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Pandemia muda hábitos alimentares da população

Quem acha que o confinamento afetou apenas o psicológico da população, está enganado, a reclusão trouxe problemas tantos físicos quanto mentais. Segundo a pesquisa online da Diet & Health under COVID-19,  durante o isolamento, 52% do povo brasileiro

Alimentos “zero açúcar”: uma conta que não fecha

  A necessidade de fazer dieta, a busca por uma alimentação equilibrada e o descobrimento de doenças são alguns dos fatores que levam as pessoas a inserir alimentos naturais e zero açúcar em suas refeições. Embora

Alimentação vegana e a suplementação de vitamina B12

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Quem acha que o confinamento afetou apenas o psicológico da população, está enganado, a reclusão trouxe problemas tantos físicos quanto mentais. Segundo a pesquisa online da Diet & Health under COVID-19,  durante o isolamento, 52% do povo brasileiro teve um aumento de 6,5 kg na balança. Seja por falta de exercícios, por alimentação errada, ou até os dois fatores juntos, o Brasil se tornou um dos países com maior aumento de peso médio do mundo, durante a quarentena.

Tivemos também no país o aumento de 3%, em usuários de tabaco, e 14% de aumento na taxa de pessoas que consumem bebidas alcoólicas. Tudo isso misturado com a queda da prática de exercícios físicos, que caiu 29%.

Porcentagem dos países em que a população mais teve aumento de peso. Imagem:  Diet & Health Under Covid-19

A nutricionista da prefeitura municipal de Formigueiro, Bruna Bortolotto Rohde, falou um pouco sobre a importância de uma alimentação saudável já que, com a chegada da quarentena, muitas pessoas acabaram ingerindo muitas comidas pesadas. Bruna também deu ênfase em como uma rotina de refeições balanceadas ajuda a reforçar a imunidade do ser humano. Confira a seguir:

Matéria produzida no primeiro semestre de 2022, na disciplina de Linguagem das Mídias do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana.

Fonte: Banco de imagens Pixabay

 

A necessidade de fazer dieta, a busca por uma alimentação equilibrada e o descobrimento de doenças são alguns dos fatores que levam as pessoas a inserir alimentos naturais e zero açúcar em suas refeições. Embora o açúcar seja prejudicial à saúde, os alimentos vendidos como ‘’zero’’ podem nem sempre ser a melhor opção.

O açúcar, além de fazer parte da nossa rotina, dá energia ao nosso corpo para que possamos realizar nossas tarefas diárias, mas é preciso estar ciente de que seu consumo em exagero causa sérios problemas à saúde. O pior é que nem sempre dá pra fugir disso consumindo alimentos que garantem não ter esse ingrediente tão adorado pela população. Segundo as últimas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a quantidade máxima de açúcar que devemos ingerir por dia é de 25g. Se levarmos em conta que apenas uma lata de refrigerante pode ter mais do que isso, podemos considerar que a tarefa de ingerir açúcar dentro desse limite não é das mais fáceis.
Em uma pesquisa criada via plataforma Google, enviada por e-mail e compartilhada via Facebook, entre 4 de abril e 4 de maio de 2019, 235 pessoas responderam a um questionário elaborado durante a produção desta reportagem. Os resultados dão indícios do comportamento dos consumidores frente aos produtos “zero açúcar”.

Fonte: Pesquisa elaborada pela autora via plataforma Google.

Entre as questões elaboradas, uma questionava sobre a frequência com que as pessoas consomem produtos zero açúcar. Do total de respondentes, 59,9% das pessoas consomem porque querem emagrecer.

Os produtos rotulados na embalagem como ‘’zero açúcar’’, podem não ter o açúcar propriamente dito, mas, no lugar dele, muitas vezes são adicionados outros tipos de açúcares, como, por exemplo, a Dextrose. Ela é a forma mais simples do açúcar e causa picos de insulina no sangue, podendo levar a problemas metabólicos. Outro ingrediente muito utilizado para substituir o açúcar é a Maltodextrina, sendo um dos tipos mais comuns em produtos zero. A Maltodextrina possui um altíssimo índice glicêmico, o que faz com que ela seja metabolizada de forma rápida, também levando a picos de insulina no organismo e, então, a problemas como ganho de peso e de gordura corporal. Esses fatores estão relacionados com diversas alterações no metabolismo que são responsáveis pelo desenvolvimento de males como o diabetes e as doenças cardiovasculares.

A única diferença entre o açúcar e seus substitutos é que, quando um produto é caracterizado como zero, ele pode ser vendido como um produto que não contém o açúcar propriamente dito. A substituição possibilita que estes produtos zero sejam rotulados através de um marketing nutricional, fazendo as pessoas acreditar que aquele determinado produto não contém doce ou até mesmo que pode ser consumido sem medo por diabéticos ou, ainda, sem culpa por quem está “de dieta”.

Outra diferença que caracteriza estes produtos é o custo. A Maltodextrina é muito mais barata, pois é um açúcar retirado do amido, o que ajuda até mesmo na consistência e cremosidade do produto. No entanto, os zero são em sua maioria mais caros que os produtos tradicionais, o que se justificaria caso realmente evitassem o ganho de massa gorda

De modo geral, para pessoas diabéticas ou que estão privadas da ingestão de açúcar, os produtos ideais quase sempre são os diet, pois os zero são mais indicados para quem não quer ingerir tantas calorias. Mesmo assim, muitas pessoas confundem na hora da escolha. ‘’Eu não me preocupo com o diabetes, opto por alimentos diet para emagrecer’’, relata a vendedora Vanessa Nascimento, 27. Por isso, na mesma pesquisa citada anteriormente, buscamos saber se as pessoas entendiam que produtos zero açúcar seriam ideais para pessoas diabéticas. O resultado foi o que aparece neste segundo gráfico.

Fonte: Pesquisa elabora pela autora via plataforma Google.

A grande maioria indicaria produtos zero açúcar para quem possui diabetes, o que reflete a desinformação geral. Os produtos pensados para diabéticos são os diet porque estes costumam ser produzidos com adoçante, não contendo açúcar de nenhum tipo. Somente essa característica garantirá a não alteração do índice glicêmico no organismo.

No entanto, há contra-indicações nos produtos diet para quem não é diabético. A nutricionista Cassiana Della Pace, 26 não indica o adoçante para quem está “de dieta”, seja em produtos diet ou até mesmo no preparo de um simples cafezinho. Apesar de não possuir calorias, o adoçante não oferece qualidade de vida. “Ele é feito para quem não pode ingerir açúcar, não para quem quer reduzir calorias. Quem quer emagrecer e ter uma melhor qualidade de vida não deve trocar uma coisa pela outra, colocando outro produto como o adoçante no lugar do açúcar por exemplo. Essa pessoa deve, sim, reduzir as calorias, buscar o mais saudável, o mais natural’’, afirma Cassiana.

Segundo o Ministério da Saúde, a obesidade no Brasil aumentou em 60% nos últimos dez anos. Pessoas diabéticas devem eliminar os doces e ter uma alimentação saudável, mas é claro que é impossível evitar o consumo de um docinho pelo resto da vida. Um bombom zero açúcar, como se viu, não é a melhor opção.

De acordo com uma pesquisa realizada em 2017 pela Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), 7,6% da população das capitais brasileiras é portadora de diabetes. Ainda de acordo com o levantamento, o indicador de diabetes aumenta com a idade, principalmente após os 65 anos, grupo em que 24%, em média, são diabéticos. O número de pessoas com a doença vem aumentando com o passar dos anos. Entre 2016 e 2017, houve um aumento de 54% nos diagnósticos em homens e 28,5% em mulheres.

 

 

QUANDO A INDÚSTRIA ULTRAPASSA OS LIMITES

Apesar de a Organização Mundial da Saúde recomendar que se consuma até 25g de açúcar por dia, a realidade praticada nos lares do país não é bem essa. Cada brasileiro consome, por dia, em média 18 colheres de chá do produto (o que corresponde a aproximadamente 80g de açúcar/dia). E não é difícil passar do limite o supermercado. O vilão não é só o refrigerante – que contém aproximadamente 27g de açúcar para cada 250ml – mas as bolachas recheadas, massas, e outros produtos que, por vezes, estouram nosso limite diário de açúcar em apenas um pacotinho.

A indústria deve seguir recomendações na produção de alimentos, não ultrapassando os limites indicados, pois cada produto possui uma regulamentação específica com recomendação diária da quantidade de ingredientes como sal, sódio e o próprio açúcar por exemplo. No entanto, é comum encontrarmos em rótulos e embalagens uma tabela que nos dá a “quantidade por porção’’. Dessa forma, a indústria alega que aquela bolachinha recheada que o consumidor comprou, pode ser dividida com outras pessoas ou consumida em várias refeições, tendo assim, a quantidade ideal de açúcar recomendada em cada porção. É uma forma de alegar que a empresa não está fora das diretrizes cobradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), e que ela recomenda determinada quantidade. No entanto, todos sabemos que, na hora da fome, é difícil comer apenas as três bolachinhas indicadas na porção.

Em 2018, o Brasil assinou um acordo que visa a reduzir 144 mil toneladas de açúcar dos alimentos. A meta deve ser cumprida até 2020. São 68 empresas envolvidas no acordo e 1147 produtos que devem passar por redução de açúcares.

SUBSTITUIÇÃO DO AÇÚCAR

A substituição do açúcar deve ser feita por diabéticos e pode ser realizada por pessoas sadias que buscam uma alimentação mais equilibrada ou até mesmo a manutenção do peso. No entanto, na troca é importante analisar quais as melhores opções.

Pessoas diabéticas devem utilizar adoçantes, sempre com a mesma regra básica da alimentação: quanto mais natural melhor. Uma boa substituta do açúcar neste caso é a Estévia, ou os próprios adoçantes naturais feitos da planta.

Já quem adora um docinho e não tem restrição, pode utilizar o açúcar mascavo. Ele é uma das melhores opções, já que passa por menos processos, perdendo assim menos fibras do que o açúcar branco, e por isso é digerido um pouco mais devagar pelo organismo. “Tudo que possui mais fibras, o corpo leva mais tempo para absorver. O bom é que quanto mais ele demora pra absorver, mais energia, calorias, a gente gasta pra isso. E enquanto absorve por mais tempo, o corpo não sente fome, pois a saciedade é mais longa”, ressalta a nutricionista Cassiana.

Uma alternativa saudável é ingerir o ‘’doce natural’’ dos alimentos. O mel, as frutas e os produtos naturais, que contêm seu próprio açúcar podem ser usados para adoçar outras refeições, mas é claro, sempre com moderação.

OPÇÕES DE ADOÇANTES NATURAIS

A Estevia é uma planta usada como adoçante natural que substitui o açúcar no dia a dia em qualquer alimento ou bebida, como sucos e chás. Em sua forma natural é aproximadamente 15 vezes mais doce do que o açúcar branco, ou seja, não é preciso uma grande quantidade para que o alimento fique adocicado. Além disso, a Estévia não contém calorias, não é toxica, não altera o nível de açúcar no sangue e inibe a formação da placa e da cárie dental.

O mel é outro alimento natural que tem como principal componente o açúcar, sendo composto por monossacarídeos como a frutose e a glicose. É recomendado consumir mel em quantidade equivalente a cerca de 5% do total de calorias ingeridas ao dia, o que pode variar entre uma colher de chá, cerca de 10 gramas, a uma colher de sopa, 25 gramas. O mel possui propriedades terapêuticas devido às suas ações antibacteriana, antibiótica, anticárie e anti-inflamatória.

Apesar de serem ótimas opções naturais, é recomendado que o uso desses adoçantes seja feito conforme orientação de profissionais em nutrição.

 

Texto de Lilian Streb, para a disciplina de Jornalismo Especializado, do Curso de Jornalismo da Universidade Franciscana. Produção do 1º semestre de 2019, sob orientação da professora Carla Torres.

Alimentação vegana é considerada uma dieta saudável, mas traz controvérsias. Foto: Natalie Aires

O ser humano sempre teve um relacionamento muito próximo com a comida. Ela é causa de doença e de saúde. O cuidado alimentar tem sido um dos pontos destacados pelo adeptos da dieta vegana. Segundo a Sociedade Vegana, veganos tem como ideia excluir de sua vida toda e qualquer forma de exploração animal, e não apenas da alimentação, mas também do vestiário, produtos de beleza e cotidiano. Diferentemente dos vegetarianos, os veganos excluem o consumo de carne e seus derivados.
Diante disto, alguns questionamentos são feitos e especialistas ressaltam a importância de, antes de fazer modificações radicais na alimentação como é o caso da dieta vegana, serem feitas consultas médicas. Um dos fatores que demonstram a relevância de se procurar aconselhamento médico é a diminuição drástica de algumas vitaminas no organismo, ocasionadas pela falta de nutrientes que são de origem animal, como é o caso da vitamina B12 , apontada pela nutricionista Franciele Almeida como sendo uma realidade para os veganos. E além da vitamina B12, algumas outras alterações impactam o organismo pela deficiência do consumo de carne, que é o caso da vitamina D.

O endocrinologista Matheus Severo alerta para a necessidade de repor vitamina D e B12 para os adeptos do veganismo. Foto: arquivo pessoal

O médico endocrinologista, Mateus Dornelles Severo, mestre em endocrinologia, titulado pela SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) orienta ser importante se expor ao sol, ou ingerir cogumelos shitake para ter o aporte de vitamina D que o organismo necessita. Ele ressalta que alguns cuidados devem ser levados em conta para manter um padrão vegano com garantia de saúde. Entre eles, incluir diferentes fontes de proteína de origem vegetal, já que diferentemente da carne, leite ou ovos, os produtos vegetais isolados não costumam ter todos os aminoácidos essenciais; se expor ao sol ou ingerir cogumelos shitake para ter aporte apropriado se vitamina D; a principal fonte de cálcio com boa biodisponibilidade é o leite e seus derivados. Amêndoas, folhas escuras e gergelim tem cálcio mas a biodisponibilidade é menor. Se a ingestão desses alimentos forem pouco frequente pode ser necessário suplementação. Algumas bebidas de soja são adicionadas se cálcio. Por se tratar de produtos processados, devem ser consumidas com moderação. Deve-se  manter a ingestão de fontes vegetais de gorduras boas (castanhas e nozes, abacate, linhaça, chia) para garantir o aporte apropriado de ácidos graxos essenciais.E ainda, como a vitamina B12 vem exclusivamente de fontes animais, ,  deve ser suplementada sempre.

Para o médico nutrólogo Eric Slywitch a deficiência de B12 não é exclusiva de vegetarianos e veganos, pois atinge cerca de 40% da população brasileira e cerca de 50% dos vegetarianos e veganos. Porém, nos veganos e vegetarianos essa é uma realidade, pois afinal a vitamina B12 é encontrada com maior concentração em alimentos de origem animal como, por exemplo, em vísceras, carne, peixe, queijo, gemas de ovo e leite. Ela existe em frutas e vegetais, porém não pode ser aproveitada, pois ao fazer a higienização para o consumo, perde-se o possibilidade de aproveitamento.

A nutricionista Franciele Almeida ressalta a importância de se informar e receber orientações de profissionais para ter uma dieta de qualidade “Recomendo pesquisar e ler muito sobre o assunto, assim como procurar um profissional, a fim de ajustar sua dieta, e de forma gradual ir ao menor consumo de alimentos de fonte animal, vale lembrar que também é importantíssimo o acompanhamento dos exames de sangue.”

Os fatores que influenciam a opção pela alimentação vegana, que varia desde questões sociais ou até mesmo de ordem particular, mas podemos destacar que  uma delas é qualidade nutritiva que a dieta proporciona, pois os aminoácidos, vitaminas e minerais são mais facilmente encontrados em fontes vegetais, assim como as proteínas, afinal os veganos em sua dieta ingerem alimentos vegetais, que oferecem mais cálcio, folato e fibras que auxiliam muito na proteção e desenvolvimento do nosso organismo e microbiota intestinal,  mas apesar dos nutrientes, existem deficiências sentidas pelo organismo como é o caso do ferro, mas para isso se tem a opção de consumo de folhas verdes escuras que agregando a vitamina C se transforma em ferro de absorção rápida, outro fator que causa dúvida é a suplementação de cálcio no organismo e indagada sobre isso Franciele alerta “ A deficiência de cálcio  é um mito, pois vegetais e folhas possuem uma quantidade muito significativa deste mineral, gergelim, por exemplo, é uma ótima fonte.”

Prato vegano com bife de lentilha. Foto: arquivo pé-de-couve culinária

Em meio a tantas controvérsias, os especialistas são categóricos ao falar sobre a suplementação de vitamina B12, pessoas com deficiência de vitamina B12, segundo estudos disponibilizados no Site Dr. Jörg Schweikart especializado em artigos de nutrição, saúde e ciência, afirmam que os sintomas para deficiência da vitamina não são específicos. Os sintomas que são mais comuns estão divididos em categorias, tais como problemas do sistema nervoso: dor, formigamento, problemas de coordenação, perda de memória; anemia: perda de força, fraqueza imunológica, fadiga crônica, dificuldade de concentração; problemas síntese de neurotransmissores e hormônios: distúrbios psicológicos, depressão, psicose; problemas digestivos: obstipação, diarreia, inflamação da boca e ou gastrointestinais.

  Dieta vegana é considerada alimentação saudável

O Ministério da Saúde publicou a última versão do Guia Alimentar para a População Brasileira em 2014, onde reconheceu a alimentação vegana como saudável destacando alguns pontos para que se alcance uma dieta segura.

[dropshadowbox align=”none” effect=”horizontal-curve-bottom” width=”auto” height=”” background_color=”#ffffff” border_width=”1″ border_color=”#dddddd” ]“Por diversas razões, algumas pessoas optam por não consumir alimentos de origem animal, sendo assim denominadas vegetarianas. A restrição pode ser apenas com relação a carnes ou pode envolver também ovos e leite ou mesmo todos os alimentos de origem animal. Embora o consumo de carnes ou de outros alimentos de origem animal, como o de qualquer outro grupo de alimentos, não seja absolutamente imprescindível para uma alimentação saudável, a restrição de qualquer alimento obriga que se tenha maior atenção na escolha da combinação dos demais alimentos que farão parte da alimentação. Quanto mais restrições, maior a necessidade de atenção e, eventualmente, do acompanhamento por um nutricionista.” – página 84.[/dropshadowbox]

Denise Kanopf explora a culinária que não inclui alimentos de origem vegetal. Foto: arquivo pessoal

Para a culinarista e estudante de introdução à gastronomia, Denise Kanopf, que trabalha com alimentação vegana desde 2015, é perfeitamente possível ter saúde se alimentando exclusivamente de vegetais, inclusive proteínas. Denise monta cardápios unicamente veganos, para a produção ter o aporte necessário de cada alimento, Denise tem como principal fonte o médico nutrólogo, especialista em alimentação vegetariana Dr. Eric Slywitch, graduado pela faculdade de Medicina de Jundiaí, mestre em Ciências pela Unifesp, e atualmente diretor do Departamento de Medicina e Nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira, é responsável por estudos que norteiam Denise na elaboração das receitas que muitas vezes passam por adaptação. Kanopf destaca a importância de sempre estar estudando e aprendendo novas técnicas, para que os pratos desenvolvidos tenham o valor nutricional indicado para uma alimentação segura.

 A recomendação, de forma geral, segundo Denise é que o prato ou refeição seja composto por 50% de hortaliças (legumes e verduras, preferencialmente cruas ou cozidas, dar uma atenção especial às verde-escuras que contém cálcio), 25% de cereais/tubérculos (arroz, milho, mandioca, cenoura trigo – dar prioridade aos integrais e não aos refinados), e 25% de leguminosas, que são os feijões (e lentilha, ervilha, grão de bico e soja). Porém, Denise também destaca que o uso de vitamina B12 é necessário, pois mantendo o cardápio exclusivo que retira o consumo total carnes e seus derivados esse procedimento se faz fundamental.

Por Natalie Aires
Reportagem produzida para a disciplina de Jornalismo Científico

Lanches rápidos são uma alternativa nem sempre saudável. Foto: Lilian Streb

A correria do dia a dia e a falta de tempo tem aumentado o número de pessoas que se alimentam fora de casa. Os alimentos pouco nutritivos, como os fast-foods e outros lanches rápidos, acabam sendo grandes atrativos para quem costuma se alimentar longe da própria cozinha. Com esses novos padrões alimentares e também o sedentarismo que anda junto à falta de tempo de praticar exercícios físicos, muitas pessoas acabam adquirindo sérios problemas de saúde. Mas, será que a alimentação fora de casa (ou má alimentação) pode trazer riscos?  A verdade é que uma alimentação inapropriada pode causar a médio e longo prazo, doenças crônicas, e um grande desequilíbrio no corpo do ser humano, deixando-o mais vulnerável a elas. Algumas das principais doenças decorrentes da má alimentação na atualidade são a obesidade e a hipertensão.

Segundo o Ministério da Saúde, a obesidade no Brasil aumentou em 60% nos últimos dez anos. Profissionais da área da saúde, como clínicos gerais e nutricionistas, associam essa problemática com a escolha errada dos alimentos ingeridos. Os grandes causadores de doenças como obesidade e hipertensão são os alimentos industrializados. Esses vilões podem contribuir até mesmo para o desenvolvimento de um câncer.    Para o clínico geral Fernando Ribas, a relação da má alimentação e o risco de desenvolver um câncer é muito ampla. ‘’A gama dos tipos de câncer é muito grande e a correlação de cada qual com seus diversos fatores de risco muito específica, sendo assim é difícil de generalizar. Mas é claro que uma dieta variada e natural sempre tem seus fatores protetores nas diversas doenças e também na diminuição do risco de desenvolvimento dos diversos tipos de cânceres’’, pondera.   

Feira da Economia Solidária reúne adeptos da alimentação saudável

Para os nutricionistas e os médicos, uma boa alimentação deve ser o mais natural possível. Para isso é preciso ficar longe dos rótulos, embalagens, conservantes e aditivos. Os alimentos industrializados, como doces, refrigerantes e, principalmente, o sal de cozinha, contém grande quantidade de sódio. A ingestão adequada de sal é de 2-3 g de sal por dia, e a recomendação segue sendo o controle da ingestão de sal por paciente hipertensos, dentro dos limites preconizados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. E ao se considerar que a conservação dos alimentos industrializados se dá através do sódio, pode-se perceber os malefícios que ele pode trazer para a saúde, se ingerido de maneira excessiva.

 A nutricionista Cassiana Della Pace, 25, afirma que as pessoas adquirem essas doenças por comerem errado e em exagero. ‘’Foi criada uma sensação de liberdade cultural, onde tudo eu posso. Então, comer menos remete ao fato de se privar, de não ser livre e, por isso, acabam comendo tudo e ainda colocando sentimento na comida. A comida não é inimiga, mas a falta de controle, sim! Não é preciso tratar a comida como refúgio, ela é apenas sobrevivência e nada mais’’, afirma Cassiana.

Obesidade, hipertensão e diabetes

 Um dos fatores que levam ao aumento dos índices de hipertensão e diabetes é o crescimento da obesidade, que também anda ao lado da má alimentação. Uma leva à outra ao não se tomar consciência de que todo alimento ingerido irá refletir no corpo. A recomendação é a de que portadores de diabetes evitem a ingestão de doces, açucares, farinhas brancas e todos os alimentos que não são integrais.

Uma alimentação balanceada é auxiliar no tratamento do câncer em crianças e adultos. Foto: Laboratório de fotografia e memória.

Conforme o sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico, a VIGITEL que faz parte das ações do Ministério da Saúde para estruturar a vigilância de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no país, em uma década, doenças crônicas tiveram um aumento preocupante, sendo de 61,8% para casos de diabetes e 14,2% para hipertensão. Mais da metade da população está com peso acima do recomendado e a obesidade atinge 18,9% dos brasileiros. A obesidade, que é mais prevalente em homens, cresceu 60% em 10 anos, junto com o número de pessoas hipertensas que também cresceu 25%.

 A hipertensão, que é o aumento dos valores de pressão arterial de forma sustentada, pode ser prevenida através de dieta, consumo moderado de sal, baixo consumo de álcool e exercícios físicos regulares. Conforme o clínico geral Fernando Ribas, a hipertensão arterial e o diabetes são as doenças que mais crescem no mundo em função das mudanças dos hábitos de vida da população, do sedentarismo e da má alimentação.  ‘’A falta de acompanhamento e tratamento da doença pode desencadear problemas vasculares, insuficiência cardíaca e insuficiência renal’’, afirma o médico.

A diabetes é outra doença que cresce desenfreadamente em função das mudanças nos hábitos de vida da população, bem como a má alimentação aliada a falta de exercícios físicos. Obeso é toda e qualquer pessoa que obtiver índice de massa corpórea maior ou igual a 30kg/m2, o que é um fator de risco importante para o desenvolvimento de doenças como a hipertensão arterial, diabetes, insuficiência cardíaca e distúrbios vasculares periféricos.

Conforme o caderno da Atenção Básica do Ministério da Saúde, a prevalência esperada por pessoas hipertensas é de 22% da população acima de 18 anos. Para evitar adquirir problemas sérios de saúde ao longo do tempo, é preciso planejar e obter bons hábitos alimentares, aproveitar as refeições para escolher alimentos saudáveis variados, como verduras, saladas e legumes e é claro – sempre comer com moderação.

Reportagem produzida na disciplina de Jornalismo Científico

Gráfico: Lucas Cirolini
Gráfico: Lucas Cirolini

Santa Maria é uma cidade universitária que, a cada ano, recebe centenas de novos moradores. São estudantes que para fazer faculdade deixam a família e os amigos e vem a Santa Maria viver uma nova experiência, longe do conforto de suas casas.

Com a crise econômica, que se agravou nos últimos dois anos, as pessoas têm mudado os hábitos alimentares. Famílias que costumavam comer fora com frequência, agora optam por fazer suas refeições em casa. Mas, para esses jovens que estão sem a família e moram sozinhos, qual a melhor opção? Qual a alternativa mais barata?

Vanessa Basso, estudante de Direito, prefere fazer a sua comida em casa. Ela gasta em torno de R$ 8,75 por dia para uma refeição básica, contando os gastos com temperos e o consumo de gás. No prato, vai arroz, feijão, carne e salada “o tempo gasto cozinhando, para mim, não é um problema, já que não moro muito perto de restaurantes”.

Já o tempo é um dos motivos que levam a estudante de psicologia Tatiane Reis a comer fora. Para ela, fazer as refeições em restaurantes é bem mais prático, pois, além de estudar, ela trabalha e não tem tempo para cozinhar. Sua refeição é basicamente a mesma da estudante de Direito (arroz, feijão, uma carne e saladas) e o valor gasto por dia é de cerca de R$ 9,40. 

Analisando os valores, Vanessa gasta R$0,75 a menos; uma diferença pequena. Mas será que ao fim do mês isso impacta no custo de vida? O professor Alexandre Reis, do curso de Economia do Centro Universitário Franciscano e coordenador da Clínica de Finanças da instituição, afirma que é necessário fazer um tripé de planejamento: econômico, nutricional e de domicílio. O economista diz que fazer um teste prático é uma boa opção na hora de analisar as contas. Para ele, quem vive sozinho, deve experimentar, durante trinta dias, comer em restaurantes e, no outro mês, fazer seu alimento em casa. Só assim, será possível concluir o que foi mais caro. O especialista ainda ressalta: “devido à crise econômica, os produtos industrializados tiveram um aumento significativo de preço. E para os estudantes que vivem sem suas famílias, o ideal seria que os mercados oferecessem porções menores e individualizadas para que o alimento não vença, nem estrague. Por isso, quem opta por cozinhar deve ter um planejamento sobre os gastos muito maior, ainda mais para poupar sem deixar de lado os alimentos saudáveis que são muito importantes, como frutas, legumes e verduras, os quais também são mais caros”.

Imagem: Lucas Cirolini
Imagem: Lucas Cirolini

Do ponto de vista do economista, o indicado para quem mora sozinho acaba sendo comer em buffets a quilo. Apesar de algumas vezes o valor ser um pouco maior, a ideia é que, escolhendo esse caminho, a pessoa economize tempo e possa se dedicar mais aos estudos.  Além disso, essa alternativa evita desperdícios e gastos com energia, gás e água (inclusive para a limpeza da louça). Mas Alexandre ressalta que essa opção é para quem mora sozinho. “No contexto familiar, comer por quilo não é favorável, principalmente quando se inclui crianças, que tendem a comer pouco e a deixar restos no prato. Então é outro tipo de planejamento”, observa.

Em casa ou na rua, o verbo é planejar e isso não é tão simples, segundo o professor. Portanto, é importante que as famílias trabalhem desde cedo, nas crianças e jovens, noções de economia doméstica, ensinando o valor do trabalho e do dinheiro que se recebe. Como finaliza Reis, “quanto mais cedo os jovens entendam isso, menos dificuldades terão para se adaptar depois”. O economista ainda brinca “assim como se organizam bem para as festas, devem se organizar financeiramente de forma correta para não gastar mais do que a renda”.

Por Ana Luiza Deicke e Bruna Bianchin para o Jornal Abra

 

 

Hoje o vegetarianismo é cada vez mais comum entre jovens e adultos. As pessoas buscam uma alimentação mais saudável e menos “tóxica”.

(Foto por: Fernanda Gonçalves/Laboratório de Fotografia e Memória)
Cantina investiu em sugestões vegetarianas e veganas  (Foto: Fernanda Gonçalves/Laboratório de Fotografia e Memória)

Na cantina do Centro Universitário Franciscano, há pedidos de refeições veganas ou vegetarianas. “Dentro das informações que a ouvidoria do curso de Nutrição nos passou estava a necessidade de lanches vegetarianos”, explica a gerente Luana Rodrigues.
“Fomos atrás de receitas e massas veganas e vegetarianas. Tivemos treinamentos sobre as refeições, também para poder dar informações. Temos também as receitas para mostrar aos clientes, devido às restrições de cada um”, destaca Luana.

A estudante Larissa da Rosa, 19, do Centro Universitário, conta que o processo de parar de comer carne foi fácil para ela, vegetariana há três anos. Já não tinha o costume de comer carne, pois sua mãe, também vegetariana, substitui alguns alimentos em casa. Ela teve muito apoio da família, e os amigos também viraram vegetarianos depois que ela mudou a alimentação.
“Eu procuro não comer muito fora de casa, pois prefiro comer coisas integrais. Quando eu saio para jantar fora com meus amigos, vamos frequentemente a lugares vegetarianos, aqui em Santa Maria. As opções estão aumentando, e as críticas diminuindo. Agora eu encontro mais pessoas vegetarianas e quando se torna algo comem passa a ter um pouco mais de respeito”, acredita.

Elísia Ramos, 16, estudante, quis parar de comer carne em um primeiro momento com seis anos, porém não recebeu apoio de seus pais. Eles acreditavam que era muito cedo, acharam melhor esperar ela crescer para então se decidir. Elísia virou vegetariana em outubro do ano passado. “Comia muito fora de casa, então controlava minha alimentação. Mas em casa comia carne ainda até que falei para minha família, em outubro, que não comeria mais”, conta.
“Na maioria dos lugares, as opções de salgados para vegetarianos são pão de queijo, além dos doces. Nunca fui em locais vegetarianos, quando saio vou em lugares ‘comuns’. Hoje em dia não sinto vontade nenhuma de comer carne, me causa até o enjoo o cheiro”, lembra a menina.

(Foto por: Fernanda Gonçalves/Laboratório de Fotografia e Memória)
Entre as opções estão salada de fruta e sanduíche natural (Foto: Fernanda Gonçalves/Laboratório de Fotografia e Memória)

Cartaz de divulgação da Vila Gastronômica (Imagem: Reprodução)
Cartaz de divulgação da Vila Gastronômica (Imagem: Reprodução)

No dia 17 de maio, aniversário de Santa Maria, acontecerá na cidade o Vila Gastronômica. A feira, que será montada no Parque Itaimbé, unirá chefes de cozinha e produtores rurais da região, com o objetivo de apresentar um cardápio saboroso que poderá ser apreciado ao ar livre. A estudante Camila Ferreira, 24 anos, participou de uma feira parecida em São Paulo. “Eu achei muito bom! Por um preço ótimo, a gente pode comer coisas diferentes, fora de restaurantes ou padarias, o ambiente é outro”, relata Camila, que cursa Desenho Industrial.

Serão montadas diversas barracas, onde chefes da cidade e também da capital trabalharão para servir o pessoal que passará por lá no sábado. Além disso, a tarde contará com shows de bandas locais e atividades culturais para entreter os frequentadores. Os produtos fornecidos para a montagem dos pratos estarão expostos para quem tiver interesse em adquiri-los.

Vila Gastronômica objetiva despertar o interesse pela alimentação adequada

O projeto Vila Gastronômica foi desenvolvido pela chefe de cozinha Juliana Beatrice e sua sócia Patrícia Guedes. As duas são proprietárias de um restaurante na capital, o Consultório Culinário, e idealizam a feira há mais ou menos um ano. Segundo Juliana, Santa Maria tem um lugar especial em seus corações, por isso foi escolhida para sediar a primeira edição do Vila Gastronômica. “Para montar o evento, participamos de várias feiras de rua, em Porto Alegre e também em outros estados”, conta Juliana. Segundo ela, a feira não tem como principal objetivo o comércio de comidas. Mas sim, mostrar às pessoas como é importante se alimentar bem e ter consciência dos alimentos consumidos. “Os pratos serão elaborados e serão servidos em pequenas porções, para que se possa provar mais de um”, revela Juliana.

A dona de casa Cleonice Gomes, 56, ainda não sabia do evento e ficou surpresa com a criatividade do projeto. “Acho que Santa Maria está precisando de mais coisas assim. Lugares onde as pessoas possam aproveitar ao ar livre. Chega final de semana e todo mundo vai para dentro dos shoppings, sem nem ver a luz do dia. Nunca participei de nenhuma feira de rua. Com certeza vou passar por lá!”, exclama Cleonice.

A feira começará a funcionar ao meio dia e encerrará suas atividades às 18h. A porção dos pratos custará R$ 10. Também serão oferecidos aos visitantes sucos naturais e cervejas artesanais, que custarão cerca de R$5. As vendas serão realizadas enquanto durarem os estoques.

Por Julia Machado para a disciplina de Jornalismo Online

 

Ser adolescente é uma revolução muito grande, a nível corporal, hormonal e emocional. A inconstância atormenta a mente dos jovens há gerações, pois não é nem criança nem adulto – está em uma transição. É,  então, a  fase da afirmação social, a afirmação em relação às preferências sexuais, a afirmação em relação ao seu papel na sociedade, e elas geram ansiedade, e podem levar a uma ingestão alimentar inadequada.

“Exijovens1ste uma rotulação em cima dos alimentos. Nem todo alimento que se pensa ser bom é bom, adequado ou é inadequado. Se coloca que jovens comem apenas alimentos chamados “Junck food” ou “Fast food”, que são os alimentos mais ricos em gordura e açúcar. Mas eu penso que não é somente isso. O que existe é uma questão comportamental, está muito claro que muitas vezes o jovem vai comer algum alimento inadequado porque é o que a turma dele comeria, não que de fato o jovem vá priorizar esse alimento por conta própria.”, afirma Tereza Cristina Blassi, professora do curso de Nutrição na Unifra, com especialização em Terapia Nutricional e mestrado em Ciência e tecnologia dos alimentos, voltado para a imunologia.

A geração atual é provavelmente a mais preocupada com comida saudável de todos os tempos. Está em alta ser vegetariano, eliminar a carne vermelha do cardápio e preferir produtos com o rótulo diet. Mas nem todos os adolescentes se alimentam corretamente No RS já há mais de 30% dos jovens com sobrepeso e mais de 20% com obesidade; e onde existem mais meninas do que meninos obesos, o que é justificado até mesmo pela questão hormonal.

Ao entrevistar quatro estudantes universitários, Alana Souza, Luísa Girardon e Rômulo Cattani, todos com 17 anos, e Luiza Lima, com 18 anos, percebe-se que mesmo com as inúmeras tentações, elas mantém a alimentação saudável, buscam comer frutas e verduras diariamente, fazem de 3 a 6 refeições por dia, mas não negam que fora de casa fogem da rotina alimentar nutritiva. Ao sair com os amigos, acabam comendo alimentos altamente calóricos e pouco nutritivos, mesmo que raras vezes. “Se o adolescente teve, na sua casa, no período da primeira infância e segunda infância e tem como evento durante a adolescência uma educação nutricional, ele vai saber diferenciar o que é bom ou ruim para o seu organismo, ele vai comer  o alimento ruim, mas ele vai se alimentar normalmente nos outros momentos. É uma questão educacional “, acrescentou Tereza Cristina Blassi.

O Slow food

Comer é fundamental para viver, e a forma com que a população se alimenta tem influencia no seu bem-estar, naquilo que se vê, sente e, até mesmo, naquilo que se é. No mundo já existem movimentos como o “slow food”, criado pelo italiano Carlo Petrini para sair das coisas líquidas e rápidas, para apreciar mais o alimento, e para olhar o tempo com a velocidade real. Para ele, o grande problema é a pressa6c346635bca028db84faa1d64f0144ff com que os jovens fazem tudo, e acabam, muitas vezes, esquecendo de comer, ou comem em frente ao celular ou ao computador… quando se come deve se prestar atenção naquilo que se está comendo. “É inútil forçar os ritmos da vida. A arte de viver consiste em aprender a dar o devido tempo às coisas.” diz ele.

Há tempos, a preocupação com a alimentação dos jovens tomou proporções mundiais. A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, levanta a bandeira da alimentação saudável desde 2009. Ela defende a modificação de embalagens dos alimentos a fim de melhor informar seu valor nutritivo e seu conteúdo calórico.

“Esses alimentos inadequados acarretam uma série de doenças como, obesidade, diabetes, hipertensão. Quando esse adolescente não teve todo o processo educativo alimentar adequado, naturalmente ele vai seguir se alimentando mal, e vai ter um aumento, principalmentel na obesidade. ” declara também a nutricionista Tereza,

Segundo ela, é importante na adolescência a identificação com o outro, com o grupo. Existem hoje, dentro do comportamento alimentar, algumas restrições que se encontram muito nos grupos, os distúrbios alimentares, como a bulimia e a anorexia, a busca pelo estereótipo de beleza. Nesse cenário é comum focar equivocadamente no adolescente, julgando-o por comer “errado”, quando na verdade não é bem assim. O adolescente precisa ter exemplos em casa, sejam eles bons ou ruins, é o que vai influenciá-lo.

Fonte: Instagram.
Fonte: Instagram.

Época de primavera – flores nas ruas e nas roupas e o gostinho do verão nos dias longos e ensolarados. Período de finalização de aulas, férias e a chegada das festas de final de ano. A estação abre as portas para o verão e deixa grande parte da população mais jovem enlouquecida atrás do prejuízo das estações passadas – as gordurinhas por conta da má alimentação.

A ansiedade por alcançar o corpo perfeito e não fazer “feio” na praia, fica evidente nas milhares de publicações em redes sociais com a hashtag #projetoverão2015. Só no Instagram, são cerca de 39 mil fotos publicadas com a hashtag. As pessoas correm, vão para a academia, tiram foto do prato com saladas e frutas, tudo para confirmar em rede o novo estilo de vida.

A combinação de uma alimentação saudável com a prática regular de exercício físico é a melhor dica para quem quer emagrecer. Foto: Reprodução.
A combinação de uma alimentação saudável com a prática regular de exercício físico é a melhor dica para quem quer emagrecer. Foto: Reprodução.

Educador físico há 11 anos, Alan Sangoi, confirma o diagnóstico. “Existem sim, pessoas que transformam sua forma de viver com dietas mirabolantes e exercícios “fast burning” para redução de medidas. Ainda existe uma parcela da comunidade que enxerga a atividade física como remédio, e não como prevenção”, disse. Alan, que também é proprietário da Academia Sádhana em Santa Maria, afirmou que a procura por atividades que exigem maior vigor físico é intensa após o inverno. “Eu poderia definir as pessoas que visam atividade física pré-verão como DESESPERADOS DE VERÃO”, complementou.

A nutricionista Jéssica Arruda alerta sobre a importância de um estilo de vida saudável. “O malefício disso (dietas mirabolantes e perda de peso repentina) é que a pessoa irá recuperar o peso quando voltar à rotina de vida normal, por não se tratar de hábito alimentar, mas dieta. Se a pessoa quer emagrecer e manter o peso que perdeu, tem que trabalhar o hábito durante a vida inteira. É um estilo de vida”, alertou Jéssica.

A propagandista farmacêutica, Monike Shalenberger, de 22 anos, perdeu 7,5 kg de outubro para cá. “Decidi emagrecer porque nos últimos anos engordei muito, e hoje em dia estava me sentindo exausta e sem disposição”, contou. Ela procurou auxílio de profissionais da área de saúde e estética e semanalmente consulta um médico. Monike pretende seguir a vida sem dieta, apenas uma reeducação alimentar.

Dicas para perder peso com saúde

Procurar profissionais da área da saúde é primordial para iniciar a mudança para uma vida mais saudável. Sem acompanhamento, dietas como a dos pontos, sem glúten, da sopa, das proteínas, podem acarretar prejuízos piores que o peso excessivo.

Sendo assim, seguem algumas dicas dos profissionais citados acima para perder peso com saúde:

A nutricionista sugere a substituição dos doces por frutas. Foto: Google.
A nutricionista sugere a substituição dos doces por frutas. Foto: Google.

ALIMENTAÇÃO

  • Comer de três em três horas;
  • Consumir legumes, verduras, frutas e hortaliças;
  • Preferir alimentos integrais;
  • Utilizar bastantes sementes;
  • Beber bastante água;
  • Preferir os sucos naturais;
  • Evitar frituras, refrigerantes e doces.

 

EXERCÍCIO FÍSICO

Aulas ao ar livre são as novas atividades da Academia Sádhana. Foto: Reprodução.
Aulas ao ar livre são as novas atividades da Academia Sádhana. Foto: Reprodução.

  • Implantar na grade semanal uma sequência de exercícios que tenha, pelo menos, uma sessão de exigência submáxima. Pode-se usar, por exemplo, uma corrida em tiros de 100m com 30 segundos de descanso.
  • Praticas atividade física regular, de no mínimo três vezes semanais com boa orientação, para otimizar a perda calórica.

 

A rede como fator preponderante para o aumento do bem-estar

“Uma boa parcela da população já tem consciência de que a prática constante de atividade física, bem orientada, resulta em efeitos mais consistentes. O aumento da quantidade de profissionais com páginas no Facebook e blogs específicos tem sido um fator determinante para a procura pelo bem-estar”, lembrou o educador físico Alan Sangoi.

 

cantina
As opções da cantina, à esquerda, e o churrasquinho (foto à direita) disputam a preferência dos universitários. Foto: Gabriel Pfeifer

churrasquinhoTodos os universitários precisam de opções para se alimentar, não somente dentro da instituição, mas também nos arredores. No Centro Universitário Franciscano, as duas opções mais escolhidas e frequentadas pelos estudantes são a cantina da Universidade e o “tio do churrasquinho”, um vendedor de espetinhos em frente ao Conjunto III da Universidade, na rua Silva Jardim, 1175.

As duas propostas bem diferentes, dividem os estudantes. Ricardo Oliveira, de 20 anos, é estudante de administração da Unifra e é um assíduo cliente do churrasquinho, que segundo ele é mais barato e mais saboroso: “Como churrasquinho aqui todos os dias, muito por causa do preço. R$ 2,00 para um churrasquinho é bastante acessível, além de que alimenta mais do que algum lanche do bar, além de na minha opinião, ser mais saboroso”.

Outros aspectos que levam à escolha pelo churrasquinho em detrimento de algum lanche da cantina, segundo o estudante, são  o ambiente e o fato de a fila ser menor: “Geralmente no intervalo, os alunos acabam saindo pra rua para espaerecer, ao invés de ficar dentro da universidade, e acabam optando pelo churrasquinho, por ficar ali naquele ambiente, sem contar que a fila na cantina é muito grande, e o pessoal não tem paciência para esperar”, conta o estudante.

Por outro lado, a cantina tem lanches de preços diversos, a partir de R$ 2,00, e apresenta uma maior variedade de alimentos para os estudantes.

“Frequento mais a cantina porque tem uma maior variedade de alimentos, você nao precisa comer a mesma coisa todos os dias. O preço é maior, mas os produtos são de muita qualidade, além de possuir um local mais aconchegante, com mesas para sentar e conversar melhor com seus colegas”- opina o estudante de Publicidade, Eduardo, de 22 anos.

Segundo a gerente da cantina, Roselaine Ferreira, de 61 anos, outro atrativo para a cantina, é o fato de oferecer comida por kilo ao meio dia e à noite. “Os estudantes que ficam além da manhã na Unifra, necessitam realmente de um almoço, que dê mais sustentação ao invés de lanches, e acabam optando pela comida por quilo daqui, por já estarem dentro da universidade”, enfatiza Roselaine.

A funcionária também admite a reclamação dos preços da cantina, muitas vezes mais elevados, devido aos impostos, mas busca alternativas para suprir esse fator, com pratos-feitos, por exemplo, a R$ 6,00: “O preço acaba sendo maior aqui devido aos impostos, e isso acaba afastando alguns estudantes, que não querem pagar R$20,00 o quilo, por isso também estamos analisando a possibilidade de ofertar pratos feitos ao invez de comida por quilo”.

Por Gabriel Batista Pfeifer, para a disciplina de Jornalismo Online