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Inter de Santa Maria disputa a Divisão de Acesso

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Não nasci amando futebol

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Sonho que vira realidade

Era 2016. Matheus, o colorado apaixonado desde criança pelo seu time do coração, o Sport Club Internacional de Porto Alegre. Matheus morava na pequena e pacata cidade de Dilermando de Aguiar, município com pouco mais de

Aquela saudade

Nos dias de GreNal era aquele agito. Vizinho gremista tirando sarro do colorado, amigo colorado alfinetando gremista e as estampas dos times passeando pela cidade. Conquistaram um título tão almejado? Partiu comemorar na Avenida Presidente Vargas?

Inter-SM em treinamentos para a Divisão de Acesso. Imagem: Renata Medina

A primeira divisão do futebol gaúcho tem início em menos de 15 dias. O Gauchão Série A2 – Divisão de Acesso está marcado para começar no dia 15 de agosto. Em virtude das restrições impostas pela pandemia da Covid-19, o campeonato foi interrompido na última temporada, após a realização de três rodadas.

Serão 16 clubes competindo, divididos em dois grupos com oito equipes em cada. A primeira etapa é uma disputa em turno e returno, classificando-se os quatros melhores para as quartas de final. A partir dessa etapa, os jogos serão no sistema mata-mata em ida e volta, prosseguindo assim na semifinal e na final. 

O campeão e o vice-campeão estarão classificados para o Gauchão Série A 2022 e os piores de cada grupo da fase inicial, vão direto para o rebaixamento do Gauchão Série B – Segunda Divisão. 

Conheça os grupos:

GRUPO A: Glória; Igrejinha; Passo Fundo; União Frederiquense; Tupi; Veranópolis; Cruzeiro e Brasil de Farroupilha.

GRUPO B: Inter de Santa Maria; São Gabriel; Guarani-Va; Guarany-Ba; São Paulo; Lajeadense; Bagé e Avenida.

O troféu da Série A2 homenageará o jornalista Sérgio Cabral, que sempre se dedicou ao crescimento do futebol gaúcho, atuando por muitos anos no jornal Diário Popular e também em emissoras de rádio de Pelotas. As taças que o campeão e o vice da competição erguerão terão o nome do profissional, que morreu em novembro de 2020, aos 61 anos, após uma cirurgia cardíaca. 

Clássico Inter-SM e São Gabriel

A primeira rodada do campeonato terá, entre os jogos, um clássico muito conhecido na região: O Inter-SM e o São Gabriel irão estrear no campeonato, no dia 15, no Estádio Presidente Vargas. 

 Esporte Clube Internacional (Inter-SM)

O clube brasileiro de futebol, da cidade de Santa Maria, no RS, teve sua fundação inspirada no Sport Clube Internacional, desde o nome até as cores do Inter-SM. Fundado em 16 de maio de 1928, o Esporte Clube Internacional nasceu como resultado de várias reuniões no extinto Café Guarany, entre um grupo de jovens que praticava o esporte.  

Na primeira partida oficial, válida pelo Torneio Início de 1930, o colorado santa-mariense venceu o 7 de Setembro por 1 a 0, no Estádio dos Eucaliptos. Um ano depois, conquistou o seu primeiro troféu, em uma partida amistosa contra o Brasil, com vitória de 5×2. Três anos mais tarde, venceu seu primeiro campeonato oficial: o Citadino de Segundos Quadros de Santa Maria.

Em 1940, o Internacional venceu pela primeira vez o seu maior rival, o Riograndense por 1×0 e, em 1954, o clube disputou seu primeiro Campeonato Gaúcho. Disputou o Campeonato Brasileiro de 1981 levando a Taça de Prata e, em 1982, participou da primeira divisão do futebol brasileiro e de uma semifinal de Campeonato Brasileiro Série B em 1984. 

Com um histórico de vitórias, o clube segue ainda na luta por lugares melhores. A pandemia do covid-19, instalada em 2020 no mundo inteiro, afetou o time em diversos aspectos, assim como toda a área do esporte. Porém, o time continua em busca de seu espaço e retorna com muita garra aos estádios este ano. 

Inter-SM na Divisão de Acesso

O Inter-SM, nos últimos quatro anos, conseguiu chegar em duas semifinais da competição. No ano de 2020, estava em segundo lugar na Divisão de Acesso, realizando uma ótima campanha e com um time consideravelmente forte. No entanto, em virtude da pandemia da Covid-19, o campeonato teve que ser cancelado.

Treinamentos para a Divisão de Acesso seguem em ritmo intenso. Imagem: Renata Medina.

O analista de mercado do time, Marcos Pedrozo, revela que este ano, o clube acredita estar preparado para a competição, com uma equipe competitiva de acordo com as características do treinador e com jogadores no perfil adequado ao modelo de jogo. Na parte física, o time está indo para a segunda semana de treinamentos, onde a primeira foi destinada mais à adaptação. Os 35 dias de pré-temporada estão servindo para preparo dos atletas e a chegada de novos atletas. 

A comissão técnica será mantida, Sananduva comandará a casamata, Guilherme Tocchetto será o auxiliar técnico e Henrique Braibante o preparador físico. A equipe se completa com o preparador de goleiros Ed Palmieli e os analistas de desempenho Mateus Bolivar e Flavio Salla. 

Esse ano o clube optou por trazer atletas com mais experiência, com conhecimento e contato com o campeonato gaúcho.  “Esses atletas tem que saber o peso que é essa competição e o maior objetivo do clube, que é trazer o acesso”, diz Marcos Pedroso.  

Primeiro amistoso contra o Grêmio em Porto Alegre. Imagem: Renata Medina

O Inter-SM vem realizando amistosos até a competição se iniciar. O primeiro amistoso de preparação para a Divisão de Acesso, foi na cidade de Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre. A disputa aconteceu no sábado 31 de julho, às 15h, no Centro de Treinamento Hélio Dourado.

O Alvirrubro teve muito trabalho no primeiro amistoso, o time santa-mariense saiu atrás no marcador, porém com muito esforço alcançou o adversário e conseguiu a virada, derrotando a equipe sub-20 do Grêmio por 2 a 1.

Retorno das torcidas nos estádios 

Recentemente, na Agência Central Sul foi publicada uma matéria a respeito do retorno dos torcedores aos estádios, veja e reveja. Até o momento não há nenhuma novidade, no entanto os clubes e as federações seguem atentas aos protocolos e normas a respeito do assunto.

Em entrevista ao Diário de Santa Maria, a assessoria de comunicação do Inter-SM, há uma possibilidade do retorno dos torcedores ainda nos jogos da Divisão de Acesso. Na sexta-feira, 30, foi concedido pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF) um protocolo geral para a volta do público nos estádios no Rio Grande do Sul. 

Ao que tudo indica de acordo com o protocolo, a decisão depende somente da aprovação da Prefeitura de cada município. Em caso de aprovação do retorno, será permitido no máximo 25% da ocupação do estádio, o que equivale a 1.665 pessoas no Estádio Presidente Vargas, por exemplo. Além disso, é indispensável a apresentação da carteira nacional de vacinação, sendo obrigatória a imunização com as duas doses ou o exame RT-PCR com prazo máximo de 72h. Além de protocolos como venda de ingressos apenas de modo antecipado com prioridade para sócios em dia.

 

  • Reportagem feita na disciplina de Jornalismo Esportivo, durante o 1º semestre de 2021, sob supervisão da professora Glaíse Palma.
Bandeira gay dentro do estádio. Imagem: GettyImages

Cada vez mais, vemos pessoas LGBTQIA+ ocupando espaços e ganhando as devidas visibilidades. O esporte é considerado como um meio de inclusão e um intermédio para as lutas contra os diversos preconceitos presenciados na sociedade. Porém, é ainda considerado um tabu associar a prática esportiva com atletas não héteros. 

A decisão em assumir seu gênero e/ou orientação sexual sempre gerou muito preconceito e o afrontamento a essas escolhas, embora evoluções lentas sejam vistas com o passar dos anos. O dia 17 de maio de 1990 marcou o mundo quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças. 

A data geralmente é marcada por manifestações que fortalecem as lutas travadas no cotidiano, assim como o mês de Junho, considerado como o Mês da história LBGT. O mês tem como intuito conscientizar e reforçar a importância do respeito e da promoção de equidade social e profissional de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais, assexuais, etc.

Torcida manifestando o espaço lgbt no esporte. Imagem: Makchwell Coimbra Narcizo, Pragmatismo Político

Atos que perduraram por anos na sociedade, como a Homofobia e Transfobia foram considerados crimes somente em janeiro de 2019, quando o Supremo Tribunal Federal aprovou que atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais devem ser enquadrados no crime de racismo.

O Grupo Gay da Bahia (GGB) coletou e divulgou, em 2019, um relatório anual com números de mortes violentas de pessoas da comunidade LBGT, no país. A cada 26h, um LGBT perde a sua vida, seja por homicídio ou suicídio. No mesmo ano, foram 329 mortes violentas, todas vítimas da homotransfobia, 90,3% dos casos correspondem a assassinatos, enquanto 9,7% dizem respeito a suicídio. Esses dados fazem com que o Brasil seja considerado um país violento, no topo dos países que cometem crimes contra as minorias sexuais. 

No esporte, injúria racial tem sido punida com base no art. 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata de atos discriminatórios. A equiparação pelo STF, abre espaço para a Justiça Desportiva também punir, mesmo sem uma mudança no CBJD. Afinal, o direito é um só. A Federação Internacional de Futebol (FIFA) também se posicionou contra o preconceito no seu novo Código Disciplinar, determinando punições a manifestações preconceituosas, como injúria racial e homofobia. 

Embora seja um processo educativo, a verdade é que não há punição de crimes como homofobia, racismo ou outras manifestações preconceituosas que alimentam comportamentos que não podem ser mais tolerados, tanto na vida como também no esporte. Além de caminhos jurídicos, a postura dos protagonistas no jogo tem um papel importante. 

Olimpíadas de Tóquio 2020

Estão acontecendo nesse momento as Olimpíadas de Tóquio 2020, que foram adiadas e transferidas para Julho de 2021 em virtude da pandemia. O evento esportivo é um dos maiores e mais grandiosos, caracterizado por reunir atletas de variados esportes do mundo inteiro em prol de um único propósito, a conquista pela medalha no seu esporte.

Esta edição vem sendo muito importante pois está sendo um palco e tanto para atletas LGBTQIA+ se posicionarem. A primeira manifestação de protesto durante o evento esportivo foi feita pela atleta Raven Saunders, que competiu na modalidade de arremesso de peso feminino, conhecida como a Mulher Hulk. A atleta é uma entre os cerca de 180 atletas LGBTQIA+ que participam dos jogos olímpicos de 2020. 

Após ganhar a medalha de prata na modalidade de arremesso de peso, Saunders subiu ao pódio fazendo um gesto de protesto. Assim que recebeu a medalha ela levanta os braços acima da cabeça formando um “X”, como forma de manifestação a favor de todos aqueles que são oprimidos e sofrem preconceitos dentro e fora do esporte.

Raven Saunders. Imagem: Folha de São Paulo

O Comitê Olímpico Internacional (COI) proíbe todo tipo de protesto durante as premiações dos jogos olímpicos e se pronunciou após o ato de Raven. O comitê relata que irá analisar o gesto e tomar as devidas providências. Antes da Olimpíada de Tóquio, o COI havia flexibilizado as regras a respeito de protestos, liberando que atletas pudessem expressar suas opiniões durante as coletivas de imprensa.

As Olimpíadas de Tóquio 2020 se caracterizam por ser a edição dos jogos com o maior número de atletas da comunidade LGBTQIA+.  Entre os classificados está Laurel Hubbard, a primeira mulher trans a participar da competição desde sua primeira edição em 1896. Um outro fator interessante de citar é que o país sede dos jogos deste ano, é conhecido por ser um país extremamente conservador e o único, dentre as sete nações mais ricas do mundo, que não legalizou o casamento homoafetivo. 

O espaço que uma mulher trans ocupa, sendo a primeira e única a participar de uma Olimpíada, torna evidente o quanto mudanças ainda são necessárias dentro do meio esportivo, e que uma revisão no regulamento do evento precisa ser feita. 

Douglas Souza. Imagem: Divulgação/FIVB

O Brasil nas Olimpíadas está ganhando com o carisma do jogador da Seleção Brasileira de Vôlei, Douglas Souza, de 25 anos, um atleta que não esconde ser gay e muito menos deixa com que isso atrapalhe seu desempenho no esporte. Ele vem fazendo sucesso nas redes sociais ao compartilhar vídeos dos preparativos e da rotina em Tóquio. O atleta já possui mais de 500 mil seguidores em seu perfil no Instagram, além de chegar ao topo dos assuntos do momento do Twitter, após a repercussão de seus vídeos.

 

Esporte entre a população LGBTQIA+

Por conta do preconceito enraizado e da pouca oportunidade para com a inclusão do público LGBTQIA+ no âmbito esportivo, houve iniciativas que incentivam a prática para essa comunidade.

Pensando em promover a prática esportiva em grupo entre essa população, ao redor do mundo vários atletas se uniram para formar coletivos que praticam corrida, futebol, handebol, rugby, vôlei, treinos funcionais e etc. Esses eventos auxiliam na representatividade no meio esportivo, acolhendo homens e mulheres, de todas as idades e tipos físicos, com ou sem habilidades esportivas. A única exigência, normalmente, é não ser heterosexual. 

Conheça alguns desses projetos:

  • Bharbixas Esporte Clube: equipe poliesportiva LGBTI+ em Belo Horizonte, conheça acessando o Instagram.
  •  Meninos Bons de Bola: primeiro time de futsal amador composto por homens transexuais no BR, conheça acessando o Instagram.
  • Rangers Volley BR: time de vôlei da diversidade, voltado ao grupo LGBTQIA+, conheça acessando o Instagram.
  • Magia Sport Club: Primeiro clube esportivo LGBT do RS, conheça acessando o Instagram 
  • BeesCats Soccer Boys: 1ª equipe LGBTQIA+ de futebol do RJ, conheça acessando o Instagram.
  • Fair Play Sport Club: grupo multiesportivo e cultural voltado à comunidade LGBTQIA+ em prol da inclusão esportiva, do combate ao preconceito e à homofobia, conheça acessando o Instagram.
  • S.C GAIVOTAS: time de FUT7, conheça acessando o Instagram
Slogan do Magia Sport Club

Mais próximo da nossa realidade está o Magia Sport Clube, o primeiro clube LGBTQIA+ do Rio Grande do Sul, localizado em Porto Alegre, que oportuniza a prática em esportes como futebol, jiu jitsu, vôlei e handebol.  Em processo de formalização como associação esportiva sem fins lucrativos, caracteriza-se como clube inclusivo, atuando nas áreas esportivas e educacional, utilizando o esporte como meio de inclusão. 

A Professora de Educação Física, Ivvy Souza, compõe a equipe do Magia Sport Clube na modalidade de Futsal. Ela ressalta que o futebol em si, assim como o futsal, é um ambiente quase que estritamente masculino, então sua infância foi basicamente rodeada por meninos pois, quase nunca, nem em seu time, teve contato com meninas na prática do esporte. 

Oportunidades e desafios (áudio Ivvy)

Time feminino do Magia Sport Clube em partida. Imagem: acervo do clube

Ivvy traz como exemplo a representatividade que ainda é ausente principalmente no futebol. Ela ressalta que assim que questionada não consegue lembrar de cabeça um jogador sequer que “seja assumido” e que jogue futebol. Em contrapartida, várias jogadoras de futebol nunca esconderam ou se quer deixaram isso as atrapalharem. 

O exemplo da educadora física é muito relevante tendo em vista que, talvez, essa falta de segurança entre os atletas seja pelo próprio espaço que ainda é tão raso em relação ao assunto. Além do futebol já ser considerado um esporte masculino e possuir uma cultura machista.

O estudante de Jornalismo e também atleta do Magia Sport Club na modalidade do Futebol 7, Jônata Machado, contribui dizendo que essa representatividade significa evolução, porém ainda falta muito mais para chegar ao objetivo final, que é a inclusão e a diversidade.

Equipe do Jiu Jitsu do Magia Sport Club. Imagem: Acervo do clube

“Pessoas tomarem a iniciativa, não terem medo, embora haja muito medo por causa da violência, assim como quando tu vai revelar sua orientação sexual, é muito complicado. Tu tem medo do preconceito, do que irão pensar, de como a sociedade irá agir, sempre vigiando as suas atitudes e seus modos de agir. Então, significa que temos uma luz no fim do túnel, claro que falta muito a ser feito, porém é muito bom que esteja acontecendo e espero que daqui a pouco no futebol brasileiro, que é muito difícil, mas que se quebre esses tabus e que a gente consiga viver numa boa, sem precisar se preocupar com a orientação sexial do outro. Por que ficar se escondendo por medo é a pior coisa que tem!”, afirma o atleta.

Ambos os atletas consideram o Magia como uma família, onde a inclusão e espaço no ambiente esportivo é disponibilizado de maneira simples, sem mistério ou qualquer medo. 

Sobre o Magia (áudio Jônato)

O Magia Sport Club é o clube mais antigo do sul do país, com 16 anos de existência, pioneiro na Ligay BR e anfitrião da primeira edição da Copa Gaúcha LGBTQIA+.

Copa Gaúcha LGBTQIA+

A Copa Gaúcha foi idealizada para reunir os times do estado e, após o longo tempo de pandemia pelo qual vivemos, com calma e responsabilidade, está sendo organizado o evento de acordo com os protocolos, para as equipes voltarem a disputar torneios.

Atletas do futebol do Magia Sport Clube. Imagem: Acervo do clube

Além do Magia Sport Club, o Real Flamingos S.C. de Pelotas também está à frente deste evento, auxiliando na organização com intuito de promover mais diversidade e espaço a todos os atletas da comunidade. 

Para saber mais e acompanhar as novidades, siga o Instagram da Copa Gaúcha LGBTQIA+.

O gosto por partidas de futebol é algo que desde pequeno, com meus 9 ou 10 anos, de idade, possuo. Quando pequeno fui influenciado por meu pai e meu avô materno a gostar do esporte, os dois fanáticos gremistas que acompanhavam quase todos os jogos do Grêmio.

Em minha casa, meu pai assistia aos jogos do Grêmio e também de várias equipes do interior do Rio Grande do Sul como, por exemplo, o Juventude de Caxias do Sul. Este que, desde aquela época, é meu segundo time do coração.

Ao redor de meu pai, eu ficava de olhos deslumbrados pelas jogadas, passes e gols que aconteciam nas partidas de futebol. A narração da partida e os gols com emoção fizeram com que eu, cada vez mais, gostasse desse esporte fantástico e sensacional.

Foto de Mike no Pexels

Não só de partidas de futebol eu gostava de assistir, gostava também de jogar, tanto em gramado, quadra, ou simples chão batido. O que eu mais queria era jogar, porque jogando futebol me sentia mais feliz e tudo era tão divertido.

O gosto pelo esporte também se passava no meu quadro e times de futebol de botão que ganhei de meu pai e que, muitas vezes, joguei com ele, meu irmão, primos ou, simplesmente, sozinho.

Foi no quadro de jogo de botão que aprendi a narrar partidas e a comentar os gols, e num simples quadro me imaginava em uma partida de verdade, onde eu era o narrador e o comentarista. A cada gol que saia, eu narrava com a emoção de como fosse uma partida real e eu estivesse narrando uma grande final. Quando saia um time de botão campeão, me sentia quase que um Galvão narrando para a televisão.

Com o passar dos anos troquei o quadro de botão por um videogame onde eu, na sala, na frente da televisão, continuei a narrar e comentar as partidas ainda com mais emoção. Mesmo gostando de narrar, meu sonho inicial era ser atleta profissional mas, como minha família não tinha condições,  foi por água abaixo meu plano de ser jogador e passei a pensar em outras profissões.

Ainda no ensino médio decidi fazer jornalismo e seguir meu sonho de trabalhar com esporte, só que de maneira diferente, não seria mais jogador e sim tentaria virar um narrador. Narrador que já era desde pequeno nos quadros de futebol de botão e no videogame em frente à televisão.

No ano de 2018 me inscrevi para o curso de Jornalismo na Universidade Franciscana, com a intenção de trabalhar com futebol e ser um dia um narrador ou comentarista profissional. Ao longo do curso tomei gosto por outras áreas do jornalismo, até pensei em mudar, porém meu gosto pelo esporte, especialmente o futebol, parece não acabar.

Cada vez mais gosto dessa modalidade esportiva. Com um convite de estágio, hoje eu atuo na área, trabalhando como produtor do programa de esportes JoGa Junto, da Rádio Medianeira 102.7, e tenho certeza que esse trabalho é o meu grande teste.

No ano de 2022 vou me formar e espero que, como narrador, comentarista ou repórter, a minha vida ganhar. Quem sabe algum dia serei como minhas inspirações, Glauco Pasa, Fernando Becker, Tino Marcos, Gustavo Berton, Paulo Brito, Galvão Bueno, Marco de Vargas ou um Pedro Ernesto Denardim e trazer muitas informações e fazer narrações.

 

Produção feita na disciplina de Jornalismo Esportivo, durante o primeiro semestre de 2021, sob coordenação da professora Glaíse Bohrer Palma.

Foto de cottonbro no Pexels

De longa data, vejo o passar do tempo como uma elipse de 24h. Só que, ao invés de um dia, refere-se a anos. A paixão pelo esporte, em específico ao tênis, é de tempos distantes. Algo que perpassava o deslumbrar dos jogos de Roland Garros e levava-me a entrar dentro de quadra, a ponto de me sentir um Nadal da vida, deslizando sobre o saibro. Difícil um jovem que já foi atleta não ter tido um ídolo para se inspirar. Nadal sempre foi mais que um jogador… um herói, dono de batalhas dentro e fora de quadra, contra adversários físicos e psicológicos. Superação… acredito que possa definir a admiração e o deslumbre acerca do atleta, não só pelo seu jogo, mas por me espelhar nele.

Recordo-me, como se fosse hoje, eu entrando em quadra, fardado de Babolat com a mesma Aero do espanhol, só que na mão direita. Batida no tênis antes do saque e dedos contorcidos antes do disparo. Calos nas mãos e a superstição em quadra, de frente com os passos, posicionamento e o pique da bola. Porém, assim como Nadal, meu adversário não era meu único obstáculo no momento do jogo. Uma das coisas mais complicadas que vivi para aprender a controlar, foram as enxurradas de pensamentos e auto menosprezo, independente de quem estivesse do outro lado da rede. Uma crença que me colocava abaixo, fazia sentir compaixão pelo adversário ao vê-lo triste, o que consequentemente me fazia entregar pontos de graça, para sua felicidade e que, posteriormente, me fariam perder o jogo. É claro que não queria entregar a partida, mas quando o adversário volta pro jogo, ele não terá o mesmo dó de você, eu garanto. Só sabia me sentir mal… com o público esperando algo diferente e a seriedade no rosto de meus pais. Não pela derrota, mas por saber o que passava na minha cabeça. Talvez me faltasse um pouco de ambição… espírito competitivo e autoconfiança, e saber que inimigos só existem dentro da quadra.

Ahh aquele cheiro de terra molhada, chão batido. As canelas e joelhos ardiam, e a terra voava com o vento, a qual fazia jus ao nome de “pé-vermelho”, remetendo ao lugar de onde vim. Sentia-me em casa. Pena que a mente ainda não era 100% minha. Por mais que a concentração existisse, um pensamento levava ao outro. Era um dominó. Além da compaixão pelo oponente, por melhor que eu pudesse ser, por mais torneios vencidos, eu estava por baixo, para mim é claro. Custou trabalhar esta maneira de ver as coisas, pois era uma crença individual, nada que fosse realidade para as outras pessoas. Para quem ouve, pode parecer tranquilo, mas só quem sentiu sabe o quão massacrante a fila de obsessões e falsas crenças perturbam nos momentos mais importantes da vida, seja no esporte, jornada profissional ou pessoal. Ainda não me sentia um Nadal… por mais que o TOC e as superstições viessem à tona, carregadas de um perfeccionismo sem limites ao colocar e tirar os pés do saibro, me faltava a seriedade em tentar me enxergar como o melhor naquele esporte, ao menos, uma vez na vida. Valorizar cada saque e procurar ver os pontos bons que eu fazia. É lógico que hoje sou outro. A superação falou mais alto e o sofrimento se transformou em aprendizado. Sim, aquele garoto da Aero amarela, de 9 anos, conseguiu se moldar dentro das quadras. Aprendizado que o tênis me proporcionou, e a quem sou extremamente grato por me ter levado ao autoconhecimento.

 

Produção feita na disciplina de Jornalismo Esportivo, durante o primeiro semestre de 2021, sob coordenação da professora Glaíse Bohrer Palma.

Imagem de Galina9237941221 por Pixabay

No cenário atual em que vivemos, de distanciamentos e reclusão, algumas academias de esporte para crianças tiveram que interromper suas atividades e se adequar às novas normas de funcionamento.

Em 2020, no início da pandemia, as escolas de esportes fecharam as portas para as atividades presenciais. Com isso, muitas optaram por manter as aulas e atividades através de plataformas online. Olga Maria Lang, responsável pela administração da Academia Golfinhos, que disponibiliza de natação e academia, comenta que logo no início da pandemia, encerraram as atividades por cerca de um mês. Para manter as aulas, utilizaram as tecnologias para fazerem lives com exercícios e aulas teóricas para as crianças que praticavam natação na escola. Conforme as classificações das bandeiras do distanciamento controlado, foram reabrindo a escola e retornando a academia para os adultos, mas sempre mantendo as restrições conforme a classificação da bandeira na cidade. Durante as semanas de classificação de alto risco de contágio (bandeira preta) a academia voltou a fechar as portas. Atualmente eles atuam com 50% da capacidade de alunos (adultos e crianças) na natação e respeitando o distanciamento dentro das piscinas.

Outro esporte afetado foi o Jiu Jitsu. A academia Thork, exclusiva de Jiu Jitsu, também interrompeu suas atividades no ano passado, pois não poderia haver contato nas lutas. A alternativa que encontraram foi criar um site onde os alunos pagavam um valor menor que mensalidade e podiam ter acesso às aulas e treinos virtuais, assim a escola continuou tendo um retorno financeiro. Neste ano, eles reabriram mas fecharam as portas, mais uma vez, devido à bandeira preta em todo o estado. Após a flexibilização das medidas de distanciamento, a escola retornou às atividades, mas sempre respeitando as orientações da prefeitura. O mestre e professor da escola de Jiu Jitsu, Leonardo Morosetti, reitera que as aulas, atualmente, são mais voltadas aos exercícios físicos. Pois nas lutas há muito contato entre os alunos, que acaba infringindo as regras de distanciamentos dentro da escola.

Outro esporte que tem grande procura e encerrou as atividades na pandemia foi o Futsal. Na escola de Futsal Evolução, o Personal Training e coordenador da escola, Jonatan Dupin, relembra que no início da pandemia o clube AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), onde eles utilizavam a quadra para dar aulas, foi fechado e as aulas foram interrompidas. Durante este período as aulas mantiveram-se através de exercícios físicos em vídeos para os alunos realizarem em casa. Jonatan também comentou que muitos pais entenderam a situação e mantiveram as mensalidades em dia. Mesmo assim, eles procuraram não deixar os alunos sem atividades. Quando as aulas puderam retornar, a escola teve que optar por utilizar a quadra de esportes do Cerrito, pois a AABB ainda não reabriu. Mesmo com as flexibilizações das medidas de distanciamento, os treinos têm o número de alunos reduzido e com todos os protocolos de distanciamento. 

Devido a incerteza de aumentos de casos de Covid-19 na cidade, alguns pais ainda têm receio de os filhos retornarem a frequentar as escolinhas de esportes. Muitos acabam procurando atendimento individual em casa. Isso influencia diretamente no ritmo de prática de esportes e atividades físicas que as crianças tinham. Fazendo-os regredirem nas aulas e a preguiça ser mais um empecilho no desenvolvimento.

Texto de Caroline Freitas Scremin.

Produção feita na disciplina de Jornalismo Esportivo, durante o primeiro semestre de 2021, sob coordenação da professora Glaíse Bohrer Palma.

 

Foto de JESHOOTS.com no Pexels

Não nascemos amando tudo, tudo que amamos nos é apresentado pela primeira vez, às vezes vamos amar na hora e, às vezes, vamos construir esse amor. O futebol é assim, eu não nasci com gosto pelo esporte e, muito menos, com amor pelo meu time.

Lembro-me que me vendia por qualquer doce quando diziam que deveria ser colorada ou gremista, eu não entendia direito o que era torcer.

Quando pequena, jogos de futebol na TV eram quase que uma tortura e um dos tédios mais prolongados da minha vida. Havia brigas pelo controle da TV com meu irmão toda vez que tinha jogo. E eu nem entendia a raiva e a alegria que ele demonstrava com gritos, xingões e abraços quando seu time estava em campo.

Somente na adolescência eu dei a oportunidade de me sentar no sofá e acompanhar os eternos 90 minutos de bola rolando. Sabe, foi a melhor escolha que fiz! De lá em diante, não perdia um jogo sequer do meu time, sabia o nome de todos os jogadores e já sabia como as regras funcionavam. Mas não foi só isso.

Comecei a ver meu irmão com olhos diferentes nos dias de jogos, entendi a raiva dele quando um passe era dado errado e, ainda mais, sua vibração quando sai um gol ao seu favorito. Essa emoção era tão grande que contagiava, se tornava linda aos meus olhos. Foi com ele que aprendi a amar meu time e a torcer com paixão.

O meu gosto por sentar e assistir um jogo e o meu amor em torcer pelo time nasceram disso, da influência do meu irmão. Aquele com quem eu tanto brigava pelo controle da TV era, então, meu mais novo companheiro de jogo e de vida.

Foi assim que minha família se uniu, em frente à TV nos finais de domingo, acompanhados de uma bacia enorme de pipoca doce e mate, sempre de olho nos jogos.

Meu pai, que não era muito ligado em futebol, também acabou sendo contagiado por nós. Assim que meu irmão se mudou, eu logo adotei meu pai como novo companheiro de jogo.  Às vezes no meio do jogo ele dormia, pois sempre estava cansado, mas eu não ficava chateada porque ele permanecia ao meu lado sempre. Quando tinha jogo da Libertadores, ele me buscava mais cedo no cursinho, sempre me esperando com uma cervejinha e uma carne assada.

Entende o que eu quero dizer? Não é nem tanto pelo jogo que digo tudo isso. É pelo que a paixão de um time e essa vontade de fazer questão em se unir, em esperar a hora do jogo para se sentar com quem gostamos, em volta de uma lareira, na roda do mate ou na beira da churrasqueira, é a “função” que se dá somente para ver nosso time.

E foi nessa “função” que eu tinha um dos meus momentos mais sagrados e amados em família. Todos juntos, criança atrapalhando no meio da sala, barulho de gente conversando, mas aquilo que era mágico, todos ali e no final estaríamos ou comemorando ou se lamentando, mas juntos.

Hoje, infelizmente, esses encontros não vão acontecer mais com tanta frequência e nem com o mesmo sentimento. Nosso pai partiu para outros campos e vamos sentir saudade do churrasquinho que ele fazia na hora do jogo, ou da dormidinha que ele dava no meio da partida. Assistir aos jogos não vai ser a mesma coisa, não vai ter aquela graça das piadas que ele fazia ou dos gritos que ele dava de susto.

Mas sabemos o quanto ele também gostava daquele momento, vamos continuar e, a camisa do grêmio que ele tanto queria e eu dei de Natal, vai estar estendida por ele. Seguiremos com nosso amor pelo futebol, torcendo pelo nosso time e ensinando os que vierem depois de nós o quanto momentos assim são importantes. Meu pai, certamente, desejaria nos ver juntos, assim.

Que todas as famílias, apaixonadas pelo futebol se unissem assim e conseguissem enxergar o quanto esse esporte pode unir as pessoas, torná-las mais próximas e alimentar esse sentimento.

 

Produção feita na disciplina de Jornalismo Esportivo, durante o primeiro semestre de 2021, sob coordenação da professora Glaíse Bohrer Palma.

Imagem de Jossiano Leal por Pixabay

Era 2016. Matheus, o colorado apaixonado desde criança pelo seu time do coração, o Sport Club Internacional de Porto Alegre. Matheus morava na pequena e pacata cidade de Dilermando de Aguiar, município com pouco mais de 3 mil habitantes. Distante 50 quilômetros de Santa Maria e 340 quilômetros da capital gaúcha, Porto Alegre. Matheus sonhava em ir no jogo do Inter mas, pela distância do estádio, era inviável.  Ele morava com seus pais, Dona Rosa e seu João, um casal de agricultores. A “grande” família ainda tinha mais dois integrantes, as irmãs de Matheus, Débora e Monica. Ambas moravam em Santa Maria.

Matheus já havia concluído o ensino médio e ajudava seu pai na lavoura de soja. O fanático colorado tinha uma vida de agricultor. Acordava e dormia cedo, exceto quando chovia. Em dias chuvosos Matheus acordava mais tarde, pois não tinha muitas coisas para fazer. A salvação dele era a internet. Muitas vezes lenta. Ainda piorava com a chuva, mas era o que tinha. Então, Matheus pegava seu notebook e acessava o YouTube. Crente na pesquisa, ele digitava “jogos do Inter no Beira Rio”. E assim se entretia por horas olhando os vídeos da torcida organizada “guarda popular” cantar, pular e torcer para seu time do coração.  A cada jogo que Matheus assistia do Inter na Globo, quartas à noite ou domingos à tarde ele se imaginava dentro do estádio lotado, em um jogo do seu time do coração.

Matheus era primo de Genara que, por sua vez, tinha uma irmã que morava na capital Porto Alegre, casada com Douglas. Ele também colorado fanático, acostumado a ir em jogos decisivos no gigante Beira Rio. Certo dia, Genara convidou Matheus para passar uns dias em Porto Alegre, na casa da casa da irmã dela. Mas, tinha que pagar passagem até a capital. Então, Matheus ligou para sua mãe e pediu autorização para ir viajar. Mas, dona Nair taxativa não estava gostando da ideia. Conversa vai, conversa vem, Matheus convenceu sua mãe.

Matheus com sorriso estampado no rosto, pulava de alegria, pois viajaria à capital gaúcha. Acostumado a ir de Dilermando a Santa Maria, estava incrédulo com a ida a Porto Alegre. Então, ele fez as malas,  pegou suas melhores roupas e, claro, a camiseta do seu time de coração. Chegando na rodoviária da capital, estava lá Douglas para buscar ele e sua prima Genara. No percurso longo e entusiasmado de 45 minutos da rodoviária até a casa de Douglas, Matheus pensava: “poxa, sábado tem jogo do Inter”.  Matheus e Genara então chegaram na casa de Douglas.

De noite, na hora da janta, Douglas perguntou se Matheus não queria ir no jogo do Inter, no sábado, no Beira Rio contra o Sport. Matheus então tentando conter o entusiasmo fala: “bah, seria um sonho!”. Douglas pega seu celular e liga para um amigo, que era sócio do Sport Club Internacional, e pergunta: “Carlos, estou com o primo da Genara aqui em casa, e ele gostaria de ir no jogo sábado. Tu empresta carteirinha de sócio para o Matheus?”.  Douglas então ficou em silêncio por 10 segundos, o que perecia 10 anos para o Matheus e disse: “certo Carlos! Sábado passamos aí e pegamos ela”.

Matheus já não se aguentando de ansiedade escuta de Douglas: “sábado tu vai no jogo!”. Matheus lacrou um sorriso empolgado no rosto. As 40 horas que passaram, até a hora de ir para o jogo, foram as horas mais demoradas na vida de Matheus.

Chega o dia. Matheus toma um banho, coloca sua camiseta vermelha radiante do Inter, arruma o cabelo e, junto com Douglas, vai para o estádio Beira Rio. Mas antes eles teriam que ir até a casa de Carlos, amigo de Douglas, para pegar a carteirinha de sócio. O trajeto durou 60 minutos intermináveis para Matheus. Quando ele está com a carteirinha na mão e nota que a modalidade é de sócio master (entra na melhor área do estádio sem pagar entrada) Matheus quase chora emocionado, mas se contém. Já no estádio, Matheus, que nunca havia visto o magnifico Beira Rio de perto, se impressiona com o tamanho e a beleza. Ao adentrar no estádio, mais entusiasmo, pois Matheus entra na área das cadeiras, atrás do banco de reserva dos jogadores. Ele vê todo aquele campo verde, e olha ao redor do estádio pintado de vermelho, magnífico.

Aos poucos o estádio vai enchendo. Se aproxima a hora do jogo, e quando Matheus menos espera entra a torcida organizada “Guarda Popular” proferindo os cânticos de apoio ao time do Inter. Então, Matheus senta na cadeira e fica admirando incrédulo no que está vivendo. Dia 26 de maio de 2016, o dia em que Matheus foi no primeiro jogo do seu clube do coração, no estádio Beira Rio. A data ficará marcada para sempre na memória do fanático torcedor Matheus.

 

Produção feita na disciplina de Jornalismo Esportivo, durante o primeiro semestre de 2021, sob coordenação da professora Glaíse Bohrer Palma.

Foto de JESHOOTS.com no Pexels

Nos dias de GreNal era aquele agito. Vizinho gremista tirando sarro do colorado, amigo colorado alfinetando gremista e as estampas dos times passeando pela cidade. Conquistaram um título tão almejado? Partiu comemorar na Avenida Presidente Vargas? Buzinaço e cantoria. Carros cruzando bandeiras nas janelas. Ruas lotadas de torcedores fiéis e apaixonados. A alegria era imensa. Nem a vovó do prédio, em frente a praça da locomotiva, ficava parada. Vamos assistir ao jogo e jogar uma sinuca? Claro! Junta o pessoal e bora para o bar. Ah, a saudade de uma aglomeração…

Lembro-me da organização e programação que era para ir assistir ao GreNal. Parecia um evento. Quem chegasse antes, comprava carne e cerveja. Churrasco em casa ou cervejinha no bar, um desses dois era essencial. Movidos à paixão e amizades, restaurantes e ruas ficavam cheios de gremistas e colorados. Os bares se preparavam com telões e mesas extras quando as finais de campeonato acabavam em GreNal. Saía gol, eram abraços para todos os lados. Pessoas que não se conheciam comemorando juntas… ou com raiva da vitória do adversário. Mas muitas amizades surgiram nesses momentos mágicos. Agora parece que paramos no tempo. Não tem encontro de torcedores nas ruas. Não tem abraços coletivos em bares. Somente gritos de vitória de janelas e sacadas. Uma comemoração um pouco mais silenciosa, mas não menos apaixonada. Uma festa com menos participantes. Uma decoração de casa.

Mas estamos aqui, resistindo. Ansiosos pelo aval de liberação de torcidas, de aglomerações, de festa. O grito de gol está entalado na garganta dos apaixonados por futebol. Os braços aguardando ansiosos por abraços calorosos de felicidade. Esse clássico vai muito além da tradição. É uma junção de sentimentos que conecta pessoas diferentes pelo amor e orgulho da terra que habitamos.

Texto de Caroline Freitas.

Produção feita na disciplina de Jornalismo Esportivo, durante o primeiro semestre de 2021, sob coordenação da professora Glaíse Bohrer Palma.

União, de azul, e UFSM, de branco. Foto: Pedro Piegas (DSM)

A série Ouro de Futsal, competição estadual de futebol de salão do Rio Grande do Sul, tem sua data de estreia confirmada para o dia 3 de julho deste ano.

Este ano vão participar do campeonato estadual 9 equipes do estado: Ser Canoense, de Canoas, São José, de Cachoeira do Sul, Rio Grande, de Rio Grande, Rabelo, de Alvorada, Brasil Futsal, de Pelotas, Paulista, também de Pelotas e as equipes santa-marienses UFSM Futsal e o União Independente.

O campeonato vai ser disputado em turno único e terá oito rodadas. Oito equipes passarão para a fase de mata-mata em jogos de ida e volta. O último colocado do grupo será eliminado na primeira fase da competição.

A UFSM Futsal estreia em casa contra a equipe SER Canoense e tem uma grande expectativa em fazer um bom campeonato, como exprime o técnico Gabriel Pranke, 35 anos: “A nossa expectativa é fazer a melhor campanha possível e o nosso objetivo é classificar para a próxima fase entre os 4 primeiros lugares”.  O técnico está confiante: “A gente está se preparando bem para o campeonato, fizemos testes físicos onde avaliamos todos os atletas e suas condições e vimos a melhor maneira de trabalhar com cada um deles”. Pranke revela ainda alguns pontos que devem ser melhorados: “Neste primeiro momento, para superar algumas questões físicas que eles precisam melhorar, fizemos alguns ajustes como, por exemplo, rever desequilíbrios musculares”.

O treinador relata que: “É bem complexo a gente estar voltando depois de um longo período parado e ainda numa situação de Pandemia, mas estamos tomando todos os cuidados necessários para evitar contaminações. Isso tudo afetou muito as questões físicas dos atletas que ficaram muito tempo parados e a perda de todo o processo que a gente vinha desenvolvendo de evolução do nosso modelo de jogo que foi parado no ano passado por conta da Pandemia”.

Gabriel Pranke fala também que, no momento, a equipe está no processo de experimentação do modelo de jogo, para assim melhorar todos os conceitos que eles querem aplicar na competição. “A preparação da equipe para a estreia está a todo o vapor, estamos treinando durante semanas, visando o estilo de jogo do nosso adversário na estreia. Além disso, vamos fazer dois amistosos antes da nossa estreia no campeonato para que a gente consiga visualizar em prática o que já treinamos até o momento”, declara  Pranke.

Já o União Independente estreia fora de casa contra a equipe do Rio Grande em Rio Grande. O técnico do União, Felipe Super, 38 anos, diz que o objetivo é representar muito bem a cidade no estadual e assim mostrar em quadra uma equipe competitiva e comprometida com o projeto. “Começamos com atraso nossa preparação para a estreia da série Ouro, devido ao julgamento que tínhamos pendente na Federação”, confessa Super.

Ele menciona também que o foco do time é na parte física, técnica e nos conceitos do modelo de jogo e fala sobre como é retornar às quadras após um ano sem participar de competições, “é um sentimento de felicidade voltarmos aos jogos, espero que a vacinação avance para que logo haja a liberação do público nos ginásios”.

Todos os jogos da Série Ouro de 2021 serão realizados sem a presença da torcida em virtude da Pandemia do novo coronavírus.

Texto: Joedison Dornelles

Produção feita na disciplina de Jornalismo Esportivo, durante o primeiro semestre de 2021, sob coordenação da professora Glaíse Bohrer Palma.

Imagem: hansmarkutt / Pixaby

Após longo tempo com atividades paralisadas frente aos critérios estaduais estabelecidos em razão da pandemia, a Federação Gaúcha de Tênis (FGT) participou, neste mês, da retomada das competições estaduais da modalidade. Dos dias 21 a 23 de maio, ocorreu a primeira etapa do Circuito de Tênis Gaúcho (CTG) na temporada 2021, no Avenida Tênis Clube (ATC), em Santa Maria. O campeonato demarca o reinício do calendário de competições da entidade.

Realizado pela Associação Leopoldense de Esporte e Cultura (ALEC), o CTG é considerado o principal circuito infanto-juvenil do Rio Grande do Sul, e reuniu em Santa Maria 156, atletas inscritos entre as categorias de 12 a 18 anos (masculino e feminino). Esta foi a primeira vez que o ATC sediou a abertura do Circuito, assim como foi efetivada a disputa do torneio dos moldes “simples” e “duplas”. Estiveram presentes tenistas de toda província, como de: Santa Cruz do Sul, São Luiz Gonzaga, Bagé, Porto Alegre, Vacaria, Uruguaiana, entre outras cidades.

A realização destas atividades foi viabilizada pela primeira vez após o surto da Covid-19, no dia 17 de agosto de 2020, quando houve a publicação no Diário Oficial do Estado, do Decreto 55.444, que apontou a liberação parcial da prática esportiva no Rio Grande do Sul. O documento avaliou o retorno de competições esportivas e treinos de atletas profissionais e amadores em cidades que estivessem localizados em regiões com bandeira amarela ou laranja, a fim de seguir o protocolo de Distanciamento Controlado, imposto pelo Governo do Estado.

Diante das alternâncias de bandeiras nos municípios gaúchos desde final de 2020, e das novas normas impostas pelo governador Eduardo Leite, o calendário das atividades competitivas oscilou bastante frente aos decretos estaduais. Foram necessários novos métodos de adaptação no cronograma, assim como o aguardo do aval da Secretaria da Saúde, para retomada gradual dos campeonatos. Para 2021, conforme divulgado em nota, está permitida a realização de torneios chanceladas por entidades oficiais, desde que sejam autorizadas pela prefeitura de cada município, para atender aos protocolos de saúde.

Em 2020 foram contabilizados sete meses de inatividade. Já neste ano, as programações somente retornaram com o decreto do estado. Desde então, foi realizada na FGT apenas a 4ª Etapa do Circuito de Tênis Gaúcho, em Novo Hamburgo, dos dias 22 a 24 de janeiro, ainda válido pela temporada de 2020. Os próximos encontros previstos no calendário gaúcho de tênis, projetam para junho: 54º Torneio de Páscoa (4 a 6 jun); CTG – 2ª Etapa – Soc Libanesa de POA (10 a 13 jun); Copa Docelina – 1ª Etapa Super Tênis (25 a 27 jun).

 

Texto: Gianmarco de Vargas

Informações: Federação Gaúcha de Tênis (FGT); Secretaria do Esporte e Lazer; Secretaria da Saúde. 

Produção feita na disciplina de Jornalismo Esportivo, durante o primeiro semestre de 2021, sob coordenação da professora Glaíse Bohrer Palma.