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Marcus Paim

 O 15º Fórum da Comunicação realizado pelos cursos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda abriu na manhã de hoje, terça, 27, com  a palestra sobre a reinvenção do essencial, ministrada por Marcus Paim,  advogado por formação, publicitário por vocação,  sócio da Paim Comunicação e da Oito Total Brand.
Paim discorreu sobre a comunicação nos tempos atuais, defendendo que a essência não muda quando se trata do humano. Para ele, a reinvenção precisa se dar sem perder o essencial. Em se tratando do mundo publicitário, o impacto estético e tecnológico não pode ser mais importante do que o impacto ético. “Mudam as ferramentas, mas a troca continua igual”, diz .
Segundo ele, a comunicação precisa ocorrer de modo integrado, aliando o analógico e o digital. Por um lado, dominar as redes sociais e o seu poder de compartilhamento de informações é um dos caminhos da área mas, ao mesmo tempo, a democratização das fontes, a observação do contexto, dos valores das pessoas continua sendo essencial para que a comunicação aconteça.

Paim defende que a comunicação precisa ser sustentável em três dimensões: a humana, a ambiental e a econômica. E embora as ferramentas digitais acelerem os processos comunicativos,  a comunicação que se vivencia na atualidade das redes sociais é precária. ” A comunicação digital que se experimenta hoje é falha, falta conexão.  A tecnologia não capta parte do tom de voz, das nuances da voz, do verbal, da expressão facial.A comunicação humana se dá nas nuances, nas sutilezas, o que dá a capacidade de mediação, do espelhamento neurológico que torna possível ler o estado de ânimo do interlocutor. Só aí se dá a comunicação, no face-a-face”, afirma.

Palestra foi mediada pela professora e coordenadora do curso de PP , Graziela Knoll. 

Ao dizer da emergência de um “ser publicitário” favorecido pelas ferramentas digitais capazes de suprir falhas de habilidades do sujeito,  Paim ressalta também que somente a interpretação é capaz de trazer para a agência especializada, ferramentas internas para entender a mídia de performance, ajustar estratégias de mídia, fazer o apelo certo, verificar o grau de grau de redundância necessária, a originalidade capaz de evitar a vala comum.
Ao fazer a crítica à especialização que secciona o trabalho da comunicação, que não raro tenta excluir o analógico, ele  defende uma comunicação integrada e destaca o lugar do planejamento, uma das instâncias cruciais da publicidade. “É necessário muito mais que se compreenda a lógica da atualidade, e para isso as agências dispõem de uma ferramenta de pesquisa que é a janela. As redes mostram o que o consumidor espera daquele cliente, produto, candidato. No entanto, é  o planejador que traça estratégia, objetivo, analisa tendência, alteração, recursos, limitações , forças externas, etc. Uma comunicação sempre será competitiva e cooperativa. Compete pela atenção das pessoas, se dá no grupo social que é também proteção, ” afirma.
Para ele,  é necessário hoje  “mudar a rotina e não mudar o que se faz, dedicando uma atenção especializada a cada cliente, com todo mundo trabalhando junto a todos os clientes. O mundo digital comunica dados e fatos, mas não comunica emoções. Comunicação é emoção”, conclui.