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Willian Miranda

Willian Miranda

O Laboratório de Pesquisa da Unifra realizou na segunda-feira a IX Jornada Científica do jornalismo, onde os alunos puderam explanar, argumentar e expor seus trabalhos finais de graduação em andamento, nas diversas várias áreas do jornalismo e da comunicação A jornada foi dividida em mesas temáticas, como: Estudos do Jornalismo, Discursividades jornalísticas e produção de sentido, Campo do jornalismo e suas relações e Estudos de Recepção.

Pesquisadora estuda a web desde 2001. Foto: Natalia Sosa

O evento contou ainda com a convidada palestrante, professora Dra. Liliane Brignol Dutra- Programa de Pós Graduação em Comunicação e Processos Sócios-Culturais-UFSM. Com o tema: “Metodologias para a Internet”, a pesquisadora comentou sobre diferentes abordagens e técnicas de pesquisa e o amadurecimento dos estudos nessa área.

Outros pontos como, a simultaneidade, a adaptação metodológica e inovação na construção coletiva do conhecimento num meio tão complexo e rico quanto a internet, foram levantados no encontro. “A internet pode ser objeto de pesquisa, ambiente de pesquisa e instrumento de pesquisa”, comenta.

Liliane enfatizou, no bate-papo, formas variadas de se estudar a web: “A simultaneidade de estudar o Twitter no uso do jornalismo, a relação entre prática e análise, abordagens teóricas e relação com distintas áreas do conhecimento, as possibilidades de pesquisa qualitativa e quantitativa entre tantas outras”.

A Jornada Científica do Curso de Jornalismo é um evento promovido pelo Lapec, o laboratório do cursodirecionado para produção científica na área de comunicação. Aprofundar, estimular e fomentar a discussão do campo são alguns dos objetivos do Laboratório, que trabalha em conjunto com o curso de Publicidade e Propaganda da instituição, na troca de pesquisa e produções colaborativas.

 

 

Basílio Rota. Foto: Karoline Flores

O Centro Universitário Franciscano recebeu na terça-feira o editor-chefe do Globo Esporte RBS TV, Basílio Rota, para uma palestra sobre os desafios do telejornalismo, da construção das reportagens ao futuro da televisão aberta.

Basílio trouxe dados de  estudos que avaliaram a melhor forma de disseminação da informação, perfis de consumidores e público alvo do programa Globo Esporte e as estratégias usadas para atingir a audiência. Mapeando a produção jornalística afirmou que mesmo, a priori, jornalismo e o entretenimento sendo considerados opostos, na editoria de esportes, é possível dar conta de ambos. “O futebol consegue fazer a mediação entre os dois, modificando e fortalecendo a principal característica da televisão, a emoção”, elucidou.

Com o exemplo do vídeo abaixo, Basílio destacou a importância de se avaliar o que permanece sendo interesse jornalístico  após um tempo transcorrido dos eventos esportivos, como um jogo de futebol. “Na segunda, ao meio dia, todo mundo já viu os gols do final de semana, a reportagem tem de ser diferente, tem que ter emoção, é a principal característica do nosso produto. E a emoção não tem como ficar de fora do futebol. Com a chegada da internet, devemos potencializar nossas produções ao máximo, mostrar de um ângulo diferente, contar as mesmas histórias, mas de maneira diferente.”

[youtube_sc url=”http://www.youtube.com/watch?v=saHGVi2GKdQ”]

Reportagens documentais, com auxílio de recursos do cinema para a montagem (com início, meio e fim) e destaque de um ou mais personagens são estratégias para tornar um assunto mais atraente.

O futuro do jornalismo na TV Aberta – O mercado televisivo ainda é expressivo no Brasil, conforme dados de pesquisas que destacam um consumo nacional de quase 6 horas diárias por brasileiro, a frente de países como EUA e Itália.

  1. Brasil: 5,6 horas por dia
  2. EUA: 4, 4 horas por dia
  3. Itália: 4,2 horas por dia

Além disso, entre os meios, a TV aberta predomina entre os mais comuns dentro das casas dos brasileiros , com quase 100% dos lares, conforme lista a seguir:

  1. TV aberta: 98%
  2. Rádio: 82%
  3. Jornal: 75%
  4. Internet: 56%

Segundo o editor, isso faz com que, apesar da força da Internet e das redes sociais, a televisão e sua programação continuem sendo os agendadores dos assuntos cotidianos. “A televisão faz com que as pessoas tenham uma pauta em comum, um assunto com que possam compartilhar informações, por isso que vai perpetuar por vários anos”, completa Basílio Rota.

Vem aí: 5º Prêmio de Jornalismo Ambiental

A Universidade Comunitária da Região de Chapecó, em conjunto com a Caixa Econômica Federal e Governo Federal, abriu inscrição para o 5º Prêmio Unochapecó/Caixa de Jornalismo Ambiental 2013.  Neste ano, o concurso tem o tema: “Energia Limpa e Sustentabilidade Ambiental”, com o objetivo de debater a criação de uma cultura de consumo responsável e produção de energia limpa e renovável, considerando os seguintes enfoques para as reportagens:

  1. Experiências e iniciativas já consolidadas em produção, geração e distribuição de energia limpa;
  2. Eventos, congressos, fóruns e debates;
  3. Denúncias e abordagens investigativas/críticas sobre situações adversas à produção de energia limpa, as quais colocam em risco a sustentabilidade.

Os segmentos de produção jornalística serão Impresso, Tv, Rádio e Internet (sites e blogs jornalísticos), e poderão se inscrever jornalistas profissionais e estudantes. Jornalista(s) profissional (is) poderá inscrever reportagem que tenha sido publicada por veículo de comunicação de Santa Catarina, Paraná ou Rio Grande do Sul, no período de 1º de Janeiro de 2012 a 30 de Setembro de 2013, assim como, estudantes que tenham produzidos reportagens em disciplinas ou publicadas em jornais- laboratório no mesmo período.

As inscrições vão até o dia 30 de Setembro de 2013 e o candidato deverá preencher o formulário de inscrição e enviar a documentação necessária e o arquivo da reportagem, conforme exigência do edital, pelo site: http://www.unochapeco.edu.br//premiojornalismoambiental.

A premiação total do concurso é de R$ 10 mil, divididos em cada segmento, sendo que na categoria profissional, a premiação é de R$1.500,00 para cada vencedor. E na categoria estudante a premiação é de R$ 1.000,00. O vencedor receberá certificado e terá sua matéria publicada no site do concurso.

1º Prêmio Universitário de Jornalismo da Unifra

Nos dias 27 e 28 de Junho próximo estarão abertas as inscrições do 1º Prêmio Universitário de Jornalismo da Unifra.

O objetivo é incentivar, avaliar e valorizar a produção acadêmica do curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano.

O prêmio terá 17 modalidade  distribuídas em nove categorias, como: Impresso, Televisão, Cinema, Rádio, Fotografia, Assessoria de Imprensa, Digital, Pesquisa e Produções Diversas.

As inscrições poderão ser feitas na Sala do Lapec – Laboratório de Pesquisa em Comunicação, situado no 4° andar do prédio 14, conjunto III, situado na rua:Silva Jardim, 1175, nos horários das 9h às 11h 30mim, e das 14h às 18h.

A inscrição pode ser feita de forma presencial pelo próprio aluno ou por algum integrante do grupo que produziu o trabalho. Alunos poderão inscrever um trabalho em cada uma das modalidades.

Para consultar o regulamento e formulário de inscrição é só acessar o site do prêmio.http://centralsul.org/premiojornalismo/#.

Confira aqui as categorias e modalidades:

Impresso:

  • 1. Reportagem
  • 2. Crônica
  • 3. Artigo
  • 4. Diagramação

Cinema:

  • 1. Documentário
  • 2. Curta- Metragem

Rádio:

  • 1. Programa Jornalístico
  • 2. Reportagem Jornalística

Fotografia:

  • 1. Fotografia Jornalística
  • 2. Fotografia Livre

Digital:

  • 1. Reportagem

Assessoria de Imprensa:

  • 1. Planejamento de comunicação

Pesquisa:

  • 1. Artigo Científico
  • 2. Monografia

Produções Diversas:

  • 1. Produção Experimental em qualquer veiculo e/ou formato

 

O Centro Universitário Franciscano está com as inscrições abertas para o vestibular de inverno. As inscrições podem ser feita até o dia 24 de junho e a prova única será feita no dia 2 de Julho.

A prova constitui-se com 60 questões de múltipla escolha e uma redação, com caráter eliminatório. O conteúdo exigido contempla matérias comuns de ensino médio como, língua portuguesa, literatura brasileira, língua estrangeira (espanhola ou inglesa), biologia, física, geografia, história, matemática e química, e o candidato terá quatro horas para realização.

As inscrições podem ser feitas pelo site da Unifra, http://www.unifra.br/vestibular/2013/inverno/, onde o candidato preenche formulário de inscrição. No mesmo endereço estão disponíveis o manual do candidato, o edital e questões de provas anteriores para a consulta. A lista dos aprovados será divulgada no dia cinco de Julho.

A Unifra disponibiliza 440 vagas, distribuídas nos cursos de Administração 40vagas/noturno, Ciências Contábeis 40vagas/noturno, Direito 40vagas/manhã e 40vagas/noite, Enfermagem 40vagas/integral, Fisioterapia 40vagas/diurno, Jornalismo 40vagas/noturno, Odontologia 40vagas/integral, Psicologia 40vagas/diurno, Publicidade e Propaganda 40vagas/manhã e Sistemas de Informação 40vagas/noturno.

 

Nilson Vargas e Silvana Silva. Foto: Rodrigo Ledel

Encerrando o Seminário Desafios do Jornalismo, o Centro Universitário Franciscano recebeu na noite de ontem, o editor chefe de Zero Hora, Nilson Vargas, a editora de geral do Diário de Santa Maria, Carolina Carvalho, e a Coordenadora de Produção, Silvana Silva, para o debate sobre as coberturas dos dois jornais no caso da boate Kiss.

Nilson Vargas começou demonstrando, através de um vídeo, a agitação dentro da redação num dia em que o planejamento é atropelado pelo factual. O exemplo usado foi o da Operação Concutare que trouxe a público fraudes ambientais e pagamentos de propina para liberação de autorizações.

O vídeo mostrou desde as primeiras horas da cobertura da operação, às coletivas e as estratégias tomadas para apuração das informações, os debates sobre capa, espaço, relevância e como essas informações são publicadas nas redes sociais e no site do jornal. Para ele,  as dinâmicas envolvem dois fatores que vem transformando o trabalho jornalístico: o grande fluxo de modificações que sofre o jornal a partir da internet e como as redes sociais interferem no dia de uma redação.

Editor Chefe de Zero hora, Nilson Vargas. Foto: Rodrigo Ledel

O editor continuou sua apresentação relatando como foi o trabalho  no dia 27 de janeiro. As perguntas tinham como temas, a dor pública, a interpretação do fato, cenas fortes justificadas e a até que ponto a solidariedade e sentimentos subjetivos são manchetes.

Os palestrantes esclareceram como os dois jornais lidaram com esses fatores  através de capas, fotos, estratégias de cobertura e feed back dos leitores e familiares sobre o que estava sendo feito. Carolina Carvalho lembra que “fizemos uma ação com informações vindas dos familiares. Eram textos, fotos, poemas, enfim,  manifestações que poderiam ser enviadas para o jornal para publicarmos. Foram publicadas 157 texto” .

Eles concordaram que trabalhar dentro do caos que se estendeu por vários dias  implicou numa “bagunça”  emocional, pessoal e coletiva, dentro da redação. Silvana disse ter havido confusão nos horários e  que fizeram muitas reuniões para tentar encontrar o caminho mais certo para fazer essa cobertura. Entre tantos movimentos e reuniões perceberam que, “dentro daquela bagunça existia um certo planejamento”, afirmou a coordenadora, dizendo também ter ficado evidente que a sensibilidade para fazer a cobertura  da tragédia teria que ser muito grande, pois o jornalista também é humano e teria que controlar o emocional.

 

Seminário fala sobre o desafio de fazer jornalismo em tragédias. Foto: Lucas Schneider

Na noite de ontem,  numa parceria entre o curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano e  a RBS TV, discutiu-se a  cobertura jornalística em televisão da tragédia da boate Kiss. No local, além de professores, alunos e funcionários da Unifra.

O evento contou com a presença do Coordenador da RBS Santa Maria, Luís Eduardo da Silva, da repórter e editora do RBS Notícia de Santa Maria, Juliana Motta e com o coordenador da Rede e de todas as equipes da RBS TV do interior, Norton Kappel.

O assunto foi marcado com relatos dos palestrantes acerca dos bastidores da tragédia.  Norton que esteve em Santa Maria na semana do acontecimento, intitulou como a maior cobertura e a mais impactante do jornalismo gaúcho.  A cobertura teve 50 profissionais da RBS TV do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e, ainda, com 20 profissionais da Rede Globo.

Norton Kappel. Foto: Lucas Schneider

Norton falou sobre a dificuldade de administrar tantas pessoas dentro de um caos, e entende que senão fosse à ética e confiança no trabalho de suas equipes não teria conseguido, “esses pontos são essenciais para uma equipe de televisão.” afirma.

Juliana Motta esteve presente em quase todas as inserções da RBS e, em 15 programas da TV Globo. Relatou como foram as primeiras horas de cobertura, dizendo que por mais que já estivesse passado por algumas situações extremas, nada foi e pode ser comparado com a tragédia. Quando se defrontou com aquela situação não teve reação por, no mínimo, dez minutos e só depois conseguiu pensar em começar a trabalhar. “Fomos atropelados pelo factual”, comenta a repórter.

A palestra teve ainda, muitas perguntas dos ouvintes e de internautas que acompanhavam a cobertura pelo site da Agência Central Sul, sobre credibilidade, assistência psicológica, espaço, tempo e sensacionalismo na televisão.

A palestra faz parte do seminário Desafio do Jornalismo que hoje à noite  vai debater o jornalismo impresso, com a presença do editor chefe de Zero Hora, Nilson Vargas. O evento acontece a partir das 19 horas, no prédio 16, na sala de videoconferência.

Jorge Melguizo e Roberto Gómez de la Iglesia. Foto: Guilherme Benaduce

A comprovação de que crises podem convergir em soluções criativas foi o tema do painel que o Centro Universitário Franciscano promoveu na noite de ontem,02, no salão de atos do conjunto I da instituição e, também, da reunião de trabalho da manhã de hoje que aconteceu na sala do Conselho Universitário e reuniu representantes de diversos setores, público e privado, da cidade de Santa Maria, de São Vicente e de São Francisco de Assis.

O painel que iniciou às 19h de ontem, e se estendeu até as 22:30,  teve como painelistas o jornalista Jorge Melguizo da cidade de Medellín- Colômbia e o professor Roberto Gómez de la Iglesia, da cidade de Bilbao-Espanha, sendo mediado pelo repórter Daniel Scola da rádio Gaúcha e RBS, que apoiou o evento.

Roberto Gómez  é economista e diretor da C2+i, empresa que presta consultoria cultural, deu início ao diálogo explanando sobre a constante mudança que a sociedade enfrenta em todos os seus setores. Para ele, as cidades necessitam encontrar  elementos de sua identidade para modificar sua condição. “Cada cidade tem sua identidade, seja ela no setor de inovação, sustentabilidade ou convivência. Bilbao não pode ser exemplo para os outros, mas sim, ser visto como experiência”, afirmou. A cidade enfrentou problemas estruturais e a crise econômica  na década de 80 e o diferencial, segundo ele, foi ver na dificuldade uma oportunidade para o crescimento e desenvolvimento, tornando-se uma referência mundial.  Ele salientou políticas de base que iniciam uma modificação como, promoção econômica, aprendizagem e inovação, marketing e, claro, cultura, dizendo que só a partir destas bases se pode pensar em regeneração, modernização, transformação econômica e projeção no exterior. “A cultura é a base da concepção de valores. E valores culturais são as bases para os valores econômicos.”

Já o jornalista e gestor cultural, Jorge Melguizo  apresentou problemas críticos da sua cidade, Medellín, e as soluções para enfrentá-los. A cidade apontada como uma das mais violentas do mundo, hoje tem índices muito abaixo da violência imposta pelos carteis de drogas na década de 90.  Criticando a cultura da troca de favores e privilégios políticos, ressaltou que ela implica na escassez de recursos e na limitação da prática cultural.

Baseado em três fatores, a realidade foi modificada e, ainda hoje, são as definições de Medellín: a inclusão, o capital e a oportunidade. Com investimentos de 5% do PIB da cidade em cultura, lazer, segurança, projetos sociais e educativos, os níveis de criminalidade diminuíram, “insegurança não é o contrário de segurança, e tão pouco se combate insegurança colocando mais policiais, mas sim construindo a convivência entre a sociedade. E se constrói convivência com este tipo de projeto públicos”, afirmou.

O jornalista ainda falou que o setor público, o setor privado e a comunidade devem trabalhar coletivamente  para solucionar problemas públicos. E devem se integrar para achar uma causa, um foco comum. “ Os problemas são multidimensionais, não queiramos nós que as soluções sejam dimensionais. Devemos parar de pensar que o problema da educação é só do setor da educação separadamente. E sim fazer interagir vários setor públicos e privado e, o mais importante, a sociedade, ou seja, coletivamente.”

Com muito humor durante e depois de cada palestra, os palestrantes ainda responderam perguntas da plateia e de alunos que enviaram via Facebook, como questões de segurança, prioridades e capital para essas mudanças e cada uma deixou sua opinião sobre o que pode ser iniciado na cidade de Santa Maria. Roberto, afirma que: “devemos pergunta, se queremos respostas criativas, devemos perguntar criativamente.”, Jorge disse que “ escutar, escutar pessoas dos bairros, pessoas do centro, sempre escutar, e a partir dito, atuar.”
Representantes de diversos setores de Santa Maria estiveram reunidos na manhã de hoje na Unifra. Foto: Mark Braunstein

Cidades para pessoas

As questões debatidas no painel foram retomadas na manhã de hoje,03, durante a reunião de trabalho  presidida pela reitora da Unifra, Irmã Irani Rupolo, e coordenada pelo professor Abdon Barreto Filho. Com a proposta de uma escuta coletiva, os presentes questionaram os palestrantes sobre os processos que conduziram às transformações nas duas cidades.
Ambos salientaram que cada cidade é única, assim como as estratégias encontradas para resolver seus problemas. No entanto, segundo eles, as transformações só acontecem se a construção  for coletiva e cidadã, ainda que constituir cidades coletivamente inovadoras seja mais difícil.
Tendo como foco a noção de que é necessário construir “cidades para pessoas”, os palestrantes salientaram ser necessário saber para onde se vai numa administração pública, onde se quer chegar, ouvir todos os setores questionando o que falta e quem falta, ouvir principalmente os críticos, porque estes além de terem boas ideias, têm também grande parte de razão – ” só se constrói quando se conversa e quando se ouve o que não se quer escutar”, enfatiza Roberto Gomez . Também salientaram a necessidade de focar na educação transformadora, lembrando que elas passa por caminhos pouco tradicionais, a necessidade de saber conduzir o processo de trabalho entre diferentes, reconhecendo competência distintas e especificidades.
Sobre Santa Maria, os  palestrantes salientaram a possibilidade da cidade vir a funcionar como um grande laboratório urbano de referência capaz de projetar o futuro. Cabe ao trabalho coletivo entre poder público, privado, universidades e comunidade definirem que referência será essa, coisa que só o diálogo assegurado pode responder.

 

Jorge Melguizo(esq), Irmã Irani Rupolo,Roberto G. de la Iglesia. Fotos: Guilherme Benaduce.

Na manhã desta quinta feira, no gabinete da reitoria do Centro Universitário Franciscano, foram recebidos  o jornalista Jorge Melguizo da cidade de Medellín- Colômbia, e professor Roberto Gómez de la Iglesia de Bilbao-Espanha,  palestrantes dessa noite no painel sobre Transformação Criativa. Antes de conhecerem as dependências da IES, eles conversaram com a reitoria e as equipes de jornalismo da instituição sobre suas experiências e problematizando as questões das transformações da vida urbana, debate que será ampliado na noite de hoje. As duas cidades são referência nas modificações em aspectos culturais, sociais, econômico e de inovação.

Medellín, em 2002 era conhecida como a cidade mais violenta do mundo com a taxa de homicídios de 183,3 por 100.000 habitantes. Em 2005 esses níveis baixaram para 33,2, menor  do que a média nacional daquele país. Essa modificação se deve ao trabalho coletivo que engloba o poder privado, público e universitário. Como comenta Jorge Melguizo, “essas alterações têm três pontos: a integridade urbana, projetos culturais e participação da sociedade.” No ano passado, a cidade recebeu a 5º Conferência das Cidades Criativas, a primeira a acontecer na América Latina.

Já em  Bilbao a crise econômica que ocorreu na década de 80 aumentou para 31% as taxas de desempregos na cidade, além de fenômenos de desertificação e degradação por efeitos climáticos.  Os projetos de transformação na cidade começaram com a ascensão do comércio e também manifestações festivas populares e movimentos associativos e culturais. O professor Roberto de la Iglesia afirma que com a descentralização das lideranças e a reunião das entidades públicas e privadas em conversas coletivas se constrói um foco e se chega a sua essência da cidadania. “Essa é a partida para construir, com esses elementos fundamentais. Uma sociedade inovadora assume riscos”, diz ele, ressaltando que o erro faz parte dos processos de gestão e é base para a reformulação de propostas.

O Painel acontece hoje a partir dás 19h, no salão de atos do Conjunto I da Unifra. O evento terá como mediador o jornalista Daniel Scola,do grupo RBS, e pretende promover novas e criativas perspectivas para a cidade de Santa Maria e Região, sejam elas na cultura, na sociedade, educação e desenvolvimento da cidade.

O Centro Universitário Franciscano convida professores e funcionários para o painel “Cultura e Transformação Criativa nas Cidades”, que acontecerá nos dia 02 de maio, às 19 horas no salão de Atos do Conjunto I da instituição. No evento estarão presentes os palestrantes internacionais Jorge Melguizo (Colômbia) e Roberto Gómez de la Iglesia (Bilbao – Espanha).Com o apoio do grupo RBS, o evento terá como mediador o jornalista Daniel Scola.

O evento pretende promover novas e criativas perspectivas para Santa Maria e Região, sejam elas na cultura, educação e desenvolvimento da sociedade.

Os professores e funcionários devem confirmar retirando uma senha que estará disponível na recepção do prédio 07, ou na sala do Administrativo do Conjunto III, prédio 13, com Adriano e/ou Verônica.

Para os alunos dos cursos de Ciências Econômicas, Administração, Turismo e Jornalismo será realizada uma videoconferência, no conjunto III, acompanhada por professores das disciplinas de 5º, 6º e 7º semestre, a senha será entregue pelo professor responsável no dia do evento. Também serão disponibilizados convites para os cursos de Publicidade e Propaganda, Design e Arquitetura e Urbanismo, sendo estes cursos diurnos, as senhas estarão a partir de segunda-feira com as devidas coordenadoras.

Conheça os palestrantes:

Jorge Melguizo (Medellin, Colômbia)
Jornalista, comunicador social e gestor cultural da cidade de Medellín Colômbia. Foi também Secretário de Desenvolvimento Social de Medellín, onde contribui para diminuição da violência urbana fundamentando seu trabalho em ações criativas voltadas a educação pública e cultura. Mobilizador público, Melguizo organizou um movimento cívico composto por pessoas advindas de ONGs, da sociedade civil, de organizações comunitárias, de universidade e de empresas privadas, o qual recuperou a autoestima da cidade e a identificação do povo com o poder público. Hoje Medellin é sinônimo de transformação, transparência, educação, cultura e otimismo. Em seus depoimentos, Melguizo afirma: “Nossa ideia criativa nessa nova Medellin é acreditar afinal, Somos la generación que nació sin miedo!

 

Roberto Gómez de la Iglesia (Bilbao, Espanha)
Nascido em Burgos, na Espanha. É diretor da c2+i, empresa especializada em Cultura, Comunicação e Inovação. Foi sócio-fundador e CEO da Xabide (1984). Dirigiu, entre 2004 e 2009, o projeto Divergentes y Disonancias, plataforma de relacionamento entre artistas e empresas para a busca de inovação colaborativa, reconhecida pela União Europeia como uma das melhores práticas de criatividade e inovação na Europa. Foi promotor da rede internacional Artsactive. Dirige, atualmente, o projeto Conexões Improváveis, que é parte do projeto europeu Creative Clash e promove a interação entre artes e pensamento para a transformação de organizações pela ótica da responsabilidade social e da inovação.