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Tiago Nunes

O jornalismo é uma missão de vida

Como parte da programação comemorativa aos 18 anos do Curso de Jornalismo da UFN, a série Celeiro de Talentos apresenta o perfil do jornalista Tiago Nunes. Ao contrário de muitos profissionais, que começam sua vida profissional

Tiago Nunes no Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul. Foto: arquivo pessoal.

Como parte da programação comemorativa aos 18 anos do Curso de Jornalismo da UFN, a série Celeiro de Talentos apresenta o perfil do jornalista Tiago Nunes.

Ao contrário de muitos profissionais, que começam sua vida profissional nos bancos universitários, Tiago fez o caminho inverso: começou a trabalhar na rádio Imembuí no ano de 2010 como estagiário na área esportiva, fez o curso de radialista e se jogou no trabalho.

Depois dessa experiência, ele procurou o curso de Jornalismo da UFN em busca da qualificação profissional. “Eu sentia essa necessidade. Tive o apoio e incentivo de todos da rádio. Quando meu nome saiu no listão da UFN foi uma festa dos colegas. Era um novo ciclo de começava. Sempre trabalhei na rádio e estudei ao mesmo tempo. Saía da emissora à tarde e ia para faculdade à noite, foram anos fantásticos.” relata o jornalista.

Sobre o curso, o egresso comenta que foi fundamental para seu crescimento profissional. “Mais tarde assumi a coordenação de jornalismo da rádio Imembuí. No  semestre que me formei, tive essa nova missão.”, conta Tiago. Para ele, a faculdade dá uma bagagem única, onde não se encontra em qualquer outro lugar. “Tu podes ter o conhecimento diário, mas a troca de conhecimento da faculdade é extremamente importante em todas as áreas do jornalismo. A faculdade te mostra todos os lados do jornalismo, tudo que o profissional precisa para ser completo, como exige o mercado atual.”, complementa.

Como começou trabalhando na rádio, as cadeiras de rádio eram as mais aguardadas por ele. Junto com o professor Gilson Piber ganhou um prêmio na Intercom Sul, com o melhor radiodocumentário do sul do país com a temática esportiva. Além do esporte, Tiago se interessou por outras áreas por meio da faculdade e foi premiado também em reportagem de TV, algo que nunca tinha feito. “É um momento de descobrir novas experiências.” segundo o jornalista. Conta também que a disciplina de Jornalismo Cultural foi fantástica. “O jornalista tem que estar preparado para tudo e a faculdade proporciona isso através dos professores e laboratórios.” comenta.

Tiago Nunes na Arena Independência, em Belo Horizonte. Foto: arquivo pessoal.

Depois de 10 anos trabalhando na rádio Imembuí como apresentador, repórter, narrador e coordenador, recebeu uma proposta para deixar Santa Maria. Então, desde fevereiro, atua como repórter esportivo da Bitcom TV e trabalha nas reportagens e jornadas esportivas da TV Papo By Bitcom acompanhando o Juventude na Série A do Campeonato Brasileiro de futebol. Atualmente, mora na cidade de Caxias do Sul.

Já sobre o significado do jornalismo na sociedade atual, Tiago Nunes acredita que a pandemia e o mundo conectado mostraram a relevância da área. “É uma missão de vida a partir do momento que você decide se tornar jornalista. A caneta tem poder e o microfone da mesma forma. Por isso a importância de uma notícia bem apurada, checada, objetiva e clara.”, relata o repórter. Porém, Tiago lamenta que as redes também mostraram seu lado negativo, as fake news, “É uma batalha árdua contra a desinformação todos os dias.”

Tiago Nunes na Vila Belmiro, em Santos. Foto: Facebook/Tiago Nunes.

Fazer jornalismo esportivo é o que Tiago Nunes mais aprecia do exercício da profissão. Ele conta que, cobrindo o futebol, conhece o Brasil, a sua cultura, as dificuldades sociais e a dura realidade. “Mas a gente tem que estar pronto para tudo, para qualquer oportunidade.”, comenta o jornalista. Nunes hoje possui um blog sobre o futebol gaúcho do interior, o peleiafc.com. Já são 10 anos e mais de 10 mil postagens, com uma audiência que ele jamais imaginaria, são mais de 200 mil acessos por mês e se tornou referência graças ao trabalho diário e o compromisso com a informação. Para ele, é gratificante, pois o esporte proporciona conhecer novas pessoas, novas cidades e ainda saber lidar com diferentes situações.

O jornalista esportivo finaliza agradecendo a Universidade e deixando um recado aos acadêmicos: “Foram 6 anos e que renderam até um livro. Meu trabalho final de graduação virou um livro com direito a lançamento na Feira do Livro de Santa Maria. Tudo graças à universidade, ao conhecimento, ao incentivo de um professor, Gilson Piber. Só tenho ótimas lembranças de cada professor! Aos acadêmicos deixo um recado, aproveitem cada segundo dentro da universidade, ouçam atentamente cada palavra dos professores! Isso fará a diferença no futuro.”

O lançamento ocorre no dia 10 de dezembro, às 19h30min, no Hotel Morotin Centro. Foto: divulgação

As ondas da Rádio Imembuí vão navegar pelas páginas da literatura. Todo o processo de migração da Amplitude Modulada (AM) para a Frequência Modulada (FM) da primeira emissora de rádio de Santa Maria vai ser detalhado no livro “Migração no Rádio – No ar, Imembuí FM!”. O lançamento ocorre no dia 10 de dezembro, às 19h30min, no Hotel Morotin Centro. Este primeiro lançamento ocorre para funcionários da emissora, autoridades e convidados. A emissora foi fundada em 13 de fevereiro em 1942 e, com a migração, passou a ser sintonizada nos 101,9 MHz.

A obra é de autoria dos jornalistas Tiago Nunes e Gilson Piber. Tiago, atualmente, é coordenador de Jornalismo da Imembuí e narrador esportivo da emissora. Piber é doutor em Comunicação, trabalha na UniFM e atua como professor do Curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN).  O livro é resultado do Trabalho Final de Graduação de Tiago Nunes no Curso de Jornalismo da UFN, com orientação de Piber. “Quem me incentivou foi o professor Gilson Piber. Ele notou a importância deste momento que o rádio vive e lançou a ideia de tirarmos dos bancos acadêmicos e levarmos este processo histórico do meio radiofônico para todos da comunidade”, conta o atual coordenador de Jornalismo da emissora.

Todo o processo de edição foi realizado pela Editora Appris, de Curitiba (PR). No dia do lançamento, vai ser colocado à venda um lote com 100 exemplares ao valor de 30 reais. Logo na sequência, a obra vai ser comercializada no site da editora. Tiago revela que negociações também estão em andamento para a venda em uma livraria de Santa Maria.

O prefácio do livro foi escrito pelo jornalista Luiz Artur Ferraretto, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e um dos maiores estudiosos sobre rádio do país. O trabalho vai contar detalhes da migração e os bastidores para transformar uma emissora do interior que passou mais de sete décadas na AM para a FM.

Conforme os autores, o livro destaca as questões técnicas, as dificuldades burocráticas e o amplo estudo feito para a modificação da programação jornalística. Ao todo, sete pessoas foram entrevistadas, chamadas de agentes da migração, que participaram do processo de transformação da rádio.

A Imembuí migrou da AM para a FM em 30 de maio de 2017. Todo um planejamento foi realizado para lançar o livro ainda este ano e para estar à venda na Feira do Livro de Santa Maria em 2020.