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ROMA: a poética precariedade da vida

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CineMental de março exibe o filme Frida

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Pugna, novo curta-metragem será lançado em novembro

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4º Festival Internacional de Cinema Estudantil acontece na Cesma

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O cinema como patrimônio histórico é tema no XXI SEPE

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Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

A AFAB e  Espaço Nise da silveira realizaram na tarde de hoje, 31, mais uma edição do CineMental, evento que ocorre na sala 315 do Antigo Hospital Universitário, na última quinta de cada mês. O filme escolhido

A 2ª edição do Cine ConsCiência está com as inscrições abertas até o dia 15 de abril, na página do evento, e debaterá o acesso à saúde pública, burocracias e políticas públicas a partir do filme “Eu, Daniel Blake” (2016, direção de Ken Loach). A atividade será no dia 16 de abril, terça-feira, às 18h 15min, no Salão Azul, no conjunto III da UFN. Para receber o certificado de participação, os inscritos devem levar um quilo de alimento não perecível.

Cada encontro conta com um convidado especial para contribuir na interpretação do filme exibido. Neste dia, o debate terá a presença de um integrante da ONG Misturaí, de Porto Alegre, de Gabriel Goldmeier, graduado em Filosofia e Matemática e com doutorado pela University College of London na área de educação para a cidadania; a professora Carin Otília Kaefer, coordenadora do curso de Serviço Social e tutora do programa de Residência Multiprofissional de Saúde Mental, e o Frei Valdir Pretto, da Pastoral Universitária da UFN. O Frei fará a conexão do filme com o tema da Campanha da Fraternidade 2019  que é “Saúde pública, burocratização e acesso: Fraternidade e políticas públicas”.

A história  do longa acompanha a vida de Daniel Blake (Dave Johns), um senhor que acaba de perder a esposa e que gostaria de continuar trabalhando, porém, após sofrer um ataque cardíaco, ele é proibido por seu médico. Assim, para se sustentar, ele procura receber os benefícios concedidos pelo governo por ser um cidadão incapacitado para o trabalho. A extrema burocracia do processo para conseguir o benefício e o analfabetismo digital  dificultam ainda mais a vida do personagem.

Confira a baixo o trailer do filme.

 

Talvez, para dizer deste grandioso filme de Alfonso Cuarón, não seja abusar do lugar comum usar do velho ditado de que todos os caminhos levam a Roma. Nele, Cuarón rende suas homenagens ao cinema, respiro de Cleo, protagonista do filme, de uma vida fechada nos repetitivos afazeres da casa onde vive e trabalha. O filme impressiona justamente por sua capacidade poética de elevar ao estatuto do sublime o lugar comum de uma cena familiar, um drama cotidiano tão profundamente enraizado na cultura mexicana, mas que também poderia ser de outro lugar qualquer da América Latina ou de uma grande capital do Brasil. Mesmo aqueles que poderiam se entediar com o tempo arrastado e a arquitetura em preto e branco da película, muito provavelmente não ficarão insensíveis à fotografia impressionante, aos planos de tirar o fôlego e, com sorte, deixar-se levar para uma Outra cena, de um inconsciente colonial que fala de todos nós, os latinos.

O diretor o remonta de suas memórias infantis na Colonia Roma, onde cresceu, na Cidade do México, bairro elegante com suas casas imponentes e seus habitantes, cuja pele contrasta com a tez indígena que colore as ruas dessa cidade imponente e que me encantou à primeira vista com inquietante estranheza: tão diferente de nós, tão familiar. Também um título que me fez deslizar o pensamento para uma imaginada Roma antiga, com suas construções igualmente imponentes e uma mítica origem, no ocidente, de uma arcaica relação entre senhores e escravos e, mais particularmente para todos nós, das profundas diferenças sociais que desde nossa herança colonial resistem violentamente a qualquer mudança efetiva, sempre querendo retornar à sua forma original de dominação e infâmia. Da mesma forma, o clima de desamparo social, a intolerância e violência em que passamos a acreditar como saída para um profundo desamparo que não conhece classes, nem cores de pele, mas que expõe a ferida aberta e pulsante de nossas mais profundas mazelas.

Não por acaso, sua ambientação em 1970, conta, então, a história de Cleo, que trabalha como empregada doméstica em uma família mexicana de classe média. A separação do casal abala o cotidiano familiar, enquanto Sofia, mãe, esposa e patroa de Cleo tenta em vão esconder dos filhos a realidade desse acontecimento que promete modificar a vida de todos com a saída de casa do pai, agindo como se ele tivesse partido em uma longa viagem de trabalho. Assim, também Cleo vive em segredo seu próprio drama, ao engravidar de Fermin, que a abandona em pleno cinema ao saber de sua gravidez. Personagem muito familiar, com uma relação um tanto “deliróide” com as artes marciais,  acaba envolvido em uma organização paramilitar ou milícia e que não se sabe por qual insuficiência simbólica, recua violentamente de assumir a paternidade do filho.  Aliás, essas duas mulheres de vidas tão distintas tem isso em comum:  a subestimação dos laços de paternidade e o desamparo a que são lançadas por essa condição. Cleo vai reencontrar Fermin, mais tarde, na rua como um dos jovens usados pelo Estado no massacre de Halconazo, um dos episódios mais terríveis da história política do México.

Mesmo com receio de ser demitida, Cleo conta a Sofia da gravidez, e é amparada por ela, provavelmente por identificação com a sua situação. Laço que se estreita quando Cleo, mesmo sem saber nadar, salva os filhos de Sofia de um afogamento em um mar revolto (como dizia Jacques Lacan, psicanalista francês, “amar é dar o que não se tem”).

De realidades tão distantes, essas mulheres rompem, atravessam a forma em que são constituídas. Atravessam a parede histórica que as separa, para amparar uma a outra, produzindo um raro encontro de ilhas tão incomunicáveis. Esse encontro trágico, repleto de poesia, afirma uma utopia de nossos tempos: que possamos nos encontrar verdadeiramente em algum lugar (ou não-lugar). Momento que se aproxima daquilo que Judith Butler em seu livro Quadros de guerra vai nos trazer com alguma esperança. De que na vida, como condição generalizada, talvez só seja possível alcançar o outro, ao mobilizar uma comoção que nos permita um breve encontro contra toda a violência dos muros que nos separam, pelo reconhecimento de que toda a vida é precária. Assim, amparados nesse reconhecimento, talvez possamos, com essa utopia nunca plenamente realizável, transpor as muralhas desse imenso Coliseu que separa o eu do outro. Roma nos oferece essa poética esperança, que só uma obra prima do cinema poderia desenhar.

 

 

Marcos Pippi de Medeiros é psicólogo e psicanalista. Professor no curso de Psicologia da UFN

CineMental de Março.

Espaço Nise da Silveira e Associação de Familiares, Amigos e Bipolares – AFAB –  estão convidando  para mais uma edição do CineMental, que ocorrerá no próximo dia 28, quinta-feira, às 14:30. Nessa ocasião,  o filme exibido será “Frida”, em comemoração ao 8 de março, dia da mulher. Dirigido por Julie Taymor, a trama conta a história de vida da aclamada pintora mexicana Frida (Salma Hayek) e sua trajetória romântica com o muralista Diego Rivera (Alfred Molina), mostrando os caminhos vivenciados pela artista, como momentos de luta, superação e descobrimento artístico.

A exibição do filme será em novo endereço. Ela acontecerá na rua Floriano Peixoto (antiga reitoria), nº 1184, no auditório localizado no segundo andar do prédio.

 

A 6ª edição da Mostra Integrada de Produções Audiovisuais (MIPA), da Universidade Franciscana, encerra as inscrições no próximo dia 31 de outubro. Qualquer estudante ou egresso da instituição pode participar , para tanto, o audiovisual deve ter sido produzido no âmbito de alguma disciplina ou laboratório da instituição a partir de 2017 e se encaixe numa das categorias do edital: ficção, documentário, experimental, videoclipe ou animação.

As inscrições seguem até dia 31/10 e podem ser feitas neste formulário. O limite máximo de tempo das obras é de até 20 minutos. Além de indicar o link para acesso à obra no formulário, deverão ser enviadas duas imagens de divulgação do vídeo em alta resolução (mínimo 1280×720 em JPEG, PNG ou TIFF) para lablaproa@gmail.com. Para mais informações sobre a Mipa, como os critérios de avaliação e como funciona a seleção, acesse o edital da Mostra.

Os selecionados serão divulgados no dia 16/11. A Mostra será realizada no dia 30 de novembro, às 20h, no Salão Acústico, prédio 14 do Conjunto III da UFN, com sessão aberta ao público em geral. A MIPA é organizada pelos laboratórios de produção audiovisual dos cursos de Jornalismo (Laproa) e de Publicidade e Propaganda (Lappa) e tem como meta ser uma ferramenta de incentivo e auxílio na fruição das produções dos acadêmicos da instituição.

A equipe do curta-metragem Pugna.

Se você pudesse reencontrar alguém que lhe causou um grande mal, o que você faria? Este é o drama que Júlio (Gelton Quadros) se encontra em “Pugna”. Isolado do mundo, acaba se tornando um homem de personalidade melancólica e introvertida, que vê a vida se transformar em um labirinto de tristezas. Até que um dia decide sair ao encontro de um sujeito oposto a ele para acabar com a angústia que carrega no peito.

A produção é feita através da disciplina de Cinema II, do curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano,  que tem como orientadora a professora Kitta Tonetto. O roteiro é de Paola Saldanha, a direção de Diego Garlet e a direção de fotografia de Alexsandro Pedrollo.

As primeiras diárias ocorreram nos dias 6 e 7 de outubro tendo como uma das locações os Estúdios da TV Unifra. A equipe que é composta por dez alunos do curso de Jornalismo e Publicidade e propaganda está na etapa da pós-produção, e a previsão de lançamento é para novembro.

Pugna – Elenco
● Gelton Quadros
● Carla Simone Torres
● Carlos Alberto Badke
● Paulo Tavares
● Claiton Espindola
● Ana Caroline Pereira
● Leonardo Pazatto

Pugna – Equipe de produção
● Direção: Diego Garlet
● Roteiro: Paola Saldanha
● Assistente de direção: Paola Saldanha
● Produção executiva: Deivid Pazatto
● Produção: Agnes Barriles, Fernando Cezar e Tayná Lopes
● Direção de arte: Deivid Pazatto, Emily Costa e Tayná Lopes
● Direção de fotografia: Alexsandro Pedrollo
● Assistente de fotografia: Julia Trombini
● Continuísta: Agnes Barriles
● Som direto: Fernando Cezar
● Divulgação: Guilherme Trucollo e Caroline Pigatto

Acompanhe as redes sociais do curta-metragem: https://www.facebook.com/pugnacurta/

Folder do evento

Iniciou hoje, 24, na Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria- CESMA, o 4º  CINEST – Festival Internacional de Cinema Estudantil.
O evento que tem como objetivo a exibição e o reconhecimento das realizações audiovisuais produzidas por alunos de Escolas municipais, estaduais, federais e particulares – de Ensino Fundamental do 5º ao 9 º ano e ensino Médio e Universitários do Brasil e Exterior,foi aberto às 14:00 desta terça-feira e transcorrerá até o próximo dia 27 ás 20:00. A relação dos audiovisuais selecionados para exibição pode ser acessada no site do Cinest .
A entrada é gratuita e o festival destinado, principalmente, ao público infantil,  oferece também oficinas com vagas limitadas.

DIA 25-Manhã: 9:00hs -Oficina de Roteiro Cinematográfico;
DIA 26- Manhã: 9:00hs -Oficina de Maquiagem e efeitos especiais- 25 vagas; e
DIA 26- Manhã: 9:00hs- Oficina de Produção de vídeo com edição em MOVIE MAKER. 25 vagas- (Nesta oficina  se possível trazer notebook).

Confira a programação do 4º CINEST!

Profª. Drª Maria Cristina Tonetto apresentou trabalho no XXI SEPE nesta quinta-feira

Ocorreu nesta quinta-feira, 05, o seminário no eixo de Artes e Patrimônio Cultural, junto ao XXI Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão, com a temática “O potencial do Cinema Universitário para documentar o patrimônio histórico”. Apresentado pela professora doutora Maria Cristina Tonetto, do curso de Jornalismo da Unifra, o trabalho fez os participantes conhecerem sua pesquisa e mais sobre a produção acadêmica em cinema no Brasil e em Portugal.

O seminário tratou de mostrar parte do que é trabalhado em cinema, com o viés do patrimônio histórico, e como isso é retratado nas produções universitárias. Além disso, foi salientado a importância da circulação em diferentes plataformas e expansão do cinema nas comunidades que não tem acesso a Sétima Arte.

Segundo a professora, ter a chance de apresentar parte dos resultados do seu trabalho no SEPE foi uma experiência muito valiosa. “Foram quatro anos pesquisando sobre este tema e, hoje, tive a oportunidade de tratar com um enfoque diferente, relacionando ao patrimônio histórico.  Segundo a professora, o trabalho  possui muitas informações, que podem receber outros direcionamentos  e novos olhares.

Maria Cristina ainda evidencia que a pesquisa desenvolvida mostra o quanto o conhecimento adquirido fora do país pode ser utilizado como forma de socializar dados para outros grupos de pesquisa, e quanto mais esses resultados forem conhecidos, mais contribuições e maior conhecimento no campo.

O XXI SEPE ocorre entre os dias 4 e 6 de outubro e funciona como uma oportunidade de os discentes e docentes apresentarem trabalhos acadêmicos.

 

Ocorre nesta terça-feira, 12, um ciclo de cinema que vai debater o papel da mulher com deficiência na sociedade a partir de questões sociais, culturais e políticas as quais ela enfrenta no dia-a-dia.

Denominada de I Ciclo de Cinema – Gênero e Deficiência, a iniciativa ocorrerá entre os meses de setembro a novembro. A cada sessão haverá apresentação de filme seguido por debate com uma convidada mediadora.

O primeiro filme será Preciosa (2009), que conta a história de Precious, uma adolescente negra norte-americana que sofre com o preconceito e com o péssimo relacionamento com a mãe. No meio disso tudo, uma professora tenta ajudar a garota a melhorar sua vida.

O debate será realizado na Sala 3272, do Centro de Educação, prédio 16, da Universidade Federal de Santa Maria, na  às 18h.

Confira o trailer de Preciosa: [youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=AnrxEqzI81g”]

Público assiste ao filme exibido
Foto: Juliano Dutra

A AFAB e  Espaço Nise da silveira realizaram na tarde de hoje, 31, mais uma edição do CineMental, evento que ocorre na sala 315 do Antigo Hospital Universitário, na última quinta de cada mês. O filme escolhido para essa tarde foi “Hoje eu quero voltar sozinho”.
O estudante Igor Sastro Nunes, 20 anos, que cursa o 5 semestre de Serviço Social na UFSM e é um dos organizadores do projeto,contou um pouco sobre seu surgimento e organização.

ACS – O que exatamente é a AFAB e qual seu propósito?
Igor- É uma extensão da UFSM que já funciona há vinte anos, e serve como  espaço de acolhimento pra pessoas que tem algum tipo de sofrimento psíquico. Nela se desenvolvem um grupo terapêutico, familiar, além do grupo de cinema.

ACS – E o espaço Nise da Silveira?
Igor–  É uma extensão da AFAB que nasceu para articular com a rede de saúde mental de Santa Maria e expandir a AFAB. Criado há dois anos é o promotor do CineMental.

ACS –Como surgiu o projeto CineMental?
Igor– A psiquiatra do HUSM, Marta Helena Noal sempre teve essa vontade de trabalhar com cinema e saúde mental, e certo dia em conversa comigo e com o psicólogo Dione Lemos ela comentou a ideia e pensamos em idealizar o CineMental, posteriormente a psicóloga Letícia Chagas se juntou ao projeto.

ACS – Quantos filmes já foram exibidos?
Igor- Já exibimos dezessete filmes.

ACS – Qual é a média de público?
Igor- Varia entre 12 e 30 pessoas, mas já tivemos público de 60 pessoas.

ACS – E a escolha do filme de hoje “Hoje eu quero voltar sozinho”, como foi?
Igor– Esse filme foi indicação minha, por conta do mês da diversidade em que os espaços em geral tem debatido essa temática.

ACS- E como ele se encaixa no espaço?
Igor- Questão da deficiência ligada á sexualidade e a saúde mental, pensando na saúde mental LGBT e da população com deficiência.

ACS – Como foi a recepção ao filme?
Igor- Muito boa, as pessoas que trabalham na área são muito abertas em relação aos temas.

ACS – E depois da exibição de cada filme?
Igor- Após o filme, realizamos um debate, em cima do tema, as pessoas falam se já passaram por algo assim, se conheceram alguém e o que acham do tema. A partir dos filmes o público expressa suas vivências.

ACS – E quais são os efeitos observados após essas exibições?
Igor- Efeitos positivos, pois os filmes se tornam uma ferramenta de debates dando abertura para as pessoas com dificuldades de se expressar.

ACS – Quando será a próxima sessão?
Igor- Será no dia 28/09, trazendo reflexões com relação ao Setembro Amarelo (campanha de conscientização a prevenção do suicídio).

ACS – Qual filme será exibido?
Igor- Amy. Um documentário sobre a cantora Amy Winehouse, para debatermos a questão do suicídio.

Professora Maria Cristina Tonetto de volta à Unifra após doutoramento em Portugal. Foto: Juliano Dutra. LABFEM

A partir deste segundo semestre letivo, a professora Maria Cristina Tonetto volta a integrar o time de professores do curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano. Ela ficou afastada durante o período de quatro anos para realização de seu doutorado na Universidade  da Beira do Interior, em Covilhã, Portugal.

Sua pesquisa de doutoramento, inédita tanto no Brasil quanto em Portugal, voltou-se para  a circulação das produções cinematográficas universitárias portuguesas e brasileiras nas redes sociais digitais, revelando a dinâmica que os egressos desenvolveram para partilhar a produção e ampliar a visibilidade do material cinematográfico.

A professora investigou o cinema produzido pelos alunos que se formaram em universidades públicas entre 2010 a 2013 em Portugal, e entre 2011 e 2013 no Brasil, analisando o modo como circulou nas redes sociais – facebook e  youtube -, o material cinematográfico produzido pelos acadêmicos. A investigação sinaliza o período em que começa o processo de circulação, verificando se os acadêmicos divulgam as peças cinematográficas na fase de pré-produção dos filmes ou se é na pós-produção, e como é feita essa divulgação. Segundo a pesquisadora, é através do mapeamento do material divulgado nas redes sociais digitais que é possível perceber as falhas  na distribuição/circulação por parte dos estudantes e, também, evidenciar as fragilidades no ensino superior de cinema no tocante a esse mesmo processo.

Outro aspecto relevante resultado da pesquisa desenvolvida é a constatação de que o cinema, na atualidade, através das redes sociais, atinge um público maior que, muitas vezes, não tem acesso às salas de exibição. A pesquisadora ressalta que no Brasil a maioria das salas de cinema estão concentradas no eixo Rio-São Paulo-Brasília e, hoje, a internet não está apenas democratizando o acesso à sétima arte, mas  permitindo uma maior visibilidade à produção acadêmica. Já em Portugal, as salas de cinema estão espalhadas por todas as cidades do país  e os cineclubes cumprem um papel importante nas localidades onde elas não existem. Considerando as diferenças dimensionais entre os dois países, a pesquisa revela que os brasileiros assistem mais filmes nacionais do que os portugueses. No entanto, os egressos dos cursos de cinema portugueses divulgam mais as suas produções cinematográficas do que os brasileiros.

O trabalho de pesquisa de Maria Cristina Tonetto abre inúmeras frentes de investigação, seja pelo ineditismo, seja pela urgência de que os cursos de cinema oferecidos pelas instituições de ensino superior deem mais atenção aos processos de circulação da produção universitária, pela emergência de um novo público espectador e, ainda, pela ausência de políticas públicas voltadas para a circulação/distribuição dos filmes independentes.

A professora relata que nessa nova fase de retorno às aulas na Unifra, reviu os seus planos de ensino, incluindo mudanças decorrentes de ter dedicado esses quatro anos para o estudo do cinema.  Ela declara também que pretende ampliar as suas pesquisas na interface com outras áreas que se cruzam com o cinema. “Quando você termina o doutorado percebe que na realidade terminou aquele ponto, mas tem várias outras frentes que podem ser trabalhadas na pesquisa, então penso em integrar essas outras frentes do cinema.”

Maria Cristina informa que pretende desenvolver projetos para que possa trabalhar não só com a sua pesquisa, mas também com produções. “Estou sentindo falta de trabalhar com a parte prática, pois nesse tempo fiquei voltada mais para a parte científica”, finaliza.