Séries, a fórmula pop audiovisual dos anos 2000
“Quando se conhece alguém com quem se importa, é difícil ir embora”. Essa frase foi dita na série Chuck. Ela iniciou na primeira década dos anos 2000, e foi veiculada até 2012. A produção é sobre um
“Quando se conhece alguém com quem se importa, é difícil ir embora”. Essa frase foi dita na série Chuck. Ela iniciou na primeira década dos anos 2000, e foi veiculada até 2012. A produção é sobre um
Nos últimos anos, o Netflix tornou-se indispensável na vida de muita gente, tomando o lugar da tão famosa televisão. O sistema de streaming permite o assinante assistir a séries, filmes e documentários em praticamente qualquer conexão
A Agência CentralSul de Notícias faz parte do Laboratório de Jornalismo Impresso e Online do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN) em Santa Maria/RS (Brasil).
“Quando se conhece alguém com quem se importa, é difícil ir embora”. Essa frase foi dita na série Chuck. Ela iniciou na primeira década dos anos 2000, e foi veiculada até 2012. A produção é sobre um nerd chamado Chuck Bartowski (Zachary Levi). Ele é um “gênio da informática”, que tem um emprego monótono na fictícia rede Buy More. Sua rotina vira de ponta à cabeça quando um amigo, que trabalha na CIA, envia para Chuck um misterioso e-mail e, agora, as informações mais secretas do mundo estão em seu cérebro.
Sem querer, ele se tornou a maior arma do governo, e o destino dos Estados Unidos e do mundo estão em suas mãos. Para que ele fique seguro, a CIA e a NSA enviam dois agentes secretos que precisam ficar o tempo todo junto a Chuck para mantê-lo vivo, Sarah Walker (Yvonne Strahovski) e John Casey (Adam Baldwin) assumem esse papel. Apesar de possuir um ótimo enredo, a série Chuck não chegou ao auge da fama.
Um questionário compartilhado via Facebook – que contou com 73 respondentes, sendo a maioria pessoas de 20 a 35 anos, a grande parte mulheres e estudantes – perimitiu descobrirmos se elas conhecem ou já ouviram falar da série.
Com esse questionário, conseguimos perceber que existem muitas outras séries que são excelentes, mas pouco conhecidas. Os participantes citaram séries como, Anne with an E; As Bruxas de East End; Glitch; Wilfred; The Sinner; Las Chicas del Cable; Skam; Undateable; Forensic files; Gilmore Girls; Rita; Jane the virgin; Eu, tu e ela; The good place; Orphan Black; The alienist; Stargate SG-1; Scrubs; Os Monstros (1964); Outlander; That 70’s show; Silicon Valley; Smash, entre outras.
Sobre essas séries pouco conhecidas, a jornalista e cinéfila Bianca De França Zasso acredita que existem fatores de mercado e também de acesso que definem quais séries serão populares. “Dezenas de bons roteiros acabam não conseguindo ser filmados por conta de sua temática”, acrescenta Bianca. Ela também ressaltou os casos de séries feitas por encomenda, buscando um público muito específico. Stranger Things, por exemplo, veio à tona porque havia grande procura por produções dos anos 80 na plataforma Netflix. “Acredito que o sucesso de uma série, ainda mais em tempos de streaming, está ligada à boa divulgação e temas que.dialogam com os acontecimentos da atualidade. O que não impede que sejamos surpreendidos por uma produção de baixo orçamento que acabe arrebatando o público”, destaca a cinéfila.
No questionário também perguntamos aos participantes sobre outras séries, se conheciam ou não, misturamos séries famosas e outras nem tanto. A partir disso, construímos um gráfico da representação dos resultados.
Ao analisar esses dados, notamos que tirando a série La Casa de Papel, as mais populares são as séries norte-americanas. Por exemplo, observamos que as séries Love sick (britânica) e Le chalet (francesa) são as menos conhecidas.
Segundo Bianca, a Netflix é a plataforma mais popular atualmente, mas há também a Amazon Prime, por exemplo. “Acredito que muitas pessoas se baseiam no que está no catálogo da Netflix para escolher o que assistir. O que tem o seu lado triste, já que existem muitas séries interessantes em outras plataformas que passam despercebidas por quem tem o Netflix como único guia”, conclui a cinéfila.
Em contrapartida, a professora e cineasta Maria Cristina Tonetto acredita que existem vários fatores que transformam uma série mais ou menos conhecida do grande público. O primeiro deles é a condução da narrativa (contar um fato, e como todo fato ocorre em determinado tempo). Os roteiristas precisam saber dosar os conflitos, o clímax e as tramas de cada episódio, e, logicamente cria uma expectativa para o público se manter interessado nos próximos episódios. Mas nada disso terá efeito se os atores forem ruins. Outro fator importantíssimo é a divulgação e o local onde a série será exibida.“Hoje, existem várias formas de conseguir chegar no público alvo. As redes sociais ampliaram de forma significativa esse alcance. Mas, não basta simplesmente divulgar para os amigos, é preciso pensar num plano de divulgação e estudar as comunidades e principais alvos das redes online”, finaliza Maria Cristina.
Quanto à questão da popularidade das séries, Bianca finalizou dizendo que acredita que há uma geração muito preguiçosa atualmente. A curiosidade deveria mover os espectadores a não se contentarem com apenas uma possibilidade de ter acesso à conteúdo audiovisual. “É como querer ser cinéfilo e assistir apenas aos filmes da Netflix! Não basta! Acho que falta um pouco de força de vontade para ir além de apenas apertar um botão de ok no que é sugerido pela plataforma. É um tanto estranho que muitos achem impossível ver um filme de 3h, mas “maratonam” 10 episódios em uma madrugada sem reclamar”, acrescentou a cinéfila.
Volto à Série que motivou-me a fazer essa pesquisa. Foram cinco temporadas acompanhando a série Chuck. Onde foram parar os atores de Chuck? O que eles estão fazendo hoje em dia?
Em fevereiro de 2015, o presidente da NBC, mesmo canal de Chuck, anunciou que Zachary Levi iria integrar o elenco da minissérie Heroes: Reborn, derivada da série original, Heroes. E em 27 de outubro de 2017, foi anunciado que Zachary dará vida ao super-herói Shazam no Universo Estendido DC.
Já Yvonne Strahovski (Sarah Walker) participou de inúmeras séries e filmes desde o encerramento de Chuck, como por exemplo, em 2012 estreou no filme Outback , Minha Mãe é uma Viagem, e na série Dexter. Em 2013 participou do filme Frankenstein, em 2014 entrou para a série 24 Horas – Live Another Day, em 2015 participou de Astronaut Wives Club, em 2016 fez Manhattan Night e por fim de 2017 até o momento a atriz está participando da série The Handmaid’s Tale.
E se a série voltasse a ser gravada? Será que os fãs gostariam que isso acontecesse? Guilherme Ataíde, 23 anos, acredita que não há espaço hoje para uma série com um elenco branco onde a minoria é mulher e não tem ninguém LGBT. “Acho que ela é um reflexo do tempo dela e tá bom assim. Em termos de história, acho que também não precisa de continuação, teve uma conclusão, e eu gosto quando as histórias têm início meio e fim”, destaca o estudante.
Reportagem de Sarah Vianna, produzida para a disciplina de Jornalismo Especializado, do Curso de Jornalismo da UFN, durante o 2º semestre de 2018, sob orientação da professora Carla Torres.
Nos últimos anos, o Netflix tornou-se indispensável na vida de muita gente, tomando o lugar da tão famosa televisão. O sistema de streaming permite o assinante assistir a séries, filmes e documentários em praticamente qualquer conexão de internet, sem intervalos comerciais.
Apesar de toda a recente fama do site, o Netflix existe desde 1997. Naquela época, ele era apenas uma pequena locadora que mandava os filmes para seus assinantes pelo correio, em DVD’s.
Hoje, o Netflix chega a ocupar 37% de todo o tráfego da internet nos EUA, nos horários de pico. E conta com 62 milhões de usuários espalhados por mais de 50 países.
Dentre as categorias disponíveis no Netflix, 70% do conteúdo assistido são séries. Levando em conta o sucesso das séries da Netflix, fizemos uma listagem segundo as notas do IMDb – Internet Movie Database – mais famosa enciclopédia virtual dedicada ao cinema e à TV.
Breaking Bad (nota IMDb 9.8)
É a série com mais reviews positivos de todos os tempos. Ela conta a história de um professor de química que, quando descobre que possui um câncer terminal, inicia um negócio de produção e tráfico de metanfetamina, junto com seu ex-aluno Jesse Pinkman (Aaron Paul) para deixar algum dinheiro a sua família. Breaking Bad é uma série bem dirigida, escrita e interpretada, que prende quem assiste do primeiro ao último episódio A série consagrou Bryan Cranston, como uma das melhores interpretações dos últimos anos na pele de Walter White, personagem principal.
Sherlock (nota IMDb 9.3)
A série aclamada pela crítica é uma versão moderna do detetive mais famoso da ficção, Sherlock Holmes. Interpretado por Benedict Cumberbach, em uma Londres moderna, a série possui temporadas curtas com longos episódios. Cada episódio é baseado em um dos contos escritos por Sir Arthur Conan Doyle. A série possui uma fotografia excelente e ótimos atores no elenco, entre eles Martin Freeman no papel de John Watson, um médico que lutou na Guerra do Afeganistão, braço direito do detetive.
Arrested Development (nota IMDb 9.2)
Após três temporadas nos Estados Unidos, a série de comédia foi cancelada. Sete anos depois do ocorrido, a Netflix trouxe a série de volta para lhe dar um final digno. Talvez essa seja a série mais desconhecia entre os leitores, mas ganhou inúmeros prêmios na década passada – faturou seis Emmys. A história de Arrested Development gira em torno de uma família disfuncional. Cada episódio tem em média 20 minutos de duração.
House of Cards (nota IMDb 9.1)
House of Cards é a série mais popular no Netflix. Lançada exclusivamente para o sistema de streaming, ela é sucesso desde sua primeira temporada. É a primeira série criada originalmente para a internet e já foi indicada nove vezes ao Emmy, venceu três. Ela é uma adaptação do livro homônimo de Michael Dobbs. A série mostra os bastidores da política americana e toda a sujeira que rola por debaixo do tapete. Todos os personagens são de suma importância na trama, com destaque para o personagem principal, Frank Underwood, vivido por Kevin Spacey, que domina toda e qualquer cena em que aparece.
Friends (nota IMDb 9.0)
Recentemente eleita a melhor série de todos os tempos. Friends conta a história de seis amigos – Ross, Rachel, Mônica, Chandler, Joey e Phoebe – e as alegrias e desafios de ser adulto na cidade de Nova York. Com 10 temporadas, produzidas de 1994 a 2004, a série dispensa comentários e ainda faz muita gente rir.
Números do Netflix:
A Netflix ocupa cerca de 37% de todo o tráfego da internet nos EUA, nos horários de pico
66% dos vídeos são vistos na televisão, 27% no computador e 7% em celular ou tablet
10 bilhões de horas de vídeo foram assistidas no primeiro trimestre de 2015
70% do conteúdo assistido são séries
37% dos usuários preferem esperar para assistir em maratona
e 76% não se importam com spoilers
(Fonte: Superinteressante)
Por Maria Luísa Viana para a disciplina de Jornalismo Online