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vamos juntas?

11873617_684531898347419_681395522311792939_n“Sororidade: pacto de mulheres reconhecidas como irmãs, que se unem para lutar por seus direitos”. Essa é dimensão que o movimento feminista traz, além do emponderamento de mulheres, a luta por igualdade socioeconômica, a luta contra a inferioridade da mulher perante o homem e contra a misoginia.
Uma dessas vertentes que inspirou a jornalista Babi Souza a começar o projeto Vamos Juntas?, hoje conhecido pelo país todo, foi a colaboratividade entre as mulheres, a união de pessoas para tornar o mundo um local harmonioso.

"É muito emocionante. Posso ver um sinal de que o futuro do mundo realmente é mais bondoso e colaborativo", diz Babi.
“É muito emocionante. Posso ver um sinal de que o futuro do mundo realmente é mais bondoso e colaborativo”, diz Babi (Foto: Arquivo Pessoal)

“Nesse sentido, vinha pensando muito sobre a relevância que eu tinha, não tanto como jornalista, mas principalmente como ser humano. Foi quando comecei a estudar e pesquisar sobre colaboracionismo e empreendedorismo social”, conta Babi. A jornalista relata que há muito tempo pensava sobre a ideia, pois ela refletia sobre a importância de união para sermos felizes.
Babi tomou para si a velha ideia de que a união faz a força e, de que ao invés de reclamar dos poderes, começou a pensar sobre as pessoas se empenharem a fazer o mundo um pouco melhor. Ela teve o despertar para o movimento quando estava voltando para casa com sua amiga Vika, designer do projeto, ela montou um texto com as ideias do Vamos juntas? e então postou para suas amigas, mas afirma que não imaginava ter essa repercussão toda. Hoje a página do movimento no Facebook tem 124.139 mil curtidas, também há um grupo para as meninas que moram no sul.

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Amanda acredita que ainda falta muito investimento na segurança pública para mulheres (Foto: Arquivo Pessoal)

Como Babi, a estudante de direito da Fadisma considera necessário a reprodução do projeto na internet, devido ao grande alcance. Amanda Dias chegou até o movimento através de suas amigas que compartilham informações sobre a luta das mulheres, hoje ela faz parte da página e do grupo Vamos juntas? Sul no Facebook e acompanha os relatos e imagens do projeto. No momento que se compartilha as imagens do Vamos Juntas?, todas as suas amigas visualizam a importância de nos unirmos e protegermos umas as outras, como a idealizadora do movimento profere. “Infelizmente, não são raras as oportunidades em que mulheres são perturbadas de alguma forma na rua quando estão sozinhas. Conheço várias amigas que já foram incomodadas, mais de uma vez, e também já passei por mais de uma situação em que me senti amedrontada. Se conhecesse o movimento (ou ele existisse) antes, provavelmente teria me aproximado de alguma outra mulher para que caminhássemos juntas”, nota Amanda. A estudante ainda não “utilizou” o movimento, nunca voltou junta com uma menina para proteção, mas afirma com certeza que está disposta a ajudar e a se unir com mulheres quando tiver a oportunidade ou precisar.
“Em relação à segurança pública para mulheres, não creio que tenham acontecido mudanças significativas nessa área, o que é lamentável. Além de, claro, os movimentos feministas, os quais são grandes difusores de boas ideias”, alega a estudante.
[dropshadowbox align=”none” effect=”lifted-both” width=”250px” height=”” background_color=”#ffffff” border_width=”1″ border_color=”#dddddd” ]Segundo a delegada da Delegacia de Polícia para Mulheres (DM) alerta que todos os crimes que envolvem violência doméstica, lesão corporal, ameaças, crimes contra a honra da mulher, injúria, difamação e estupro devem ser denunciados.[/dropshadowbox]

(Foto por: Diego Garlet/laboratório de Fotografia e Memória)
Carol acha horrível tudo o que nós, mulheres, sofremos atualmente (Foto: Diego Garlet/laboratório de Fotografia e Memória)

O emponderamento de mulheres que o feminismo difunde conquistou Carol Ribas, bailarina, que chegou ao movimento devido às páginas feministas que faz parte no Facebook, e então entrou em contato com o grupo do Vamos Juntas?.
“Quando eu tinha 12 anos estava caminhando indo para o balé e um homem veio atrás de mim e começou a falar coisas muito indecentes, eu corri e entrei na escola de balé, eu me senti muito sozinha e vulnerável naquele momento, então acho importante não nos sentirmos sozinhas ou desprotegidas”, relata a estudante.
Ela diz que teve muitas discussões familiares com relação ao machismo. Então, percebeu a necessidade de entrar para o movimento e aderir ao projeto Vamos Juntas?. “Coisas simples como tarefas de casa, limpar a cozinha, eu percebo isso e então falo que isso não está certo, converso com minhas amigas sobre o feminismo e a violência contra a mulher para tentar trazer elas para o movimento e também convido elas para o grupo no Facebook”.

(Foto por: Victoria Martins/laboratório de Fotografia e Memória)
(Foto: Victoria Martins/laboratório de Fotografia e Memória)

“Acho muito preocupante para as mulheres andarem sozinha. A violência só aumenta. Um dia eu estava com uma amiga minha procurando um táxi de noite e estávamos com muito medo mesmo juntas. Mas a insegurança é muito grande ainda”, relata Andressa, estudante de Direito do Centro Universitário Franciscano. Ela viu as imagens do movimento através do compartilhamento de sua amiga nas redes sociais, no dia em que a polícia faria paralisação, elas estavam preocupadas com sua proteção nas ruas. Andressa ressalta a importância desse movimento, para ela voltar para casa ela sobe uma rua muito escura, e o medo de andar sozinha é grande, conta. Para a estudante de Direito, a iniciativa é maravilhosa, pois quanto mais mulheres souberem mais mulheres se unirão. “É uma forma melhor de tentar lidar com essa violência, é muito válido que esse movimento cresça e seja conhecido cada vez por mais mulheres”.

Confira a reportagem sobre a violência contra a mulher, do Laboratório de Produção Audiovisual (Laproa), com relatos de meninas que foram atacadas e a fala da delegada da DM: [youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=umigOc-4PaI&feature=youtu.be” title=”Violência%20contra%20a%20mulher”]