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Policiais e professores ocupam Câmara dos Vereadores

Na tarde desta terça-feira (8), trabalhadores da Policia Civil e integrantes do sindicato Cpers (centro dos professores do Rio Grande do Sul) ocuparam a Câmara dos Vereadores em Santa Maria. Eles estão em busca de seus direitos, pois

Servidores públicos em greve unificada

Nesta segunda-feira, 31, os servidores públicos receberam de pagamento do mês R$ 600, o equivalente a menos de um salário mínimo. Não se sabe no mês de setembro haverá parcelamento. Esse foi o estopim que definiu a paralisação

Professores estaduais estão em ‘estado de greve’

“Particularmente defendi e ainda defendo a greve da nossa categoria, por tempo indeterminado. Mesmo que as demais categorias não queiram aderir, pois entendo que a nossa categoria é a mais castigada por esse governo e por

Protesto dos professores estaduais, hoje, 15, em Santa Maria. Fotos: Gabriele Bordin/ACS

Na tarde desta sexta-feira, 15, representantes do 2º Núcleo do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS) e vários professores de escolas estaduais de Santa Maria realizaram um ato público em frente à 8ª Coordenadoria Geral do Estado. A manifestação faz parte das programações do CPERS para mostrar a insatisfação dos professores estaduais para com o governo do RS. O principal motivo é o parcelamento do salário de agosto e a não previsão do pagamento da próxima parcela.
Vários membros do CPERS deram depoimentos. Rafael Torres, diretor do 2º Núcleo, afirmou que “se continuarem atacando nossos direitos, nós não terminaremos o ano letivo.”
Sem discordar dos colegas, José Luis Viera Eggres, responsável pela 8ªCRE, disse que na coordenadoria todos estão sempre de portas abertas, mas que nada podem fazer em função da hierarquia a qual estão submetidos.
Giane Schmaedeck Lara, membro da direção do 2° núcleo do CPERS e professora da escola Olavo Bilac, afirmou: “Desde que o governo Satori assumiu, estão nos levando a uma situação limite. É o 21º parcelamento. Essa greve foi deflagrada dia 5 de setembro e não há data para encerrar. A proposta para terminar a greve é que o governo se comprometa a não parcelar mais o salário. Enquanto não houver esse comprometimento a greve não acabará.”

Professores, em protesto, lotaram a 8ª coordenadoria de educação em Santa Maria na tarde de hoje.

Ontem, 14, o CPERS teve audiência com o governo do Estado que não fez nenhuma proposta e ressaltou que, para o fim do mês, a possibilidade do próximo parcelamento ser menor do que os atuais R$350,00, é real. E ainda, que o pagamento da primeira parcela correspondente ao salário de setembro só seria liberada no dia 15 de outubro.
Segundo o CPERS há possibilidade de não ser encerrado o ano letivo de 2017. A estimativa da entidade  é  de que, atualmente, 53 das 92 escolas do 2º Núcleo aderiram à greve.
A manifestação da tarde de hoje faz parte da programação de atos públicos organizados pelo CPERS. Na próxima terça-feira, 19, ocorrerá o Ato Público Estadual da greve em frente ao Palácio Piratini. Os professores querem uma audiência com os deputados  estaduais para mediar uma negociação com o governo. Os membros do CPERS estão fazendo visitas às escolas para falar sobre a situação atual.

foto de Nathane Spencer, Laboratório de Fotografia
Integrantes do movimento da Policia Civil e do sindicato Cpers  (Foto: Nathane Spencer/Núcleo de Fotografia e Memória

Na tarde desta terça-feira (8), trabalhadores da Policia Civil e integrantes do sindicato Cpers (centro dos professores do Rio Grande do Sul) ocuparam a Câmara dos Vereadores em Santa Maria. Eles estão em busca de seus direitos, pois desde o mês de julho o governador José Ivo Sartori parcelou em quarto vezes os salários dos servidores públicos. A reunião na Câmara estava marcada para as 15h, mas em surpresa a todos antes do horário marcado, eles se reuniram de forma pacífica na sala de reuniões, para protestar.

” Essa vinda antes do horário para a Câmara foi como uma tentativa de levar a voz dos servidores além da cidade de Santa Maria e também como uma cobrança aos vereadores da base do governo em Santa Maria uma interlocução com o governo, pois já faz oito meses que o governador assumiu e ainda não tivemos diálogo aberto, um debate sobre os assuntos que são de extrema importância tanto aos servidores quanto a população do Rio Grande. Então, essa ocupação da Câmara é uma tentativa de dar visibilidade, e para as pessoas verem o quanto é preocupante esse plano de metas que o governo está pondo em prática”, comentou o líder do Movimento da Policia Civil, Pablo Mesquita.

A cidade de Santa Maria está sem policiamento nas ruas, pois as famílias dos trabalhadores estão bloqueando a saída da policia de seus quarteis.

“Pressão política aos partidos da base aliada. Nós entendemos que estivemos reunidos na sessão passada, a uma semana atrás quando vários vereadores se mostraram a favor da nossa causa. Mas muitas vezes o vereador se manifesta da boca para fora. Então, viemos aqui cobrar dos vereadores e do partido a coerência que eles cumpram com a verdade”,  disse o professor e também participante do sindicato Cpers Gilmar Corrêa.

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Manifestantes cantando o hino do Rio Grande no final da reunião (Foto: Nathane Spencer/Núcleo de Fotografia e Memória)

Após a reunião, os manifestantes cantaram o hino do Rio Grande do Sul e se reuniram em frente à Câmara de Vereadores, e partiram em direção à Praça Saldanha Marinho, onde estava marcado para as 17h uma entrega de folhetos para os que passassem por lá.

Confira o protesto no vídeo produzido pelo Laboratório de Produção Audiovisual do curso de Jornalismo da Unifra.

Nesta segunda-feira, 31, os servidores públicos receberam de pagamento do mês R$ 600, o equivalente a menos de um salário mínimo. Não se sabe no mês de setembro haverá parcelamento. Esse foi o estopim que definiu a paralisação dos servidores públicos a partir desta segunda-feira, 31, até o dia 3 de setembro.
Segundo o jornal Sul 21, os servidores do Estado receberão seus salários em quatro vezes. No próximo dia 11, a segunda parcela será paga no valor de até R$ 800. Para o dia 15, serão R$ 1,4 mil, o que totaliza 67% dos salários dos servidores. O restante está previsto para ser pago dia 22 deste mês.
O Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (CPERS) publicou uma nota em repúdio à forma que o governador está tratando os professores e os demais servidores. Os educadores do Estado entraram em greve no início desta semana. Algumas escolas estão com turnos reduzidos e outras completamente paralisadas.
Está tramitando na Assembleia Legislativa o projeto de lei PLC 206/2015, que visa o impedimento do pagamento do Piso do Magistério, redução dos serviços públicos para a sociedade e congelamento dos salários dos trabalhadores estaduais.

Programação de atos dos professores

Nesta terça-feira, 1, os representantes de cada Núcleo do CPERS do interior e da região metropolitana de Porto Alegre irão realizar um ato em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul contra a aprovação dos projetos de leis que tiram direitos dos professores estaduais e dos servidores, como a PLC 206/2015. Os professores também exigem a retirada do projeto PL 169/2015, assinado por Regina Becker Fortunatti (PDT), que exclui a gestão democrática das escolas públicas.
Ocorrerão ações, inclusive, na Câmara dos Vereadores e uma vigília permanente em frente às Câmaras Municipais.
No dia 3 deste mês, ocorrerá um grande protesto em frente ao Palácio Piratini contra o menosprezo dos professores estaduais, contra os projetos de leis que prejudicam os educadores e o ensino público, e contra a desvalorização da educação no RS.

A professora Cleonice considera mais impactante greves com tempo determinado ou redução de períodos (Foto por: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)
A professora Cleonice considera mais impactante greves com tempo determinado ou redução de períodos (Foto: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)

A professora Cleonice Lena da Escola Estadual de Ensino Médio Cilon Rosa conta que os professores tem um calendário preparado para recuperação das aulas que não foram dadas na greve, porém o calendário só será cumprido se o governador pagar os salários. Como não houve pagamento do salário integral, a escola entrou em greve novamente.
“Também queremos que ele retire os projetos de lei que nos prejudicam e tiram nossos direitos como professores públicos, caso ele não retire esses projetos haverá greve. Realizaremos atos aqui em Santa Maria, além do ato em frente ao Palácio, mas não há nada confirmado ainda, iremos ter reuniões para decidir as ações”, explica.
A professora conta que eles recebem muito apoio dos alunos, pois muitos são filhos de professores e vêm o que os pais passam devido ao não pagamento do salário.
Segundo Cleonice, muitos professores pararam, os que estão trabalhando ainda são os que permutaram de região, trocaram de escola, então eles não podem parar.
“Estamos em estado de ‘estratégia de guerrilha’, quando o governador ameaça nossa categoria com alguma medida prejudicial nós paramos por um tempo e protestamos, como essas greves de tantos dias, então ele volta atrás. Estamos atentos também para o projeto que privatiza o ensino público, o que tira toda a nossa autonomia de educador, é muito perigoso”, ressalta Cleonice.

“Particularmente defendi e ainda defendo a greve da nossa categoria, por tempo indeterminado. Mesmo que as demais categorias não queiram aderir, pois entendo que a nossa categoria é a mais castigada por esse governo e por governos anteriores”, defendeu na assembleia geral dos professores estaduais no Ginásio Gigantinho, em Porto Alegre, no último dia 18, o professor de filosofia Paulo Vinícius, da Escola Estadual de Ensino Médio Cilon Rosa. Segundo o professor, durante a assembleia, alguns professores filiados a partidos políticos, como PT e PC do B (que hoje controlam a direção do sindicato), defenderam ações que interessavam às siglas e eram a favor de uma greve curta e determinada. Os professores da corrente de oposição à direção almejaram greve unificada e por tempo indeterminado, mas não conseguiram aprovar a proposta.
O filósofo considera a luta dos professores de extrema importância, por sua história de derrota e desvalorização econômica com o governo atual e com o governo anterior. O salário é um dos mais baixos da categoria dos funcionários do Estado e está abaixo do Piso Nacional do Magistério – instituído por meio de Lei Federal em 2008. “Nossa luta é contra um governo formado por partidos declarados de direita, como PMDB, DEM, PSDB e PP, e partidos de Centro, como o PDT, PSB e PPS, que estão tentando implantar um projeto liberal econômico de diminuição do Estado. Para implantar esse projeto, o governo mente que está enfrentando uma grave crise e que não há dinheiro nos cofres públicos. Faz o mesmo que governos anteriores fizeram”, ressalta o professor.

Tarso e Sartori divergem sobre cofres gaúchos

Tarso Genro deixou o governo em 2014 e garantiu que havia dinheiro no caixa para seu sucessor e que suas contas tinham sido aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS). Entretanto, quando José Ivo Sartori (PMDB), assumiu o Piratini, assinou lei para aumentar o seu salário, do vice e de seu secretariado, e também – mesmo com as contenções de gastos anunciadas por ele – desembolsou R$ 4,7 milhões para o pagamento a empresas de consultorias pelo Programa Gaúcho da Qualidade e da Produtividade e pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Afepan), conforme reportagem do Correio do Povo. Além disso, apesar da operação para investigar a sonegação de imposto – Operação Zelotes -, muitas empresas não pagam seu imposto em dia ou são isentas de pagamento fiscal, enquanto os servidores públicos têm esse pagamento descontado direto do contra-cheque. E agora estão recebendo 48% dos seus salários.

Categorias estaduais paralisaram por três dias 

“A greve de três dias acabou, mas foi uma greve de unidade de todas as categorias do serviço público. Foram vários sindicatos unidos, aliás, essa foi a justificativa da direção do Centro dos Professores do Estado do RS (CPERS) em defender essa proposta, pois diziam que era o que ‘dava para fazer’, visto ser difícil unificar a luta com tantos sindicatos juntos. Segunda-feira, as aulas voltaram normalmente, infelizmente, porque motivos temos de sobra para uma greve forte e por tempo indeterminado. Voltaremos para dar nossas aulas e não prejudicar ainda mais os alunos, que são as maiores vítimas disso tudo por culpa desse governo”, desabafa Paulo Vinícius.

Professores devem voltar a parar

Sandra Regio, diretora do Segundo Núcleo do CPERS, conta que a partir do mês de janeiro, a categoria pediu o reajuste de 13,01% do piso. Porém, está recebendo menos da metade do salário. Há 40 anos, como constata a sindicalista, o Estado está com as contas no vermelho. “Agora, a prioridade desse governo é vender as estatais do funcionalismo público. Lutamos pelos reajustes dos salários de todos os servidores, lutamos contra as privatizações, e queremos a ouvidoria da dívida do Estado. Queremos e temos o direito de saber quanto o Estado recebe e quanto gasta conosco. No dia 18, em Porto Alegre, teve um dos maiores movimentos do funcionalismo do Estado com mais de 15 mil pessoas.
“O problema é que o salário não é o principal foco, lutamos também contra os anti-projetos que o governador quer implantar, por exemplo, aumentar a contribuição de cada dependente da família do funcionário ao IPERGS (descontado direto do contra-cheque)”, comenta a professora. Segundo Sandra, as greves dos professores estão sendo de “contra-ataque”, quando o governo anuncia um congelamento de salário ou uma medida prejudicial aos funcionários, ele param por um determinado tempo, e então o governador cede um pouco, como fez ao pagar o restante do salário atrasado do mês passado.
“Estamos em estado de greve. E a partir do dia 31 de agosto entraremos em greve novamente, de quatro dias. Dia 3 de setembro terá um ato na frente do Palácio do Piratini para protestar contra os anti-projetos, que são o projeto do IPE, ajuste fiscal, aumento de impostos e privatização das estatais. Precisamos que ele tire esses projetos que nos afetam e dificultam nosso funcionalismo”, defende a sindicalista.