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vegano

Estilo de vida a favor de outras vidas

Para além do vegetarianismo, o veganismo é um estilo de vida e um modo de ser e pensar em todas as áreas da sociedade e em si, como indivíduo. Na prática, além de repensarem suas formas

Vegetarianismo conquista jovens na Unifra

Hoje o vegetarianismo é cada vez mais comum entre jovens e adultos. As pessoas buscam uma alimentação mais saudável e menos “tóxica”. Na cantina do Centro Universitário Franciscano, há pedidos de refeições veganas ou vegetarianas. “Dentro das

Para Bruna, entre tantos outros motivos para ser vegana, o amor pelos animais é um dos principais. Na foto, em aula prática do curso de Medicina Veterinária Foto: arquivo pessoal
Imagens: Raw Pixel

Para além do vegetarianismo, o veganismo é um estilo de vida e um modo de ser e pensar em todas as áreas da sociedade e em si, como indivíduo. Na prática, além de repensarem suas formas de consumir, subsistir e viver, os adeptos do veganismo lutam pela causa, desde os pequenos atos particulares do dia a dia.

O termo foi cunhado na década de 1940 e tem adeptos ao redor do mundo. No Brasil, tem se popularizado e conquistado muitos membros  nos últimos anos. Marcas de vestuário e cosméticos, restaurantes, dentre outros nichos de mercado, já tem se segmentado para atender a este público que cresce e requer cada vez mais espaço.

A acadêmica de Medicina Veterinária Bruna Carnelosso, 21 anos, é vegetariana há oito anos e vegana há mais de três.

Para Bruna, ser vegano é…

Respeito

Veganismo é, para mim,  sinônimo de respeito. Respeito à natureza, aos animais e, sobretudo, aos direitos destes: de ser livre, se não sentir dor e desconforto, de poder exercer seu comportamento natural, de não ser explorado… de viver!

Luta

Veganismo também é luta. É lutar pelos direitos daqueles que não têm voz. É lutar por um consumo mais consciente e empático. Lutar para ser ouvido no meio dessa sociedade tão dura, que não se importa com minorias, com quem pensa diferente. É cansativo às vezes, mas não é difícil quando você pensa que, aos pouquinhos, você está mudando o mundo.

Consciência

Estamos tão acostumados a viver no automático que, às vezes, não questionamos nada ao nosso redor, mesmo que algumas dessas coisas nos pareçam erradas. Afinal, não é um pouco hipócrita amar os animais e contribuir com uma indústria que mata, maltrata e subjuga esses seres em sua grande maioria? Penso que quando abrimos nossas mentes para pensar nessas questões, estamos fazendo um exercício que pode contribuir a nos tornarmos seres humanos melhores em muitos aspectos.

Alternativa

Optar ou não pelo veganismo é uma escolha de cada um. É uma escolha muitas vezes difícil, pois geralmente somos acostumados desde pequenos a consumir produtos animais, seja na alimentação, vestuário ou outros produtos que nem imaginamos que contém substâncias derivadas de animais. É importante então mostrar para as pessoas que existe essa opção, que existem alternativas para substituir esses usos e popularizar esse estilo de vida cada vez mais, para que assim, futuramente, talvez esta não seja uma decisão tão difícil de tomar.

Amor

Há muitas formas de expressar o amor, e penso que optar pelo veganismo é uma delas. Afinal, há muitas vantagens nesse estilo de vida: para a natureza, para os animais, para nossos próprios corpos. E optar por uma alternativa melhor para todos é um ato de amor também.


Ninguém é apenas o nome, idade, formação, profissão ou naturalidade. Somos um conjunto de infinidades. Entre tudo o que te identifica, qual é a sua parte favorita? Você também pode fazer parte deste projeto ou indicar alguém que é excelente numa área bem diferente da formação ou profissão, um especialista (ou quase) pela vivência.

A acadêmica de Jornalismo Gabriele Bordin desenvolveu o Projeto Experimental em Jornalismo, no curso de Jornalismo da UFN, durante o primeiro semestre de 2020. O projeto foi orientado pela professora Glaíse Palma e teve uma história por semana publicada neste espaço.

Leia as matérias do projeto Lado B:

Hoje o vegetarianismo é cada vez mais comum entre jovens e adultos. As pessoas buscam uma alimentação mais saudável e menos “tóxica”.

(Foto por: Fernanda Gonçalves/Laboratório de Fotografia e Memória)
Cantina investiu em sugestões vegetarianas e veganas  (Foto: Fernanda Gonçalves/Laboratório de Fotografia e Memória)

Na cantina do Centro Universitário Franciscano, há pedidos de refeições veganas ou vegetarianas. “Dentro das informações que a ouvidoria do curso de Nutrição nos passou estava a necessidade de lanches vegetarianos”, explica a gerente Luana Rodrigues.
“Fomos atrás de receitas e massas veganas e vegetarianas. Tivemos treinamentos sobre as refeições, também para poder dar informações. Temos também as receitas para mostrar aos clientes, devido às restrições de cada um”, destaca Luana.

A estudante Larissa da Rosa, 19, do Centro Universitário, conta que o processo de parar de comer carne foi fácil para ela, vegetariana há três anos. Já não tinha o costume de comer carne, pois sua mãe, também vegetariana, substitui alguns alimentos em casa. Ela teve muito apoio da família, e os amigos também viraram vegetarianos depois que ela mudou a alimentação.
“Eu procuro não comer muito fora de casa, pois prefiro comer coisas integrais. Quando eu saio para jantar fora com meus amigos, vamos frequentemente a lugares vegetarianos, aqui em Santa Maria. As opções estão aumentando, e as críticas diminuindo. Agora eu encontro mais pessoas vegetarianas e quando se torna algo comem passa a ter um pouco mais de respeito”, acredita.

Elísia Ramos, 16, estudante, quis parar de comer carne em um primeiro momento com seis anos, porém não recebeu apoio de seus pais. Eles acreditavam que era muito cedo, acharam melhor esperar ela crescer para então se decidir. Elísia virou vegetariana em outubro do ano passado. “Comia muito fora de casa, então controlava minha alimentação. Mas em casa comia carne ainda até que falei para minha família, em outubro, que não comeria mais”, conta.
“Na maioria dos lugares, as opções de salgados para vegetarianos são pão de queijo, além dos doces. Nunca fui em locais vegetarianos, quando saio vou em lugares ‘comuns’. Hoje em dia não sinto vontade nenhuma de comer carne, me causa até o enjoo o cheiro”, lembra a menina.

(Foto por: Fernanda Gonçalves/Laboratório de Fotografia e Memória)
Entre as opções estão salada de fruta e sanduíche natural (Foto: Fernanda Gonçalves/Laboratório de Fotografia e Memória)