Santa Maria, RS (ver mais >>)

Santa Maria, RS, Brazil

O barulho do mar

 

Nesse verão fui passar alguns dias no litoral, fazia três anos que não ia. Talvez uma das coisas mais inspiradoras para alguém que goste de escrever seja sentar na areia e escutar o barulho das ondas quebrando no mar. A maresia não sai do nariz, impregna no corpo. Crianças dando seus primeiros passos em direção a imensidão do mar, a água salgada, fria, atingindo milhares de seres humanos ao mesmo tempo, em um abraço, um carinho que a maioria espera o ano inteiro para receber.

Como em um filme observo em câmera lenta as coisas acontecerem, a água derrubando os muros de um castelo de areia, os pais catam conchas para seus filhos, a menina sai da água chorando, depois de ser tocada por uma água viva. Enquanto escrevo, sou vigiado por uma pandorga em forma de morcego, que sobrevoa os guarda-sóis, ao mesmo tempo em que todos batem palmas pelo abraço forte do pai no filho perdido, que lhe esperava na guarita dos salva-vidas, número 77.

Antes de voltar para casa contemplo uma última vez o mar, tento imaginar os lugares onde ele pode nos levar, em como somos pequenos no universo. A água molha meus pés e me pego a pensar no que realmente lembraremos no fim da nossa existência, eu me lembrarei de coisas como sentar na areia da praia e ouvir o barulho do mar.

Fabian Lisboa é acadêmico de jornalismo na UFN e um apaixonado pelo mar.

 

LEIA TAMBÉM

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Adicione o texto do seu título aqui

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.

 

Nesse verão fui passar alguns dias no litoral, fazia três anos que não ia. Talvez uma das coisas mais inspiradoras para alguém que goste de escrever seja sentar na areia e escutar o barulho das ondas quebrando no mar. A maresia não sai do nariz, impregna no corpo. Crianças dando seus primeiros passos em direção a imensidão do mar, a água salgada, fria, atingindo milhares de seres humanos ao mesmo tempo, em um abraço, um carinho que a maioria espera o ano inteiro para receber.

Como em um filme observo em câmera lenta as coisas acontecerem, a água derrubando os muros de um castelo de areia, os pais catam conchas para seus filhos, a menina sai da água chorando, depois de ser tocada por uma água viva. Enquanto escrevo, sou vigiado por uma pandorga em forma de morcego, que sobrevoa os guarda-sóis, ao mesmo tempo em que todos batem palmas pelo abraço forte do pai no filho perdido, que lhe esperava na guarita dos salva-vidas, número 77.

Antes de voltar para casa contemplo uma última vez o mar, tento imaginar os lugares onde ele pode nos levar, em como somos pequenos no universo. A água molha meus pés e me pego a pensar no que realmente lembraremos no fim da nossa existência, eu me lembrarei de coisas como sentar na areia da praia e ouvir o barulho do mar.

Fabian Lisboa é acadêmico de jornalismo na UFN e um apaixonado pelo mar.