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Número Zero

Recomendação Cultural: Número Zero

Nossa recomendação cultural de hoje são para os aspirantes, acadêmicos e formados em jornalismo. Dentre os inúmeros escândalos que a mídia se envolve hoje e a manipulação televisiva, este obra cai como uma luva no contexto

Nossa recomendação cultural de hoje são para os aspirantes, acadêmicos e formados em jornalismo. Dentre os inúmeros escândalos que a mídia se envolve hoje e a manipulação televisiva, este obra cai como uma luva no contexto atual do mundo da informação.

Julia acredita que o livro seja um manual necessário para hoje em dia (foto: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)
Julia acredita que o livro seja um manual necessário para hoje em dia (foto: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)

“Para nós jornalistas ele é muito importante. Já se tornou um best seller e é considerado um mau jornalismo. Pela sua história é uma crítica em forma de narrativa literária que mostra de uma forma irônica o mau uso do jornalismo e a transferência de informação. O sensacionalismo também é usado bastante. É algo bom, engraçado e interessante de ler”, afirma Julia Machado, estudante de jornalismo do Centro Universitário Franciscano.
A história se passa em 1992  e se desenrola na Europa. Conta sobre um grupo de redatores que tratam de assuntos como o golpe de Estado de Junio Valerio, assassinato do papa João Paulo l e não sabemos se os fatos são verídicos ou não, diz Julia.  Fica a dúvida se é algo real ou se é um manual do que não fazer profissionalmente na carreira de jornalista. Umberto Eco desvela os bastidores do mau jornalismo utilizado de forma negligente para, propositalmente, escancarar como os profissionais da área usam essa ferramenta poderosa (mídia) equivocadamente.
Um documentário da BBC mostra posteriormente que os casos são reais, mas o objetivo do livro em seu todo é mostrar como o grupo de editores chantageia e difama as pessoas envolvidas nos fatos.

Imagem: divulgação
Imagem: divulgação

Sinopse: Um grupo de redatores, reunido ao acaso, prepara um jornal. Não se trata de um jornal informativo; seu objetivo é chantagear, difamar, prestar serviços duvidosos a seu editor. Um redator paranoico, vagando por uma Milão alucinada (ou alucinado numa Milão normal), reconstitui cinquenta anos de história sobre um cenário diabólico, que gira em torno do cadáver putrefato de um pseudo-Mussolini. Nas sombras, a Gladio, a loja maçônica P2, o assassinato do papa João Paulo I, o golpe de Estado de Junio Valerio Borghese, a CIA, os terroristas vermelhos manobrados pelos serviços secretos, vinte anos de atentados e cortinas de fumaça — um conjunto de fatos inexplicáveis que parecem inventados, até um documentário da BBC mostrar que são verídicos, ou que pelo menos estão sendo confessados por seus autores.
Um perfeito manual do mau jornalismo que o leitor percorre sem saber se foi inventado ou simplesmente gravado ao vivo. Uma história que se passa em 1992, na qual se prefiguram tantos mistérios e tantas loucuras dos vinte anos seguintes. Uma aventura amarga e grotesca que se desenrola na Europa do fim da Segunda Guerra até os dias de hoje.
Preço de capa: R$ 27,65