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Carla Torres

Carla Torres

Os torcedores que acompanham o futebol do interior sabem que as dificuldades financeiras assolam os clubes. Em Santa Maria, a situação não é diferente, o sofrimento para manter as contas e salários em dia é uma batalha todo o ano.
O Internacional de Santa Maria é a equipe mais conhecida da região, pois disputa a divisão de acesso, que dá vaga para a primeira divisão. Para termos uma noção, em 2017, a equipe Alvirrubra teve uma das melhores campanhas na divisão de acesso, chegando até as semifinais sem perder nenhum jogo dentro de casa, porém acabou desclassificada. Em 2018, a história se repetiu, a equipe do Presidente Vargas acabou parando na semifinal novamente. A verba utilizada para todo elenco era de 26 mil reais em 2017, dividido entre 30 pessoas jogadores, incluindo jogadores, comissão técnica e funcionários. Na divisão de acesso de 2018, a renda acabou aumentando para 38 mil.
Ainda este ano, o Inter-SM acabou disputando a copa Wianey Carlet, e dando sequência para o segundo semestre da temporada, porém, com uma renda de apenas 18 mil reais, muito abaixo do que era previsto. A diferença da equipe para os demais times da competição era evidente, mas mesmo assim a o time conseguiu chegar até a fase de mata-mata da competição.

Torcida presente no PV na divisão de acesso 2018. Foto: Leonardo Machado

Para quem trabalha nos bastidores do futebol gaúcho, os baixos valores no segundo semestre não são novidades, mas alguns acabam assustando os torcedores. Maria Angélica Varaschini, radialista esportiva da rádio Imembuí que acompanha o dia a dia do Inter-SM, falou sobre a situação salarial do colorado santa-mariense: “O Inter-SM, nas duas gestões passadas, tinha um objetivo muito bem traçado, que era não fazer mais trabalhistas e ir quitando as que tinha, com isso, pagava praticamente duas folhas: A do futebol, e das trabalhistas, por isso que, não tinha muita grana para investir no futebol”.
O dia a dia dos jogadores é bem diferente de um atleta de clube de série A nacional, não tendo tantas obrigações como nutricionista e academia. Todos moram no alojamento, apenas alguns tem casa em Santa Maria. Tomam café, almoço, lanche da tarde, janta e lanche da noite no clube. Têm horário para entrar no alojamento à noite, logo depois o portão fecha e ninguém mais pode entrar.
Thiago Rizzatti, 22 anos, jogador que já teve passagem pelo profissional do Riograndense e disputou a copa Wianey Carlet, pondera que “a cidade de Santa Maria nunca foi um centro do futebol. Há pessoas muito boas por trás do clube, mas precisa de um investimento mais forte”.

O clube

A gestão dentro de um clube de futebol passa por muitas pessoas, mas a principal figura por trás do time é o seu presidente, no caso do colorado santa-mariense é Luiz Cláudio Mello, que foi reeleito presidente no dia 5 de novembro deste ano. Segundo ele, o time acabou sofrendo resquícios de administrações anteriores, o que afetou a folha salarial do clube, mesmo vindo de uma ascensão desde 2013. “Nós trabalhamos muito para colocar o Internacional de Santa Maria no seu devido lugar, que é a série A do Campeonato Gaúcho, creio que daqui para frente o clube tem tudo para conseguir realizar os seus objetivos”, desabafa.
De nove jogos disputados dentro do estádio Presidente Vargas, foram seis vitórias, um empate e duas derrotas, tornando o seu mando de campo uma verdadeira fortaleza. Com um total de sete jogos invictos na baixada, o Clube obteve 63% de aproveitamento em casa.

Jogadores comemorando a classificação do mata-mata. Foto: Leonardo Machado

Quando perguntado sobre como funciona o contrato dos jogadores, o atual presidente é pontual: “Os nossos contratos são todos executados de maneira legal, há uma reunião com os jogadores e seus empresários onde entramos em acordo sobre o que é melhor para o jogador e o clube”.
Alguns jogadores do clube contam com a ajuda de empresários, com um incentivo financeiro, pois, para a maioria, sustentar uma família apenas com o salário pago pelo Clube é muito difícil. O jogador que mais ganha dentro do Inter é o camisa dez, Chiquinho, que está no clube desde 2017.

A base

O ano de 2018 serviu para o futebol santa-mariense firmar-se dentro do cenário gaúcho de base, o colorado não tinha uma categoria sub 17 desde 2013, e já no seu retorno acabou sendo campeão Gaúcho B na sua categoria, dando fim a um jejum de 27 anos sem títulos do clube.
Quando perguntado sobre a categoria de base, o presidente Mello afirma que “o clube teve um sucesso meteórico, esses meninos merecem uma atenção maior do clube, sabemos da dificuldade que foi para conquistar esse título”.

Jogadores do sub 17 comemorando o título com o ídolo Chiquinho. Foto: Arquivo pessoal Cadinho Maciel

Os jogadores da base colorada não são vinculados por meio de nenhum tipo de contrato. Alguns jogadores terão contratos profissionais já para o próximo ano, como é o caso do meio campista Cadinho, que foi o principal jogador da equipe dentro da competição e demonstrou bom futebol em meio aos profissionais nos treinos.
O atual técnico da equipe profissional, Guilherme Tocchetto, esclarece sobre a categoria de base. Conforme ele, “é muito importante que os meninos tenham um tipo de proteção contratual, pois como eles não ganham nada para jogar, apenas custos da viagem, fica fácil empresários ou qualquer outro clube tirar esses garotos daqui, creio que alguns deles, apesar de jovens, possam já somar no grupo profissional do próximo ano”.
Segundo o lateral direito do sub 17, Christian Moreira, a ajuda que o Clube podia dar era muito boa, tudo foi muito bem planejado. “Nós tínhamos as roupas tudo certinho, tanto pós jogo como pré-jogo, claro que não recebemos nada para estar ali representando o Inter, mas jogamos por amor e o Inter nunca nos deixou faltar nada”, detalha.

Confira a entrevista do técnico Guilherme Tocchetto na integra: https://www.youtube.com/watch?v=S7atg6B-GU0

Riograndense

Até mesmo moradores que não acompanham o futebol da cidade sabem da rivalidade que existe entre Inter-SM e Riograndense que acabou em 2017 e poderá retornar em 2019.
Em 2017, o clube esmeraldino recebeu uma rigorosa punição do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) por ter desistido no meio da competição. A punição foi de dois anos sem disputar qualquer campeonato oficial da Federação Gaúcha de Futebol (FGF).
Tudo isso acabou ocorrendo devido à folha salarial extremamente cara do clube. Na época, o presidente chegou a afirmar que o time dos eucaliptos teria que fechar as portas por conta de não ter como pagar os jogadores, que acabaram sendo dispensados.
O clube pretende voltar para o futebol profissional em 2019, Francisco Novelletto, presidente da FGF, já deu o aval para o clube voltar e antecipar o fim da punição. O periquito voltara para jogar a terceira divisão do campeonato gaúcho.

As dificuldades de fazer a bola rolar

Fazer futebol no interior é bem complicado, e o Inter-SM vem nesse processo de estruturação e planejamento nos últimos anos. Na busca por sócios e conselheiros, o apoio de empresas e empresários de Santa Maria é muito fraco, por isso, o clube só se sustenta pela mensalidade dos conselheiros, e claro, do pouco patrocínio que consegue. Desta forma, fazer o segundo semestre foi bem difícil, ainda mais que o público não comparece em grande número no estádio. A divisão de acesso só dá uma quantia em prêmio a quem sobe para a série A; o restante, só tem a ajuda da FGF em relação a arbitragem, e algumas bolas, o resto, é tudo custeado pelo clube, e não é só a folha de jogadores. Tem o gasto de viagem, alimentação e fardamento, fora os gastos do dia a dia, que com ou sem futebol se tem no clube, como água, luz, telefone e internet.

Jogadores do Inter-SM reunidos antes do jogo da semifinal da divisão de acesso. Foto: Leonardo Machado

Elevar uma situação financeira que não vinha boa demanda tempo, e para que isso melhore, precisa ter resultado dentro de campo, uma coisa leva a outra. Bateu duas vezes na trave, mas não entrou, não tem visibilidade de TV, e isso também prejudica. Em 2016 o Inter SM perdeu patrocínios, pois muitos jogos não puderam ser realizados no Presidente Vargas devido a toda situação dos PPCIs (Planos de Prevenção e Combate a Incêndios) dos estádios, o Inter só jogou em casa no returno da competição.
Tudo isso influencia para uma ascensão financeira, mas a falta de apoio, tanto do público quanto de patrocinadores é um fator bem importante, e os empresários entenderem que ter um clube na série A ou até mesmo em alguma competição do Brasileiro é muito importante. Resultado e apoio devem andar juntos, para que as coisas funcionem.

 

Texto produzido por Leonardo Machado e João Martins, na disciplina de Jornalismo Investigativo, do Curso de Jornalismo da UFN, ministrada pela professora Carla Torres durante o 2º semestre de 2018.

Mais de R$ 16 milhões em um levantamento realizado pelo Ministério Público de Contas, referente aos gastos com diárias de vereadores. A Câmara Municipal de Vereadores de Tupanciretã, está entre as que mais gastaram com diárias entre os Poderes Legislativos da região central do RS. As diferenças nos valores podem traduzir a maneira como cada legislativo trata da gestão do dinheiro do contribuinte.

Com 23 mil habitantes, o município tem gastos maiores do que cidades grandes, que após a denúncia contra os vereadores,será feita uma redução de gastos com diárias para viagens dos vereadores da cidade.

Foi um choque para os  moradores da cidade. A gente liga TV e vê que nossa cidade estava lá dentro da telinha,mas não era uma notícia boa.Era para contarem que nossos representantes , nossos vereadores ganhavam uma diária exorbitante e ainda riam da cara do povo dizendo que tinham direito, que eles podiam usar essa quantia,diz moradora da cidade.

A explicação para o gasto elevado em Tupanciretã está nos valores unitários das diárias. Para ir para Porto Alegre, cada político recebe R$ 623 para pagar despesas de táxi, alimentação e hospedagem. Já para viagens para Brasília o valor dobra e vai para R$ 1.247, sem incluir as despesas de deslocamento de uma cidade para outra. O subsídio para a capital federal, para vereadores de Tupanciretã, é maior até mesmo do que é pago para deputados estaduais. São R$ 500 a mais em relação à despesa da Assembleia Legislativa.

Um projeto está sendo criado pelo vereador Claudiomiro Cordeiro, que não está entre os vereadores que mais gastam diárias. É um acordo de lideranças assinado pelos vereadores, que reduz os valores de diárias para viagens a Porto Alegre de R$ 623,76 para R$ 392,97, e de R$ 1.247,52 para R$ 623,73 em viagens para Brasília. Segundo Claudiomiro, esta ideia surgiu após a denuncia das diárias, a partir da qual a cidade ficou muito impactada.

Elencam-se a seguir algumas questões a serem destacadas sobre a farra das diárias:

Arte: Wander Schlottfeldt

Oito dos nove vereadores aceitaram a redução de até 50% nas diárias. Somente um vereador não assinou o projeto, alegando que o documento não é oficial, já que se trata de um acordo de lideranças, e não de uma lei. Dessa maneira, ele entende que, a qualquer momento, o acordo pode ser rompido.

Arte: Wander Schlottfeldt

Parlamentar foi questionada sobre diárias para vereadores de Tupanciretã.“O vereador cria diária, aumenta diária, baixa diária, aumenta salário, diminui salário… Nós que temos o poder de fazer tudo aqui, por isso que eu te disse anteriormente: nós que temos o poder. Poder que eu digo de aumentar ou baixar”, declarou a vereadora Caroline Lima Silveira , questionada sobre os gastos.

 

Arte: Wander Schlottfeldt

O subsídio para a capital federal, para vereadores de Tupanciretã, é maior até mesmo do que o que é pago para deputados estaduais. São 500 reais a mais em relação à despesa da Assembleia Legislativa.

A população de Tupanciretã cobra de seus legisladores, ações em benefícios de seus munícipes, como educação de qualidade, saúde básica e melhoria nas estradas. Este movimento das farras da diárias serviu para alertar cada cidadão sobre o seu papel  e de seus direitos na sociedade.

Por Milena Bittencourt, para a disciplina de Jornalismo Investigativo, do Curso de Jornalismo da UFN, ministrada pela professora Carla Torres, durante o 2º semestre de 2018.

A Lua de Santiago: natureza em destaque. Foto: Amanda Vanassi.

Música, poesia e artes plásticas. Em melodias que atribuem atmosfera clássica a composições de matriz popular, o Projeto A Lua de Santiago  destaca a pureza e a sensibilidade do olhar infantil sobre a vida. O resultado poderá ser conhecido nas 14 canções que farão parte do CD a ser lançado em outubro. As composições são do músico Fernando Ávila em parceria com nomes como João Paulo Sefrin, Felipe Martini, Róger Wiest, além de peças de Fernando Lewis de Mattos e Frank Marocco. Os arranjos são feitos para acordeon e quinteto de cordas.

A gravação do CD conta com financiamento coletivo, por meio do site Catarse, em uma campanha que vai até dia 18 de julho. Você pode conhecer mais sobre o projeto e fazer sua contribuição aqui. Em entrevista à Agência Central Sul, Fernando conta como a música transformou a vida do então menino de 14 anos, nascido em São Leopoldo (RS), atualmente formado em Música Popular pela UFRGS desde 2015. Professor de acordeon e pesquisador, ele fala sobre o processo criativo de A Lua de Santiago e sobre o sucesso de seu trabalho fora do Brasil:

Agência Central Sul (ACS): Como a música entrou na tua vida? Por que o acordeon?

Fernando Ávila: Minha família sempre esteve envolvida com o ambiente do Tradicionalismo, meu pai foi patrão de CTG (Centro de Tradições Gaúchas) e meus irmãos dançaram em invernadas artísticas. Nesse cenário, o acordeon desempenha um papel relevante na instrumentação da música veiculada e propagada pelo Tradicionalismo, bem como na música regional do Sul. Eu sempre ouvia em casa grupos como, por exemplo, Os Serranos, Os Monarcas, Os Mirins, os quais possuem exímios acordeonistas. Acho que foi por essa escuta que eu tomei o gosto pelo instrumento.

ACS: Tu és músico profissional, conta sobre tua formação e influências…

Fernando Ávila: Por sugestão de meu irmão mais velho, eu comecei a estudar o acordeon. Comecei a fazer aulas do instrumento aos 10 anos, todavia, fiz alguns meses de aula e desisti. Com 14 anos eu ingressei no curso básico de música da Fundação Municipal de Artes de Montenegro e, no decorrer do tempo, escolhi a música como profissão. Minha inserção na música como profissional deu-se aos 17 anos, quando fui convidado a integrar o Quinteto Persch, e essa experiência foi valiosíssima para mim, pois estava tocando música de concerto ao lado de excelentes acordeonistas e professores.

Ingressei no curso superior de música da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, fazendo parte da primeira turma do Bacharelado em Música Popular. Essa minha trajetória dentro da academia foi uma abertura de portas, foi lá que comecei a compor e criar vínculos com pessoas que contribuíram muito no meu aprendizado, desde professores a colegas, como Fernando Mattos, Felipe Martini, Felipe Adami, Reginaldo Braga. O estudo formal de música em paralelo com a linguagem popular do meu instrumento e a tradição oral de sua aprendizagem possibilitaram-me diversas influências que, somadas, formam um gosto eclético de música, passando por Piazzolla, Frank Marocco, Tom Jobim e Luciano Maia.

ACS: Tu participas de outros projetos musicais e és professor. Como tem sido essa experiência?

Fernando Ávila: Acredito que o músico não pode atrelar-se a apenas um projeto, ele deve ser um agente de si mesmo, um administrador da sua carreira e, por conseguinte, atuar em diversas frentes. Sou professor de acordeon em três cidades, São Leopoldo, Porto Alegre e Triunfo. Desempenho trabalho composicional de música instrumental e atuo como intérprete e arranjador no grupo Arte Gaúcha, de São Leopoldo, grupo que realiza releituras de canções do cancioneiro regional e popular do RS. Além disso, já atuei como solista frente à Orquestra de Câmara da UNISC e sou coordenador artístico do Encontro Nacional de Acordeon Presto/Sesc, evento que terá a sua segunda edição em outubro deste ano.

ACS: Mesmo jovem, tuas composições e performances já são reconhecidas internacionalmente. Como tem sido esse contato?

Fernando Ávila: Sou muito feliz por esse reconhecimento. Confesso que é uma grata surpresa para mim, com tenra idade, ter despertado o interesse por minhas composições em músicos de diversas partes do mundo. Um exemplo disso são as gravações e interpretações de algumas das minhas peças pelo bayanista, regente e professor ucraniano Sergey Neverov. Acho que isso se deve à minha inquietude, ao meu interesse de buscar trocas musicais com acordeonistas de outros países, por meio da internet. Sempre compartilho materiais com esses músicos e isso enriquece a minha formação. A internet é uma ferramenta ótima, e foi através dela que também tive a oportunidade de conhecer pessoas na França e viajar para lá com algumas apresentações agendadas em fevereiro desse ano que transcorre.

ACS:  A Lua de Santiago será teu primeiro CD. Como foi/é o processo criativo? 

Fernando Ávila: Durante minha passagem pela UFRGS, comecei um trabalho de música instrumental em formato de trio (acordeon, violão e violino), em parceria com Felipe Martini e Vinícius Kunzler. Desse projeto surgiram muitas composições e, em 2016, tive contato mais próximo com uma grande referência do acordeon brasileiro, o músico Toninho Ferragutti. Ele realiza um projeto de acordeon e quinteto de cordas que acho formidável. Baseado nisso, pensei em gravar meu primeiro CD compilando as músicas do trio e novas composições arranjadas para acordeon e quinteto de cordas. A Lua de Santiago é o título de poema de Róger Wiest, meu amigo, o qual foi solicitado por mim a ele, após ter vivenciado com seu filho Santiago uma cena que me marcou muito. Santiago me mostrou a lua cheia ao final de uma tarde, de modo que eu fiquei atônito pelo fato daquela criança de três anos me chamar a atenção para algo que, às vezes, deixamos de perceber. Isso me motivou a compor a música Luna, em homenagem a ele. Mas a história não para por aí. Santiago é o nome do protagonista do livro “O velho e o mar”, de Ernest Hemingway, uma história de resiliência, perseverança e paixão do velho pescador. Assim, as histórias de ambos, Santiago menino, Santiago velho, me inspiraram a realizar o meu primeiro CD.

ACS: O projeto traz quinteto de cordas e acordeon. Por que essa formação? 

Fernando Ávila: A escolha dessa formação se deve, em partes, ao trabalho já supracitado de Toninho Ferragutti, intitulado “Nem Sol, Nem Lua”; à uma concepção estética e, sobretudo, idealista. Eu digo idealista porque tenho como um dos objetivos da minha vida mover forças para que o acordeon seja reconhecido no Brasil como um instrumento de concerto, que, assim como o violão, o piano e o violino, obtenha espaço dentro da academia e que seja ofertado no país um curso de nível superior em música com ênfase nesse instrumento, assim como acontece na Europa. O instrumento é versátil e possui uma grande gama de excelentes intérpretes e compositores no Brasil, não obstante, carece de um tratamento mais sério no que tange à formação. Gravar um CD com acordeon e quinteto de cordas é, além de uma simbiose de timbres e texturas, um desejo de mostrar que ele ressoa em simetria com os instrumentos concebidos como eruditos no imaginário social.

ACS: Como tem sido a experiência do financiamento coletivo? 

Fernando Ávila: Financiamento coletivo é uma alternativa para a atual conjuntura que vive o nosso País, em meio ao expressivo corte na área de cultura. Muitas pessoas ainda não conhecem a vaquinha virtual, algumas têm receio ou não sabem contribuir pela internet, mas creio que cada vez mais devem ser realizados projetos por esse meio. O financiamento é fadado ao fracasso se o proponente não tem uma rede de amigos ampla, pois é preciso atingir três níveis de público, são eles: os familiares e amigos próximos; os amigos e conhecidos; e os amigos dos amigos e conhecidos. O crowdfunding é um trabalho de agregar pessoas, uma labuta constante de divulgação, e para isso ser eficiente é preciso ser comunicativo. Estou contente por receber apoios de vários estados do Brasil e de países como Estados Unidos e França.

ACS: Quais os planos para depois do lançamento do CD?

Fernando Ávila: Além de buscar uma circulação para o CD e o espetáculo do mesmo, pretendo seguir meus estudos na área da educação musical e realizar um estudo contínuo e formal de composição, além de aprimorar meus conhecimentos no acordeon, mas na versão russa do mesmo, mais precisamente no bayan, que é um acordeon concebido para a música de concerto.

Antes mesmo de a estação mais fria chegar, os primeiros sintomas da gripe já se manifestavam, e o Ministério da Saúde iniciou a campanha de vacinação contra a Influenza. Os lotes de vacina foram liberados mais cedo, já que os primeiros casos da doença começaram a surgir em março.

Segundo dados do Ministério, desde o inicio de março até metade de junho, o País registou mais de 5 mil casos de gripe A, sendo que 886 pessoas já perderam a vida devido à doença. Na manhã de sexta-feira, 17 de junho, a Secretaria Estadual de Saúde atualizou o número de casos. Aqui no Estado, 135 pessoas foram vítimas fatais da gripe H1N1.

O João Gabbardo dos Reis, Secretário Estadual de Saúde, disse, em entrevista, que “a Influenza já teve o seu pico máximo, e agora que todas pessoas do grupo de risco já foram vacinadas, a tendência é que diminua o número de mortes”.

Um frasco de 5 ml, pode imunizar 10 pessoas.  Foto: Fernanda Gonçalves.
Um frasco de 5 ml, pode imunizar 10 pessoas. Foto: Fernanda Gonçalves.

Assim como em 2009, esse ano a campanha de vacinação contra a Gripe teve grande repercussão na mídia. Conforme destaca o Farmacêutico da Prefeitura de Restinga Sêca, Luciano Coimbra, “as pessoas acabam se vacinando, devido à grande exposição que a mídia faz, mas ela não é cem por cento eficaz”. Ele alerta que a prevenção é o melhor caminho, como procurar manter os ambientes arejados e ter uma boa higiene.

A campanha nacional de vacinação foi lançada ainda no mês de abril e se estendeu até o dia 20 de maio. Segundo a Coordenadora da Campanha de vacinação no munícipio de Restinga Sêca, Amanda Ceschini Rigue, “a procura pela vacina foi grande, a meta foi batida e sobraram cerca de 200 doses para o público em geral, aqueles que não eram do grupo de risco”.

Para a servidora da Farmácia Municipal de Restinga Sêca, Alana Curcino da Silva, neste ano ela teve que fazer a vacina por estar em contato com o grupo de risco em duas situações: tanto como funcionária da Saúde, como por ser gestante. Alana destaca que em outros anos não se vacinou e que não sentiu diferença, mas que sempre teve os cuidados necessários.

E para aqueles não conseguiram se vacinar, não há motivos para pânico. A Gripe H1N1 é tratável, e inclusive o tratamento é feito de graça pelo SUS – Sistema Único de Saúde.

Por Fernanda Gonçalves, na disciplina de Jornalismo Especializado I (1º semestre/2016).

 

O engajamento dos alunos: ocupar para fazer refletir. Foto: Pedro Corrêa.
O engajamento dos alunos: ocupar para fazer refletir. Foto: Pedro Corrêa.

As lutas estudantis foram intensas nos últimos meses, especialmente a mobilização dos alunos secundaristas, que ocuparam escolas no Rio de Janeiro, São Paulo e no Rio Grande do Sul. A força de luta da juventude na política não é de hoje, a maioria dos avanços sociais e políticos que a sociedade obteve foi por meio de luta, e muitas delas formaram-se dentro das universidades, com jovens que sonhavam em fazer revolução. O instinto de mudança e indignação é intrínseco à puberdade; é  nessa fase, que o ser humano define sua personalidade, forma o senso crítico e se sente impelido a debater assuntos que antes não chamavam tanta sua atenção, como por exemplo, a busca por melhores condições na educação.

Ao longo dos últimos três anos, a educação é a pauta de muitos protestos e mobilizações que tomaram as ruas de todo o país. Em junho e julho de 2013, milhares de pessoas protestaram contra o aumento de R$ 0,20 centavos nas passagens de ônibus em todo o Brasil. Os protestos daquela época ganharam força e mais pautas como mais educação, saúde e segurança. Desde 2013, os objetivos das manifestações ficaram mais específicos. As lutas ficaram segmentadas em nichos, como aqueles que pedem igualdade de direitos LGBT, Movimento Sem Terra (MST), Movimento Feminista e, agora, ao longo do primeiro semestre do ano, secundaristas ocuparam escolas e pressionam os governos estaduais por melhores condições na educação pública.

Conforme a jornalista e cientista social Gabriela Machado, de São Sepé,o apoio dos estudantes é fundamental para o êxito dos professores gaúchos que estão em greve e em constante luta por condições dignas de trabalho e salário. “Os alunos irem para a escolas, ficarem neste ambiente mostra que eles se sentem parte dela, que eles estão inseridos de fato no colégio e querem melhorias”, comenta. A cientista observa que, na história recente do Brasil, não houve um outro momento de apoio tão forte por parte dos alunos e da comunidade escolar em geral às lutas dos professores como houve esse ano. “Os estudantes gaúchos seguiram o exemplo dos jovens paulistas e cariocas, ocupam as escolas, querem mudança e mostram-se insatisfeitos com o atual. Além de ajudar os professores, essa luta fomenta o senso crítico dos secundaristas, promove o debate acerca da educação e também sobre outros assuntos como feminismo, igualdade de gênero, por exemplo, que são pautas que estão inseridas dentro da educação”, pondera.

Alunos e professores lutam juntos

As reivindicações que eram restritas aos professores e funcionários das escolas, desta vez, ganharam o apoio dos alunos. Para a diretora do Colégio Estadual São Sepé (CESS), que foi ocupado por eles, Sofia Corrêa, ter o apoio estudantil junto com o movimento dos professores reforçou a luta e fez com que a greve e o movimento ganhasse força. “Quando fui informada de que os alunos ocupariam a nossa escola eu fiquei feliz, pois esse espaço é deles”, disse. Embora Sofia e a maioria dos professores apoiem as ocupações, a sociedade e os órgãos públicos ainda resistem aos movimentos. “Quando comunicamos a 8ª CRE das ocupações, eles perguntaram se queríamos o apoio da polícia aqui, eu disse que não, pois os nossos alunos estavam ocupando um espaço que era deles e lutando por uma educação de qualidade para todos e melhorias na nossa escola, como a rede elétrica, por exemplo”, salientou.

A questão da rede elétrica, mencionada por Sofia, foi resolvida na quarta-feira, 29 de junho. A Deputada Estadual, Juliana Brizola, disponibilizou cerca de R$ 117.000,00 para o Colégio Estadual São Sepé reformar a rede elétrica, que, segundo os alunos e professores, está em péssimas condições, pois é muito antiga. A diretora da escola comemora a vitória dos alunos que, com educação, força e bom senso, conseguiram melhorias para o prédio.

Juliana Brizola também conseguiu R$ 120.000,00 para a Escola Estadual Francisco Brochado da Rocha, o CIEP, de São Sepé, que também esteve ocupada por aluno em maio deste ano. O dinheiro da verba será usado para reforma de banheiros, que segundo a diretora Cristina Machado chegaram a ser interditados, devido às más condições que se encontravam.

Segundo a estudante Eduarda Rodrigues, de 16 anos, do Colégio Estadual São Sepé, essas conquistas são muito importantes, pois mostram que as lutas dos estudantes não foram em vão e parte de suas reivindicações já foram conquistadas. Porém a estudante, que sonha ser professora de Língua Portuguesa, ressalta, que ainda tem muita coisa para se conquistar, como a quadra coberta, refeitório e melhores condições na merenda escolar.

Segundo informações do Governo do Rio Grande do Sul o custo por aluno, que fica apenas um turno na escola, é de R$ 0,30 centavos, para os estudantes que ficam o dia inteiro, são disponibilizados R$ 1,75, por aluno para merenda escolar.  Esse valor é questionado pelos estudantes. Entretanto, o Governo alega que não tem dinheiro para aumentar a verba destinada a merenda, mas que entende as dificuldades.

O apoio dos pais e as responsabilidades 

A maioria dos secundaristas eram menores de idade, logo, a preocupação dos pais, professores e órgãos públicos é maior. A diretora do CESS nos contou que apostou no diálogo com os estudantes como saída para eventuais problemas. “A conversa com eles foi fundamental para o êxito da ocupação, eles queriam que a coordenadora da educação viesse até aqui discutir as carências da escola, como as instalações elétricas que são muito antigas, a quadra de esportes que não é coberta, quando chove impede que os alunos façam educação física. Os alunos então, ocuparam a escola e pressionaram para que ela viesse até aqui. Fizeram um ofício e ela compareceu. Mas durante a ocupação eles discutiram educação, e também, pautas sociais, como feminismo, arte, música e os problemas raciais”, expõe.

No Colégio São Sepé, os pais iam até a escola e discutiam juntos com os alunos e professores os rumos da ocupação, e para os responsáveis pelos secundaristas foi importante esse momento, pois além de ratificar a luta, a presença deles serviu como incentivo e aula de democracia. “É preciso que a gente apoie, a educação quem faz é a gente, todos nós somos responsáveis por ela, pagamos impostos e temos que exigir que o Estado faça a sua parte, educação digna é uma delas, não podemos ficar na inércia e não lutar”, comenta Claudia Rodrigues, mãe da aluna Eduarda Rodrigues, uma das organizadoras do movimento. Claudia disse que sente na pele as lutas dos professores; ela também é funcionária pública estadual e não recebe aumento há algum tempo. “Essa causa também é nossa, é da Duda, ela também quer entrar na área da educação e infelizmente o estado não colabora e precisamos de medidas extremas para sermos ouvidos, a greve é uma delas”, observa.

Além do apoio dos pais, é preciso união dos estudantes para que a luta ganhe força e não perca o foco. Desde os tempos de chumbo da ditadura militar, a união foi peça chave para derrubar e pressionar as mudanças, e as ruas foram os espaços para que as vozes ecoassem e os movimentos fossem vistos.

Embora parte da sociedade julgue negativamente as mobilizações dos professores e alunos, engajar-se no movimento é fundamental para que as mudanças aconteçam e a voz seja escutada. “Ter o apoio dos alunos nesta luta foi fundamental para que tivéssemos força, e ver os pais juntos com seus filhos nos deu ânimo para que seguíssemos em frente”, comenta a professora Adriana Aires, do CESS.

A visão Jurídica

Segundo o advogado Cloves Becker, de Santa Maria, é preciso que os pais e os professores tenham consciência de que a maioria dos estudantes são menores de idade.   “A Lei número 8.069, de 13 de julho de 1990, deixa que, considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade” — salienta.

O jovem menor de idade é amparado por lei, por isso, é preciso que os pais ou responsáveis por este menor estejam cientes de suas responsabilidades com o adolescente. Conforme o advogado, a escola é responsável pelo aluno em período escolar, ou seja, enquanto ela está aberta para receber o estudante. No caso de o aluno permanecer nos espaços do educandário fora desse período, este jovem vem a ser responsabilidade não só da escola, como também, do Ministério Público. “É preciso que os responsáveis estejam cientes de suas responsabilidades, a mobilização, toda ela é bem-vinda, pois pressiona e quebra paradigmas, mas é necessário que os responsáveis acompanhem, incentivem e fiquem atentos ao que acontece com os jovens”, finaliza.

A visão da Brigada Militar

A ocupação das escolas em São Sepé teve o olhar atento e o apoio da Brigada Militar da Cidade. Segundo o Comandante da Brigada Militar de São Sepé, Capitão Alexandre Pires Lacerda, a Brigada apoia todos os movimentos populares, com fins lícitos, de reivindicações de direitos, desde que o direito a manifestação seja exercido dentro dos preceitos constitucionais, de maneira pacífica e ordeira. “A Corporação atua sempre junto às manifestações, para garantir o direito dos manifestantes e dos demais cidadãos, simpáticos ou não a causa, zelando pela segurança dos eventos e pelo respeito aos direitos humanos e garantias constitucionais”, explica o capitão Lacerda.

Como os alunos que participaram das ocupações são menores de idade, a atenção da Brigada Militar com o caso foi redobrada. “Em caso de conflitos a BM prima sempre pelo diálogo entre as partes para que se possa encontrar a melhor solução para o conflito”, afirma o capitão. Durante as ocupações que ocorreram nas escolas de São Sopé, nenhuma ocorrência de desordem nas reivindicações foi registrada.

Reportagem: Laíz Lacerda e Pedro Corrêa, acadêmicos da disciplina de Jornalismo Especializado III, do Curso de Jornalismo da Unifra.

O Vestibular de Inverno 2016 do Centro Universitário Franciscano é hoje. A novidade deste ano para os 2.865 candidatos, que fazem prova no Conjunto III, é o aplicativo Guia do Vestibulando. Ele está disponível nas plataformas Windows, Android e IOS.

A prova tem 65 questões de múltipla escolha. A Unifra oferta 440 vagas em dez cursos. O mais concorrido é Medicina, com 49,8 candidatos por vaga. O listão dos aprovados será divulgado nesta sexta, 8 de julho, às 15h, no hall do prédio 15 do Conjunto III (Rua Duque de Caxias, 789, Bairro Rosário). Às 16h, a lista dos aprovados estará disponível no site da Instituição. As vagas remanescentes serão publicadas no edital do Extravestibular no dia 11 de julho.

Observatório da mídia CS-02

A liberdade de pensamento e expressão está em risco no Brasil. O momento é favorável para o incentivo à liberdade de informação, para que haja resposta massiva da sociedade, mesmo que no médio ou longo prazo.

Desde 2015, um Projeto de Lei de autoria da deputada Soraya Santos (PMDB-RJ), tramita na Câmara dos Deputados e prevê aumento das penas para crimes contra a honra na internet. Assim, quem falar mal de políticos na rede poderá passar até seis anos preso em regime fechado. O projeto altera o marco civil da internet, segundo o qual dados de usuários só são acessados com ordem judicial. Isso tudo deixa o internauta muito mais exposto e, consequentemente, mais calado. No silêncio, moram muitos problemas, pois uma calma aparente pode esconder situações como as desvendadas atualmente pela maior operação de investigação da corrupção que já tivemos o Brasil, a Lava Jato. Assim como um fenômeno da natureza, que só existe se alguém testemunhar, também a corrupção só existirá se esses atos forem desnaturalizados e problematizados como tais.

Além de projetos como o da deputada Soraya, temos agora medidas que concorrem para o enfraquecimento da comunicação pública no País. São sintomáticas a tentativa de substituir o diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Ricardo Melo, o fim sumário de contratos com jornalistas e os rumores sobre possível extinção da EBC. Conforme enfatizou Melo, em entrevista ao Comunique-se, a Empresa tem reunido as demandas de diversos grupos sociais. “Onde o índio, o coletivo de mulheres, os LGBTs, o movimento sem teto e outros teriam espaço?” – questiona. Nesse contexto, é importante que se fortaleça a rede de jornalismo independente. Nela, profissionais prontos para uma atuação consciente e incansável em prol do livre acesso a tudo aquilo que é de interesse público trabalham quase sempre em forma de coletivos.

O silenciamento pode ser tão ou mais prejudicial do que uma informação errada, pois, para esta, haverá certamente alguém em algum lugar para desmentir. Para o silêncio, a solução pode vir muito mais tarde, tarde demais às vezes. Ou pode sequer existir. Assim, iniciativas como a Agência Pública, coletivo dedicado ao jornalismo investigativo, são possibilidades de acesso a diferentes perspectivas de um mesmo acontecimento, ou de acesso a certos acontecimentos que não estão e não estarão na grande mídia. O mapa do jornalismo independente, montado pela Pública, está disponível online. Bom para salvar nos favoritos. Bom para compartilhar. Mas, sobretudo, bom para ler o Brasil e o mundo por uma ótica diferente a cada dia. Porque, se os jornalistas veem a realidade por meio dos óculos de que falou Pierre Bourdieu, pelo menos podem mudar os modelos, o grau das lentes, e os ângulos a partir dos quais eles os vestem e contam nossas histórias cotidianas. Quem ganha é o público, a opinião pública, a cidadania.

A luta por educação está em pauta em todo o Brasil. Em abril e maio deste ano, os estudantes paulistas e cariocas ocuparam escolas pedindo melhorias na educação e na estrutura dos colégios. Os movimentos estudantis tiveram repercussão na mídia e chegaram ao Rio Grande do Sul. Segundo a Secretaria de Educação, mais de 100 escolas estão ocupadas no Estado. Conforme informações da 8ª Coordenadoria de Ensino do Rio Grande do Sul, a 8ª CRE, em Santa Maria, há seis escolas ocupadas.

O repórter Pedro Corrêa foi a São Sepé conversar com estudantes que ocupam o Colégio Estadual São Sepé.

Produção e direção: Pedro Corrêa
Edição: Pedro Henrique Lucca, Pedro Corrêa e Tamires Rosa