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Santa Maria, RS, Brazil

dia do jornalista

Triste dia do jornalista

Um dia triste e emblemático para se comemorar a data do profissional de jornalismo.  O 07 de abril de 2018 fica marcado como o dia em que um ex-presidente do Brasil se apresentará para ser preso. O dia em

A notícia no rádio acorda a cidade de Santa Maria

Cada um imagina de uma maneira ao ouvir o locutor descrever determinados acontecimentos na sociedade. A informação radiofônica é sempre a primeira a chegar aos ouvidos de um grande público com gostos e opiniões distintas. Em

Dia do jornalista e a exigência do diploma

7 de abril é o dia dos profissionais que correm atrás da notícia, buscam  a verdade, atualizam a população, divulgam bons e  maus momentos. Aliás, na maioria da vezes, são os maus momentos que os fazem trabalhar,

Dia do Jornalista

Nossa homenagem  a todos aqueles que acreditam num jornalismo sério, baseado na ética e na democracia.

Um dia triste e emblemático para se comemorar a data do profissional de jornalismo.  O 07 de abril de 2018 fica marcado como o dia em que um ex-presidente do Brasil se apresentará para ser preso. O dia em que se consuma o resultado já previsto de um processo desencadeado muito antes, intensificado pelo bombardeio midiático e monotemático promovido pela grande mídia que atua distanciada das ruas, até por receio da polarização que ela mesmo acirra. Basta lembrar que cobertura da movimentação da caravana do ex-presidente Lula foi inicialmente ignorada por boa parte da imprensa nativa. E se caracterizou, depois, pelo registro dos protestos contrários à caravana . E apenas dos protestos! Nada se publicou sobre os lugares aonde ele foi ovacionado e acolhido. E sim, ele foi.

O dia do jornalista é também a hora de olhar criticamente para esse lugar de quem informa. Buscar informações nesses dias que antecederam o O7 de abril foi um exercício de paciência e tolerância. Na televisão, comentaristas discutiram o sexo da jurisprudência nacional, detendo-se apenas nos procedimentos que se sucederiam, na sentença declaratória, na posição dos juízes do Supremo, nas idas e vindas dos pedidos de habeas corpus cujo resultado já era sabido de antemão.  E, não raro, trouxeram comentários carregados de juízos de valor.  Comentaristas do rádio foram mais além. Na Rádio Gaúcha, a exemplo, uma repórter chegou a adjetivar o ex-presidente ao relatar a decisão do Supremo, sugerindo, explicitamente, como proceder ao “encarceramento”. E todos sabemos da força motora que o rádio tem junto à opinião pública.

Entre todas as matérias publicadas nas últimas semanas, o respeito ao fazer jornalístico foi salvo pela repórter do El País, Naira Hofmeister, no último dia 06. Ela trouxe apuração e objetividade ao informar que foi do  Ministério Público Federal a iniciativa de pressionar pela rápida execução da prisão do ex-presidente Lula, o que surpreendeu até mesmo o TRF4. Esclareceu, enriquecendo o contexto dos acontecimentos. Jornalismo de primeira linha.

Já hoje, entre os jornalões brasileiros, apenas o Jornal do Brasil apresentou um editoral à altura do que entendemos ser o papel social do jornalismo. Crítico, consequente, contextualizador e pontual.

Há de se pensar que  é preciso ousadia para fazer jornalismo no Brasil, na atualidade. Oxalá tenhamos tempo e persistência.  Para nós, jornalistas, além da esperança, não há o que ser comemorado no dia de hoje.

 

 

 

 

 

Cada um imagina de uma maneira ao ouvir o locutor descrever determinados acontecimentos na sociedade. A informação radiofônica é sempre a primeira a chegar aos ouvidos de um grande público com gostos e opiniões distintas. Em Santa Maria não é diferente. A cidade é conhecida pelo grande número de rádios que possui e que marcam a trajetória do jornalismo local. A equipe da ACS foi ouvir os profissionais que fazem o rádio na cidade.

Jhonny Clay Rosa, trabalhor da rádio Nativa, diz que nas programações da rádio prevalece músicas nativistas e entretenimento. De segunda a sexta tem dois programas ao vivo e o restante são gravados. A maioria da programação é musical, porém, de hora em hora tem notícias. São do mesmo grupo da rádio Imembuí, e não possuem parcerias. A rádio possui 10 radialistas. Todos eles com registro profissional do sindicato de radialistas do Rio Grande do Sul. Não há jornalistas contratados na Nativa.

As rádios Nativa e a Imembuí são de administração dos mesmos donos. Porém, correspondem a empresas distintas, com finalidades diferentes. A Imembuí visa o jornalismo/ informação, e a Nativa, o entretenimento. A Rádio Imembuí tem o enfoque voltado ao público da cidade, portanto, o que prevalece na programação é o jornalismo local. É a principal emissora da Região Central do Estado, e, atualmente, detém a maior parcela da audiência entre as rádios AM e FM. Em maio deste ano, a pioneira irá migrar para o FM, visando fortalecer o elo com seu ouvinte e cativar novos adeptos. Em suma, a programação da rádio é ao vivo, com exceção dos boletins: Santa Maria Notícias, Imembuí Notícias e Correspondente – notícias de dois a cinco minutos gravadas. Os boletins vão ao ar entre as programações, normalmente, de hora em hora. Na rádio há cerca de 30 locutores (apresentadores – radialistas) – todos possuem o registro profissional do sindicato de radialistas do Rio Grande do Sul, e possui dois jornalistas formados (graduação): Jean Romero (coordenador de jornalismo) e Maria Angélica Varaschini (repórter setorista de esportes).

A rádio Guarathan existe há 57 anos, e  tem programas informativos, de debates e esportivos. É segmentada em jornalismo, com foco em notícias e esporte. A maioria da programação é realizada ao vivo. Como forma de arrecadação de dinheiro, a emissora vende espaços do programa para as igrejas que fazem integram a programação em horários da tarde. A Guarathan possui parceria com a rádio Guaíba e o Jornal Correio de Povo. Trabalham na rádio quatro jornalistas.

Foto registrada por Luisa Peixoto pelo smartphone, na Rádio Guarathan

Conforme o jornalista Renato Oliveira, que trabalha há mais de 30 anos na rádio, a Guarathan, a emissora costuma fazer transmissões esportivas, inclusive com a participação do jornalista e professor da Unifra, Gilson Piber. O jornalista e radialista ressalta pontos fundamentais para trabalhar em rádio. “Estar atento 24 horas, a qualquer notícia que acontece ao nosso redor. E muito importante, ter contatos com as fontes. Ter uma lista de telefone com todos os segmentos da cidade e do estado.” Ele relata que o motivo pelo qual ainda é estimulado a seguir no meio radiofônico é o amor enorme que sente pela profissão. Isto sem esquecer da competência e das responsabilidades de checar a informação.

A rádio Universidade, que é a emissora do Campus da UFSM, tem sua programação focada na educação e cultura.  Existem os programas de redação aberta, campos da gente, editoria 292, fazendo arte, no ritmo da notícia, e há também a participação dos alunos que é uma das características da emissora. Além disso,  há espaço para ASSUFM ( Associação dos servidores da UFSM). A maior parte dos programas são ao vivo.  A equipe da rádio é composta por mais de 20 profissionais, alguns jornalistas e outros radialistas. Há parcerias da rádio Universidade com a agência rádio web, assembleias e  governo de estado.

Gilson Piber, professor, jornalista e radialista da rádio Universidade afirma que a informação é estimulante e essa dinâmica do rádiojornalismo é muito cativante. Ele conta que essa nova forma de interação com o público, por meio de whatsapp, facebook é muito importante e que uma das vantagens de trabalhar em emissora educativa é a expansão de conteúdo ser diferente da comercial. “Existe mais liberdade para falar, mas com responsabilidade”, explica. Piber revela que o que mais gosta de cobrir são eventos de esportes, eleições e os vestibulares (quando existia).

Gilson Piber concedendo entrevista no laboratório de rádio da Unifra. Foto: Mariana Olhaberriet Silva.

“O rádio desperta a imaginação das pessoas, observar, descrever e contextualizar o fato para o ouvinte, mas  é preciso ter credibilidade”, aconselha o professor que trabalha há 22 anos na rádio da UFSM. Sobre o mercado de trabalho atual para o jornalismo em rádio, Piber observa que não está nada fácil. “Para o jornalista que é competente, ou seja, aquele que não se acomoda e não perde o interesse pela informação, sempre haverá espaço”, conclui.

Já a rádio Medianeira opera em duas estações AM 1.130, fundada em 13 de agosto de 1960 e FM 100.9, no anos de 1986. De segunda à sexta- feira a programação FM da rádio é voltada mais para o entretenimento com músicas internacionais, sertanejo universitário, raiz, gaúcha, pagode e funk. No sábado e no domingo os ouvintes escutam musicas eletrônicas. Já a programação AM oferece ao ouvinte, além de músicas de hora em hora, notícias ao vivo das 09:00  às 17 h. Na FM são quatro programas ao vivo durante a semana, e dois ao vivo no fim de semana. Na AM são oito programas ao vivo durante a semana, cinco ao vivo no sábado e dois ao vivo no domingo.

Fabrício Minussi é jornalista formado e apresenta três programas de notícias, mais as notícias de hora em hora na AM e Marcos Vinicius Barcellos , apresentador do programa super show da tarde na AM. A maior parte dos atuantes da rádio não são formados em jornalismo. São radialistas. A Medianeira tem parcerias com a rádio Grenal para a retransmissão dos jogos de futebol e com a rádio Voz do Campo.

Patrese Lehnhard Rabenschlag trabalha há quatro anos na rádio Medianeira como operador de áudio. Ele é radialista e acadêmico de jornalismo do Centro Universitário Franciscano, e explica que tudo começou  no próprio lugar ao qual está a trabalhar. “Comecei como estagiário de notícias durante seis meses na Medianeira, foi uma experiência incrível, recorda o acadêmico”. Em sua trajetória antes de chegar no rádio, ele se lembra do momento exato em que surgiu uma vaga para operador de áudio na medianeira. “Estava terminando meu curso de radialista no Senac, quando levei meu currículo no rádio e fui chamado”, lembra o acadêmico.

Lehnhard Destaca também, a importância da oportunidade que lhe foi dada, pois coloca em prática tudo o que é aprendido no curso de jornalismo. Ele relata com muito carinho que é um aprendizado diário, tanto no rádio quanto na faculdade.”O que me estimula é de certa forma é fazer o bem a várias pessoas ao mesmo tempo, levando informação para elas. Até mesmo com uma música conseguimos fazer o bem, através de uma letra ou, simplesmente, tornando o dia da pessoa melhor com a música que ela gosta, destaca”.

A rádio Gaúcha em Santa Maria foi fundada no dia 2 de julho de 2012, atualmente tem como programação, das 7h às 11h são programas ao vivo que vão ao ar de segunda a sábado. A Gaúcha tem a preocupação de se aproximar do ouvinte , por isso faz lives pelo facebook da Gaúcha/SM. O programa notícia na hora certa, de hora em hora, e o notícia da Região Central, de meia em meia hora são programações ao vivo. O Santa Maria de negócios é o único programa gravado que vai ao ar das 9 às 9h30 de domingo. A programação que prevalece na rádio Gaúcha em Santa Maria são de conteúdos locais, basicamente formados por informações factuais, previsão do tempo, trânsito e muita interatividade com o ouvinte.

Lucas Leivas Amorim operador de áudio e locutor da gaúcha, graduando do curso de jornalismo da Unifra, conta que quando era pequeno foi influenciado a avô a gostar do rádio. “Minha mãe contava que ele ouvia rádio todos os dias, bem cedo, tomando chimarrão. Aos poucos, fui pegando o mesmo costume. Então, até hoje, a primeira coisa que faço quando acordo é ligar o rádio”, lembra. A instantaneidade da informação e por ser um meio muito democrático, já que não se precisa pagar nada para ouvir o rádio é o que até hoje encanto o operador. Lucas finaliza ao dizer que o rádio é um companheiro. Na maioria das vezes foi ele que o acompanhou em viagens de estudos e em momentos em que estava sozinho.

Confira aqui a fala de Lucas Leiva sobre sua história dentro da rádio Gaúcha e a importância do laboratório de rádio da Unifra em sua trajetória.

O rádio vem mudando e acompanhando o ritmo das transformações tecnológicas. Muitas das rádios tradicionais estão também na web, assim como novas emissoras surgiram na rede, facilitadas pelas novas tecnologias. Mas essa é uma outra história que a ACS vai abordar em breve.

Por Luísa Peixoto e Luis Ricardo Kaufmann da Silva

DIADOJORNALISTA

Dia de valorizar a profissão do jornalista. Foto: Ticiana Leal
Dia de valorizar a profissão do jornalista (Foto: Ticiana Leal/Laboratório de Fotografia e Memória)

7 de abril é o dia dos profissionais que correm atrás da notícia, buscam  a verdade, atualizam a população, divulgam bons e  maus momentos. Aliás, na maioria da vezes, são os maus momentos que os fazem trabalhar, não que eles os prefiram, é claro. Além de comemorar a data, o dia é de torcer pela aprovação da PEC 206/2012, referente à obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão de jornalista. 

Há quem diga que são sensacionalistas, que não são sinceros, aproveitadores e outras palavras feias. A verdade é que sem esse profissional as pessoas não teriam assunto. Quem não começa uma roda de conversa com frases como: “Tu vistes o que saiu no jornal? Tens acompanhado o caso do menino que… pois é, eu vi no noticiário”. E até mesmo: “Coloca um casaco. Vi no telejornal que vai esfriar depois das três”. “Não pegue aquela rua. Ouvi na rádio que deu acidente ali e o trânsito está parado”.

Os profissionais que constroem a notícia são encarregados de transmitir a rotina, a vida, os interesses e os desinteresses da sociedade. Por esse motivo, todo mundo quer fazer notícia. Mas há de se ter cuidado com isso. A formação acadêmica é indispensável para o jornalista comprometido com a ética e com a verdade. No Dia do Jornalista, a classe defende a liberdade de expressão, busca a pluralidade de opiniões, enfatiza seu compromisso com a democracia e almeja a valorização da profissão.

O jornalista e professor do Centro Universitário Franciscano Maicon Kroth diz que os profissionais éticos têm motivos para comemorar a sua luta diária pela qualidade de informação. “Apesar da desvalorização da profissão pelo empresariado, existem os que seguem firmes e motivados a informar a sociedade. Estes levam em consideração o seu papel de mediadores da realidade”, destaca. O professor tem expectativa de que a PEC do Diploma, como ficou conhecida, seja aprovada para que a profissão seja retomada com mais energia e valorização.

O Congresso Nacional se deparou com várias manifestações que visam à ‘volta do diploma’ dos jornalistas: os 31 sindicatos da categoria, a Federação Nacional de Jornalismo (Fenaj) e vários setores da sociedade apoiaram a causa. Além destes, parlamentares apoiaram a proposta para corrigir o equívoco da instância máxima do Judiciário, o Supremo Tribunal Federal (STF), e reafirmar o direito da categoria de ter a exigência do curso superior de Jornalismo como regra de acesso qualificado à profissão.

A jornalista, professora e coordenadora do curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano, Sione Gomes, enfatiza a valorização do diploma. “A gente tem hoje uma profusão de informação e cada vez mais se precisa de alguém que organize essas informações de forma a facilitar a compreensão da realidade. Sem dúvidas esse é o papel do jornalista”, declara a professora e enfatiza que o melhor caminho para ter profissionais bem preparados é o universo acadêmico.

O professor Kroth incentiva os jornalistas a continuarem o trabalho em defesa da liberdade de expressão, da qualidade de informação e na luta pela volta do diploma. Da mesma forma,  Sione reafirma a constante responsabilidade do curso e enfatiza que a formação acadêmica é fundamental para o jornalista. “Temos que saber o que o curso significa, o que ele é, o que se tem e que formação proporciona”, finaliza a coordenadora.

Que o dia 7 de abril traga aos jornalistas mais um motivo para comemorar. Enquanto isso, resta aos profissionais da notícia, a expectativa da volta da obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão. Valorizemos quem valoriza a ética e a responsabilidade na construção da notícia.

Por Henrique Orlandi e Luisa Neves

Nossa homenagem  a todos aqueles que acreditam num jornalismo sério, baseado na ética e na democracia.profissao