Estação dos ventos, uma casa que abriga amor
Se perguntarem “como é chegar na Estação dos Ventos?”, podemos dizer que é um bairro de pouca estrutura, talvez até esquecido por muitos. Na direção que leva à ONG, o asfalto passa longe, as casas são
Se perguntarem “como é chegar na Estação dos Ventos?”, podemos dizer que é um bairro de pouca estrutura, talvez até esquecido por muitos. Na direção que leva à ONG, o asfalto passa longe, as casas são
Na manhã desta quarta-feira ,05, a Comissão Especial que analisa o Projeto de Lei Complementar 8765/2018, que inclui a definição de animal comunitário no Código de Posturas, reuniu-se com ONGs e Protetores Independentes de Animais a
O vínculo do homem com animais de estimação é de longa data. Estudos indicam que a relação homem-animal estimula o bom humor, propicia a diversão, combate a depressão, alivia a tensão e traz benefícios para a
A Agência CentralSul de Notícias faz parte do Laboratório de Jornalismo Impresso e Online do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN) em Santa Maria/RS (Brasil).
Se perguntarem “como é chegar na Estação dos Ventos?”, podemos dizer que é um bairro de pouca estrutura, talvez até esquecido por muitos. Na direção que leva à ONG, o asfalto passa longe, as casas são simples e humildes, com paredes cinzas de cimento, algumas sem reboco; alguns telhados são remendados, e há terrenos baldios com galhos e pichações, num caminho próximo aos trilhos de trem. Mas chegar lá é diferente. Como se a pouca estrutura não fosse nada e o amor e o acolhimento fosse tudo. Chegar na Estação dos Ventos é se deparar com muros de tijolos e alguns pneus coloridos no chão, transmitindo uma realidade talvez não tão boa, mas que não se compara ao sentimento de tocar a campainha, entrar pelo portão e ser recebido com abraços repletos de carinho, sorrisos contagiantes e olhares que transmitem os mais puros sentimentos.
Disciplina e diversão a partir das artes marciais. Fotografia: Paulo Issler
Hoje, o Centro de Desenvolvimento Comunitário (CDC) abriga em torno de 70 crianças e adolescentes carentes do bairro KM 3, região periférica de Santa Maria. Começou em 2005, a partir de uma iniciativa de Jan Carlos Ferreira Machado e sua esposa Fabiana Machado. Eles contam que a comunidade estava crescendo e, para as crianças não ficarem sozinhas em casa enquanto seus pais trabalhavam, eles começaram a acolhê-los e cuidá-los. A ONG procura tomar conta das crianças enquanto seus pais trabalham, dessa forma mães, profissionais e voluntários se revezam para proporcionar cuidados aos pequenos.
Nadia Rodrigues, uma das mães, conta que em 2017 ajudou na cozinha. Ela explica que a ONG é um lugar em que se aprende a respeitar, e destaca que ama estar lá, que se trata de sua segunda casa. “O que me move é o sorriso de cada criança no rosto, tu poder chegar de manhã ali e a primeira coisa é ver aqueles rostinhos maravilhosos, falando – tia te amo -, não tem palavras para explicar. Quando eu trabalhei ali a minha razão de ir todos os dias foi enxergar eles, o rostinho de cada criança, pois é gratificante, não tem dinheiro que pague”, conta Nadia.
Aquele olhar que diz muito. Fotografia: Juliana Brittes
Quando entramos no portão da ONG ou em uma das peças que são as salas das oficinas, é possível perceber o quanto colaboradores, crianças e adolescentes estão criando um vínculo cada vez mais forte, um laço de harmonia, respeito e gratidão. É perceptível que o que está ali sendo desenvolvido será levado no coração de cada um que já passou por esse lugar. Marcia Cristina dos Santos Pereira também é mãe de uma das crianças da ONG e ajudante no local. Ela conta que às vezes ajuda na cozinha e também cuida das crianças. “A gente tem aprendido bastante com as crianças, a gente ensina eles e aprende com eles também a ser paciente, tolerante, aprender ouvir”.
Momento de interação entre as crianças que pintam uns ao outros, além da brincadeira é estimulado o bom convívio entre as crianças. Fotografia: Paulo Issler
Em suas atividades diárias, os professores voluntários do dia procuram levar cultura e conhecimentos. Brayan Cardoso é voluntário da Estação há dois anos. “A minha motivação é colocar ideias de coletividade e empoderamento em prática, principalmente das minorias. Porque é o que falta, eu percebi que as pessoas querem ser ouvidas, querem atenção. As crianças para se desenvolver precisam disso”, conta. Lá as crianças são separadas por idade, em dois turnos – manhã e tarde. Durante a semana, é possível acompanhar oficinas de hip hop, artesanato, mala da leitura, ioga, fotografia, capoeira, percussão, judô e também reforço escolar.[dropshadowbox align=”center” effect=”lifted-both” width=”auto” height=”” background_color=”#ffffff” border_width=”1″ border_color=”#dddddd” ]O 2º princípio da Declaração dos Direitos da Criança fala que “toda criança tem o direito de ser compreendida e protegida, e devem ter oportunidades para seu desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade”, e isso é o que a ONG procura levar à elas por meio das relações, das atividades e dos projetos.[/dropshadowbox]
A instituição se mantém através de doações, que são feitas por pessoas e algumas empresas da cidade que atendem às necessidades básicas, como alimentação, higiene, material didático, livros, entre outras coisas que uma casa precisa para funcionar. Roberto Farias, pai de uma das crianças, conta que está sempre procurando ajudar e se envolver com a Estação. Ele diz que ajudou na estrutura das paredes, na eletricidade e no encanamento, e ainda destaca que é gratificante ver as crianças felizes, que é importante cuidá-las, pois elas são o futuro.
Já quando a escolinha precisa levantar algum valor são feitas ações como: risoto, bazar (que comercializa itens produzidos pela comunidade), além de realizar um brechó que é abastecido com doações vindas da cidade inteira. Este modelo de arrecadação se assemelha com financiamentos coletivos, que estabelecem uma meta e buscam “investidores” para cumpri-la.
Crianças colaboradores na festa de dia das crianças que foi realizada na Estação dos Ventos. Fotografia: Paulo Issler
Além disso, a ONG conta com uma administração de pessoas qualificadas que juntas conseguem somar recursos sem deixar faltar o mais importante, amor e atenção. O afeto é bastante presente entre os colaboradores, as crianças e os adolescentes. Isso porque não basta apenas uma ideia bem elaborada para que um projeto que envolve crianças de certo, é preciso entender o seu contexto socioeconômico, entender que muito mais do que brinquedos e um espaço para lazer, é preciso ter quem brinque junto, quem entenda sua rebeldia, e principalmente quem transmita confiança.
E é pensando assim que o CDC Estação dos Ventos mantém suas portas abertas a 13 anos, cuidando de crianças e jovens de baixa renda, ensinando e aprendendo, mostrando que é possível fazer o bem com boas ideias e muita força de vontade.
Hoje são realizados diversos projetos na Estação dos Ventos. Alguns deles são pelos estudantes de Jornalismo da UFN, que trabalham fotografia, audiovisual e campanhas de mobilização social e divulgação. As campanhas são realizadas para arrecadação de roupas, alimentos não-perecíveis, produtos de higiene infantil, produtos de primeiros socorros, entre outros.
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Conheça e contribua com a ONG:
Facebook: www.facebook.com/EstacaoDosVentosONG
Site: www.estacaodosventos.com.br
Telefone: (55) 99190-0572
Rua Luiz Castagna, S/N, Bairro João Goulart, KM 3, Santa Maria – RS
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Para o projeto social continuar a crescer e poder aumentar seu número de crianças as doações, apadrinhamentos e parcerias são sempre bem vindas. Além do mais, o voluntariado é bastante bem-vindo na Estação. Todas as pessoas que desejam criar um vínculo de amor, carinho, empatia e afeto com as crianças e adolescentes serão bem recebidos e acolhidos.
A Estação dos Ventos faz parte do terceiro setor, classificação que inclui as fundações, associações comunitárias, organizações não governamentais (ONGs) etc. São instituições privadas, porém sem fins lucrativos. Uma característica importante, é que esses locais são para o bem comum. Além disso, normalmente as mãos de obras no local são voluntárias.
Hoje o terceiro setor ainda enfrenta problemas devido à crise de 2008 do Brasil, pois isso causou uma grande queda na economia e em vários outros problemas sociais como o desemprego. Esses impasses mostram a falta de competência do primeiro setor – representado pelos governos municipais, estaduais e o federal, e do segundo setor, que são as empresas e o capital privado. São por essas razões que hoje o terceiro setor possui mais sentido.
Ele hoje tem um papel importante para ajudar a superar a crise. Porém, é necessário que as pessoas trabalhem e se voluntariem em entidades, organizações do setor para que assim a desigualdade social possa um dia diminuir, ou até acabar.
Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), em 2017 existiam 820 mil ONGs
Modelos de mobilização de financiamentos coletivos em prol de crianças, adolescentes e entidades
Criança Esperança
No mundo, existem modelos de financiamento coletivos que deram certo. No Brasil podemos citar, talvez o mais conhecido, que é o Criança Esperança, promovido pela Rede Globo. Que tem como objetivo arrecadar valores para investir em projetos envolvendo crianças e jovens de sul a norte do país. Ação esta que é feita por meio de campanhas que envolvem atores e atrizes que atendem telefonemas vindo de todo país. Como a empresa é um grande veículo de comunicação no Brasil, consegue atingir metas audaciosas e atender um bom número de crianças.
Projetos que não têm apoiadores desta magnitude, buscam estratégias por meio de mobilização social, o que envolve diretamente a comunidade e quase sempre depende de doações vinda da esfera privada.
Teleton
O Teleton é uma maratona da televisão que procura levantar fundos para causas sociais. A ação acontece em diversos países como Argentina, Brasil, Chile, México, Estados Unidos, Uruguai, Peru, Porto Rico, entre outros. No Brasil o Teleton é apresentado pela SBT, desde 1998. Já foram levantados pelo programa no Brasil mais de 29 milhões que foram destinados à centros de reabilitação.
Programa Nossas Crianças
O programa existe desde 1993 e oferece apoio técnico e financeiro para organizações que atendem crianças e adolescentes em situações vulneráveis. É feita uma mobilização com pessoas e empresas para adoção financeira das crianças e adolescentes. Por exemplo, essas pessoas adotam uma criança do programa e fazem uma doação mensal de 98 reais.
Em 2017, 10.027 crianças e adolescentes foram beneficiados e mais de 1 milhão foi repassado às organizações sociais conveniadas. São organizações de diversas cidades e estados do país.
Reportagem de Ariel Portes e Valéria Auzani. Produção da disciplina de Jornalismo Especializado, sob orientação da professora Carla Torres, durante o 2º semestre de 2018.
Na manhã desta quarta-feira ,05, a Comissão Especial que analisa o Projeto de Lei Complementar 8765/2018, que inclui a definição de animal comunitário no Código de Posturas, reuniu-se com ONGs e Protetores Independentes de Animais a fim de obter o posicionamento a respeito da proposição em tramitação na Câmara de Vereadores. A Comissão Especial que analisa o projeto é formada pelos vereadores Adelar Vargas/Bolinha, Juliano Soares/Juba e Jorge Trindade. “Hoje, não existe a figura de animal comunitário no Código de Posturas. Queremos fazer a inclusão”, explicou Bolinha, o autor do projeto.
A médica veterinária Marlene Nascimento, do Clube Amigos dos Animais, reconheceu a importância do projeto ao formalizar a definição de animal comunitário no Código de Posturas, alertando que os cuidadores desses animais devem ser ajudados, não responsabilizados. “Há a necessidade de estabelecer direitos e deveres dos cuidadores de animais comunitários”, ponderou.
No dia 10 de dezembro, às 14h, no Plenarinho, acontece audiência pública para análise do projeto. De 11 a 25 de dezembro, está aberto o prazo para emendas e sugestões à proposição.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Câmara de Vereadores
O vínculo do homem com animais de estimação é de longa data. Estudos indicam que a relação homem-animal estimula o bom humor, propicia a diversão, combate a depressão, alivia a tensão e traz benefícios para a saúde física e psicológica. A psicóloga Suelem Silva constata todos esses benefícios e ressalta: “Percebo a relação do homem com um animal de estimação como uma relação que se obtém de diferentes formas significativas de afeto. Os animais de estimação também favorecem a aproximação entre as pessoas e promovem mais interação da família, despertando um lado mais sensível e carinhoso ”.
Contudo, há muitos casos de desrespeito e abandono aos animais, mesmo eles exercendo um papel fundamental na vida do homem. Nas ruas de Santa Maria, os casos de maus tratos e negligência aos bichos são visíveis em toda a parte da cidade. Nem sempre o amparo judicial – Lei Federal 9.605/1998 – evita que crimes sejam cometidos.
Iniciativas locais de combate ao abandono de cães e gatos
Na cidade, as Organizações Não Governamentais (ONG’s) como Clube Amigos dos Animas de Santa Maria, SOS Bichos de Rua e Projeto Quatro Patas buscam ajudar animais abandonados e procurar novos lares para eles. Junto com as entidades e projetos, em Santa Maria atuam diversos voluntários independentes, que contribuem para a proteção animal, como a contadora Tatiana Sarturi. “Eu comecei a participar mais ativamente da proteção animal em 2009. A partir de 2012, comecei a receber em minha casa, como lar temporário, animais que estavam na rua em situação de risco. De 2012 até hoje foram mais de 50 animais tratados, castrados e adotados com termo de responsabilidade. Eu acredito que a situação dos animais só vai mudar com a educação da posse responsável. Acredito na castração como ferramenta de controle da população de animais de estimação, mas sei que sozinha ela não é eficaz. As pessoas precisam aprender a serem responsáveis. E que cada um deve ter o espírito solidário e ajudar um animal em situação de risco”, comenta.
Além de organizações independentes, o projeto de lei chamado “IPTU Solidário”, protocolado no dia 18 de março pela vereadora Deili Granvile Silva (PTB), busca incentivar a adoção de animais de rua. As pessoas que se candidatarem para a adoção responsável poderão obter descontos no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).
“A intenção do “IPTU solidário” não é estimular a adoção de cachorro para você ter um desconto, mas sim ser recompensado pela redução deste imposto. Isto seria um estímulo as pessoas de bem”, explica a vereadora. Deili observa ainda que é necessário um estudo da situação do animal após a adoção pela família. “Como fiscalizar? É a grande pergunta das pessoas. Teria de ser formada união entre ONGs, comunidades e poder executivo, para implantar a fiscalização efetiva”, complementa.