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Ações simples do nosso dia a dia como prender, soltar e pentear o cabelo, nem sempre estão presentes na vida de centenas de pessoas portadores de câncer. Nestas horas, as perucas são grandes aliadas para melhorar a

Campanha para ajudar creche do CDC Estação dos Ventos

Até o dia 02 de  maio estudantes do curso de jornalismo da Universidade Franciscana estão com uma campanha de arrecadação de doações para o Centro de Desenvolvimento Comunitário Estação dos Ventos, uma ONG  localizada no Km 3, na Vila

Jornalista santa-mariense visita aldeias na África

A ONG Fraternidade Sem Fronteiras (FSF) atua na implantação de centros de acolhimento nas regiões mais pobres do mundo, onde a fome, a miséria e o desamparo fazem vítimas inocentes todos os dias. Fundada em 2009

Voluntárias da Sobre Nós foram às ruas em defesa da dignidade menstrual
Foto: Arquivo Sobre Nós

Estamos em 2023, e falar sobre menstruação ainda é um assunto considerado tabu e que deixa muitas pessoas desconfortáveis ao ser comentado. Imagine o seguinte cenário: você é uma mulher, está fora de casa e de repente a menstruação desce, você não tem um tostão no bolso para comprar um absorvente, o que você faz? Talvez essa simulação eventualmente possa ter acontecido com muitas mulheres, mas e quando essa realidade é corriqueira?

Em Santa Maria, uma ONG chamada Sobre Nós tem como objetivo evitar que esse tipo de situação aconteça. O projeto tem como objetivo promover a saúde menstrual e a igualdade de gênero por meio de ações e projetos que visam garantir o acesso a produtos de higiene íntima, informação e apoio psicológico para mulheres e pessoas que menstruam e que estejam em situação de vulnerabilidade socioeconômica. O trabalho é desenvolvido em Santa Maria e em alguns outros estados do país. 

O Sobre Nós realiza suas ações mensais com base em doações e contando com a colaboração de pessoas que se interessam pela causa. Foto: Arquivo Sobre Nós

Taís Fleck, que exerce o cargo de coordenadora na filial de Santa Maria e atua na coordenação nacional, explica que “a partir do momento que a pessoa do gênero feminino não tem produtos básicos para conter o sangue menstrual, ela tem uma desigualdade em uma necessidade fisiológica básica. Então, fornecer itens básicos de higiene feminina pode contribuir para a promoção da igualdade entre os gêneros, classes e raças.” 


Atualmente, a ONG atende em três bairros de Santa Maria: Cerrito, Vila Renascença e Vila Brenner. O grupo atua na cidade de maneira consistente desde setembro de 2020. Os produtos oferecidos compõem um kit de higiene menstrual, que inclui um pacote com 16 unidades de absorventes, um rolo de papel higiênico e um sabonete.

No dia 25/03 houve distribuição de kits e uma roda de conversa sobre saúde sexual, acompanhada por uma lembrança para cada mulher. Foto: Arquivo Sobre Nós

Jocelaine Rodrigues, de 44 anos, moradora da Vila Brenner, recebeu o auxílio do grupo e hoje faz parte do projeto, ajudando na distribuição e disponibilização da sua casa para serem realizadas as entregas. Ela relata que, desde que a ONG começou a atuar no bairro, houve um aumento da dignidade das pessoas, pois há muitos residentes em situação de necessidade. “Com a ajuda do grupo, dá para perceber que as pessoas estão mais felizes e buscando se informar mais sobre o tema. Eu gosto de ajudar as meninas, porque acredito que esse projeto não pode parar, espero que ele se expanda para outras regiões da cidade, pois a necessidade de diálogo é muito importante em locais de vulnerabilidade social”, afirma ela.

No dia oito de março deste ano, foi assinado o Projeto de Lei de Dignidade Menstrual, liderado pela vereadora Marina Callegaro (PT), na Câmara de Vereadores. A lei prevê medidas para garantir o acesso gratuito a produtos de higiene menstrual em escolas, postos de saúde, abrigos e presídios municipais. Taís explica que a aprovação da lei significa que este é um problema que o estado, em tese, deveria resolver e que é uma pauta importante de ser debatida, o que torna a dignidade menstrual um fator relevante. No entanto, ainda há alguns desafios sobre a questão da lei estar sendo aplicada efetivamente: “enquanto não existir uma execução correta da lei e fornecimento de itens menstruais corretos, o Sobre Nós acaba suprindo essa demanda. Então, até possuir uma forte rede de distribuição, nós vamos nos manter nessa frente. Essa é uma perspectiva que talvez leve um tempo ainda para ser executada de maneira efetiva, mas idealizamos que, futuramente,  todas as pessoas que menstruam tenham acesso a esses itens ”

As voluntárias do Sobre Nós participaram da assinatura do Projeto de Lei de Dignidade Menstrual.
Foto: Arquivo Sobre Nós

A ONG sobre nós atua de maneira nacional em sete estados do Brasil, e a expectativa para o futuro é que essa atuação seja de maneira efetiva em todos os 26 estados. Em Santa Maria, a expectativa é aumentar ainda mais o número de regiões onde atua o projeto. Segundo Taís, até o final do ano a expectativa é de aumentar essa atuação em dois locais, a Aldeias SOS e a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC). Para que essa ação seja consolidada, a ONG depende de doações, voluntários e pessoas que se interessem em participar desta causa. Para doar para o Sobre Nós de Santa Maria basta acessar ao instagram @sobrenos_brasil, clicar no link da bio (linktr.ee/sobrenosbrasil), e doar um valor que pode ser o estabelecido para a compra de kits de higiene menstrual ou um valor personalizado. 

Ações simples do nosso dia a dia como prender, soltar e pentear o cabelo, nem sempre estão presentes na vida de centenas de pessoas portadores de câncer. Nestas horas, as perucas são grandes aliadas para melhorar a autoestima. No Centro de Apoio a Crianças com Câncer (CACC), um grupo de voluntários é responsável por devolver o sorriso de centenas de pessoas.

As perucas são produzidas no Centro de Apoio à Criança com Câncer.

O CACC possui sua própria oficina de perucas e recebe diariamente doações de cabelos, além de campanhas como Cabelos de aços promovida pela corporação feminina da Brigada Militar de Santa Maria. Para a Assistente Social, Marta Lopes, a alta demanda na procura por perucas fez com que o CACC, através de uma oficina, buscasse pessoas voluntárias para trabalhar na confecção dos produtos. Atualmente são seis voluntárias e a oficina acontece todas as segundas de tarde na sede da instituição. No total, o Centro de Apoio atende 140 famílias de diversos municípios do Rio Grande do Sul que vêm até Santa Maria em busca de auxílio médico no tratamento contra o câncer infanto-juvenil. “A doação das perucas é feita para qualquer pessoa que esteja em tratamento contra o câncer no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM)”, conclui Marta. O Hospital Universitário de Santa Maria, HUSM é referência no estado para o tratamento hemato-oncológico.

O CACC

O Centro de Apoio conta com doações para continuar funcionando.

O Centro de Apoio a Crianças com Câncer (CACC) é uma ONG com o objetivo principal de receber crianças e adolescentes de zero até 24 anos portadoras de câncer, com um acompanhante.

Durante a realização do tratamento, os pacientes e acompanhantes recebem gratuitamente alimentação, hospedagem, atividades de recreação e  apoio psicológico. A casa possui capacidade para receber em torno de 40 pessoas, com ala separada para os transplantados, que devem ficar em isolamento até completar o tratamento. A sede também possui um refeitório, cozinha, sala para recreação e espaço externo com pracinha para as crianças. Além disso, há um brechó que auxilia na renda. Por ser uma instituição sem fins lucrativos, o CACC depende de doações tanto de alimentos quanto financeira e que podem ser realizadas na sede da instituição, rua Erly de Almeida Lima, n°365, no bairro Camobi, em Santa Maria. Doações em dinheiro também podem ser realizadas no site do CACC.

Como ser um doador de cabelo:

Para ser doador e colaborar é simples. E o melhor, não importa o tipo de cabelo. Pode ser encaracolado, liso, crespo, loiro, preto, ruivo, grisalho, com ou sem química. E os homens também podem participar.  Antes de fazer a doação é necessário seguir algumas recomendações. A primeira delas é que o cabelo precisa estar lavado e totalmente seco. Outra dica é prender os fios com um elástico antes do corte para ajudar a demarcar o tamanho. Só serão aceitas mechas com comprimento mínimo de 15 cm.

Texto produzido na disciplina de Jornalismo III, no 2º semestre de 2019, e supervisionado pela professora Glaíse Palma.

A campanha de arrecadação integra as atividades da disciplina de Projeto de Extensão em Comunicação Comunitária II do curso de jornalismo, sob orientação da professora Rosana Zucolo.

Até o dia 02 de  maio estudantes do curso de jornalismo da Universidade Franciscana estão com uma campanha de arrecadação de doações para o Centro de Desenvolvimento Comunitário Estação dos Ventos, uma ONG  localizada no Km 3, na Vila Schirmer.  Trata-se de uma comunidade extremamente vulnerável, desprovida de infraestrutura, pavimentação, rede elétrica e saneamento básico.  A Organização atende  em torno de 60 crianças no turno inverso da escola e integra a iniciativa voltada às necessidades das famílias moradoras da região, na sua maior parte constituída por recicladores.

Os estudantes solicitam alimentos perecíveis e não perecíveis, materiais de higiene infantil, materiais de Primeiros Socorros, além de agasalhos de qualquer tamanho.  As caixas de coleta da campanha estão localizadas no saguão do prédio 16 do Conjunto III e no Conjunto I da Universidade Franciscana. Após o dia 02/05, haverá uma caixa para arrecadação no hall do prédio 14.

Estação dos Ventos: comunidade em construção

Em 2001 cerca de 290 famílias se instalaram na área de terras do Governo Federal, localizada no KM3 e cujo trâmite para a legalização das terras, não tendo uma data certa para ser concluída.  Quatro anos depois, em 2005, a comunidade havia crescido e as crianças estavam expostas aos riscos urbanos, ficando em casa sozinhos ou apenas cuidadas pelos irmãos mais velhos.

Um grupo de mães, convocadas pelo então líder comunitário Jan Carlos Ferreira Machado, acordou em fazer um rodízio para cuidar das crianças.  Enquanto uma trabalhava,  deixava o seu filho com outra mãe, em dias alternados. No entanto,  na medida em que as mães  conseguiam empregos fixos, desistiam do compromisso. Fabiana Machado, esposa de Jan Carlos, assumiu o grupo durante o seu período de férias e viu aproximar seu dia de voltar ao trabalho. Acompanhada apenas de sua enteada, estava cuidando de 16 pequenos de 0 a 6 anos. Decidiu, então, abandonar o emprego e assumir a coordenação do Projeto. Por dois anos, ela e o marido mantiveram o atendimento e a alimentação básica para as crianças. Em meio às dificuldades – as portas foram fechadas por três vezes -, as mães voltaram a se reunir e saíram em busca de parceiros. Assim, em 2006, a  Associação de Amigos do BOB , filantrópica, visitou o local e a ajuda começou a chegar. Logo em seguida, o Exército veio e mudou parte da estrutura que era de madeira para alvenaria e  refez toda parte frontal do prédio que abriga o projeto.

A partir de 2011, a Organização foi se configurando com a legalização oficial de documentos e agregando novas parcerias, dentre elas ONG- “Moradia e Cidadania”, que propiciou a ampliação e melhoria da estrutura física, bem como outros parceiros, doadores pessoa física/jurídica, através de campanhas de alimentação, Ação Social, doações de roupas entre outros benefícios para comunidade. Atualmente, a Instituição se mantém com voluntários, colaboradores , profissionais, constituído através de Projetos Sociais que auxiliam não só crianças com atividades culturais, mas realizam oficinas que auxiliam aos pais e mães a desenvolverem habilidades que os capacitem para o mercado de trabalho.

Hoje, a Estação dos Ventos mantém em torno de 60 crianças e oferece diversas oficinas para que os pequenos. Entre as atividades estão as aulas de capoeira, hip hop e yoga.  O projeto conta ainda com um refeitório, que será reformado. Há também a produção de artesanatos e organização de um brechó nos dias de eventos, como o risoto, realizado todos os meses.

 

O jornalista Lucas Amorim em um dos centros de acolhimento da FSF. Fotos: arquivo pessoal

A ONG Fraternidade Sem Fronteiras (FSF) atua na implantação de centros de acolhimento nas regiões mais pobres do mundo, onde a fome, a miséria e o desamparo fazem vítimas inocentes todos os dias.

Fundada em 2009 e com sede localizada em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, a FSF começou seu trabalho na África e, atualmente, conta com 26 centros de acolhimento localizados na região entre Moçambique e Madagascar. Tais locais recebem aproximadamente 12 mil crianças, sendo que 9 mil são órfãs.

O santa-mariense Lucas Leivas Amorim, graduado pelo curso de jornalismo da Universidade Franciscana, está hoje(10) voltando de seus 10 dias na África. Amorim confessa que sempre teve o sonho de viajar para fora do Brasil para doar um pouco de si. Quando descobriu que com a FSF tinha essa possibilidade, soube na hora ser isso o que queria fazer.

Amorim participando de atividades recreativas com as crianças.

Junto com mais 15 brasileiros, Lucas ficou hospedado em alojamentos dos centros de acolhimento das aldeias de Moçambique. A caravana da educação da qual faziam parte tem o objetivo de levar materiais escolares, treinamento para os monitores da aldeia e atividades recreativas para as crianças.

O jornalista relata que as dificuldade são muitas. As aldeias que visitou são miseráveis, em situação que nunca presenciou no Brasil. “O melhor é ver que a instituição está fazendo sua parte e ajudando de alguma forma, mesmo que não mude o mundo, vai modificar a vida de muitos”, afirma Amorim.

Moradores da aldeia retirando água do poço.

Nos centros de acolhimentos as crianças, jovens e idosos da aldeia recebem comida, água potável, atendimento de saúde e higiene, atividades recreativas e culturais, aulas diárias e material escolar. Esse amparo se dá por meio do apadrinhamento feito por voluntários no Brasil e em várias partes do mundo. Os padrinhos escolhem os projetos no site e contribuem mensalmente. Cada vez que uma nova pessoa apadrinha, uma nova criança pode entrar no centro de acolhimento.

Amorim ressalta que o que mais chamou sua atenção nessa experiência. Observou que embora o povo seja sofrido demais, eles nunca deixam de sorrir. “Estão sempre alegres celebrando a vida e agradecendo por ela com orações, canções e muita dança”, relembra.

Por conta do trabalho significativo durante todos esse anos, a FSF recebeu o Prêmio Você e a Paz, em 2016, na categoria “Instituição que Realiza”.