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dia mundial

Voz é tema de palestra nesta sexta-feira

  Nesta sexta-feira, dia 26, a saúde vocal será tema da palestra “Voz, postura e respiração”, às 14h no Salão Acústico do Prédio 14, no Conjunto III da UFN (Rua Silva Jardim, 1175). Promovido pelo Curso

Abril é o mês que marca o enfrentamento ao Mal de Parkinson. O 4  de abril é considerado o Dia do Parkinsoniano e o dia 11  é o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, uma enfermidade descoberta há cerca de 200 anos e para a qual ainda não há cura. Todos os tratamentos são paliativos.

As datas foram instituídas para informar e conscientizar a sociedade sobre a enfermidade que não mata, mas se mostra devastadora em todos os aspectos da vida da pessoa. O Mal de Parkinson não é uma doença hereditária, e ainda hoje não se sabe exatamente quais as suas causas.

O que se sabe sobre enfermidade é o fato de ser a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo e costuma surgir após os 65 anos de idade, ainda que atualmente tenha sido diagnosticada em populações mais jovens. Ela perde somente para a doença de Alzheimer. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS)  cerca de 1% da população mundial idosa sofre com a doença,  sendo que no Brasil se estima haver 200 mil pessoas portadoras de Parkinson.

StockSnap/Pixabay

Os sintomas mais comuns são a lentidão e a rigidez muscular. Normalmente associa-se a doença de Parkinson ao tremor de repouso, mais visível, que pode ocorrer em mais de 40% dos portadores. No entanto, muitas pessoas não o apresentam, ou isso acontece bastante tempo depois do início da doença.

Gradativamente, neurônios em regiões específicas cerebrais vão morrendo ( a chamada massa cinza ) e com eles a perda de ligação entre regiões do cérebro. Há uma subtração substancial da qualidade de vida em decorrência da deterioração orgânica e comportamental, uma vez que a doença de Parkinson afeta funções primordiais do organismo como movimento, equilíbrio, lentidão na mobilidade e redução dos reflexos, tremores, dores, perda da memória, e efeitos como alteração no sono, paladar,  tontura e depressão entre outros.

Médicos neurologistas afirmam haver oito tipos de Parkinson, o que confunde o diagnóstico precoce, porque os primeiros sinais passam despercebidos por quem é leigo. E como na maioria das doenças neurodegenerativas, quando o Parkinson é detectado, os sintomas evidenciam uma patologia já instalada e contra a qual só se pode tentar deter o avanço e reduzir os danos.

Tratamento

O tratamento  do Parkinson é medicamentoso e sintomático. Isto é, os remédios melhoram os sintomas da doença porque repõem, em parte, a dopamina que o organismo perde, e são de uso contínuo. Tradicionalmente  é recomendada  a administração da levodopa (L-dopa) que melhora o controle muscular e a resposta cognitiva e psíquica. A substância é ofertada pelo SUS com até 90% de desconto por meio do Programa Farmácia Popular, e pode ser encontrada como Levodopa+Carbidopa, Biperideno e Levodopa.

O Protocolo de Tratamento para Parkinson foi atualizado  pelo Ministério da Saúde no ano de 2017 com a inclusão da Rasagilina (1mg) e Clozapina (25mg e 100 mg). Até então eram indicados sete medicamentos para o tratamento da enfermidade: Pramipexol; Amantadina; Bromocriptina; Entacapona; Selegilina; Tolcapona e Triexifenidil.

Um tratamento alternativo  são os implantes de eletrodo e de gerador de pulsos para estimulação cerebral em casos avançados da doença. Pouco divulgado é o fato do  SUS  possuir 27 estabelecimentos habilitados em Neurocirurgia Funcional Estereotáxica, sendo dois deles habilitados como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Neurologia/Neurocirurgia e 25 habilitados como Centro de Referência de Alta Complexidade em Neurologia/Neurocirurgia.

A outra dimensão do tratamento remete ao trabalho com a fonoaudiologia, a fisioterapia, os exercícios funcionais, a nutricionista e, ainda, o acompanhamento psicológico. Fato é que a grande maioria da população não tem acesso aos tratamentos adequados e condições de fazer acompanhamento com profissionais capacitados.  E isto envolve outro lado do processo que são as pessoas, sua busca por tratamento, a complexidade de lidar com uma enfermidade que exige o uso de vários medicamentos e acompanhamento terapêutico interdisciplinar; o foco da medicina na doença e não no doente; as pesquisas pouco divulgadas e as não aceitas porque ditas alternativas e a ferir o paradigma que determina os protocolos da saúde; a resistência médica à busca de informações por parte do paciente e dos familiares; a falta de uma rede de apoio na sociedade, a solidão e a angústia de quem vivencia o processo.

Os desafios não param por aí. É desconhecida a incidência e prevalência da doença no Brasil, o quanto ela custa aos cofres públicos porque não tratada corretamente; também não se sabe como a população de baixa renda é assistida nesse contexto, nem como assegurar a dignidade e qualidade de vida a quem não tem recursos suficientes para o tratamento exigido. Há ainda o desafio do acesso às redes de apoio  – como  a Rede Amparo – , que se formam por iniciativa dos próprios pacientes ou das famílias por meio de associações e grupos virtuais de ajuda que se mobilizam via redes sociais. Enfim, uma luta que ainda vai longe, como a própria doença.

 

Nesta sexta-feira, dia 26, a saúde vocal será tema da palestra “Voz, postura e respiração”, às 14h no Salão Acústico do Prédio 14, no Conjunto III da UFN (Rua Silva Jardim, 1175). Promovido pelo Curso de Jornalismo da UFN, o evento é uma realização do Laboratório de Voz do Departamento de Fonoaudiologia da UFSM (LabVoz), coordenado pela professora Carla Cielo, e do Laboratório de Produção Radiofônica da UFN (LAPRA), sob coordenação da professora Carla Torres. Confirme sua presença no evento na página do Facebook.

Em referência ao Dia Mundial da Voz, celebrado no dia 16 de abril, a atividade aborda o poderoso papel da voz em nossa comunicação. Todas as relações exigem da voz nas nossas vidas, mas poucas pessoas têm o devido cuidado com este fundamental instrumento do nosso cotidiano. Toda a comunidade acadêmica e de Santa Maria em geral, está convidada, especialmente os que têm a voz como seu instrumento de trabalho. Após a palestra, serão distribuídos materiais didáticos e o público poderá fazer perguntas à equipe.

Confira abaixo quem são as palestrantes:

Débora Bonesso Andriollo – Fisioterapeuta, mestre e doutoranda em Distúrbios da Comunicação Humana UFSM;

Fernanda Anversa Bresolin – Fisioterapeuta, mestranda em Distúrbios da Comunicação Humana UFSM;

Gabriele Rodrigues Bastilha – Fonoaudióloga, mestre e doutoranda em Distúrbios da Comunicação Humana UFSM;

Sabrina Silva dos Santos – Fonoaudióloga, mestranda em Distúrbios da Comunicação Humana UFSM.