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pesquisa científica

Fiocruz: há 120 anos no desenvolvimento científico

Não é de hoje que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) tem imensa importância sobre os principais estudos científicos do Brasil. Ao longo dos anos gerou diversos avanços e corroborou com a permeabilidade da ciência em solo

Com a ideia de celebrar o aniversário do curso, os alunos de Jornalismo tiveram a oportunidade de conversar, ao longo de 2023, com jornalistas formados pela Universidade Franciscana (UFN) . Na quarta (30) ocorreu o último Encontro com Egressos que contou com a presença do jornalista e doutorando Daniel de Moura Pinto e a jornalista e mestranda Amanda de Souza, pesquisadores na área da comunicação, ambos hoje na Universidade Federal Fluminense de Niterói (UFF).

Professora e jornalista Sibila Rocha foi a mediadora do último Encontro com Egressos. Foto: Michélli Silveira/LABFEM

Em suas lembranças da vida universitária, Daniel destaca o tempo em que passou sendo diretor do DCE (Diretório Central dos Estudantes) como representante dicente. Na UFN, atuou na Agência Central Sul de Notícias (ACS) e, dentro das práticas jornalísticas e por meio da monitoria na Agência, criou interesse em abordar pautas sociais. “No começo era um caminho incerto. Me recordo de uma aula do Bebeto, onde fomos questionados sobre do porquê ter escolhido Jornalismo, e eu respondi que escolhi o curso por gostar da área de comunicação e por curiosidade na construção de relatos de vida, por meio das quais se constituem as culturas e relações”, relata Daniel.

Doutorando Daniel de Moura Pinto relembra sobre sua graduação na UFN. Foto: Michélli Silveira/LABFEM

Amanda também atuou na ACS, e começou o curso na ideia de trabalhar escrevendo reportagens. Segundo ela, a paixão pelo jornalismo surgiu ainda no Ensino Médio. “Desde o começo da faculdade eu trabalhei com reportagem escrita, eu fiquei encantada com a parte prática de ir para a rua e entrevistar pessoas e tem várias matérias minhas no site da Agência” , destaca Amanda.

Mestranda Amanda de Souza comenta como surgiu o desejo pela pesquisa. Foto: Michélli Silveira/LABFEM

Amanda criou o interesse pela área de pesquisa quando estava no fim da sua graduação na produção do seu TCC (Trabalho Final de Curso) sendo orientada pela professora Rosana Zucolo. Nesta época já era militante e feminista e aos poucos foi descobrindo este novo mundo. “Quando eu comecei a fazer a pesquisa para a montagem do meu Trabalho Final de Curso, eu vi algo sendo mais prático. Sou uma pessoa posicionada e opinativa, e aos poucos eu descobri um novo mundo nesta área específica.”, pontua Amanda.

Casal relata sobre a experiência do mestrado sanduíche feito no 1ª semestre de 2023. Foto: Michélli Silveira/ LABFEM

Amanda e Daniel atuaram em uma universidade em Tübingen, Alemanha, no 1º semestre de 2023. Amanda realizou um processo seletivo com entrevistas com professores brasileiros e uma prova e foi aprovada como aluna de Mestrado. Daniel, por sua vez, atuou como professor convidado.

Não é de hoje que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) tem imensa importância sobre os principais estudos científicos do Brasil. Ao longo dos anos gerou diversos avanços e corroborou com a permeabilidade da ciência em solo nacional, embora saiba-se que nos últimos anos, abalos na política governamental foram suficientes para desvalorizar o que foi construído ao longo dos anos.

O Instituto Fiocruz foi fundado no dia 25 de maio de 1900 pelo cientista e médico, Oswaldo Cruz. Desde então,  operou em prol do desenvolvimento de estudos que pudessem colaborar com o crescimento científico no país. Dentre as marcas deixadas pela instituição, consagraram-se: inauguração do Laboratório do Serviço Especial de Profilaxia da Febre Amarela (pela Instituição Rockfeller) em 1937;  construção de laboratórios de tecnologia em produtos biológicos, em 1976;  Laboratório Central de Controle de Drogas, em 1981; criação da Superintendência de Informação Científica, em 1986; isolamento do vírus da aids (HIV), em 1987; recebimento do prêmio mundial em saúde pública, em 2006.

Tendo em vista todos triunfos obtidos, percebe-se no momento atual uma desestrutura histórico social no Instituto, acarretada pela nova base estatal. Mas por que há de se considerar isto? Por meio da trajetória de pesquisas jornalísticas atuantes nos avanços de estudos da ciência, o Instituto Fiocruz quebrou barreiras do que se diz respeito às descobertas da área. Foi renomado como um dos principais órgãos científicos do país, a partir das tentativas de aproximação da ciência com as pessoas.

Parte de todo progresso deve-se aos investimentos que, compulsoriamente, foram realizados de modo constante, após a Ditadura Militar vivida no país. Época esta que remete a um dos períodos mais árduos experienciados pelo setor, já que na época muitos cientistas foram obrigados a abandonar seus cargos, enquanto outros impedidos de trabalhar em qualquer órgão que recebesse apoio governamental.

Por outro lado, no final da década de 80, o Instituto Fiocruz voltou a receber certa valorização nacional, após fim da Ditadura Militar. Investimentos foram recapitulados e novas fundamentações foram estabelecidas, a fim de ressaltar o âmbito científico frente ao povo. Porém, a partir da década de 90, as editorias voltadas à política e esporte ganharam espaço na mídia, o que dificultou a ciência permanecer entre os tópicos mais buscados pelo povo.

Após o governo Lula assumir o poder no começo dos anos 2000, a Fiocruz seguiu recebendo altos investimentos a fim de alavancar a ciência nacional e formar relações internacionais. Essas que auxiliaram a Fundação a tornar-se renomada mundialmente.

Após a nova ordem governamental de 2018, com a posse do presidente Jair Bolsonaro parte dos investimentos voltados à área científica foram cortados. Fator este que impossibilitou uma parcela do que era destinado à ciência,  permanecesse como base das aplicações financeiras.

Centro Hospitalar Covid-19 (Fundação Oswaldo Cruz) – Foto: Raquel Portugal/ Acervo Fundação Oswaldo Cruz

Mesmo com toda situação vivenciada, estudos continuaram sendo realizados. E mesmo com as dificuldades reportadas, a rede celebrou em 2020, 120 anos de contribuições científicas nos setores da ciência e saúde ao povo brasileiro. Em pouco menos de dois meses, também foi inaugurado o Complexo Hospitalar para atender pacientes com diagnósticos graves da Covid-19, o que consequentemente, assegura a organização como referência da Organização Mundial da Saúde (OMS), para as Américas. De fato, um grande progresso numa época em que houveram pouquíssimos investimentos.

No decorrer dos últimos meses, a Fiocruz passou a adotar novas responsabilidades sobre o ensaio clínico Solidariedade, da OMS. Este tem como foco, analisar quatro possibilidades de tratamentos para o vírus da Covid-19. Neste âmbito, três áreas estão envolvidas. São elas: coordenação do Instituto nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI); Arrecadação de parte dos medicamentos de Farmanguinhos (Instituto de tecnologia em fármacos); Apoio da Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS/Fiocruz).

Além das pesquisas, usualmente, a instituição promove palestras e debates sobre a Covid-19, com intuito de disseminar conscientização coletiva e abordar os acompanhamentos nos estudos realizados. O portal tornou-se mais do que nunca, um dos principais canais informativos do Brasil, com foco específico à ciência e saúde. Um dos pontos mais interessantes, é o alto índice de compartilhamentos de conteúdos voltados à estudos de medicamentos, tratamentos, hospitalizações e cursos de extensão para entendimento da área. Alguns destes disponibilizados como notícias, enquanto outros como podcasts.

O instituto mostra com o tempo, que além de promover a viabilização de dados às pessoas, o foco passa a ser também, no processo de entendimento das mesmas. Um exemplo que pode ser dado, são nas divulgações de acompanhamento dos estudos sobre a doença. Nestas, encontram-se interconexões noticiosas, onde diferentes publicações são relacionadas por meio de ferramentas no site, bem como por hiperlinks, a fim de gerar uma linha de raciocínio para usuários que não costumam acessar o site. Dentre algumas pesquisas, destacam-se: ‘Risco de exposição de profissionais da saúde”; “Mapeamento de hábitos da população brasileira durante o isolamento social” e “Circulação do Covid-19 nas Américas e Europa, sem detecção governamental”.

A partir de todas especificações, percebe-se a responsabilidade adotada pela fundação, que mesmo com menos verba e passando por um surto mundial, atua como um dos principais canais informativos de ciência da América Latina, além de corroborar com o desenvolvimento de vacinas para combater a Covid-19. Talvez este seja mais um passo que propicie a compreensão, do quão importante a ciência é para o mundo.

Matéria produzida para a disciplina de Jornalismo Científico.

cineconscienciaNo dia 27 (quinta-feira), às 18h30 no Salão Azul do Conjunto I, o Centro Universitário Franciscano dá sequência ao projeto de extensão Cine ConsCiência. Desta vez, o filme aborda a ética na pesquisa científica com o filme “Cobaias” (Miss Evers’ Boys, 1997).

Divulgação: Internet

Baseado na história real de um experimento feito pelo governo norte-americano na cidade de Tuskegee, Alabama, entre os anos de 1932 e 1972. Em uma epidemia de sífilis que se espalhava com rapidez na região, foi criado um programa governamental de tratamento no único hospital negro do local, mas foi descontinuado depois de algum tempo por falta de apoio financeiro. Traindo a população que contava com o tratamento, um grupo de médicos desenvolve um trata.mento placebo para, em vez de tratar, realizar um estudo sobre o efeito da sífilis em homens negros. Durante as 40 décadas seguintes, o estudo permitiu a morte de pacientes e que os sobreviventes vivessem com sequelas mesmo com o desenvolvimento da cura. A produção foi dirigida por Joseph Sargent e lançada em março de 1997. A obra venceu prêmios como Golden Globe, Emmy e Festival de Cinema Internacional de San Francisco.

Cine ConsCiência – Tema: Ética na pesquisa científica: autonomia, eugenia e racismo
Data: 27/04/2017

Local: Salão Azul (Conjunto I – Rua dos Andradas, 1614)
Observação: serão emitidos certificados online com carga horária de 3h por sessão aos participantes. O prazo de emissão dos mesmos é de até 20 dias após a data da sessão.

18h30min
Abertura com apresentação da ficha técnica da produção fílmica – Prof. Alexandre Maccari (História)
18h45min
Exibição do Filme “Cobaias” (1997, Dir.: Joseph Sargent – 118 minutos. Classificação: 14 anos), com coordenação de Huander Felipe Andreolla (Biomedicina)
20h45min
Espaço “Reflexão” com os debatedores: Diego Carlos Zanella (Filosofia), Maria do Carmo dos Santos Araújo (CEP Unifra), Drª. Maria Suzana Lopes (Secretaria Municipal de Saúde de Santa Maria/RS), Drª. Clarissa Guedes (Ambulatório DST/AIDS SMS Santa Maria/RS), Enfª. Andrea Lenz (Ambulatório DST/AIDS SMS Santa Maria/RS), Enfª. Valéria Rios (Política HIV/AIDS SMS Santa Maria/RS) e Enfª. Lucian Ramos (Vigilância Epidemiológica SMS Santa Maria/RS)
21h30min: Encerramento

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São disponibilizadas 120 vagas e as inscrições podem ser realizadas neste link até um dia antes de cada sessão. Cada inscrito deverá levar 1kg de alimento não perecível na data do evento para que sua inscrição seja efetivada.

Mestrandas egressas da Unifra durante o Fórum da Comunicação. Foto:Natalia Sosa

Na quinta -feira, 22 de agosto, às 17h30,  os organizadores do  11° Fórum de Comunicação prepararam  um painel temático para quem gosta de pesquisa acadêmica ou precisa saber mais sobre o assunto. O painel sob o tema  Estudos de Jornalismo tem como palestrantes as egressas Letícia Sarturi Isaia, Letícia Poerschke de Almeida e Francieli Jordão Fantoni.

Letícia Isaia é mestranda em Comunicação, Arte e Cultura na Universidade do Minho, localizada em Braga, Portugal. Jornalista graduada pelo Centro Universitário Franciscano em 2010. Em Santa Maria, já atuou como assessora de imprensa e foi repórter do Jornal a Razão. Na Universidade, dedica-se, principalmente, às investigações sobre identidade de gêneros de jornalismo.

Letícia Poerschke de Almeida é Pós-graduanda em Aperfeiçoamento em Assessoria em Comunicação Política – UNISC. Jornalista graduada pelo Centro Universitário Franciscano em 2012. Seu trabalho final de graduação é A construção de sentidos do público rural: a recepção e as ressignificações do Programa “Show da Manhã”, orientado pelo professor Maicon Elias Kroth.

Francieli Jordão Fantoni é formada em jornalismo pelo Centro Universitário Franciscano em 2012. Mestranda do Programa de Pós Graduação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e acadêmica do curso de Produção Editorial pela mesma instituição de ensino. Também é membro da editora independente Elo Editorial. Linha de pesquisa em que atua: Comunicação institucional e visibilidade midiática.

O objetivo do Painel Temático Estudos de Jornalismo é incentivar a pesquisa acadêmica aos estudantes de Comunicação da Unifra.