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Colóquio discutiu narrativas audiovisuais de resistência

O Colóquio Narrativas Audiovisuais de Resistência promovido pela TV OVO, ocorreu na segunda-feira,19, na Cesma. O 9º colóquio contou com a participação da roteirista e produtora audiovisual Inês Figueiró, que foi corroteirista do filme Era o

Após dois anos e meio de pandemia existem pessoas que não foram infectadas pela Covid-19. O motivo pelo qual a resistência ao vírus é presente em algumas pessoas e outras não é alvo de pesquisa por especialistas. Diferentes estudos já foram realizados para investigar o porquê de algumas pessoas parecerem imunes. Pesquisadores britânicos, do Imperial College London, testaram o sangue de um grupo de médicos que ficaram altamente expostos ao vírus antes da chegada da vacina, os resultados mostram que eles não desenvolveram a doença e também não produziram anticorpos neutralizantes, eles formaram células de memória especial, chamadas de célula T. Outro estudo também revela que crianças são capazes de produzir duas vezes mais células T.

Pesquisas iniciadas em pessoas que nunca foram infectadas focaram em entender os fatores genéticos que contribuíam para o agravamento dos casos mesmo em pessoas sem agentes de riscos. Os pesquisadores descobriram que 20% dessas pessoas tinham mutações no gene que produzem o interferon,  substância usada pelo corpo como sua primeira linha de defesa contra o vírus.

Imagem mostra simulação do DNA do vírus. Imagem: U.S. Departament of Energy

A genética pode ser um ponto determinante na gravidade da doença, ela também pode ser a chave para a resistência à infecção pela Covid-19. As teorias baseadas nos estudos acreditam que a razão é o armazenamento de células de memória que foram produzidas por outras infecções. João Gabriel Pinnow, de 20 anos, não foi infectado pelo vírus. Ele conta que  durante a quarentena continuou a faculdade na modalidade EAD e para se proteger usava máscara e tentava evitar o contato com pessoas que não fossem próximas. Em relação a sua imunidade, ele a considera boa, por ter uma alimentação saudável e praticar atividades físicas com frequência.  Sobre os fatores que o ajudaram a não ser infectado ele conta que “acredito que tenha sido minha imunidade alta, porque apesar de muitas pessoas se protegerem e tomarem diversas providências preventivas, acabaram contraindo o vírus mesmo assim”. Hoje o estudante continua se protegendo da doença, utilizando a máscara.

Clarisse Marques, de 48 anos , também não contraiu o vírus, e passou o período de distanciamento social somente em casa e em seu trabalho, que é junto da casa. Sua maior preocupação com os cuidados são por causa da convivência com seu pai idoso. No início, quando teve o lockdown, ela relata que não trabalhou até que tudo voltasse normalmente. Lavava as mãos a todo instante, fazia o uso da máscara constante, álcool gel e sempre manteve o distanciamento social. Ela acredita ter uma imunidade boa, além disso também confia na sua fé, “creio que meu lado espiritual me ajudou muito, sempre tive muita fé de que tudo ficaria bem e estaríamos protegidos”. A comerciante continua mantendo os cuidados,  “até porque em 2 anos agindo da mesma forma, criei hábitos que irão servir para o resto da minha vida”, completa ela. 

Narrativas de resistência é tema de debate. Divulgação TV OVO

O Colóquio Narrativas Audiovisuais de Resistência promovido pela TV OVO, ocorreu na segunda-feira,19, na Cesma. O 9º colóquio contou com a participação da roteirista e produtora audiovisual Inês Figueiró, que foi corroteirista do filme Era o Hotel Cambridge . Outro convidado da noite  foi o realizador audiovisual argentino Axel Monsú, que coordena o Instituto de Artes Audiovisales de Misiones, na Argentina.

A discussão, levantada por Inês,  sobre a resistência nas narrativas audiovisuais, levou o debate para o filme Era o Hotel Cambridge , que conta a história de sem-tetos e refugiados que moram em uma ocupação no centro de São Paulo.  A cineasta falou sobre as gravações do filme, que foram realizadas em um cenário natural,  com moradores interagindo junto a atores. “O processo desse filme é de uma riqueza e de um fazer cinema como uma forma de resistência no sentido de trazer outras possibilidades de fazer”. Para não realizar um filme no modelo capitalista de produção e se conectar com a comunidade, foi preciso 1 ano para conhecer o movimento e construir uma relação com as pessoas.

Axel Monsú, falou sobre as formas das narrativas argentinas e sua construção a  partir de culturas. O realizador  contou que o  Festival de Cinema em Cortos  tem uma abordagem temática na identidade e diversidade cultural e abre espaço para os  produtores missioneiros e das periferias. Eles contam histórias que, normalmente, não irão para as grandes telas.