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Inteligência Artificial: abraçar ou temer o futuro?

A eficiência e praticidade da computação e da internet na sociedade contemporânea é indiscutível. Além da globalização e democratização da informação, estas tecnologias também nos influenciam no campo da criação.

Podcast “Me Pega no Colo” aborda maternidade e cuidados à criança

O podcast “Me Pega no Colo”, produzido pelo Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil da Universidade Franciscana, em parceria com a Rádio Web UFN, aborda temas relativos à maternidade, paternidade, gestação, ciclo gravídico-puerperal, relações familiares e

Uniarte em podcast

A partir desta semana o projeto UniArtes, desenvolvido na Universidade Franciscana desde 2018, está de volta. Antes nossos encontros culturais eram no pátio do conjunto três da instituição. Agora, optamos por uma maneira mais rápida e

Durante o início da década de 40, período da Segunda Guerra Mundial, o pai da Computação, Alan Turing, mudou a história. Ao criar uma máquina capaz de decodificar as mensagens do exército alemão, o matemático foi capaz de diminuir a duração da guerra em cerca de dois anos, segundo alguns historiadores. Entretanto, nem mesmo Turing era capaz de imaginar a evolução que sucederia sua criação. Ele é considerado um dos principais responsáveis pela criação dos computadores.

A eficiência e praticidade da computação e da internet na sociedade contemporânea é indiscutível. Além da globalização e democratização da informação, estas tecnologias também nos influenciam no campo da criação. Naturalmente, estas ferramentas não trazem apenas benefícios. É muito comum hoje o incômodo que resulta do atendimento ao cliente adotado por diversas empresas que contam com esta ferramenta.

Imagem gerada pela inteligência artificial DreamLike com o tema “relação da humanidade com a inteligência artificial”

Ainda que estejamos vivendo o início da popularização da inteligência artificial (IA), já se tornou uma preocupação o seu uso na elaboração de trabalhos acadêmicos. Outro assunto muito debatido em relação à tecnologia é o seu aspecto legal e ético. Ainda que estejam sendo criados projetos de leis, tal como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), de 2018, a legislação brasileira ainda não tem muita abrangência em relação a crimes virtuais. Neste contexto, existem muitos conteúdos produzidos hoje em dia que trazem debates sobre a sua questão moral. Em uma procura em plataformas de vídeo da internet, é fácil encontrar figuras famosas dando voz a canções que nunca interpretaram, ou vivendo situações que não são reais. Isso é resultado de criações da inteligência artificial.

 Recentemente, houve uma polêmica envolvendo uma propaganda que trazia a cantora Elis Regina, falecida em 1982, em um dueto com sua filha, Maria Rita. Ainda que muitas pessoas tenham apreciado e até mesmo se emocionado com esta produção, outras consideraram ofensivo “reviver” a artista. Um processo contra a empresa responsável pela ação foi aberto, sendo, posteriormente, arquivado. Esse futuro da inteligência artificial em todos os campos da sociedade é um dos maiores temores que vivemos atualmente.

Um dos motivos que justificam essa popularização da inteligência artificial é a praticidade que os aparelhos eletrônicos nos proporcionam. Hoje em dia, é raro encontrar pessoas que não possuam um telefone celular ou algum meio de se conectar à internet. O gráfico abaixo, criado durante a pesquisa do site Cetic.br, nos mostra como o aumento do consumo de aparelhos está relacionado com o consumo destas ferramentas.

A pesquisa do site Cetic.br mostrou que o uso de telefones celulares vem aumentando, o que ajuda a popularizar as novas tecnologias

Qual o futuro da evolução?

Entre os principais receios que envolvem o tema, estão o de que as pessoas se tornem muito dependentes desta nova tecnologia e que a inteligência artificial subjugue a humanidade. Ainda que alguns temores sejam infundados, outros podem e devem ser debatidos para que a sociedade abrace esta nova ferramenta que, querendo ou não, fará parte do futuro tanto pessoal quanto profissional do homem, afinal, como indagou o filósofo francês, Paul Valéry, “pode a mente humana dominar o que a mente humana criou?”.

Com o intuito de desmistificar estes possíveis cenários que preocupam a população, foi necessário recorrer a umas das principais fontes sobre inteligência artificial, a própria inteligência artificial. Um dos principais programas usados para gerar textos atualmente é o ChatGPT. Quando questionado sobre a validade de uma possível revolução tecnológica entre as máquinas e os humanos, ele ressaltou que, “embora seja válido considerar os riscos associados à IA, é importante não cair em um pânico profundo. A preocupação com a escravidão da humanidade pela IA está mais relacionada a cenários distópicos de ficção científica do que à realidade atual da tecnologia”.

Imagem gerada pela inteligência artificial NightCafe Creator com o tema “Humanos e Inteligência Artificial em guerra”

Já o programa Bard comentou que existem alguns argumentos que sustentam a preocupação de que a IA pode se tornar uma ameaça à humanidade. “Os sistemas de IA atuais já são capazes de realizar tarefas que eram consideradas exclusivamente humanas. À medida que continuar se desenvolvendo, é possível que se torne tão poderosa que seja capaz de superar a inteligência humana em todos os aspectos”, comenta. Outro aspecto preocupante é a sua capacidade de criar sistemas que são capazes de aprender e se adaptar de forma independente, estes sistemas podem se tornar tão complexos que é possível que se tornem imprevisíveis e difíceis de controlar.

Passando para uma fonte humana, o gerente de negócios digitais da RBS, Alan Streck, ressalta que as tecnologias e os dispositivos vão mudando em ondas que são normalmente de 10 a 20 anos. “O processo  da transformação tecnológica ainda está no começo, as pessoas passam a consumir conteúdos, notícias e experiências, sentindo de diversas formas. É bem provável que, ao longo desse ciclo, que nos dias atuais passa pela primeira massificação, a Inteligência Artificial se torne mais amigável, mais humana”, comenta. Tratando sobre os malefícios, ele destacou a possibilidade de “gerar vício da tecnologia, ansiedade, timidez, incapacidade de relacionamento social, raiva, entre muitas outras coisas”.

Aplicações da inteligência artificial na atualidade

A inteligência artificial vem tomando proporções acima do esperado, levando em consideração o seu início. A IA já era utilizada em jogos de videogame, fazendo o papel dos bots. EaFC, CSGO, entre outros games já usavam a IA como adversários em partidas offline. Hoje em dia, o seu trabalho nos games quebrou a barreira dos bots, atuando como o jogo completo. Jogador, adversário, gerador de mundos, tudo feito pela ferramenta. HideOut – Hide and Seek é o primeiro e único game produzido e jogado por uma IA. A história da tecnologia com os jogos é antiga, principalmente no desenvolvimento de sistemas capazes de realizar tarefas que normalmente requerem inteligência humana, como reconhecimento de padrões, aprendizado e tomada de decisões. Nos videogames, a inteligência artificial é usada para criar personagens não-jogáveis (NPCs) mais realistas, gerar ambientes e comportamentos dos inimigos de forma processual e melhorar a jogabilidade geral.

Desde os anos 1950, a inteligência artificial tem desempenhado um papel fundamental nos videogames, proporcionando comportamentos inteligentes e reativos, sobretudo em personagens não controlados pelos jogadores.

Imagem gerada pela inteligência artificial leonardo.ai com o tema “Inteligência Artificial ajudando cientista”

Começando com jogos estratégicos baseados em matemática e programas de damas, a IA gradualmente se infiltrou no design de jogos mais elaborados. Nos anos 1970, títulos como Space Invaders e Pac-Man introduziram padrões de IA e movimentações distintas, elevando a experiência de jogo a um novo nível.

À medida que avançamos nas décadas de 1980 e 1990, a IA passou a ser empregada em jogos esportivos para simular estilos de treinamento e gerenciamento, conferindo uma experiência de jogo mais personalizada e envolvente. Tecnologias de IA formais, como máquinas de estados finitos (FSM), foram utilizadas na criação de novos videogames nos anos 1990. Jogos de estratégia em tempo real começaram a incorporar a IA para avaliar as ações dos jogadores e gerar diálogos interativos.

Atualmente, a IA é praticamente ubíqua nos videogames, tornando os personagens mais realistas e os jogos mais envolventes, adaptáveis e responsivos. A evolução da IA possibilitou experiências de jogo mais sofisticadas e personalizadas, criando momentos inesquecíveis e permitindo que os jogadores interajam de maneiras novas e emocionantes com personagens não-jogáveis.

Quando o assunto é Inteligência Artificial, um dos temas mais debatidos é sobre seus benefícios e seus malefícios na sociedade. Para o professor de Jornalismo e Jogos Digitais, Iuri Lammel, dentro da parte boa das IA’s é destacável “o aumento da produtividade em atividades e serviços profissionais que envolvam análise e produção de informações e automatização.” Já nos pontos ruins, o doutorando em Informática na Educação diz que “há o problema da substituição muito rápida de certas atividades profissionais desempenhadas por humanos, mais rápido inclusive que a capacidade do mercado em se adaptar e absorver essas pessoas, aumentando o desemprego em alguns setores e a pressão nos sistemas de assistência social dos países e na economia das famílias.” Lammel ainda ressalta que um grande malefício é a facilidade crescente em produzir e difundir informações falsas na internet.

Conclui-se, portanto, que o futuro da tecnologia depende do próprio homem. Não é possível saber se esta ferramenta será usada para o bem ou para o mal. Como dizia o escritor norte-americano, Isaac Asimov “A ciência acumula conhecimento mais rápido do que a sociedade acumula sabedoria”, portanto, cabe ao tempo nos dizer quão sabiamente será utilizada esta nova tecnologia. Entretanto, uma coisa é certa: ela já faz parte do nosso presente e fará parte do nosso futuro.

Para saber mais, confira os episódios de A Evolução da Tecnologia do podcast Pauta Fria:

Reportagem produzida por Nelson Bofill e Felipe Perosa na disciplina de Narrativa Multimídia, no 2º semestre de 2023, sob supervisão da professora Glaíse Bohrer Palma.

Podcasts gravados na disciplina de Jornalismo em Mídia Sonora, sob supervisão da professora Sione Gomes. 1º podcast da acadêmica Maria Rossato, 2º podcast de Felipe Perosa.

No dia 25 de maio se comemora o Dia do Orgulho Nerd. A data tem origem em 2006, na Espanha, e se tornou rapidamente conhecida pelo mundo. Serve como um momento para os fãs da cultura pop poderem enaltecer suas obras favoritas. Vários eventos são realizados em todo o país neste dia.

A data é marcada pelo aniversário do filme Star Wars, Episódio IV: Uma Nova Esperança, primeiro filme da franquia iniciada em 1977. Também neste dia é comemorado o Dia da Toalha, que homenageia a série O Guia do Mochileiro das Galáxias e seu autor. Com foco nessa cultura, o estudante de Publicidade e Propaganda, Rodrigo Bernardis, cria vídeos para seu canal no Youtube. “Sempre fui fascinado por esse universo. Sempre criava remakes de produções que assistia, seja um filme, série e até videoclipe”, afirma.

Atualmente, o canal de Rodrigo conta com mais de 1.000 inscritos. Imagem: Arquivo Pessoal

Seu conteúdo é muito eclético, ele aborda sobre temas variados, desde séries adolescentes até documentários sobre salvar baleias: “Sempre gostei de assistir filmes e séries. Quis criar o canal para “conversar” com pessoas que assistem as mesmas produções que eu”.

Dentro da Rádio Web UFN também existem conteúdos para o público nerd. Recentemente foi ao ar o primeiro episódio do podcast Nerd Talks. Apresentado pelo estudante de Jornalismo, Gustavo Rosa, e pelo produtor cultural e crítico de cinema, Lúcio Hiko, a ideia surgiu como uma oportunidade para poder conversar sobre jogos, filmes e séries que eles acompanham. Gustavo afirma que seu interesse por estes conteúdos vem desde a infância: “dali pra frente eu fui cada vez mais gostando desse mundo e acho que foi por isso que eu criei o Nerd Talks. É o nosso espaço para falar desse mundo nerd que vem cada vez mais crescendo”.

Primeiro episódio do Nerd Talks já está disponível no Spotify da Rádio Web UFN. Imagem: Arquivo Pessoal

Em Santa Maria, o Shin Anime Dreamers, promove eventos voltados para o universo Nerd. No dia 18 de junho haverá o Pocket Shin, e em 16 de setembro o Shin Edição Extra. Para mais informações siga o perfil deles no Instagram.

Programa conta com a presença de novos convidados a cada episódio. Imagem: Heloisa Helena Canabarro

O podcast “Me Pega no Colo”, produzido pelo Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil da Universidade Franciscana, em parceria com a Rádio Web UFN, aborda temas relativos à maternidade, paternidade, gestação, ciclo gravídico-puerperal, relações familiares e o cuidado a bebês e crianças. O ciclo gravídico-puerperal é um momento que envolve transformações profundas para a mulher nos aspectos físicos, psíquicos e sociais. Corresponde ao período que vai desde a gestação até o puerpério, período após o parto até que o organismo da mulher volte às condições normais da pré-gestação. Os episódios semanais estão disponíveis no Spotify do podcast e no Spotify e YouTube da Rádio Web UFN. 

Apresentado por duas profissionais no assunto, a Nutricionista Materno Infantil, Doutora em Saúde da Criança e do Adolescente e professora da Universidade Franciscana Franceliane Benedetti e pela Psicóloga, Pesquisadora de Perinatalidade e professora da UFN Cristina Kruel, o “Me Pega No Colo” tem como público alvo as famílias, pais e mães de bebês e crianças pequenas. 

Franceliane Benedetti e Cristina Kruel são apresentadoras do “Me Pega no Colo” Imagem: Heloisa Helena Canabarro

Os temas abordados são relativos à maternidade, paternidade e cuidado às crianças. A gente fala sobre o universo familiar. A Franceliane é nutricionista e eu sou psicóloga, mas nós não nos restringimos a temas que giram em torno da nutrição e da psicologia, mas do cuidado integral ao bebê e a criança”, conta Cristina sobre o projeto. Franceliane complementa o pensamento: “É bem como o nome do podcast diz, me pega no colo, o tema é o acolhimento tanto da criança quanto da família”. 

A iniciativa de criar o podcast surgiu em 2019 como uma atividade em uma disciplina do Mestrado em Saúde Materno Infantil, vinculada atualmente à disciplina “Ciclo gravídico puerperal e o começo da vida”. Em sua primeira fase o “Me Pega no Colo” foi organizado e desenvolvido pelos estudantes do mestrado, o primeiro episódio foi ao ar dia 2 de junho de 2020. Os alunos criaram o nome do podcast e gravaram a vinheta de abertura, além de realizar a apresentação. Na segunda fase, em 2021, o podcast foi assumido pelas professoras Cristina e Franceliane, estreando o novo formato dia 24 de setembro de 2021. 

O programa conta com a presença de novos convidados a cada episódio. A apresentadora Cristina revela o critério de escolha dos participantes da conversa: “Sempre priorizamos a presença de pelo menos um mestrando do Mestrado em Saúde Materno Infantil. Em nosso mestrado temos profissionais da área da enfermagem, nutrição, psicologia, odontologia, medicina, farmácia, arquitetura e  sistemas de informação. Além do mestrando convidamos alguém externo, que seja um profissional da cidade, reconhecido e indicado pelo seu conhecimento na área. Aceitamos sugestões do público”. 

Convidada Débora amamentando sua filha de 9 meses durante a gravação do programa. Foto: Heloisa Helena Canabarro

O último episódio do “Me Pega no Colo” teve como temática a maternidade idealizada e o encontro com a realidade. As convidadas do programa foram 4 mestrandas do Mestrado em Saúde Materno Infantil da Universidade Franciscana, as três enfermeiras Betina Pereira, Rosane Oliveira, Débora Dickel e a analista de sistemas Márian Pires. Entre os assuntos discutidos estão a maternidade, a amamentação e o puerpério. 

O podcast conta com Alan Carrion e Clenilson Oliveira na central técnica e é desenvolvido em parceria com a Rádio Web UFN.

A partir desta semana o projeto UniArtes, desenvolvido na Universidade Franciscana desde 2018, está de volta. Antes nossos encontros culturais eram no pátio do conjunto três da instituição. Agora, optamos por uma maneira mais rápida e prática de mostrar um pouco do que acontece na UFN, na cidade e no mundo nas áreas da cultura, arte e lazer, respeitando as regras de isolamento social.

Os programas serão transmitidos via Rádio Web UFN e por plataformas de streaming. A produção dos programas é de professores, acadêmicos, egressos e técnicos da instituição dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, com apoio da Coordenadoria de Relacionamento. Os Podcasts UniArtes serão semanais com estreia nas quintas-feiras e duração de até 20 minutos.

A primeira edição que vai ao ar nesta quinta, 11 de junho, aborda um filme espanhol e uma série sobre Hollywood, comentados por acadêmicos da Publicidade e tem como entrevistada uma aluna da Biomedicina que faz doces e guloseimas. São opções de lazer e para adoçar a vida na quarentena.  [dropshadowbox align=”none” effect=”lifted-bottom-left” width=”auto” height=”” background_color=”#ffffff” border_width=”1″ border_color=”#dddddd” ]Horários de exibição na Rádio UFN: quintas às 20h10 Reprises: sextas às 11h; sábados às 15h; domingos às 17h. Para os podcasts: acessar o Spotify ou podcasts.google.com e procurar a Rádio Web UFN e o Podcast UniArtes Programas novos a partir de 5ª. Também nas redes sociais do UniArtes:  @uniartesufn (Instagram) e https://www.facebook.com/UNIARTESUFN/our content here.[/dropshadowbox]

 Fonte:  Laboratório Integrado de Comunicação/

Caroline Comassetto com os alunos da EMEF Nossa Senhora da Conceição. Foto: Luiza Rorato.

O Laboratório de Produção Radiofônica da Universidade Franciscana recebeu na tarde de hoje, 15, as acadêmicas Caroline Comassetto e Luiza Rorato e os alunos da EMEF Nossa Senhora da Conceição, Ismael dos Reis, 11 anos, Clara da Silva, 10 anos e Clarisse dos Santos, 9 anos para a gravação do 2º Podcast do Projeto Conceição.

O tema escolhido pelos alunos, juntamente com as acadêmicas, foi ”Bullying” e, segundo Ismael, a escolha se deu pela ocorrência frequente desses atos na escola onde estuda. Antes da gravação os alunos puderam ter um momento para treinar a respiração e fazer exercícios para o melhoramento da fala com a professora e coordenadora do Laboratório de Rádio, Carla Torres.

Ismael dos Reis, Clarisse dos Santos e Clara da Silva, alunos da EMEF Nossa Senhora da Conceição. Foto: Luiza Rorato.

De acordo com Luiza, a turma possui 26 alunos que decidem pela votação a escolha do tema de cada episódio. Logo após, ocorre a produção do roteiro e a gravação. Ao todo serão produzidos 10 episódios que estarão disponíveis na plataforma SoundCloud do Projeto Conceição, que já comporta a radionovela ”O Tempo Voa” criada, produzida e gravada pelos alunos e com a orientação da professora do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana, Rosana Cabral Zucolo.

O próximo Podcast terá como tema a EMEF Nossa Senhora da Conceição, e ainda não possui data para gravação.

O banho sempre foi um bom lugar para pensar né? Acho até que havia uma comunidade no Orkut para quem gosta de pensar durante o banho. Ok, havia uma comunidade para tudo no Orkut. Mas a questão é que bons pensamentos surgem no banho, ideias geniais, a lista do mercado e algumas paranoias. O problema é que pensar no banho não tem sido uma opção muito sustentável. Melhor juntar o canudo de inox, o copo reutilizável e as ecobags e ir procurar um novo lugar para pensar. A minha opção tem sido o ônibus, afinal 40 min em um percurso de 11km é um bom momento para pensar “#%#%$%, o que eu estou fazendo com a minha vida? O que está acontecendo com o mundo? Será que todo mundo está pensando a mesma coisa?”. Fique à vontade para escolher o meio de transporte mais ou menos precário de sua preferência. Cuidado com os patinetes.

O podcast está disponível no Spotify e não precisa ter conta premium para ouvir. Imagem arquivo pessoal Camila Fremder

Foi em um momento destes, olhando pela janela do ônibus há 30 minutos e sem parecer sair do lugar, que estava ouvindo o podcast “É nóia minha?”, da Camila Fremder. Que companhia seria melhor para as minhas viagens do que as paranoias de outras pessoas?

Camila é escritora, roteirista e agora podcaster. Em 2013, junto com a Jana Rosa, a autora publicou o livro “Como ter uma vida normal sendo louca” – meu primeiro contato com ambas. Anos depois, em 2015, a dupla publicou um novo livro intitulado “Enfim 30: Um livro para não entrar em crise”. A última publicação da autora foi o “Adulta sim, madura nem sempre: Fraldas, boletos e pouco colágeno”, de 2018. Todos os títulos são temperados com o bom humor e tiradas perspicazes, que também estão presentes em cada episódio do podcast e em tudo que a Camila faz. Dos livros aos stories intimistas contando que está prestes a começar o novo livro e o bebê Arthur está dormindo.

Depois de 9 km no ônibus, uma sinaleira congelada no vermelho e várias nóias depois, eu decidi que precisava conversar com a Camila Fremder. Escrevo muito sobre crises por aqui e apesar das tentativas de escapar do assunto, algo sempre surge. Por que não conversar com quem está refletindo sobre crises, comportamento e mudanças sociais? Alguém quer dar um palpite sobre qual é o tema do livro que ela está escrevendo?

Com vocês, Camila Fremder:

Como surgem as inspirações para as pautas do podcast?

São coisas que eu paro para pensar, que tenho curiosidade de conversar com outras pessoas e até já conversei em algum almoço ou mesa de bar. Também são temas que eu acho importante debater no momento, como os episódios que falam sobre leitura e rede de apoio. Eu senti uma necessidade de falar sobre rede de apoio, pois comecei a perceber que as pessoas não têm essa cultura, que eu vi em outros grupos. Essa cultura da rede de apoio é muito forte entre as mulheres negras e nós temos muito o que aprender.

As pessoas estão tendo mais crises esse ano?

Eu não sei. Acho que esse ano a gente está com mais motivos para entrar em crise. Muita coisa acontecendo na política e no governo, coisas tristes. Complicado falar sobre política, mas acho que está muito ligado. O momento econômico está complicado, todo mundo fica mais apreensivo e de repente não está fechando a conta. Mas eu acho que tem um lado muito positivo na crise. As pessoas começam a se reinventar e foi o que falamos no podcast sobre leitura. As editoras encontraram na crise uma necessidade de buscar outras formas de vender.

O lado bom da internet é a paranoia compartilhada?

Eu acho maravilhoso a internet! Eu jogo lá a minha nóia e quando vejo tem um monte de gente que compartilha a mesma nóia, então a gente não se sente sozinho.  Sobre o episódio do podcast “Todo mundo tem crush imaginário?”, um monte de gente falou que só elas inventavam papo imaginário com o Selton Mello. Acho que é um alivio para as pessoas quando eu lanço uma nóia dessas, que a maioria das pessoas teria vergonha de falar. Não pode ter medo de se sentir julgado. Lógico, tem as outras pessoas que falam “nossa, acho que você pirou!”. Eu acho sempre divertido.

Qual paranoia você eliminaria da vida sem dó?

Eu eliminaria as nóias de preocupação. Quando vira mãe você fica muito preocupada das coisas darem certo. Programei uma viagem de fim de semana com o Arthur, dai antes de dormir fico pensando “E se ele ficar resfriado? E se for picado por um bicho? E se ele bater o dente?”. Esse tipo de pensamento aparece muito quando você é mãe. Preciso fazer um podcast sobre paranoias absurdas. Será que todo mundo tem medo de estar em um date e peidar?

Por qual crise todas as pessoas deveriam passar uma vez na vida?

Eu sou mega a favor das crises! Meu próximo livro, que vai ser publicado ano que vem, vai ser sobre crise. É na crise que a gente cresce, se reinventa e sai de uma situação de desconforto. Sou super a favor de passar por elas, eu passei por várias! Tirando crises de pânico, sempre tento ver algo positivo.

 

 

Arcéli Ramos é jornalista egressa da UFN. Repórter da Agência Central Sul em 2015. Com pesquisas na área jornalismo literário e linguagem, hoje também estuda “Pesquisa de tendências”. É colaboradora na New Order, revista digital na plataforma Medium, e produz uma newsletter mensal