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Rocketman: um reflexo da persona de Elton John

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Cinebiografia de Elton John lançada em março deste ano já está com DVD em pré-venda

Um trecho da canção Como Nossos Pais, escrita por Belchior e imortalizada na voz de Elis Regina, diz que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa. A premissa é verdadeira. Não é tarefa fácil resumir a vida de alguém em uma música, livro ou filme; ainda mais quando o retratado é uma personalidade conhecida, com milhões de fãs e ainda está viva. Rocketman é uma cinebiografia dirigida por Dexter Fletcher e lançada em 2019, que se propõe a contar um pouco mais sobre a vida do cantor britânico Elton John.

O conflito que faz a trama avançar aparece logo na primeira cena: o protagonista, já na faixa dos 40 anos, com a carreira consagrada e a conta bancária recheada de milhões chega com uma roupa extravagante numa sessão de terapia em grupo. Lá ele se define como alcoólatra, viciado em cocaína, sexo e compras. Diz que precisa de ajuda para melhorar e a terapeuta pergunta como ele era quando criança. O que vemos a seguir é uma sucessão de idas e voltas no tempo, pelos seus relatos sobre a infância, quando ainda se chamava Reginald Dwight, o início da carreira, da fama e dos relacionamentos.

Elton John e Taron Egerton, seu intérprete.

Confesso que, ao saber que Elton era um dos produtores do filme, fiquei preocupado. Eles têm um grande poder sobre a obra e o cantor de Candle in the Wind poderia vetar determinados temas e fatos para lapidar uma imagem mais limpa de si mesmo. Talvez esconder erros do passado a fim de atrair um público maior, que gere mais cifras na bilheteria. Não é o que acontece, pelo contrário. Em entrevistas, tanto Taron Egerton, seu intérprete na película, quanto Fletcher destacaram o quanto Elton lhes deu liberdade criativa para compor sua persona da forma que julgassem mais adequada.

Realidade e fantasia se misturam, mas não se confundem

A cena da piscina é um mergulho no inconsciente de Elton

Embora não creditado, foi Dexter Fletcher quem assumiu as gravações de outro filme sobre astros da música que foi lançado no ano passado, Bohemian Rhapsody. Ele entrou após a demissão do diretor Bryan Singer. Seu trabalho em Rocketman, ao contrário do filme que narra a trajetória da banda Queen, tem a ludicidade como um dos elementos mais marcantes. De fato, a persona de Elton John permite esse tipo de abordagem para representá-lo. O filme flerta muito com o surrealismo e tem um pé na psicologia. Cenas como a do camarim, em quem Elton confronta a si mesmo através de seu reflexo no espelho, ou dentro da piscina são um mergulho no inconsciente do personagem. Esses não são recursos novos no cinema, mas que nesta obra aparecem bem empregados e ajudam a ilustrar as inseguranças do cantor. 

E se Rocketman procura refletir a mente do personagem, a escolha do roteirista Lee Hall em apresentar a trajetória o biografado em uma narrativa não linear foi um acerto. A medida em que o protagonista é questionado pela terapeuta sobre seu passado, voltamos e avançamos no tempo junto com as memórias do biografado. Afinal, nossa mente não é linear. Passamos por momentos importantes de sua vida, como seus primeiros dedilhares no piano, quando consegue uma bolsa para estudar piano na Royal Academy of Music, ou ainda quando assume sua homossexualidade para sua mãe. Vemos sua busca pela própria identidade e como ele deixa de ser o pequeno e tímido Reginald Dwight para se tornar o superastro Elton John. Outro ponto forte é que, apesar de elogiar o talento de Elton, dá o crédito merecido ao seu amigo Bernie Taupin.

Um ponto forte da obra são as elipses, transições que indicam a passagem de tempo no cinema. Com tantas idas e vindas na história, esse recurso é empregado de maneira criativa sempre conectada com as ideias centrais da direção e do roteiro: a ludicidade e a não linearidade da história. A edição eficiente de Chris Dickens ajuda a tornar essas mudanças de tempo e espaço mais naturais ao espectador.

Bons intérpretes  e direção de arte dão vida a um mundo de fantasia

Três atores vivem Elton: Matthew Illesley na infância, Kit Connor na pré adolescência e Taron Egerton que o encarna dos 15 até os 40 anos. Todos se encaixam bem nas fases da vida do cantor, mas o grande destaque vai para Egerton, que conseguiu pegar trejeitos como a maneira de Elton sorrir. Entretanto, é bom destacar, ele não o imita. Cria sua própria versão do cantor, de uma maneira que não parece caricato. São os atores que interpretam todas as músicas do filme. 

Protagonista e parte do elenco de apoio posam para fotografia de divulgação

Como elenco de apoio temos Jamie Bell, lembrado como o protagonista de Billy Elliot (2001), cujo roteiro também foi escrito por Hall. Na cinebiografia, ele tem em uma performance sutil mas eficiente de Bernie, amigo e co-autor de várias músicas de Elton. Já Richard Madden, conhecido pelo papel de Robb Stark na série Game of Thrones, encarna o ambicioso produtor John Reid, com quem Elton teve um relacionamento. Bryce Dallas Howard vive Sheila, a mãe sincera e cruel do protagonista. 

Uma das características mais conhecidas de Elton John é o vestuário extravagante. Logo, sua cinebiografia não poderia deixar esse aspecto de fora. Com plumas, paetês, sapatos exóticos e uma gama variada de óculos em formatos e estilos diferentes, o figurinista Julian Day recriou trajes icônicos usados pelo cantor em shows e videoclipes, mas também imprimiu na película criações suas, ao estilo do protagonista.

O figurino extravagante é um dos destaques de Rocketman

Um exemplo é a roupa da cena de Goodbye Yellow Brick Road, canção que faz alusão à famosa estrada de tijolos amarelos do clássico O Mágico de Oz (1939). Day não deixou escapar a referência. O traje que Egerton utiliza nesta cena faz referência ao filme estrelado por Judy Garland. O chapéu remete ao Espantalho, a camisa prateada ao Homem de Lata, o casaco de pele ao Leão Covarde e os sapatos são de rubi, como os que Dorothy usa.

A direção de arte consegue nos transportar com naturalidade para os diferentes períodos e momentos da vida de Elton. Algumas vezes identificamos a época em que a história se passa pelo figurino, corte de cabelo e objetos de cena. Aliás, a roupa com que Egerton entra na sessão de terapia reflete muito de seu estado de espírito naquele momento, com chifres, asas e uma gola imensa. Nesse momento, o protagonista vive uma de suas piores fases, repleta de demônios internos. À medida que vamos conhecendo mais sobre Elton, ele vai deixando elementos da roupa para trás, despindo-se de sua persona pública. É onde conseguimos desvendá-lo.

A obra contar a história do artista

Aqueles que forem assistir ao filme curiosos para ver os momentos e a maneira como as canções foram compostas poderão se decepcionar. Pois, à exceção de You Song, cujo ponto em que nasce é representado com fidelidade, o longa não se restringe a mostrar estes momentos. Rocketman se propõe a algo mais: usa a obra de Elton John como um meio de contar a história. Um acerto, pois suas músicas estão repletas de suas dores, amores e conflitos. São fragmentos de sua personalidade e ajudam a ressaltar um ser humano, repleto de fragilidades. 

Elton (Taron Egerton) grava Your Song

Vemos a música incorporada na diegese da narrativa, nas falas dos personagens. E esse uso das músicas de Elton não se aplica só ao protagonista. Em uma cena, vemos o pai, mãe e avó clamando pelo mesmo sentimento, na versão do filme para I Want Love. Essa escolha fez com que as letras e melodias ganhassem um papel maior, ligados de maneira intrínseca com a história e os personagens. Somos brindados ainda com a faixa inédita (I’m Gonna) Love Me Again, apresentada nos créditos finais e escrita por Bernie Taupin e Elton John, que a canta junto com Taron Egerton.

As músicas não são apresentadas em uma ordem cronológica de lançamento, o que pode incomodar os que conhecem muito sobre a trajetória de Elton. Ou ainda fazer com que alguns espectadores acreditem que as músicas foram lançadas em períodos diferentes. Algo perdoável porque cumpre o papel que se propõe: o de colocar a obra inserida dentro da vida do autor, ilustrando seus sentimentos e os daqueles que o cercam.

Rocketman é uma fantasia musical com um pé na realidade, onde Elton entra em suas lembranças, canta consigo mesmo e, no final, entende que precisa perdoar a todos mas o mais importante é reconciliar-se consigo mesmo para poder seguir em frente. O filme captura a essência de sua persona e mostra o homem por trás do ícone musical, com suas qualidades e defeitos. É preciso coragem para se assumir como alcoólatra, viciado em cocaína, sexo, além de expor uma tentativa de suicídio. O filme sofreu cortes em países como Rússia, numa tentativa de atenuar uso de drogas e eliminar referências a sua homossexualidade. Polêmicas a parte, o filme cujo DVD já está em pré-venda conta a história de um homem, que conquistou um dos postos mais altos de sua geração, mas que ao mesmo tempo não se sentia digno de amor. Vale conferir.

Nome: Rocketman.

Diretor: Dexter Fletcher.

Distribuidora: Paramount Pictures.

Ano: 2019.

Tempo: 2h.

País de origem:  Reino Unido.

Bilheteria: 185,5 milhões USD.

Onde encontrar: Saraiva.

O curta-metragem é um suspense chamado Post-It. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Já é tradição. Todos os anos, na disciplina de Cinema II, os acadêmicos do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana produzem um curta-metragem. As gravações deste semestre começaram no último sábado, dia 29. No início do semestre, cada um dos alunos escreveu um argumento, ou seja, um pré-roteiro de uma história que foi apresentado para uma banca. Entre eles, o roteiro vencedor para a execução foi o Post-It, escrito pela acadêmica Estela Biscaino. O curta está sendo dirigido pela estudante de Design de Moda, Ana Luísa Trevisan, matriculada na disciplina.

A história é um suspense que conta sobre a vida de Giovana, uma estudante universitária que mora sozinha e começa a encontrar post-its com frases suspeitas e ameaçadoras em sua casa. Intrigada, a personagem desconfia de invasão domiciliar, enquanto sua saúde mental desmorona. Estão previstos três dias de gravação e a equipe conta com dez pessoas com funções distribuídas entre produção, direção de arte, montagem, microfonia, fotografia still, redes sociais e continuidade. No elenco estão Daiana Ferreira, Carolina Borin e Glaíse Palma. A direção fotográfica é de Alexandro Pedrollo, sob orientação das professoras Neli Mombelli e Maria Cristina Tonetto. A estreia do curta-metragem ainda não tem data prevista.

Hoje inicia a programação do Festival Varilux de Cinema Francês que segue até o próximo dia 12, em exibição no cinema Arcoplex do Shopping Royal Plaza, em Santa Maria. A programação traz as produções da cinematografia francesa mais recentes e estará em mais de 80 cidades do país.

São 17 filmes em diferentes horários. Entre eles está um personagem clássico de história em quadrinhos que se tornou um símbolo da resistência francesa à globalização, a animação “Asterix e o Segredo da Poção Mágica” (Asterix – Le Secret de la Potion Magique), de Alexandre Astier e Louis Clichy, em exibição no sábado, 08, às 16h25.

Confira a lista de filmes e horários.

06/06 – Quinta-feira

18h30 – A revolução em Paris

20h55 – Um homem fiel

07/06 – Sexta-feira

14h – Os dois filhos de Joseph

15h55 – Através do fogo

18h55 – Amor à segunda vista

20h40 – Quem você pensa que sou

08/06 – Sábado

14h30 – Meu bebê

16h25  – Asterix e o segredo da poção mágica

18h45 – Graças a Deus

21h O mistério de Henri Pick

09/06 – Domingo

14h – Boas intenções

16h05 – Cyrano de Bergerac – o clássico

18h45 – Cyrano mon amour

21h – Finalmente livres

10/06 – Segunda-feira

14h20 Um homem fiel

16h A revolução em Paris

18h25 – Filhas do sol

20h45 – Os dois filhos de Joseph

11/06 – Terça-feira

14h10 – Através do fogo

16h30 – Quem você pensa que sou

18h35 Inocência roubada

20h45 – Boas intenções

12/06 – Quarta-feira

14h – Finalmente livres

16h15 – Amor à segunda vista

18h40 – Meu bebê

20h35 – O professor substituto

Veja as informações completas de cada filme no site do Festival.

A 2ª edição do Cine ConsCiência está com as inscrições abertas até o dia 15 de abril, na página do evento, e debaterá o acesso à saúde pública, burocracias e políticas públicas a partir do filme “Eu, Daniel Blake” (2016, direção de Ken Loach). A atividade será no dia 16 de abril, terça-feira, às 18h 15min, no Salão Azul, no conjunto III da UFN. Para receber o certificado de participação, os inscritos devem levar um quilo de alimento não perecível.

Cada encontro conta com um convidado especial para contribuir na interpretação do filme exibido. Neste dia, o debate terá a presença de um integrante da ONG Misturaí, de Porto Alegre, de Gabriel Goldmeier, graduado em Filosofia e Matemática e com doutorado pela University College of London na área de educação para a cidadania; a professora Carin Otília Kaefer, coordenadora do curso de Serviço Social e tutora do programa de Residência Multiprofissional de Saúde Mental, e o Frei Valdir Pretto, da Pastoral Universitária da UFN. O Frei fará a conexão do filme com o tema da Campanha da Fraternidade 2019  que é “Saúde pública, burocratização e acesso: Fraternidade e políticas públicas”.

A história  do longa acompanha a vida de Daniel Blake (Dave Johns), um senhor que acaba de perder a esposa e que gostaria de continuar trabalhando, porém, após sofrer um ataque cardíaco, ele é proibido por seu médico. Assim, para se sustentar, ele procura receber os benefícios concedidos pelo governo por ser um cidadão incapacitado para o trabalho. A extrema burocracia do processo para conseguir o benefício e o analfabetismo digital  dificultam ainda mais a vida do personagem.

Confira a baixo o trailer do filme.

 

Talvez, para dizer deste grandioso filme de Alfonso Cuarón, não seja abusar do lugar comum usar do velho ditado de que todos os caminhos levam a Roma. Nele, Cuarón rende suas homenagens ao cinema, respiro de Cleo, protagonista do filme, de uma vida fechada nos repetitivos afazeres da casa onde vive e trabalha. O filme impressiona justamente por sua capacidade poética de elevar ao estatuto do sublime o lugar comum de uma cena familiar, um drama cotidiano tão profundamente enraizado na cultura mexicana, mas que também poderia ser de outro lugar qualquer da América Latina ou de uma grande capital do Brasil. Mesmo aqueles que poderiam se entediar com o tempo arrastado e a arquitetura em preto e branco da película, muito provavelmente não ficarão insensíveis à fotografia impressionante, aos planos de tirar o fôlego e, com sorte, deixar-se levar para uma Outra cena, de um inconsciente colonial que fala de todos nós, os latinos.

O diretor o remonta de suas memórias infantis na Colonia Roma, onde cresceu, na Cidade do México, bairro elegante com suas casas imponentes e seus habitantes, cuja pele contrasta com a tez indígena que colore as ruas dessa cidade imponente e que me encantou à primeira vista com inquietante estranheza: tão diferente de nós, tão familiar. Também um título que me fez deslizar o pensamento para uma imaginada Roma antiga, com suas construções igualmente imponentes e uma mítica origem, no ocidente, de uma arcaica relação entre senhores e escravos e, mais particularmente para todos nós, das profundas diferenças sociais que desde nossa herança colonial resistem violentamente a qualquer mudança efetiva, sempre querendo retornar à sua forma original de dominação e infâmia. Da mesma forma, o clima de desamparo social, a intolerância e violência em que passamos a acreditar como saída para um profundo desamparo que não conhece classes, nem cores de pele, mas que expõe a ferida aberta e pulsante de nossas mais profundas mazelas.

Não por acaso, sua ambientação em 1970, conta, então, a história de Cleo, que trabalha como empregada doméstica em uma família mexicana de classe média. A separação do casal abala o cotidiano familiar, enquanto Sofia, mãe, esposa e patroa de Cleo tenta em vão esconder dos filhos a realidade desse acontecimento que promete modificar a vida de todos com a saída de casa do pai, agindo como se ele tivesse partido em uma longa viagem de trabalho. Assim, também Cleo vive em segredo seu próprio drama, ao engravidar de Fermin, que a abandona em pleno cinema ao saber de sua gravidez. Personagem muito familiar, com uma relação um tanto “deliróide” com as artes marciais,  acaba envolvido em uma organização paramilitar ou milícia e que não se sabe por qual insuficiência simbólica, recua violentamente de assumir a paternidade do filho.  Aliás, essas duas mulheres de vidas tão distintas tem isso em comum:  a subestimação dos laços de paternidade e o desamparo a que são lançadas por essa condição. Cleo vai reencontrar Fermin, mais tarde, na rua como um dos jovens usados pelo Estado no massacre de Halconazo, um dos episódios mais terríveis da história política do México.

Mesmo com receio de ser demitida, Cleo conta a Sofia da gravidez, e é amparada por ela, provavelmente por identificação com a sua situação. Laço que se estreita quando Cleo, mesmo sem saber nadar, salva os filhos de Sofia de um afogamento em um mar revolto (como dizia Jacques Lacan, psicanalista francês, “amar é dar o que não se tem”).

De realidades tão distantes, essas mulheres rompem, atravessam a forma em que são constituídas. Atravessam a parede histórica que as separa, para amparar uma a outra, produzindo um raro encontro de ilhas tão incomunicáveis. Esse encontro trágico, repleto de poesia, afirma uma utopia de nossos tempos: que possamos nos encontrar verdadeiramente em algum lugar (ou não-lugar). Momento que se aproxima daquilo que Judith Butler em seu livro Quadros de guerra vai nos trazer com alguma esperança. De que na vida, como condição generalizada, talvez só seja possível alcançar o outro, ao mobilizar uma comoção que nos permita um breve encontro contra toda a violência dos muros que nos separam, pelo reconhecimento de que toda a vida é precária. Assim, amparados nesse reconhecimento, talvez possamos, com essa utopia nunca plenamente realizável, transpor as muralhas desse imenso Coliseu que separa o eu do outro. Roma nos oferece essa poética esperança, que só uma obra prima do cinema poderia desenhar.

 

 

Marcos Pippi de Medeiros é psicólogo e psicanalista. Professor no curso de Psicologia da UFN

CineMental de Março.

Espaço Nise da Silveira e Associação de Familiares, Amigos e Bipolares – AFAB –  estão convidando  para mais uma edição do CineMental, que ocorrerá no próximo dia 28, quinta-feira, às 14:30. Nessa ocasião,  o filme exibido será “Frida”, em comemoração ao 8 de março, dia da mulher. Dirigido por Julie Taymor, a trama conta a história de vida da aclamada pintora mexicana Frida (Salma Hayek) e sua trajetória romântica com o muralista Diego Rivera (Alfred Molina), mostrando os caminhos vivenciados pela artista, como momentos de luta, superação e descobrimento artístico.

A exibição do filme será em novo endereço. Ela acontecerá na rua Floriano Peixoto (antiga reitoria), nº 1184, no auditório localizado no segundo andar do prédio.

 

A 6ª edição da Mostra Integrada de Produções Audiovisuais (MIPA), da Universidade Franciscana, encerra as inscrições no próximo dia 31 de outubro. Qualquer estudante ou egresso da instituição pode participar , para tanto, o audiovisual deve ter sido produzido no âmbito de alguma disciplina ou laboratório da instituição a partir de 2017 e se encaixe numa das categorias do edital: ficção, documentário, experimental, videoclipe ou animação.

As inscrições seguem até dia 31/10 e podem ser feitas neste formulário. O limite máximo de tempo das obras é de até 20 minutos. Além de indicar o link para acesso à obra no formulário, deverão ser enviadas duas imagens de divulgação do vídeo em alta resolução (mínimo 1280×720 em JPEG, PNG ou TIFF) para lablaproa@gmail.com. Para mais informações sobre a Mipa, como os critérios de avaliação e como funciona a seleção, acesse o edital da Mostra.

Os selecionados serão divulgados no dia 16/11. A Mostra será realizada no dia 30 de novembro, às 20h, no Salão Acústico, prédio 14 do Conjunto III da UFN, com sessão aberta ao público em geral. A MIPA é organizada pelos laboratórios de produção audiovisual dos cursos de Jornalismo (Laproa) e de Publicidade e Propaganda (Lappa) e tem como meta ser uma ferramenta de incentivo e auxílio na fruição das produções dos acadêmicos da instituição.

A equipe do curta-metragem Pugna.

Se você pudesse reencontrar alguém que lhe causou um grande mal, o que você faria? Este é o drama que Júlio (Gelton Quadros) se encontra em “Pugna”. Isolado do mundo, acaba se tornando um homem de personalidade melancólica e introvertida, que vê a vida se transformar em um labirinto de tristezas. Até que um dia decide sair ao encontro de um sujeito oposto a ele para acabar com a angústia que carrega no peito.

A produção é feita através da disciplina de Cinema II, do curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano,  que tem como orientadora a professora Kitta Tonetto. O roteiro é de Paola Saldanha, a direção de Diego Garlet e a direção de fotografia de Alexsandro Pedrollo.

As primeiras diárias ocorreram nos dias 6 e 7 de outubro tendo como uma das locações os Estúdios da TV Unifra. A equipe que é composta por dez alunos do curso de Jornalismo e Publicidade e propaganda está na etapa da pós-produção, e a previsão de lançamento é para novembro.

Pugna – Elenco
● Gelton Quadros
● Carla Simone Torres
● Carlos Alberto Badke
● Paulo Tavares
● Claiton Espindola
● Ana Caroline Pereira
● Leonardo Pazatto

Pugna – Equipe de produção
● Direção: Diego Garlet
● Roteiro: Paola Saldanha
● Assistente de direção: Paola Saldanha
● Produção executiva: Deivid Pazatto
● Produção: Agnes Barriles, Fernando Cezar e Tayná Lopes
● Direção de arte: Deivid Pazatto, Emily Costa e Tayná Lopes
● Direção de fotografia: Alexsandro Pedrollo
● Assistente de fotografia: Julia Trombini
● Continuísta: Agnes Barriles
● Som direto: Fernando Cezar
● Divulgação: Guilherme Trucollo e Caroline Pigatto

Acompanhe as redes sociais do curta-metragem: https://www.facebook.com/pugnacurta/

Folder do evento

Iniciou hoje, 24, na Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria- CESMA, o 4º  CINEST – Festival Internacional de Cinema Estudantil.
O evento que tem como objetivo a exibição e o reconhecimento das realizações audiovisuais produzidas por alunos de Escolas municipais, estaduais, federais e particulares – de Ensino Fundamental do 5º ao 9 º ano e ensino Médio e Universitários do Brasil e Exterior,foi aberto às 14:00 desta terça-feira e transcorrerá até o próximo dia 27 ás 20:00. A relação dos audiovisuais selecionados para exibição pode ser acessada no site do Cinest .
A entrada é gratuita e o festival destinado, principalmente, ao público infantil,  oferece também oficinas com vagas limitadas.

DIA 25-Manhã: 9:00hs -Oficina de Roteiro Cinematográfico;
DIA 26- Manhã: 9:00hs -Oficina de Maquiagem e efeitos especiais- 25 vagas; e
DIA 26- Manhã: 9:00hs- Oficina de Produção de vídeo com edição em MOVIE MAKER. 25 vagas- (Nesta oficina  se possível trazer notebook).

Confira a programação do 4º CINEST!

Profª. Drª Maria Cristina Tonetto apresentou trabalho no XXI SEPE nesta quinta-feira

Ocorreu nesta quinta-feira, 05, o seminário no eixo de Artes e Patrimônio Cultural, junto ao XXI Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão, com a temática “O potencial do Cinema Universitário para documentar o patrimônio histórico”. Apresentado pela professora doutora Maria Cristina Tonetto, do curso de Jornalismo da Unifra, o trabalho fez os participantes conhecerem sua pesquisa e mais sobre a produção acadêmica em cinema no Brasil e em Portugal.

O seminário tratou de mostrar parte do que é trabalhado em cinema, com o viés do patrimônio histórico, e como isso é retratado nas produções universitárias. Além disso, foi salientado a importância da circulação em diferentes plataformas e expansão do cinema nas comunidades que não tem acesso a Sétima Arte.

Segundo a professora, ter a chance de apresentar parte dos resultados do seu trabalho no SEPE foi uma experiência muito valiosa. “Foram quatro anos pesquisando sobre este tema e, hoje, tive a oportunidade de tratar com um enfoque diferente, relacionando ao patrimônio histórico.  Segundo a professora, o trabalho  possui muitas informações, que podem receber outros direcionamentos  e novos olhares.

Maria Cristina ainda evidencia que a pesquisa desenvolvida mostra o quanto o conhecimento adquirido fora do país pode ser utilizado como forma de socializar dados para outros grupos de pesquisa, e quanto mais esses resultados forem conhecidos, mais contribuições e maior conhecimento no campo.

O XXI SEPE ocorre entre os dias 4 e 6 de outubro e funciona como uma oportunidade de os discentes e docentes apresentarem trabalhos acadêmicos.