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Automedicação: uma prática comum mas perigosa

Foto: Divulgação

Quando surge algum problema de saúde que parece ser fácil de resolver, como dor de cabeça ou resfriado, a maioria das pessoas costuma procurar a solução na caixinha de medicamentos que tem em casa ou ir direto à farmácia.

Uma questão cultural – A automedicação é uma questão cultural, conforme a professora dos Cursos de Farmácia e Biomedicina da Unifra, Eliza Stefanon. “Existem medicamentos de venda livre, como analgésicos e antiinflamatórios e grande parcela da população ainda tem pouco acesso a médicos e tem que enfrentar filas de espera no SUS. A falta de uma política de prevenção de doenças desde a Educação Fundamental nas escolas leva a uma cultura de automedicação, propagandas de medicamentos e ainda o acesso destes como os de venda livre, ações que não dependem dos farmacêuticos, mas do sistema político do país”, explica a especialista.

Um exemplo de quem não hesita em tomar remédio por conta é Maquicili Brauner, 19, estudante de Design de Produto. Na bolsa, ela costuma carregar remédios que classifica como de alívio imediato: Paracetamol, Cinegripe, Aspirina e sempre vai à farmácia quando pretende se livrar de alguma dor. Para ela, esse hábito se deve à facilidade da compra sem receita de alguns remédios. “Depende do medicamento para o farmacêutico pedir receita. Quando são remédios comuns como analgésicos e antitérmicos nunca me pedem”, afirma a estudante Maquicili.

Já Vera Lucia da Silva, 35, funcionária pública, age diferente. Tem pavor de remédio e só toma quando é muito necessário, e com prescrição médica. “Deixo meu corpo reagir a dor, só tomo em último caso, não permito que o meu organismo se acostume a funcionar só quando há a ingestão de remédios,  para que quando eu necessite realmente faça efeito”, conta a funcionária pública.

A publicidade – A maior parte dos medicamentos consumidos pela população é vendida sem receita médica, no entanto, a automedicação é uma prática arriscada, que deve ser evitada. Enquanto parte da indústria farmacêutica incentiva o o uso correto de medicamentos, há um segmento que tende a divulgar aspectos supostamente milagrosos dos mesmos.

O ideal da associação entre Publicidade, Medicina e Farmácia está nos anúncios que aconselham o consumidor a procurar a orientação de dois profissionais, o médico e o farmacêutico. Segundo Eliza Steffanon, propagandas deste tipo são um avanço dos Conselhos de Medicina e de Farmácia no sentido de alertar e evitar a automedicação. Por outro lado, a divulgação de remédios milagrosos, que prometem emagrecer em pouco tempo, por exemplo, sem fazer exercícios físicos e sem cuidados na alimentação, não alertam para os riscos reais e efeitos colaterais,

Como cidadã que também é afetada por estas propagandas, a professora Eliza relata outro aspecto negativo das publicidades sobre medicamentos, muitas das quais, contém erros. “O problema são os panfletos que já peguei em supermercados, e também na rua, com o nome dos medicamentos e suas utilizações, inclusive, muitas vezes com erros graves, induzindo a população à automedicação”, menciona.

Efeitos colaterais da automedicação – O que os consumidores devem saber é que todos os medicamentos apresentam possuem efeitos colaterais e seu uso inadequado pode levar a complicações. “Pode haver desde a uma reação alérgica leve até a um quadro grave de intoxicação, além de mascarar alguns sintomas de uma doença mais grave. Isso atrasa o diagnóstico e comprometendo o tratamento”, explica a farmacêutica e professora Eliza.

Além disso,  destacou que o uso indiscriminado de analgésicos e antiinflamatórios podem causar desde problemas hepáticos e renais graves, entre outros problemas de saúde, às vezes irreversíveis. “Caso os antibióticos não sejam tomados nos horários corretos e se administrados com determinados alimentos, por exemplo, podem diminuir sua eficácia, e também causar insucesso da terapia”, relata Eliza Stefanon.

Debater o tema – Pensando em discutir questões como estas, é que o Curso de Farmácia da Unifra realiza a sua VII Jornada, que inicia nesta segunda-feira, 22 e se estende até o dia 25 de abril. Informações completas e inscrições sobre a VII Jornada de Farmácia aqui.

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Quando surge algum problema de saúde que parece ser fácil de resolver, como dor de cabeça ou resfriado, a maioria das pessoas costuma procurar a solução na caixinha de medicamentos que tem em casa ou ir direto à farmácia.

Uma questão cultural – A automedicação é uma questão cultural, conforme a professora dos Cursos de Farmácia e Biomedicina da Unifra, Eliza Stefanon. “Existem medicamentos de venda livre, como analgésicos e antiinflamatórios e grande parcela da população ainda tem pouco acesso a médicos e tem que enfrentar filas de espera no SUS. A falta de uma política de prevenção de doenças desde a Educação Fundamental nas escolas leva a uma cultura de automedicação, propagandas de medicamentos e ainda o acesso destes como os de venda livre, ações que não dependem dos farmacêuticos, mas do sistema político do país”, explica a especialista.

Um exemplo de quem não hesita em tomar remédio por conta é Maquicili Brauner, 19, estudante de Design de Produto. Na bolsa, ela costuma carregar remédios que classifica como de alívio imediato: Paracetamol, Cinegripe, Aspirina e sempre vai à farmácia quando pretende se livrar de alguma dor. Para ela, esse hábito se deve à facilidade da compra sem receita de alguns remédios. “Depende do medicamento para o farmacêutico pedir receita. Quando são remédios comuns como analgésicos e antitérmicos nunca me pedem”, afirma a estudante Maquicili.

Já Vera Lucia da Silva, 35, funcionária pública, age diferente. Tem pavor de remédio e só toma quando é muito necessário, e com prescrição médica. “Deixo meu corpo reagir a dor, só tomo em último caso, não permito que o meu organismo se acostume a funcionar só quando há a ingestão de remédios,  para que quando eu necessite realmente faça efeito”, conta a funcionária pública.

A publicidade – A maior parte dos medicamentos consumidos pela população é vendida sem receita médica, no entanto, a automedicação é uma prática arriscada, que deve ser evitada. Enquanto parte da indústria farmacêutica incentiva o o uso correto de medicamentos, há um segmento que tende a divulgar aspectos supostamente milagrosos dos mesmos.

O ideal da associação entre Publicidade, Medicina e Farmácia está nos anúncios que aconselham o consumidor a procurar a orientação de dois profissionais, o médico e o farmacêutico. Segundo Eliza Steffanon, propagandas deste tipo são um avanço dos Conselhos de Medicina e de Farmácia no sentido de alertar e evitar a automedicação. Por outro lado, a divulgação de remédios milagrosos, que prometem emagrecer em pouco tempo, por exemplo, sem fazer exercícios físicos e sem cuidados na alimentação, não alertam para os riscos reais e efeitos colaterais,

Como cidadã que também é afetada por estas propagandas, a professora Eliza relata outro aspecto negativo das publicidades sobre medicamentos, muitas das quais, contém erros. “O problema são os panfletos que já peguei em supermercados, e também na rua, com o nome dos medicamentos e suas utilizações, inclusive, muitas vezes com erros graves, induzindo a população à automedicação”, menciona.

Efeitos colaterais da automedicação – O que os consumidores devem saber é que todos os medicamentos apresentam possuem efeitos colaterais e seu uso inadequado pode levar a complicações. “Pode haver desde a uma reação alérgica leve até a um quadro grave de intoxicação, além de mascarar alguns sintomas de uma doença mais grave. Isso atrasa o diagnóstico e comprometendo o tratamento”, explica a farmacêutica e professora Eliza.

Além disso,  destacou que o uso indiscriminado de analgésicos e antiinflamatórios podem causar desde problemas hepáticos e renais graves, entre outros problemas de saúde, às vezes irreversíveis. “Caso os antibióticos não sejam tomados nos horários corretos e se administrados com determinados alimentos, por exemplo, podem diminuir sua eficácia, e também causar insucesso da terapia”, relata Eliza Stefanon.

Debater o tema – Pensando em discutir questões como estas, é que o Curso de Farmácia da Unifra realiza a sua VII Jornada, que inicia nesta segunda-feira, 22 e se estende até o dia 25 de abril. Informações completas e inscrições sobre a VII Jornada de Farmácia aqui.