fase classificatória da Divisão de Acesso do

Inter de Santa Maria projeta a temporada 2015

Próximo do fim, o mês de novembro marcou a agilidade do planejamento do Internacional-SM, que já conta com mais de vinte jogadores no plantel contratados para a temporada do ano que vem. A respeito disso, um

Inter-SM em treinamentos para a Divisão de Acesso. Imagem: Renata Medina

A primeira divisão do futebol gaúcho tem início em menos de 15 dias. O Gauchão Série A2 – Divisão de Acesso está marcado para começar no dia 15 de agosto. Em virtude das restrições impostas pela pandemia da Covid-19, o campeonato foi interrompido na última temporada, após a realização de três rodadas.

Serão 16 clubes competindo, divididos em dois grupos com oito equipes em cada. A primeira etapa é uma disputa em turno e returno, classificando-se os quatros melhores para as quartas de final. A partir dessa etapa, os jogos serão no sistema mata-mata em ida e volta, prosseguindo assim na semifinal e na final. 

O campeão e o vice-campeão estarão classificados para o Gauchão Série A 2022 e os piores de cada grupo da fase inicial, vão direto para o rebaixamento do Gauchão Série B – Segunda Divisão. 

Conheça os grupos:

GRUPO A: Glória; Igrejinha; Passo Fundo; União Frederiquense; Tupi; Veranópolis; Cruzeiro e Brasil de Farroupilha.

GRUPO B: Inter de Santa Maria; São Gabriel; Guarani-Va; Guarany-Ba; São Paulo; Lajeadense; Bagé e Avenida.

O troféu da Série A2 homenageará o jornalista Sérgio Cabral, que sempre se dedicou ao crescimento do futebol gaúcho, atuando por muitos anos no jornal Diário Popular e também em emissoras de rádio de Pelotas. As taças que o campeão e o vice da competição erguerão terão o nome do profissional, que morreu em novembro de 2020, aos 61 anos, após uma cirurgia cardíaca. 

Clássico Inter-SM e São Gabriel

A primeira rodada do campeonato terá, entre os jogos, um clássico muito conhecido na região: O Inter-SM e o São Gabriel irão estrear no campeonato, no dia 15, no Estádio Presidente Vargas. 

 Esporte Clube Internacional (Inter-SM)

O clube brasileiro de futebol, da cidade de Santa Maria, no RS, teve sua fundação inspirada no Sport Clube Internacional, desde o nome até as cores do Inter-SM. Fundado em 16 de maio de 1928, o Esporte Clube Internacional nasceu como resultado de várias reuniões no extinto Café Guarany, entre um grupo de jovens que praticava o esporte.  

Na primeira partida oficial, válida pelo Torneio Início de 1930, o colorado santa-mariense venceu o 7 de Setembro por 1 a 0, no Estádio dos Eucaliptos. Um ano depois, conquistou o seu primeiro troféu, em uma partida amistosa contra o Brasil, com vitória de 5×2. Três anos mais tarde, venceu seu primeiro campeonato oficial: o Citadino de Segundos Quadros de Santa Maria.

Em 1940, o Internacional venceu pela primeira vez o seu maior rival, o Riograndense por 1×0 e, em 1954, o clube disputou seu primeiro Campeonato Gaúcho. Disputou o Campeonato Brasileiro de 1981 levando a Taça de Prata e, em 1982, participou da primeira divisão do futebol brasileiro e de uma semifinal de Campeonato Brasileiro Série B em 1984. 

Com um histórico de vitórias, o clube segue ainda na luta por lugares melhores. A pandemia do covid-19, instalada em 2020 no mundo inteiro, afetou o time em diversos aspectos, assim como toda a área do esporte. Porém, o time continua em busca de seu espaço e retorna com muita garra aos estádios este ano. 

Inter-SM na Divisão de Acesso

O Inter-SM, nos últimos quatro anos, conseguiu chegar em duas semifinais da competição. No ano de 2020, estava em segundo lugar na Divisão de Acesso, realizando uma ótima campanha e com um time consideravelmente forte. No entanto, em virtude da pandemia da Covid-19, o campeonato teve que ser cancelado.

Treinamentos para a Divisão de Acesso seguem em ritmo intenso. Imagem: Renata Medina.

O analista de mercado do time, Marcos Pedrozo, revela que este ano, o clube acredita estar preparado para a competição, com uma equipe competitiva de acordo com as características do treinador e com jogadores no perfil adequado ao modelo de jogo. Na parte física, o time está indo para a segunda semana de treinamentos, onde a primeira foi destinada mais à adaptação. Os 35 dias de pré-temporada estão servindo para preparo dos atletas e a chegada de novos atletas. 

A comissão técnica será mantida, Sananduva comandará a casamata, Guilherme Tocchetto será o auxiliar técnico e Henrique Braibante o preparador físico. A equipe se completa com o preparador de goleiros Ed Palmieli e os analistas de desempenho Mateus Bolivar e Flavio Salla. 

Esse ano o clube optou por trazer atletas com mais experiência, com conhecimento e contato com o campeonato gaúcho.  “Esses atletas tem que saber o peso que é essa competição e o maior objetivo do clube, que é trazer o acesso”, diz Marcos Pedroso.  

Primeiro amistoso contra o Grêmio em Porto Alegre. Imagem: Renata Medina

O Inter-SM vem realizando amistosos até a competição se iniciar. O primeiro amistoso de preparação para a Divisão de Acesso, foi na cidade de Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre. A disputa aconteceu no sábado 31 de julho, às 15h, no Centro de Treinamento Hélio Dourado.

O Alvirrubro teve muito trabalho no primeiro amistoso, o time santa-mariense saiu atrás no marcador, porém com muito esforço alcançou o adversário e conseguiu a virada, derrotando a equipe sub-20 do Grêmio por 2 a 1.

Retorno das torcidas nos estádios 

Recentemente, na Agência Central Sul foi publicada uma matéria a respeito do retorno dos torcedores aos estádios, veja e reveja. Até o momento não há nenhuma novidade, no entanto os clubes e as federações seguem atentas aos protocolos e normas a respeito do assunto.

Em entrevista ao Diário de Santa Maria, a assessoria de comunicação do Inter-SM, há uma possibilidade do retorno dos torcedores ainda nos jogos da Divisão de Acesso. Na sexta-feira, 30, foi concedido pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF) um protocolo geral para a volta do público nos estádios no Rio Grande do Sul. 

Ao que tudo indica de acordo com o protocolo, a decisão depende somente da aprovação da Prefeitura de cada município. Em caso de aprovação do retorno, será permitido no máximo 25% da ocupação do estádio, o que equivale a 1.665 pessoas no Estádio Presidente Vargas, por exemplo. Além disso, é indispensável a apresentação da carteira nacional de vacinação, sendo obrigatória a imunização com as duas doses ou o exame RT-PCR com prazo máximo de 72h. Além de protocolos como venda de ingressos apenas de modo antecipado com prioridade para sócios em dia.

 

  • Reportagem feita na disciplina de Jornalismo Esportivo, durante o 1º semestre de 2021, sob supervisão da professora Glaíse Palma.
O tempo afastado do estádio Presidente Vargas não apagou as memórias do torcedor Nilton Cardoso. (Foto: Patrício Dias)

Dizem que não existem muros ou fronteiras que possam segurar o futebol e o amor, no amor pelo futebol isso não poderia ser diferente. Este é o caso do aposentado e motorista de aplicativo Nilton Cardoso, de 65 anos.

Nascido na cidade de Matosinhos, Portugal, foi em Santa Maria que ele encontrou a sua paixão esportiva: o Esporte Clube Internacional. O sentimento que começou nas arquibancadas, logo evoluiu para os bastidores do Presidente Vargas, onde ocupou diversos cargos na diretoria alvirrubra. Durante um café no centro da cidade, ele compartilhou detalhes de toda uma vida dedicada ao colorado. O carregado sotaque da terrinha transmite com o orgulho o sentimento de Nilton pelo clube da Baixada.

Agência Central Sul – Como começou a sua história com o Internacional de Santa Maria? 

Nilton Cardoso – A minha paixão pelo Internacional começou em 1982, quando vim para Santa Maria e fui morar em uma rua próxima ao Estádio Presidente Vargas. Eu cheguei na cidade de noite e, no outro dia de manhã, eu já fui me associar no Alvirrubro.  Já naquele ano eu assisti à histórica partida contra o Vasco da Gama. Eles vieram com a equipe completa e acabamos vencendo por 3 X 0 no Estádio Presidente Vargas.  Entre os seus titulares, o cruz-maltino tinha o Roberto Dinamite, um dos principais jogadores da seleção Brasileira naquela época e em todos os tempos. Em 1983 teve uma partida que também me marcou muito contra o Santo Ângelo, chovia muito e tinham apenas três torcedores no estádio, entre os três eu estava presente.

 

ACS – Quando você começou a participar dos bastidores do clube?

NC – O meu primeiro envolvimento com a diretoria do Internacional foi em 1992, durante a gestão do presidente Fabio Norberto Correa.  Depois disso, eu fiz parte de praticamente todas as diretorias até 2017.  Me orgulho muito de ter participado de todas as gestões do Heriberto Marquetto, uma lenda viva dentro do clube.

 

ACS – Enquanto outras cidades do interior estão se firmando no cenário estadual e, até mesmo, nacional, o futebol em Santa Maria parece estagnado ou  regredindo. A que fatores você atribui isso?

NC – Em primeiro lugar, a gente ouve dizer que Santa Maria não gosta de futebol. Não é verdade. Quando se faz um time bom aqui, nós lotamos o estádio.  Não é qualquer clube de interior que coloca o público do Inter de Santa Maria.  O problema é simples: aqui nós não temos indústrias grandes.  Não temos o aporte financeiro de outras equipes do interior. Por isso nós temos uma dificuldade enorme para fazer futebol. O Inter de Santa Maria mantém as portas abertas graças ao esforço de um grupo de abnegados que levam essa bandeira.

 

ACSExiste a visão por parte dos santa-marienses, de que o clássico Rio-Nal acaba sendo um pequeno Gre-Nal em Santa Maria. Pelo nome, o Internacional carrega a metade vermelha e o Riograndense, a metade azul.  Você concorda?

NC –  Não concordo. Já disputamos um campeonato estadual com o nome de Santa Maria Esporte Clube, e mudamos as cores, porém não houve o apoio esperado. Isso mostra que o problema não é o nome.

 

ACS – O que motiva você a torcer para o clube da sua cidade?

NC –  Eu sou apaixonado pelo futebol e por esse contato que tu só tem no estádio.  Eu não consigo torcer para outro clube. Santa Maria é a minha cidade. Essa é a minha gente e esse é o meu clube.  O Internacional mexe muito comigo. Eu botei três pontes de safena. Tenho evitado ir ao estádio e ainda não assisti nenhuma partida neste ano. O Internacional é a minha vida, é a minha paixão, é a minha cachaça.  Por isso eu estou afastado. Se eu começar a frequentar o estádio novamente, eu volto para lá (para a diretoria). E eu não tenho mais condições de saúde para me emocionar assim.

 

ACS – Qual a importância do Riograndense e do clássico Rio-Nal para o Internacional de Santa Maria?

NC –  A importância é enorme, o Riograndense tem que voltar. Ia ser fantástico ver o Riograndense retornar ao futebol profissional e disputarmos um clássico Rio-Nal pelo campeonato estadual, seria um sonho para Santa Maria.  Não podemos esquecer de que o Inter de Santa Maria e o Riograndense levam o nome da nossa cidade pelo estado.

 

O torcedor reviveu os velhos momentos no estádio dos eucaliptos. Ao fundo da foto, a arquibancada onde ficava localizada a torcida Ferroviários 78. ( Foto : Isadora Ruas/ especial )

Desde pequeno fui instigado pelo lado extra-campo do futebol de interior, as figuras anônimas vistas ao fundo de uma transmissão de televisão ou ouvidas em uma transmissão de rádio. O futebol no interior é um raro espetáculo onde as principais estrelas aparecem em segundo plano.

Quem são estes torcedores? Por que não seguem o fluxo em um estado dominado pela dupla GreNal? Como certa vez disse o compositor uruguaio Canário Luna a respeito dos torcedores de times pequenos:  “Se a razão discute com eles, eles discutem com a razão”.

Para tentar entender um pouco deste sentimento, fui ao encontro de dois torcedores fanáticos pela dupla RioNal: pelo lado alviverde falou o torcedor Leonardo Pezzi

Fui até o estádio dos eucaliptos para encontrar o estudante de Educação Física com 21 anos e uma longa trajetória ao lado do clube ferroviário. Ele passou grande parte da sua vida entre a Ferroviários 78, barra brava do clube, e as atividades administrativas da diretoria jovem do Periquito.

Se a estrutura do estádio já demonstra os primeiros sinais de deterioração pela inatividade, na memória do torcedor as lembranças deste tempo permanecem intactas.

Caminhando pelas arquibancadas do estádio, o torcedor não esconde a emoção causada pelas lembranças.  Começamos a nossa entrevista no pavilhão social.

 

Agência Central Sul – Qual foi o seu primeiro contato com o Riograndense?

Leonardo Pezzi –  Na minha infância, eu acompanhava as partidas ao lado do meu pai e do seu grupo de amigos. Acabei transformando o Riograndense na minha segunda família, fui membro da diretoria jovem do clube na gestão da Lisete Frohlich.  Passei muitos finais de semana limpando e pintando o estádio, participando de reuniões periodicamente, tudo isso como trabalho voluntário, jamais fui remunerado pelo clube.

 

ACS – O que você sente ao voltar aqui nos Eucaliptos depois de tanto tempo?

LP – São várias emoções. A primeira é a lembrança de vários momentos felizes que eu passei aqui, momentos tristes também.  Porém, a emoção mais atual é a tristeza de ver como estão as coisas hoje. Esse estádio tinha um clima muito família. A acústica permitia ouvir os chutes na bola e os gritos dos jogadores. Em alguns casos, podíamos presenciar situações inusitadas, como uma mãe que estava discutindo com o treinador porque o seu filho estava no banco de reservas. Esse lugar tem muita história, aqui no canto esquerdo do pavilhão fica a estátua da Medianeira, padroeira do clube. Às vezes quando marcávamos gols os jogadores e torcedores agradeciam para ela. Também entre os torcedores mais antigos tem o folclore de que os gols vão sair sempre no sentido em que a locomotiva está passando.

 

ACS – Conta algumas histórias que tu viveu aqui nesse estádio.

LP – São várias histórias, a mais cômica foi durante um alagamento do gramado em um RioNal. A arbitragem queria encerrar a partida e então tivemos que enxugar a água com colchões velhos que estavam guardados no clube.  A ideia inusitada deu certo, o gramado teve condições de jogo e acabamos vencendo por 2×1.   Saiu em rede nacional e viramos um “meme” do futebol raiz no Brasil.  Outro caso inusitado e que teve repercussão nacional foi quando um cachorro da brigada militar mordeu um jogador da equipe adversária na lateral do gramado.  São histórias que marcam muito, assim como a eliminação sofrida frente ao Brasil de Pelotas na semi final da Divisão de acesso em 2013.  Precisávamos de uma vitória simples e não conseguimos sair do 0x0, perdemos um pênalti naquela partida.

 

ACS – O Riograndense vinha fazendo boas participações na divisão de acesso, beliscou a promoção em diversas ocasiões.  Porém, em 2016 houve o rebaixamento, e em 2017 a equipe abandonou o futebol profissional.  Como você descreve essa queda em um espaço tão curto de tempo ?

LP –  Eu, particularmente, coloco como problema de gestão. Os problemas de infraestrutura se agravaram e também pesou o lado financeiro. O clube foi perdendo quadro social, foi perdendo excelentes profissionais, que as vezes colocavam o amor acima de tudo pelo clube.

 

ACS – Existe a visão por parte dos santa-marienses, de que o clássico Rio-Nal acaba sendo um pequeno Gre-Nal dentro de Santa Maria. Pelo nome, o Internacional carrega a metade vermelha e o Riograndense acaba carregando a metade azul.  Você concorda?

LP –  Concordo em partes. Ambos os clubes tem torcedores próprios e identidades próprias muito fortes. O Riograndense sempre incentivou o público a vir ao estádio com a camisa do Riograndense, mas se ele viesse com camisa de Grêmio ou Inter também não haveria problemas.

 

ACS – O que te motiva a torcer para o clube da sua cidade ?

LP –  Essa é uma pergunta difícil. Mas acredito que seja o vínculo. Aqui você tem voz, embora muitas vezes, como na situação atual, você não seja ouvido.  Você ajuda o clube a crescer, você tem uma visibilidade de bastidores muito diferente e isso te leva a ter vínculo muito forte com o clube.

 

ACS – Qual a importância do Internacional de Santa Maria e do RioNal para a história do Riograndense?

LP –  Uma importância total, não apenas para o Riograndense como para a cidade.  Santa Maria precisa continuar tendo o RioNal, é algo sadio para a cidade, aumenta a competitividade. Nada como ter um clube para competir e crescer junto, se eles ganharam, nós também temos que ganhar e por ai vai.

 

ACS – Como você vem lidando com a ausência do Riograndense na sua rotina ?

LP –  Nunca mais os domingos foram iguais. Eu posso traduzir o Riograndense como uma família, segue sendo uma família, mas hoje os membros estão bem afastados.  Aquele domingo era sagrado para nós, se girava toda a semana pensando naquela partida, o churrasco com os amigos antes da partida, poder esquecer todos os problemas durante 90 minutos.  Hoje isso faz muita falta, não apenas para mim, como para toda a torcida do Riograndense e até mesmo para Santa Maria.  O Riograndense nunca vai deixar de existir. Assim como o meu pai me levou no estádio quando criança, eu tenho o sonho de levar os meus filhos e os meus netos no futuro.

 

 

 

 

Os torcedores que acompanham o futebol do interior sabem que as dificuldades financeiras assolam os clubes. Em Santa Maria, a situação não é diferente, o sofrimento para manter as contas e salários em dia é uma batalha todo o ano.
O Internacional de Santa Maria é a equipe mais conhecida da região, pois disputa a divisão de acesso, que dá vaga para a primeira divisão. Para termos uma noção, em 2017, a equipe Alvirrubra teve uma das melhores campanhas na divisão de acesso, chegando até as semifinais sem perder nenhum jogo dentro de casa, porém acabou desclassificada. Em 2018, a história se repetiu, a equipe do Presidente Vargas acabou parando na semifinal novamente. A verba utilizada para todo elenco era de 26 mil reais em 2017, dividido entre 30 pessoas jogadores, incluindo jogadores, comissão técnica e funcionários. Na divisão de acesso de 2018, a renda acabou aumentando para 38 mil.
Ainda este ano, o Inter-SM acabou disputando a copa Wianey Carlet, e dando sequência para o segundo semestre da temporada, porém, com uma renda de apenas 18 mil reais, muito abaixo do que era previsto. A diferença da equipe para os demais times da competição era evidente, mas mesmo assim a o time conseguiu chegar até a fase de mata-mata da competição.

Torcida presente no PV na divisão de acesso 2018. Foto: Leonardo Machado

Para quem trabalha nos bastidores do futebol gaúcho, os baixos valores no segundo semestre não são novidades, mas alguns acabam assustando os torcedores. Maria Angélica Varaschini, radialista esportiva da rádio Imembuí que acompanha o dia a dia do Inter-SM, falou sobre a situação salarial do colorado santa-mariense: “O Inter-SM, nas duas gestões passadas, tinha um objetivo muito bem traçado, que era não fazer mais trabalhistas e ir quitando as que tinha, com isso, pagava praticamente duas folhas: A do futebol, e das trabalhistas, por isso que, não tinha muita grana para investir no futebol”.
O dia a dia dos jogadores é bem diferente de um atleta de clube de série A nacional, não tendo tantas obrigações como nutricionista e academia. Todos moram no alojamento, apenas alguns tem casa em Santa Maria. Tomam café, almoço, lanche da tarde, janta e lanche da noite no clube. Têm horário para entrar no alojamento à noite, logo depois o portão fecha e ninguém mais pode entrar.
Thiago Rizzatti, 22 anos, jogador que já teve passagem pelo profissional do Riograndense e disputou a copa Wianey Carlet, pondera que “a cidade de Santa Maria nunca foi um centro do futebol. Há pessoas muito boas por trás do clube, mas precisa de um investimento mais forte”.

O clube

A gestão dentro de um clube de futebol passa por muitas pessoas, mas a principal figura por trás do time é o seu presidente, no caso do colorado santa-mariense é Luiz Cláudio Mello, que foi reeleito presidente no dia 5 de novembro deste ano. Segundo ele, o time acabou sofrendo resquícios de administrações anteriores, o que afetou a folha salarial do clube, mesmo vindo de uma ascensão desde 2013. “Nós trabalhamos muito para colocar o Internacional de Santa Maria no seu devido lugar, que é a série A do Campeonato Gaúcho, creio que daqui para frente o clube tem tudo para conseguir realizar os seus objetivos”, desabafa.
De nove jogos disputados dentro do estádio Presidente Vargas, foram seis vitórias, um empate e duas derrotas, tornando o seu mando de campo uma verdadeira fortaleza. Com um total de sete jogos invictos na baixada, o Clube obteve 63% de aproveitamento em casa.

Jogadores comemorando a classificação do mata-mata. Foto: Leonardo Machado

Quando perguntado sobre como funciona o contrato dos jogadores, o atual presidente é pontual: “Os nossos contratos são todos executados de maneira legal, há uma reunião com os jogadores e seus empresários onde entramos em acordo sobre o que é melhor para o jogador e o clube”.
Alguns jogadores do clube contam com a ajuda de empresários, com um incentivo financeiro, pois, para a maioria, sustentar uma família apenas com o salário pago pelo Clube é muito difícil. O jogador que mais ganha dentro do Inter é o camisa dez, Chiquinho, que está no clube desde 2017.

A base

O ano de 2018 serviu para o futebol santa-mariense firmar-se dentro do cenário gaúcho de base, o colorado não tinha uma categoria sub 17 desde 2013, e já no seu retorno acabou sendo campeão Gaúcho B na sua categoria, dando fim a um jejum de 27 anos sem títulos do clube.
Quando perguntado sobre a categoria de base, o presidente Mello afirma que “o clube teve um sucesso meteórico, esses meninos merecem uma atenção maior do clube, sabemos da dificuldade que foi para conquistar esse título”.

Jogadores do sub 17 comemorando o título com o ídolo Chiquinho. Foto: Arquivo pessoal Cadinho Maciel

Os jogadores da base colorada não são vinculados por meio de nenhum tipo de contrato. Alguns jogadores terão contratos profissionais já para o próximo ano, como é o caso do meio campista Cadinho, que foi o principal jogador da equipe dentro da competição e demonstrou bom futebol em meio aos profissionais nos treinos.
O atual técnico da equipe profissional, Guilherme Tocchetto, esclarece sobre a categoria de base. Conforme ele, “é muito importante que os meninos tenham um tipo de proteção contratual, pois como eles não ganham nada para jogar, apenas custos da viagem, fica fácil empresários ou qualquer outro clube tirar esses garotos daqui, creio que alguns deles, apesar de jovens, possam já somar no grupo profissional do próximo ano”.
Segundo o lateral direito do sub 17, Christian Moreira, a ajuda que o Clube podia dar era muito boa, tudo foi muito bem planejado. “Nós tínhamos as roupas tudo certinho, tanto pós jogo como pré-jogo, claro que não recebemos nada para estar ali representando o Inter, mas jogamos por amor e o Inter nunca nos deixou faltar nada”, detalha.

Confira a entrevista do técnico Guilherme Tocchetto na integra: https://www.youtube.com/watch?v=S7atg6B-GU0

Riograndense

Até mesmo moradores que não acompanham o futebol da cidade sabem da rivalidade que existe entre Inter-SM e Riograndense que acabou em 2017 e poderá retornar em 2019.
Em 2017, o clube esmeraldino recebeu uma rigorosa punição do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) por ter desistido no meio da competição. A punição foi de dois anos sem disputar qualquer campeonato oficial da Federação Gaúcha de Futebol (FGF).
Tudo isso acabou ocorrendo devido à folha salarial extremamente cara do clube. Na época, o presidente chegou a afirmar que o time dos eucaliptos teria que fechar as portas por conta de não ter como pagar os jogadores, que acabaram sendo dispensados.
O clube pretende voltar para o futebol profissional em 2019, Francisco Novelletto, presidente da FGF, já deu o aval para o clube voltar e antecipar o fim da punição. O periquito voltara para jogar a terceira divisão do campeonato gaúcho.

As dificuldades de fazer a bola rolar

Fazer futebol no interior é bem complicado, e o Inter-SM vem nesse processo de estruturação e planejamento nos últimos anos. Na busca por sócios e conselheiros, o apoio de empresas e empresários de Santa Maria é muito fraco, por isso, o clube só se sustenta pela mensalidade dos conselheiros, e claro, do pouco patrocínio que consegue. Desta forma, fazer o segundo semestre foi bem difícil, ainda mais que o público não comparece em grande número no estádio. A divisão de acesso só dá uma quantia em prêmio a quem sobe para a série A; o restante, só tem a ajuda da FGF em relação a arbitragem, e algumas bolas, o resto, é tudo custeado pelo clube, e não é só a folha de jogadores. Tem o gasto de viagem, alimentação e fardamento, fora os gastos do dia a dia, que com ou sem futebol se tem no clube, como água, luz, telefone e internet.

Jogadores do Inter-SM reunidos antes do jogo da semifinal da divisão de acesso. Foto: Leonardo Machado

Elevar uma situação financeira que não vinha boa demanda tempo, e para que isso melhore, precisa ter resultado dentro de campo, uma coisa leva a outra. Bateu duas vezes na trave, mas não entrou, não tem visibilidade de TV, e isso também prejudica. Em 2016 o Inter SM perdeu patrocínios, pois muitos jogos não puderam ser realizados no Presidente Vargas devido a toda situação dos PPCIs (Planos de Prevenção e Combate a Incêndios) dos estádios, o Inter só jogou em casa no returno da competição.
Tudo isso influencia para uma ascensão financeira, mas a falta de apoio, tanto do público quanto de patrocinadores é um fator bem importante, e os empresários entenderem que ter um clube na série A ou até mesmo em alguma competição do Brasileiro é muito importante. Resultado e apoio devem andar juntos, para que as coisas funcionem.

 

Texto produzido por Leonardo Machado e João Martins, na disciplina de Jornalismo Investigativo, do Curso de Jornalismo da UFN, ministrada pela professora Carla Torres durante o 2º semestre de 2018.

A primeira partida válida pela semifinal do Estadual Juvenil B ficou no empate em 1 x1 entre Inter SM e Oriente, na tarde de sexta feira (19/10) em Canoas. O jogo, no Complexo Esportivo Santos & Schein, foi marcada pelo equilíbrio das duas equipes, deixando em aberto a vaga para a final, que acontecerá em Santa Maria.

Quem abriu o placar, aos 10 minutos da primeira etapa, foi Eduardo Tanque do Inter SM. Logo após o zagueiro do time alvirrubro lançar a bola para a área do Oriente, Eduardo dominou no peito, girou e bateu, a bola ainda desviou e entrou no gol.

Mas a alegria do Inter durou pouco, logo em seguida o Dragão empatou o jogo. O gol foi após escanteio, marcado por Ilie Gonçalves. Na segunda etapa, as redes não balançaram e a decisão ficou mesmo para o próximo final de semana.

O autor do gol da equipe Alvirrubra, Tanque falou que a expectativa para o próximo confronto é fazer um ótimo jogo, assim como no primeiro, sabendo aproveitar bem a vantagem de jogar em casa e contando com o apoio da torcida. O jogador Ilie, do Dragão, acredita que o jogo será difícil, e já que deixaram a desejar em casa e agora terão que vir em Santa Maria em busca de um gol para levar o Oriente à final do campeonato.

O técnico do Inter SM, Lucas Fossati, comentou que a partida foi bastante equilibrada. Diz que saiu de Canoas com um sentimento de frustração, pois poderiam ter voltado com uma vitória, ainda mais no segundo tempo, onde o Inter SM deve várias chances de gol. Agora será um jogo difícil em que ambas as equipes tem chance de classificar.

Para o técnico Jéferson Valvassori, do Oriente, foi uma partida muito disputada entre duas grandes equipes. “Tivemos o azar de perder nosso camisa 10 logo no inicio do jogo por lesão e, nesse momento que estávamos com um a menos, sofremos o gol. Mas mantemos a cabeça no lugar, e conseguimos o empate com o Lilo”, avaliou.

Jéferson ainda falou que o próximo jogo será novamente equilibrado, no qual um detalhe pode ser decisivo. “Não há como prever o placar, mas ambas as equipes têm qualidade, e o vencedor chegara em alta pra final”.

Após o jogo, o Inter SM contabilizou nove vitórias, sete empates e uma derrota. Já o Oriente tem oito vitórias, quatro empates e duas derrotas. O próximo jogo esta marcado para sábado (27/10) as 15h30, no Estádio Presidente Vargas. Na outra partida das semifinais, Saturfa e Estância Velha ficaram no 0 x 0, em Marau.

Texto: Luana Giacomelli

Produzido para a disciplina de Jornalismo I sob a orientação da professora Sione Gomes

Após o início de competição não muito chamativo, devido ao baixo rendimento, o Inter-SM conseguiu se recuperar na fase final. Depois de vencer o Juventude neste domingo (21), pelo placar de 2 X 0, partida válida pela 13ª rodada, o alvirrubro permaneceu na zona de classificação e segue para as oitavas de final da copa Wianey Carlet.

Com essa atuação, considerada uma das melhores do clube na competição, o Inter-SM teve mais posse de bola e oportunidades de ataque, o que ajudaram para o resultado positivo.

A Copa Wianey Carlet está em sua reta final, e o adversário do colorado para a disputa nas oitavas de final será decidido nas próximas semanas.

Produzido para as disciplinas de Jornalismo I e Jornalismo Digital I sob a orientação dos professores Sione Gomes e Maurício Dias

Uma bola furada, uma chuteira surrada resumem a situação atual  Crédito: Lorenzo Seixas
Uma bola furada, uma chuteira surrada resumem a situação atual.
Foto: Lorenzo Seixas

Pelotas. Estádio Boca do Lobo. Quando o árbitro pelotense Geovane Luis da Silva, por volta das 16h45min apita para encerrar a partida, ele não somente decreta o final da fase classificatória da Divisão de Acesso do Campeonato Gaúcho 2016, mas também o rebaixamento do Riograndense à terceira divisão do futebol estadual. Um pesadelo para um clube que entrou na competição com orçamento limitado esperando justamente evitar o rebaixamento. Foi um golpe duríssimo para a história do futebol santa-mariense.

Por volta do mesmo horário em Santa Maria, no Estádio Presidente Vargas, o Esporte Clube Internacional consegue na última partida a oportunidade de se salvar do mesmo destino do coirmão, cravando a ponta dos pés na Segundona Gaúcha e lá permanecendo, uma “redenção” cruel se comparada ao cenário futebolístico de 8 anos atrás na cidade coração do estado.

Um dos templos do futebol da cidade, hoje a Baixa Melancólica carrega apenas melancolias. Crédito: Lorenzo Seixas
Um dos templos do futebol da cidade, hoje a Baixada Melancólica carrega apenas melancolias.
Crédito: Lorenzo Seixas

Dois meses mais tarde, o Inter SM estreava na Copa FGF Sub-19, esperando conseguir alguma conquista ainda este ano, com um time montado às pressas e financiado pelas famílias dos jovens atletas. Mas os gols não vieram. O time oscilou muito ao longo da competição, apesar de ter no elenco jogadores talentosos, e terminou como vice-lanterna. Uma fonte ligada ao clube afirmou “estávamos muito confiantes e focados no nosso objetivo. Erramos muito mais que acertamos e em um campeonato de base de nível alto como esse. Não era uma opção errar”.

Thiago Rizzatti, 20 anos, jogador que atuou no profissional do Riograndense e depois foi um dos destaques do Inter SM na Copa FGF Sub-19, ponderou “Santa Maria nunca foi um centro do futebol. Existem pessoas muito boas por trás do esporte aqui, mas continuam sendo preciso mais investimentos fortes”.

motivo do momento atual

 

Uma pesquisa online realizada para esta reportagem, que ouvidas 109 pessoas, mostra que o torcedor santa-mariense concorda com Thiaguinho. Na enquete, a opção “a falta de investimento no esporte” foi selecionada 67 vezes, evidenciando assim a grave situação do desporto de Santa Maria.

acompanha futebol a nivel nacional internacional acompanha o futebol santamariense

De qualquer forma, a popularidade do esporte local já foi maior. Dos entrevistados, 67% acompanham futebol em nível nacional/internacional. Quando a pergunta é sobre os times de Santa Maria, o percentual cai para 33%, mostrando o desinteresse de uma porção dos apreciadores do esporte pelo futebol local.

Em 2008, contando com o constante apoio de sua torcida, o Esporte Clube Internacional de Santa Maria foi o 3º colocado no Campeonato Gaúcho Série A, e teve o direito de disputar o Campeonato Brasileiro Série C, em que foi eliminado na 1ª fase em um grupo com quatro times, estando a 1 ponto de distância do segundo colocado, o Marcílio Dias, de Santa Catarina. Foi o ápice do futebol da Cidade Coração do Rio Grande nos últimos anos, culminando com o rebaixamento do colorado a Divisão de Acesso em 2011, quando permaneceu de 2012 em diante brigando campeonato a campeonato com o Riograndense, que em 2010 havia encantado Santa Maria na mesma série B do Gauchão, fazendo bons dois primeiros turnos e sendo eliminado no terceiro após uma decaída drástica.

O professor e jornalista Gilson Piber fez sua análise dos últimos anos dos clubes. “O Inter-SM passa por uma recuperação financeira. Então, o investimento no futebol não é o ideal, ao menos por enquanto. O ano de 2016 foi ruim, mas ao menos o clube se manteve na Divisão de Acesso. Para o futuro, a tendência é pagar todas as dívidas e ter uma equipe de futebol competitiva, lutando por vaga para a Série A”. A respeito do Riograndense, Piber acrescentou: “O Riograndense teve um ano de 2016 péssimo. Foi rebaixado para a Terceirona e vai precisar lutar muito, em 2017, para voltar à Divisão de Acesso. O clube necessita, efetivamente, fazer as correções administrativas necessárias, alavancar recursos financeiros e ter um time competitivo para subir outra vez”.

Muito graças ao retrospecto recente dos clubes, existem muitas visões pessimistas sobre o futuro, mas Thiaguinho garante “Internacional e Riograndense são clubes muito conhecidos, acho que por chance não estão na elite do futebol gaúcho”. O meia, que passou junto com seu companheiro de Inter, Júlio Araújo, por um período de testes na base do Internacional de Porto Alegre em outubro frisa “Os clubes tem a tendência a crescer bastante, basta ter investidores. A falta de dinheiro nos clubes de Santa Maria é o principal agravante do desempenho”.

O time da cidade mais do que nunca precisa daqueles que o guardam no coração. Crédito: Lorenzo Seixas
Um dos times da cidade que mais do que nunca precisa daqueles que o guardam no coração / Foto: Lorenzo Seixas

Quando a nova temporada para os maiores de Santa Maria recomeçar em 2017, crescerão também os sonhos de milhares de torcedores e dezenas de atletas que irão fazer parte da campanha das equipes, e voltarão determinados, após anos e anos no ostracismo, a fazer renascer um único sentimento: o orgulho do santa-mariense.

Por Leonardo Machado e Lorenzo Seixas para o Jornal Abra

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Inter em um jogo em casa na temporada 2014. Foto: Daniel Pillar

Próximo do fim, o mês de novembro marcou a agilidade do planejamento do Internacional-SM, que já conta com mais de vinte jogadores no plantel contratados para a temporada do ano que vem. A respeito disso, um dos responsáveis pelo Departamento de Comunicação, Daniel Pillar, nos contou mais detalhes:

“O clube vem se preparando com antecedência para a Divisão de Acesso 2015. 23 jogadores já foram contratados e se apresentam ainda em dezembro para testes físicos na UFSM. Os novos uniformes para o ano que vem serão apresentados dia 4 de dezembro, em uma janta no Cerrito para torcedores, dirigentes e conselheiros. Em torno de 160 conselheiros já se juntaram ao clube até o momento, e se pretende novamente vender ingressos antecipados para o campeonato, seguindo o exemplo de 2014, onde 60 mil ingressos foram vendidos de forma antecipada para empresas. Além disso, pacotes para acompanhar todos os jogos do Inter-SM no estádio Presidente Vargas pela Divisão de Acesso também serão vendidos”.

 

Chiquinho de volta à casa

O meio-campista Chiquinho é mais um nome entre os reforços do elenco do Esporte Clube Internacional. Seu retorno ao Estádio Presidente Vargas foi confirmado nesta quarta-feira, dia 26, pela assessoria de imprensa do clube. Especialista em cobranças de falta, o jogador se juntará ao grupo após defender o Passo Fundo na divisão principal. O meia é velho conhecido da torcida alvirrubra: fez parte da equipe nas marcantes temporadas de 2007 e 2008, quando o clube conseguiu o acesso à “Série A” e a terceira colocação no Gauchão, respectivamente. Nos últimos anos, vinha defendendo o rival, Riograndense.

 

 um subirá

Uma das explicações para essa antecedência pode estar no fato de que a Divisão de Acesso de 2015 será uma das mais disputadas dos últimos tempos, tendo em vista a confirmação da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) de que apenas uma vaga estará em disputa para a subida à divisão principal.

“Infelizmente será somente uma vaga em 2015 e 2016. A partir de 2017, sobem dois e descem dois. Serão somente 12 clubes na Série A. Isto há está definido há dois anos, por isso não vejo a menor possibilidade de mudança até em função do Estatuto do Torcedor, onde as mudanças são definidas sempre com dois anos de antecedência. Agora não tem como modificar. Na época todos concordaram”, esclareceu o dirigente reeleito.

 

As vozes da arquibancada

 

Foto: Daniel Pillar
A torcida compareceu em peso na temporada da divisão de acesso 2014 Foto: Daniel Pillar

Tendo em vista a dificuldade que aguarda o alvirrubro na próxima temporada, os torcedores dividem opiniões quando perguntados sobre suas expectativas:

“A expectativa é média, sabendo que a prioridade do clube é pagar dívidas do passado, feitas por diretorias irresponsáveis. E, sendo somente uma caga, vai ser muito disputado o campeonato. Vai ser uma “copa do mundo” a Divisão de Acesso 2015”, disse o torcedor e também representante do Departamento de Comunicação do Internacional Odinei Kieling.

Já o fanático torcedor Guilherme Machado tem uma perspectiva diferente sobre as aspirações do clube do Bairro Noal no certame. “Estou confiante por enquanto. Vários jogadores já foram contratados e os bastidores estão movimentados. O elenco montado até o momento parece ser de muita qualidade. O campeonato vai ser complicado, sendo que só um clube sobe e temos outros muito fortes disputando também, mas acredito no acesso”.

A decisão da FGF, comandada pelo presidente Francisco Novelletto, de diminuir para 12 o número de clubes da Série A é, na opinião de muitos, bastante prejudicial aos clubes do interior. De toda forma, a Divisão de Acesso do ano que vem promete ter uma edição inesquecível.

Por Matheus Oliveira para a disciplina de Jornalismo Online