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Greve geral: trabalhadores e estudantes em luta

No início da tarde da última sexta-feira, dia 14 os professores da rede municipal de ensino se reuniram entre a Prefeitura Municipal, em uma manifestação pública para solicitar um encontro com o prefeito Jorge Pozzobom. A

Reativado em 2014, Cineclube traz diversidade

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) do Centro Universitário Franciscano convida os acadêmicos de todos os cursos para prestigiar o Cineclube. No dia 21 de março, serão apresentados filmes, a partir das 14h, no Salão de

DCE da Unifra faz exposição sobre 50 anos do Golpe Militar

Com a semana direcionada a informações, notícias e lembranças da data que marca os 50 anos do Golpe Militar, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) do Centro Universitário Franciscano, trouxe informações sobre a Ditadura Militar com

75% das escolas municipais aderiram a greve geral. Fotos: Mariana Olhaberriet/LABFEM

No início da tarde da última sexta-feira, dia 14 os professores da rede municipal de ensino se reuniram entre a Prefeitura Municipal, em uma manifestação pública para solicitar um encontro com o prefeito Jorge Pozzobom.

A coordenadora de Organização e Patrimônio do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm), Martha Najar, explica que entre as pautas do ato está o descongelamento do auxilio alimentação, que permanece o mesmo valor desde 2014, e a garantia do tempo de planejamento para os educadores. “Nossas condições de trabalho não são respeitas, esse tempo de planejamento está no nosso plano de carreira, no mínimo 20% da carga horária deve ser destinada ao planejamento e isso não acontece em todas as escolas”, conta Martha.

Já sobre a questão salarial, os professores receberam uma reposição de 3,75% atrasada e parcelada, e não receberam o aumento de salário referente ao piso nacional.

“Não podemos aceitar que um governo eleja a educação e os educadores como os inimigos da nação”, diz Martha Najar.

Entre as professoras municipais aposentadas que se uniram a causa, Eva Bastianello esperava por mais colegas presentes. “Esperamos, com este ato, um retorno do prefeito que até agora não nos recebeu”, afirma Eva. Ao solicitarem a presença do prefeito, foram convidados a formar uma comitiva para entrar e conversar com ele, porém, após uma votação, decidiram que manteriam suas exigências de que todo o grupo de manifestantes fosse recebido. Porém, o prefeito Jorge Pozzobom não concordou com a decisão, se negando a ir receber os professores.

Eloiz Guimarães Cristino, coordenador da Central Única do Trabalhador.

Ás 16 horas, o ato se encaminhou para a Praça Saldanha Marinho, onde estudantes e trabalhadores se reuniam para protestar contra a reforma da previdência proposta pelo governo federal. Uma das frentes organizadoras deste ato foi a Central Única dos Trabalhadores (CUT), da qual Eloiz Guimarães Cristino é coordenador. Ele alega que, neste dia, a classe trabalhadora do país inteiro luta para mostrar ao presidente que irão resistir até o fim e que não querem a aprovação do projeto da reforma da previdência.

Segundo Franciéli Barcellos de Moraes, coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFSM, a greve geral é uma paralisação apoiada por mais de uma categoria usada para parar a geração de capital e para parar o comércio, afim de mostrar as pautas pelas quais estão lutando e dialogar com a população que passa pelo centro comercial da cidade. Sobre o projeto da previdência, Franciéli diz que “não é uma reforma, mas um desmonte que vai atacar os mais pobres” e que o DCE se reuniu aos trabalhadores “porque a gente também é filho de trabalhador, vai ser da classe trabalhadora, também quer se aposentar com qualidade e entrar no mercado de trabalho com dignidade”.

Tânia Lopes, professora estadual aposentada.

Já o estudante de filosofia da UFSM, Arthur de Oliveira Machado, manifesta que a proposta da previdência “vai fazer com que o trabalhador trabalhe mais e ganhe menos, recebendo apenas 60% do salário médio”. Participando também da manifestação, a professora aposentada do estado e escritora infantil, Tânia Lopes afirma que “se a gente cala, a gente se submete ao que o poder central disser, mas nós temos que ter voz e vez, é isso que a nossa presença deve representar”. Além disso, os estudantes do Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (CTISM) se fizeram presente na manifestação, o aluno Kassio Ventura conta que “nesse momento histórico para o povo brasileiro, nós devemos nos unir para lutar pelos nossos direitos e que para que nossas vozes sejam ouvidas”.

Foi às 17h que a manifestação tomou seu rumo pelas ruas de Santa Maria, saindo da Praça Saldanha Marinho, descendo a Avenida Rio Branco até a Rua Silva Jardim, voltando para passar embaixo do Viaduto Evandro Behr. Logo, seguiu na Rua do Acampamento até a Avenida Nossa Senhora das Dores, entrando na Rua Riachuelo e subindo a Rua Ângelo Uglione até a Praça novamente.

Cartazes, banners e sinalizadores coloridos deram vida as ruas de Santa Maria neste 14 de junho.

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) do Centro Universitário Franciscano convida os acadêmicos de todos os cursos para prestigiar o Cineclube. No dia 21 de março, serão apresentados filmes, a partir das 14h, no Salão de Atos do Prédio 13, situado no Conjunto III da Instituição. A programação de filmes vai até o dia 30 de maio. As sessões serão sempre nos sábados, com duração de cerca de duas horas. O tema desse mês será “Mulher”, em abril sobre “Ditadura Militar” e em maio “Trabalho”.

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O Cineclube ressurgiu em agosto, no 12º Fórum da Comunicação, em que foram apresentadas três produções cinematográficas, relacionadas à Ditadura Civil Militar. Segundo o coordenador geral do DCE, Daniel de Moura Pinto, o projeto busca democratizar os espaços culturais do Centro Universitário Franciscano, através do trabalho de forma interdisciplinar, despertando o senso crítico e criando um ambiente agradável para discussões entre os estudantes.

Não é necessário se inscrever para assistir aos filmes. Ao final, o acadêmico recebe um formulário com o carimbo e assinatura do DCE. Cada comprovante vale como duas horas de Atividade Extra Curricular.

Alunos querem que as atividades sejam melhor divulgadas

Mesmo sendo uma oportunidade de os acadêmicos interagirem com a instituição, o Cineclube possui poucos adeptos. Segundo os alunos Lorenzo Franchi e Tiago Nunes, ambos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano, a pouca divulgação é um dos fatores que contribui para o pouco público nas sessões.

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Professor Rafael Gobbato (Foto: Dara Hamann)

O professor do curso de Fisioterapia Rafael Gobbato, mesmo fazendo parte da instituição, desconhecia o projeto. “Se soubesse que existia, já teria sugerido aos alunos, pois é uma boa opção para os estudantes participarem das promoções do Centro Universitário Franciscano”, acrescentou o docente. Ele sugeriu que o Cineclube seja mais divulgado, através de informações no site da universidade e até mesmo por cartazes que podem ser distribuídos entre os prédios dos Conjuntos I, II e III.

Outra questão que pode interferir na participação é o dia das sessões. Aos sábados, a maioria das acadêmicos não está na instituição. Entre doze alunos de diferentes cursos do Centro Universitário Franciscano, apenas dois já participaram do Cineclube. Os demais não assistiram, ou não sabiam da existência do projeto.

Por Amanda Souza e Dara Hamann

Faixa exposta no interior da instituição sobre os 50 anos do Golpe Militar. Foto: Pedro Lenz

Com a semana direcionada a informações, notícias e lembranças da data que marca os 50 anos do Golpe Militar, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) do Centro Universitário Franciscano, trouxe informações sobre a Ditadura Militar com faixas brancas, expostas no interior da instituição. Nessas faixas contém folhas coladas, as mesmas contam histórias de pessoas que foram torturadas e que presenciaram a tortura que era viver na época do regime militar.

Segundo o estudante de Direito e Relações Internacionais, Guilherme Pittaluga, presidente do DCE, a ideia de organizar a exposição surgiu em uma das reuniões do diretório, com o intuito de não deixar cair no esquecimento um fato tão importante e lamentável que foi o Golpe Militar, pois poderia ter sido com qualquer um que tenha vivido na época. “O ex-presidente João Goulart, derrubado com o golpe-civil militar, pretendia implantar uma reforma universitária, dando mais autonomia e poder decisório aos estudantes, uma dificuldade encontrada até hoje nas acadêmicas. Então não poderíamos deixar de trazer isso para o Centro Universitário Franciscano”, esclarece Guilherme.

Folhas coladas nas faixas e nos murais que contam a história de quem viveu na ditadura. Foto: Renan Mattos

“Acredito que esta é uma data que deve ser lembrada, e mais do que isso, deve ser discutida dentro da academia, ainda mais aqui no estado, que teve no mínimo dois atores importantes da historia nesse período, João Goulart e o Brizola”, declara o estudante e radialista, Fabiano Oliveira sobre os 50 anos do Golpe Militar.

De acordo com presidente do DCE, as pessoas que aparecem com suas histórias contadas nas faixas foram pesquisadas e encontradas a partir do contato com militantes do Comitê Santa-mariense pelo Direito à Memória e Verdade, que já tinham o material e repassaram ao DCE e ainda indicaram fontes para pesquisa na internet.

Por Laíz Lacerda